O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), explicou, por meio de nota, a declaração de que ele conseguiu desfazer o indiciamento da senadora Gleisi Hoffmann (PT-RS)
e seu marido, Paulo Bernando, após intervenção feita no Supremo
Tribunal Federal (STF). Segundo o peemedebista, a Mesa Diretora do
Senado protocolou duas petições na corte visando “defender a instituição
e as prerrogativas do mandato parlamentar” da petista.
O tom
amistoso da nota, porém, contradiz o embate que Renan Calheiros e Gleisi
Hoffmann protagonizaram no plenário nesta sexta-feira, durante o
segundo dia de julgamento do impeachment de Dilma Rousseff. Em meio à
sequência de bate-bocas entre aliados e oposicionistas da presidente
afastada, Calheiros disparou contra Glesi, que, na quinta-feira, afirmou
que o Senado não tinha “moral” para julgar Dilma.
“Como uma
senadora pode fazer uma declaração dessa? Exatamente, senhor presidente,
uma senadora que há 30 dias o presidente do Senado Federal conseguiu,
no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do seu
esposo”, disse Renan. A declaração provocou uma gritaria em plenário e
levou o presidente do STF e do julgamento do impeachment, Ricardo
Lewandowski, a suspender a sessão.
Três
horas após a confusão, o presidente do Senado soltou uma nota em que
afirma que a declaração foi alusiva a duas petições protocoladas pela
Mesa do Senado. As ações foram ingressadas no Supremo após a Polícia
Federal realizar uma operação de busca e apreensão no apartamento
funcional de Gleisi Hoffmann atrás de provas contra seu marido, que não
tem foro privilegiado. Em agosto, Paulo Bernardo tornou-se réu na
Operação Lava Jato. A Procuradoria-Geral da República também já
apresentou denúncia contra Gleisi.
“Como se constata, as
intervenções do Senado Federal são impessoais, transparentes e ditadas
pelo dever funcional no intuito de defender a Instituição e as
prerrogativas do mandato parlamentar. O Presidente do Senado Federal
reitera a isenção com a qual conduziu todo o processo e lamenta as
recorrentes provocações em Plenário”, afirmou Renan Calheiros.
Ele ainda encaminhou à imprensa documentos que mostram que o Senado Federal pediu para participar como amicus curiae
na ação ingressada por Gleisi contra a ação da PF em seu apartamento
funcional e também defendeu que o indiciamento da petista seria ilegal.
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