Cunha negou, em depoimento no CPI da Petrobras, ter contas no exterior. Mentir no colegiado é uma afronta ao código de ética parlamentar, passível de punição com a perda do mandato. Ele diz ser “beneficiário” de trustes, que são entes que administram dinheiro de terceiro.
Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, que coordena as investigações daOperação Lava Jato, a esposa de Cunha e a filha, Danielle, afirmaram que era o parlamentar quem movimentava os recursos no exterior, que elas não sabem a origem do dinheiro e que era ele quem autorizava as compras de luxo.
Para Marcos Rogério, o depoimento de Cláudia é mais uma prova do que está no relatório.
“Ela confirma que a conta, embora esteja no nome dela, é ele quem movimenta. Ela dá informações que desmontam a tese da defesa dele. O dinheiro que abastecia a conta dela, a Kopek, saia da Netherton, que ele chama de trust e é dele. Isso está no relatório. São muitas evidências para negar os fatos.”Marcos Rogério acrescenta: “Para quem tinha dúvidas, o depoimento dela é esclarecedor. Só não ver quem não quer.”
Ainda assim, o deputado demonstra incerteza quanto a possibilidade de o relatório ser aprovado na comissão.
“O julgamento é muito político. Se for apenas pelas provas, elas estão todas no relatório. Não há dúvidas. É óbvio.”O placar pela aprovação do texto, entretanto, está bastante dividido. Os aliados do parlamentar trabalham para conquistar o único voto indefinido e decisivo no conselho, o da deputadaTia Eron (PRB-BA).
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