SÃO PAULO - Após abrir em alta e chegar a amenizar os
ganhos, o dólar comercial dispara mais uma vez nesta segunda-feira (28)
recuperando do pequeno alívio nos dois últimos pregões. Acima dos R$
4,00 durante praticamente toda a sessão, a moeda norte-americana fechou
cotada a R$ 4,1075 na compra e R$ 4,1095 na venda, com alta de 3,37%, na
máxima do dia.
A disparada no fim do pregão coincidiu com a fala
do diretor-executivo da Fitch, Rafael Guedes, que afirmou que uma
mudança de rating do Brasil pode ocorrer a qualquer momento. No entanto,
ele disse que a agência não costuma cortar a nota de risco de um País
em mais de um degrau de cada vez. Lembrando que ao contrário de Moody's e
S&P, a Fitch ainda mantém o Brasil dois níveis acima do grau de
investimento.
"O cenário atual não é suficiente para manter o
rating do Brasil", disse. Segundo ele, o governo não sabe como conseguir
cooperação do Congresso, já que na sua avaliação, as medidas anunciadas
no recente "pacotão" do ajuste fiscal não são difíceis de passar, mas o
Congresso dificulta.
Investidores seguem cautelosos após a forte
volatilidade dos últimos dias e diante de uma agenda recheada nesta
semana, incluindo os dados de relatório de emprego nos Estados Unidos na
sexta-feira (2). Apesar da nova alta, o Banco Central não anunciou
nenhuma atuação adicional no mercado, depois de ter atuado por meio de
leilões extras de swap cambial e de linha de dólar com compromisso de
recompra nos últimos três pregões.
Enquanto isso, os juros futuros
também tinham forte alta, com os investidores recompondo os prêmios de
riscos frente às incertezas em relação ao ajuste fiscal e no ambiente
político. Hoje, no leilão de compra e venda de NTN-F, o Tesouro não
aceitou nenhuma proposta. O DI para janeiro de 2016 subia de 14,63% para
14,8%, enquanto o contrato de janeiro de 2017 avançava de 15,59% para
15,97% e o de janeiro de 2021 subia de 15,73% para 16,03%.
Mais
cedo, o Tesouro informou que a Dívida Pública Federal registrou uma alta
de 3,16% de julho para agosto, somando R$ 2,686 trilhões. Pelas metas
do Plano Anual de Financiamento, alteradas no mês passado, o
endividamento deve oscilar entre R$ 2,65 trilhões e R$ 2,8 trilhões em
2015. Já a Dívida Pública Mobiliária Interna, o estoque foi ampliado em
3,1%, para R$ 2,551 trilhões em agosto, enquanto a Dívida Federal
Externa passou para R$ 134,32 bilhões, o que representa um aumento de
4,35% na comparação com julho.
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