Em entrevista ao jornal
cearense Diário do Nordeste, que será publicada nesta terça-feira, 5, o
ex-ministro da Educação Cid Gomes (PDT) sugeriu que a presidente Dilma
Rousseff saia do PT e se declare alheia ao processo eleitoral de sua
sucessão como forma de reverter os baixos índices de popularidade. De
acordo com Cid, Dilma chegou ao "fundo do poço" em termos de
popularidade.
Na mesma entrevista, concedida no final do ano passado, Cid fez um balanço de 2015 e previsões para 2016. "Não será um 'anão' (grande ano),
mas será menos traumático que 2015", disse. Na avaliação dele, no ano
passado o País viveu uma crise orgânica, decorrente de uma relação
"promíscua" entre os poderes Legislativo e Executivo. Uma relação,
segundo ele, "podre", baseada no fisiologismo, na chantagem e no
achaque.
"Isso não se muda da noite para o dia. Só uma próxima
eleição vai permitir que a gente comece a construir uma nova relação",
afirmou. "Isso não vem da Dilma não. Ela teve que se render a isso.
Tentou resistir no começo, mas não conseguiu", completou.
Cid, que no ano passado ocupou o ministério da Educação por três meses e saiu depois de protagonizar embate com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem chamou de "achacador", disse não acreditar em impeachment de Dilma e nem na saída de Cunha pelas vias do Parlamento.
Sobre
o impeachment da presidente, ele afirmou que "o povo brasileiro
percebeu que pior que a Dilma é entregar o governo para o vice dela (Michel Temer),
que é o chefão, o chefe dos achacadores". Com relação a Cunha, Cid
apontou que, se depender do Parlamento, o presidente da Câmara deverá
permanecer onde está, porque detém o apoio da maioria. "Mas pode ser que
da Justiça brasileira saia alguma coisa", completou.
Cid também
comentou sobre a possibilidade do irmão dele, Ciro Gomes, vir a disputar
a presidência da República em 2018, mas ponderou, argumentando que uma
candidatura não se faz com vontade pessoal. "Vai depender do momento",
frisou. "Ciro não tem mais idade para uma anti-candidatura como das
outras vezes, quando ele disputou para marcar presença e fazer
denúncias", comentou.
O ex-ministro disse ainda que a disputa pela
Presidência não está nos planos dele e revelou que pretende se tornar
empreendedor e investir, em parceria com empresários chineses, na área
de energia solar.
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