O dólar subiu com força ante o
real nesta segunda-feira e fechou a primeira sessão do ano na maior
cotação desde setembro, em um dia marcado por aversão a risco e aumento
do temor de uma desaceleração econômica global, após a divulgação de
dados fracos da China.
O
dólar avançou 2,18 por cento, a 4,0339 reais na venda, maior cotação de
fechamento desde 29 de setembro, quando encerrou a 4,0591 reais. Na
máxima da sessão, a moeda norte-americana chegou a ser negociada a
4,0717 reais, alta de 3,13 por cento.
"Se
a China está ruim, os países que dependem da China vão no mesmo barco",
resumiu o gerente de câmbio da Treviso, Reginaldo Galhardo. A China é
um dos maiores parceiros comerciais do Brasil.
A
atividade industrial chinesa encolheu em dezembro, com o setor lutando
contra a fraca demanda. O dado pressionou o mercado acionário chinês,
que acionou o "circuit breaker" pela primeira vez e fechou com queda de
quase 7 por cento.
"A China é
um risco que vai continuar existindo ...porque as dúvidas sobre o
desempenho da economia e sobre o câmbio... ainda persistem", disse o
economista da Tendências Consultoria Silvio Campos Neto.
O
cenário de apreensão foi intensificado durante a tarde, com a moeda
norte-americana subindo mais de 3 por cento, após os preços do petróleo
passarem a cair, seguindo a queda no mercado acionário norte-americano e
apagando os ganhos registrados mais cedo na commodity, em meio a
tensões no Oriente Médio.
"O
dólar subiu mais nestes últimos instantes com a virada do petróleo...,
que passou a cair forte novamente à tarde", disse o superintendente
regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.
Ainda
no exterior, dados mostraram que o setor industrial dos Estados Unidos
contraiu ainda mais em dezembro, com o dólar forte prejudicando a
rentabilidade das exportações, enquanto os gastos com construção tiveram
a primeira queda em quase um ano e meio em novembro, sugerindo
crescimento econômico apenas moderado no quarto trimestre de 2015.
Em
meio ao cenário de preocupações externas, o dólar subia também frente a
outras moedas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.
No Brasil, o
pessimismo com o cenário político ajudou a acentuar a alta, com o
recesso no Congresso Nacional adiando a decisão de medidas importantes
para a busca do equilíbrio fiscal do país.
Entre
as medidas a serem analisadas pelo Congresso, após a volta do recesso,
está a retomada da CPMF, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) de 2016 e necessária para cumprir a meta de superávit primário
para o setor público consolidado do ano equivalente a 0,5 por cento do
Produto Interno Bruto (PIB).
O
Banco Central realizou no final desta manhã o primeiro leilão de
rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, com oferta de
até 11,6 mil contratos. Na operação, a autoridade monetária rolou o
equivalente a 563,4 milhões de dólares, ou cerca de 5 por cento do lote
total, que corresponde a 10,431 bilhões de dólares.
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