BRASÍLIA – A Justiça Federal
autorizou o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do
secretário-executivo do Ministério da Fazenda Dyogo Oliveira e do
ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto
Carvalho na Operação Zelotes. Eles foram listados como testemunhas do
lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS, que está preso sob a acusação
de participar do esquema de venda de medidas provisórias em benefício do
setor automotivo.
A Operação
Zelotes, deflagrada pela Polícia Federal, também apura suposto
pagamento de propina a integrantes do Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda que tem a
tarefa de julgar recursos a multas aplicadas pela Receita Federal. Um
dos investigados da Zelotes é o empresário Luís Cláudio Lula da Silva,
filho e Lula. Uma de suas empresas recebeu R$ 2,5 milhões de outro
lobista suspeito de integrar o esquema.
A
defesa de APS pediu o depoimento de 69 testemunhas, mas o juiz
Vallisney Oliveira, 10ª Vara Federal em Brasília, determinou a citação
de apenas 12. Para o magistrado, “seria um número razoável para que o
réu possa exercer plenamente sua defesa”. No grupo, também está o
deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA). Para o réu não alegar cerceamento
da defesa, o juiz autorizou que todas as 69 testemunhas compareçam, se
quiserem, mesmo sem intimação oficial, para prestar depoimento. Os
interrogatórios estão marcados para os dias 25 e 27 de janeiro.
A
defesa de APS também pediu à Justiça Federal o arquivamento do
processo, porque as provas seriam nulas e o investigado não teria tido o
direito de se defender. O pedido foi negado. “Não assiste razão ao
denunciado. O MPF (Ministério Público Federal) propôs a denúncia
acompanhada de farta prova documental, lastreada em inquérito policial”,
escreveu o juiz, alegando que seria “prematuro” o encerramento do caso
nesse momento.
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