A presidente afastada Dilma Rousseff, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo
publicada neste domingo, defendeu que o interino Michel Temer recrie a
CPMF para evitar cortes nos programas sociais. Para a petista, "quem
paga o pato, quando não se tem imposto num país, é a população".
Na
entrevista, a presidente disse ainda que não chorou por causa do
afastamento - "Nas dores intensas, eu não choro" - e admitiu ter
cometido erros na Presidência, mas não disse quais. "Essa volta ao
passado não existe", afirmou.
Ao
analisar a gestão de Temer, a presidente afastada concentra suas
críticas nos cortes nos programas sociais. ""Os que são chamados de
coxinhas acreditam que o Bolsa Família é uma esmola. Não é. Ele tem
efeito enorme sobre as crianças. Entre fazer isso (cortes em áreas
sociais) e criar um imposto, cria um imposto. Para com essa história de
não criar a CPMF. Só não destrói a educação e a saúde", defendeu Dilma.
Na
entrevista, Dilma também profetizou que Temer terá de se ajoelhar para o
presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, com quem
"não há negociação possível", afirmou que trabalha atualmente tanto
quanto trabalhava enquanto estava na Presidência e disse acreditar ainda
que pode reverter o processo contra ela na votação no Senado Federal.
"Nós podemos reverter isso. Vários senadores, quando votaram pela
admissibilidade (do processo de impeachment), disseram que não estavam
declarando (posição) pelo mérito. Então eu acredito."
(Da Redação)
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