O
Ministério Público da Suíça enviou nesta semana ao Brasil documentos
que mostram a origem do dinheiro encontrado nas contas atribuídas ao
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. De acordo com os
investigadores da Operação Lava Jato, os valores, que não foram
divulgados, podem ser fruto do recebimento de propina em um contrato da
Petrobras na compra de um campo de Petroleo em Benin, na África,
avaliado em mais de US$ 34 milhões.
Os dados constam no relatório
no qual o órgão de investigação suíço confirmou à Procuradoria-Geral da
República (PGR) que as contas encontradas em um banco daquele país estão
em nome de Cunha. O documento relata que parte do dinheiro foi usado
para pagar contas pessoais da mulher do presidente, Claudia Cruz, uma
das beneficiárias das contas.
O relatório mostra que cartões de
credito, aulas de tênis e uma escola de ensino médio na Inglaterra foram
pagos com recursos oriundos das contas. Com base nos dados financeiros,
a PGR avalia se vai denunciar Eduardo Cunha ao STF pela segunda vez na
Operação Lava Jato. No mês passado, Cunha foi denunciado pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por ser acusado por um dos
delatores das investigações de receber US$ 5 milhões em propinas em um
contrato da Petrobras para compra de navios-sonda.
Após a
divulgação do relatório, Cunha reafirmou que não vai comentar o conteúdo
antes de obter acesso à investigação. Mais cedo, o presidente divulgou
nota na qual declara que não tem contas no exterior.
“O
presidente [da Câmara, Eduardo Cunha] desconhece o teor dos fatos
veiculados e não tecerá comentários sem ter acesso ao conteúdo real do
que vem sendo divulgado. Assim que tiver ciência, por meio de seus
advogados, o presidente se manifestará”, diz a nota.
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