quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Capa da 'Economist' alerta para queda do Brasil e prevê desastre em 2016


Agência O Globo

Dilma 
© Reprodução Dilma
A tradicional revista britânica "The Economist" escolheu a crise no Brasil como tema de sua primeira capa de 2016. Com o título de "Queda do Brasil" e uma foto da presidente Dilma Rousseff de cabeça baixa, a capa alerta para "ano desastroso" à frente.
Em vez do clima de euforia que seria de se esperar no início de 2016 por causa da realização das Olimpíadas, aponta a revista, o Brasil enfrenta "um desastre político e econômico".
O texto cita a perda do grau de investimento pela agência de classificação de risco Fitch Ratings e a saída do governo do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, menos de um ano após assumir o cargo. A previsão de que a economia brasileira encolha até 2,5% ou 3% no ano que vem também é citada. “Até a Rússia vai crescer mais do que isso”, destaca.
Os problemas na esfera política são outro destaque da reportagem, que lembra que o governo tem sido desacreditado por causa do escândalo de corrupção em torno da Petrobras. E que a presidente Dilma, acusada de esconder o tamanho do déficit orçamentário, enfrenta um processo de impeachmet no Congresso.

ESCOLHAS DIFÍCEIS

A “Economist” ressalta que, como o B do BRICS, o Brasil “supostamente deveria estar na vanguarda do crescimento das economias emergentes. Em vez disso, enfrenta uma turbulência política e, talvez, um retorno à inflação galopante”. Segundo a publicação, “somente escolhas difíceis podem colocar o país de volta ao curso, mas, no momento, a presidente Dilma não parece ter estômago para isso”.
A revista aponta que o "sofrimento do Brasil", como o das demais economias emergentes, se deve em parte à queda dos preços das commodities globais. Fora isso, o déficit fiscal aumentou de 2% do PIB, em 2010, para 10%, em 2015.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

INSS: Instituto abre concurso com 800 vagas para Técnico do Seguro Social e 150 para Analista


Publicado: 23/12/2015 14:49
Última modificação: 23/12/2015 14:49
Os salários iniciais são de R$ 4,8 mil e R$ 7,4 mil, respectivamente. Inscrições vão até 22 de fevereiro
Da Redação (Brasília) – O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) abriu concurso público para o preenchimento de 950 vagas em carreiras da autarquia: 800 são de nível médio para Técnico do Seguro Social e 150 para Analista do Seguro Social, destinadas exclusivamente a graduados em Serviço Social. Os salários iniciais são de R$ 4.886,87 e R$ 7.496,09, respectivamente.
O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe) é a banca examinadora responsável pela seleção. O edital pode ser acessado no Diário Oficial da União e no site do Cespe.

As inscrições estarão abertas de 4 de janeiro a 22 de fevereiro de 2016 no site do Cespe. A taxa será de R$ 65,00 para o nível médio e R$ 80,00 para o nível superior. Os locais e horários de realização das provas deverão ser divulgados no final do mês de abril e a data provável das provas é 15 de maio.
Conforme a legislação, do total, 5% das vagas são reservadas para pessoas com deficiência e 20% para os que se declararem negros. As oportunidades para preenchimento das vagas alcançam todas as 27 unidades da federação.
Os aprovados serão convocados, de acordo com a classificação, para escolha da Agência da Previdência Social (APS) em que serão lotados, considerando a Gerência-Executiva do INSS – que abrange uma região que compreende um ou mais municípios – escolhida pelo candidato no momento da inscrição, observando também o interesse da Administração Pública. O concurso terá validade de um ano e poderá ser prorrogado, uma única vez, pelo mesmo período.
Informações para a imprensa
(61) 3313-4138
Ascom/INSS

Governo diz ter pago R$ 72,4 bi para quitar pedaladas fiscais



A presidente Dilma Rousseff 
© Fornecido por Estadão A presidente Dilma Rousseff
Atualizada às 16h48
BRASÍLIA - Apesar de a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prever a possibilidade de abatimento na meta fiscal de 2015 de R$ 57 bilhões das "pedaladas" fiscais, o governo decidiu pagar um total de R$ 72,4 bilhões, que inclui todo o passivo em atraso até este ano, e abater da meta R$ 55,8 bilhões. Isso porque, de acordo com o secretário interino do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, esse é o valor devido até 31/12/2014, que é o período em que a legislação permite o abatimento.
De acordo com nota do Ministério da Fazenda, os outros R$ 16,6 bilhões restantes serão absorvidos pelo "espaço fiscal existente", ou seja, entrará no resultado primário cuja meta para o ano é de um déficit de até R$ 51,8 bilhões. 
"O pagamento de todas as obrigações neste exercício era medida necessária para fins de cumprimento da meta fiscal, uma vez que, a partir de determinação do TCU, houve mudança no momento em que se daria a apuração das estatísticas fiscais pelo Banco Central", afirma a nota.
A pasta afirma ainda que todas as obrigações da União com Bancos Públicos e fundos serão imediatamente contabilizadas como despesas primárias e passarão a integrar as estatísticas fiscais.
2016. Segundo Ladeira, os novos pagamentos devidos, em 2016, serão feitos de acordo com os prazos previstos nos contratos. "A periodicidade será aquela determinada nos contratos, pagaremos tempestivamente todas as despesas ", afirmou.
No caso do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do BNDES, a Fazenda editou nesta semana portaria determinando que o pagamento seja feito seis meses depois de os valores terem sido lançados no balanço do banco.
Durante a entrevista coletiva, o secretário foi questionado sobre que valores dos R$ 72,4 bilhões pagos das pedaladas neste ano teriam sido destinados para o Bolsa Família, como disse a presidente Dilma Rousseff. Ladeira disse não saber responder. 

Detalhamento. O Tesouro Nacional detalhou ainda os valores contabilizados de passivos relativos às chamadas "pedaladas fiscais" junto ao Banco do Brasil, BNDES, FGTS e Caixa.
Um total de R$ 12,2 bilhões contabilizados se referem ao passivo da União junto ao FGTS, sendo a totalidade correspondente a datas anteriores ao fim de 2014. Outros R$ 10,5 bilhões são relativos a adiantamentos concedidos pelo FGTS à União, com R$ 9 bilhões até 2014 e R$ 1,5 bilhão deste ano.
Para o BNDES, foram calculados R$ 30 bilhões relativos a valores devidos pelo Tesouro Nacional a título de equalização de taxa de juros. Desse total, R$ 21,4 bilhões vêm de até 2014 e R$ 8,6 bilhões de 2015.
Foram contabilizados ao Banco do Brasil R$ 18,2 bilhões por equalização de taxas da safra agrícola, além de título e créditos a receber. Do valor, R$ 12,1 bilhões correspondem ao período até o fim de 2014, que trata o TCU, e R$ 6,1 bilhões de 2015.
O Tesouro lembra também que o pagamento das pedaladas impacta o resultado primário do ano e as dívidas bruta e líquida, por meio do impacto nas operações compromissadas do Banco Central. Além disso, a emissão direta de R$ 1,5 bilhão para o Banco do Brasil aumenta o estoque da dívida pública federal.

Delator da Lava Jato afirma que diretor da UTC levou R$ 300 mil a Aécio



© Fornecido por Notícias ao Minuto
Em depoimento à Lava Jato, Carlos Alexandre de Souza Rocha, entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, afirmou que levou R$ 300 mil em 2013 a um diretor da UTC Engenharia no Rio de Janeiro, que lhe disse que a soma iria ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). A declaração consta na delação premiada homologada pelo STF.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, Rocha, também conhecido como Ceará, afirma que conheceu Youssef em 2000 e a partir de 2008, passou a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos. Em 2013, ele disse que fez "uma quatro entregas de dinheiro" a um diretor da UTC chamado Antonio Carlos D'Agosto Miranda, no Rio.
De acordo com o delator, Miranda teria reclamado que não aguentava mais a pessoa" lhe "cobrando tanto". Indagado de quem seria, teria respondido "Aécio Neves".
"Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, todo mundo", teria dito Miranda.
O delator disse que não presenciou a entrega do dinheiro ao senador e que ficou "surpreso" com a citação.
A assessoria do senador chamou a citação de Rocha de "absurda" e disse que nenhum outro delator mencionou repasses a Aécio em seus depoimentos.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Para Cunha, Dilma terá governabilidade frágil mesmo que consiga evitar o impeachment


Reuters

Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante evento em Brasília© REUTERS/Ueslei Marcelino Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante evento em Brasília
Ainda que a presidente Dilma Rousseff consiga evitar a abertura de um processo de impeachment, terá uma governabilidade frágil para continuar seu mandato nos próximos três anos, avaliou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Em café da manhã com jornalistas nesta terça-feira, o presidente da Câmara, que rompeu com o governo em julho, reconheceu que é “muito mais fácil” obter os 171 votos para barrar a abertura de um processo de impedimento do que os partidários do impeachment reunirem os 342 votos, equivalentes a dois terços, necessários para continuá-lo.
“Mesmo que o governo consiga impedir, vai ser por uma margem muito estreita, vai mostrar que o governo não tem maioria”, disse Cunha. “São duas perguntas diferentes: se o governo tem condições de amealhar um terço para impedir um impeachment, pode; se o governo tem condições de ter governabilidade com um terço, é difícil.”
“O fato de o governo impedir (a abertura do processo), se porventura impedir, não significa que o governo adquiriu governabilidade para os próximos três anos”, afirmou. 
Cunha disse acreditar que a definição sobre a abertura do processo de impeachment contra Dilma deve ocorrer na Câmara até o fim de março. Ele aproveitou para garantir que dará continuidade ao trâmite do pedido assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronunciar sobre recursos que o peemedebista pretende apresentar sobre os ritos do impeachment.
“Acho que esse processo deve acabar até o fim de março, essa é a minha opinião”, disse Cunha. “Digo, concluir o processo na Câmara.”
O presidente reafirmou que deve apresentar em 1º de fevereiro recursos à decisão do Supremo que anulou a eleição por voto secreto de uma chapa avulsa para compor comissão mista na Câmara que analisará a abertura do processo.
Pouco antes do recesso do Judiciário, o Supremo decidiu anular a eleição da chapa avulsa por voto secreto para a comissão especial da Câmara e reforçou a interpretação de que a Constituição permite ao Senado avaliar se instaura ou não o processo de impeachment, mesmo que a Câmara já o tenha autorizado.
Segundo a interpretação do Supremo, o Senado poderá arquivar o processo --e evitar o afastamento temporário de Dilma-- por maioria simples. Mas Cunha considera “pouco provável” que o Senado, por maioria simples, contrarie decisão de dois terços dos deputados
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PEDALADAS

O deputado minimizou ainda que o processo de impeachment possa ser fragilizado caso a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprove as contas do governo federal de 2014, em direção oposta ao Tribunal de Contas da União (TCU) que emitiu parecer pela rejeição das contas.
Dentre as irregularidades apontadas pelo tribunal estão manobras envolvendo atrasos de repasses a bancos públicos, as chamadas pedaladas fiscais. O relator do caso na CMO, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), já emitiu parecer pela aprovação com ressalvas das contas do ano passado. Depois da CMO esse parecer ainda precisa ser votado pelo plenário do Congresso.
Cunha argumentou que aceitou o pedido de impeachment contra a presidente com base em decretos de liberação de recursos neste ano que não teriam sido submetidos à avaliação do Congresso Nacional, e não na reprovação das contas pelo TCU por conta das pedaladas constatadas em 2014.
“Nós não aceitamos a tese que você retroaja em relação a mandato anterior... o ato irregular foi cometido em 2015, os decretos”, explicou.
"PEÇA TEATRAL"
O presidente da Câmara aproveitou ainda para ironizar pedido para o seu afastamento elaborado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), segundo o qual, Cunha estaria usando seu mandato para interesse próprio e fins ilícitos.
Para Cunha, o documento pedindo que ele seja impedido de exercer seu mandato e a presidência da Câmara é uma “peça teatral”. Sobre a acusação de quebra de decoro que enfrenta no Conselho de Ética da Câmara, Cunha disse que se trata de um “processo de natureza política que tem que ser enfrentado”.
O deputado foi denunciado pela PGR por suspeita de ter recebido 5 milhões de dólares em propina no esquema de corrupção da Petrobras. Também é alvo de inquérito que apura a existência de contas bancárias no exterior no nome dele e de familiares.
A possível existência das contas motivou a abertura do processo no Conselho de Ética, sob o argumento de que teria mentido em depoimento da CPI da Petrobras, quando negou ter contas bancárias além da declarada em seu Imposto de Renda.
Questionado sobre a recente troca de comando do Ministério da Fazenda, o presidente da Câmara não foi otimista. “Não é porque o ministro Nelson Barbosa possa ser pior ou melhor do que o Joaquim Levy. A visão que o mercado tem é que o Barbosa não representa uma política econômica, ele representa a presidente Dilma na condução da economia.”
Por Maria Carolina Marcello

Brasil tem déficit primário de R$ 19,6 bi em novembro, pior resultado para o mês


Reuters

Sede do Banco Central© Ueslei Marcelino / Reuters Sede do Banco Central
O setor público brasileiro registrou um déficit primário de 19,567 bilhões de reais em novembro, o pior para o mês na série histórica do Banco Central iniciada em 2001, acumulando em 12 meses o maior rombo para as contas públicas já registrado como proporção do Produto Interno Bruto (PIB).
O resultado ressalta a forte deterioração fiscal, afetada pela arrecadação em queda num ano de recessão, e com medidas de ajuste atenuadas ou emperradas no Legislativo em meio à intensa crise política. Segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira, o saldo negativo de novembro foi provocado pelo déficit do governo central (-21,671 bilhões de reais) e de empresas estatais (-249 milhões de reais), sendo apenas ligeiramente compensado pelo superávit de Estados e municípios (+2,352 bilhões de reais).Ele veio maior que projeções de analistas de um déficit de 14 bilhões de reais para o mês, conforme pesquisa da Reuters. No acumulado dos onze primeiros meses do ano, o déficit ficou em 39,520 bilhões de reais, bem acima do saldo negativo de 19,642 bilhões de reais em igual período de 2014.
Com isso, nos 12 meses até novembro o déficit do setor público consolidado alcançou 0,89 por cento Produto Interno Bruto (PIB), o pior patamar da série do BC. Em julho, o déficit em 12 meses também havia atingido esse nível, mas foi revisado para 0,88 por cento posteriormente. [nL1N1131OU]
Mais cedo neste mês, o Congresso aprovou a reversão da meta fiscal de 2015 de um superávit primário para um déficit do setor público consolidado de 48,9 bilhões de reais, equivalente a 0,85 por cento do PIB. O rombo pode subir a 117 bilhões de reais, ou 2,03 por cento do PIB, com o pagamento das chamadas pedaladas fiscais e com a frustração do ingresso neste ano das receitas com leilão de hidrelétricas.
(Por Marcela Ayres)

Salário mínimo vai para R$ 880 em 2016



São Paulo - A partir do dia 1° de janeiro, o salário mínimo no país será R$ 880,00 — um aumento de pouco mais de 11,5% em relação a este ano.
Dinheiro© Thinkstock/Rodrigo bellizzi Dinheiro
O decreto foi assinado pela presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira e será publicado amanhã no Diário Oficial da União.
O governo afirmou, em nota, que o reajuste dá continuidade "à sua política de valorização do salário mínimo, com impacto direto sobre cerca de 40 milhões de trabalhadores e aposentados, que atualmente recebem o piso nacional".

Cunha diz que pedido de afastamento contra ele é 'peça teatral'



Eduardo Cunha: Cunha impôs ritmo acelerado e derrotas ao governo 
© Fornecido por Estadão Cunha impôs ritmo acelerado e derrotas ao governo
BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira, 29, que o pedido de afastamento contra ele feito pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, "é uma peça teatral". "Tanto que ela é feita em atos", afirmou.
O presidente da Câmara disse não temer o processo contra ele no Conselho de Ética. "É processo de natureza política que tem que ser enfrentado", disse. Questionado se algo tirava o seu sono, ele rebateu: "nada me tira o sono, mas a mentira me tira a tranquilidade".
Cunha disse que no fim de semana leu a peça de 190 páginas e escreveu pessoalmente outras dez para integrar sua defesa. "Eu tenho conhecimento integral das 190 páginas da peça para dizer que é uma peça teatral. Ali não tem fatos, só atos teatrais", reforçou.
O presidente da Câmara confirmou que estava de posse de boletim de ocorrências relacionado ao deputado Fausto Pinato, ex-relator do processo instaurado no Conselho de Ética e disse que os documentos são públicos. "Sim, tinha várias cópias, várias pessoas me entregaram na véspera", afirmou. Cunha disse que o documento foi enviado, inclusive, pelo secretário de Segurança de São Paulo depois que Pinato relatou supostas ameaças. "Não tenho nenhum problema. É um documento público, qual o problema de eu ter um documento?", disse.
Durante buscas e apreensões, a Polícia Federal apreendeu no bolso do paletó de Cunha o boletim ocorrência em que o deputado Fausto Pinato relata crime de ameaça. Para a PGR, o "interesse incomum" de Cunha pelo documento reforça a suspeita em torno da atuação do peemedebista para pressionar o então relator do processo.
Cunha disse ainda que as cópias de documentos que tinha relacionados a contas no exterior eram cópias no inquérito. "Eu tirei cópia do que estava no inquérito, do que ele mesmo propôs", afirmou. "Eu desafio a vocês entregarem a peça (que pede seu afastamento) a 200 juristas. Vai ter 200 juristas dizendo que a peça não tem menor sentido", afirmou.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Como consultar o IPVA 2016 para carros de São Paulo



Além de disponibilizarem a consulta do valor do IPVA, bancos já começaram a recolher o imposto© hristian Müller/Thinkstock Além de disponibilizarem a consulta do valor do IPVA, bancos já começaram a recolher o imposto São Paulo - Os proprietários de veículos registrados no estado de São Paulo já podem consultar e pagar o valor do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de 2016.
A consulta pode ser feita em toda a rede bancária, tanto em caixas eletrônicos, pelo internet banking ou diretamente nas agências. 
A forma de consulta nos sites e terminais de autoatendimento muda conforme o banco, mas geralmente as informações relativas ao IPVA aparecem no campo de pagamentos ou tributos e para checar o valor exato do imposto basta informar o número do Renavam do carro. 
Outra maneira de verificar o IPVA é por meio do site da Secretaria da Fazenda do Estado. Ao acessar a página com as informações sobre o IPVA, basta clicar em "Consulta Valor Venal para o IPVA de 2016" e digitar a faixa de IPVA e o ano de fabricação do carro. Ambos os dados são encontrados no Certificado de Registro e Licenciamento do carro.
Enquanto as consultas feitas nos bancos mostram o valor exato do imposto a ser pago, a consulta pelo site da Secretaria da Fazenda mostra apenas o valor venal do carro (valor de mercado) e a alíquota do imposto (4%), restando ao contribuinte consultar o valor final do imposto.

Pagamento

Além de disponibilizar as informações sobre o valor do tributo, os bancos também já estão habilitados a fazer o recolhimento do IPVA do ano que vem.
O proprietário que optar por quitar o IPVA ainda em dezembro ou até a primeira data de vencimento, em janeiro, pode obter um desconto de 3% sobre o valor total do imposto ao pagar o tributo à vista. 
Quem quiser parcelar o pagamento em três prestações também deve pagar a primeira parcela até a primeira de data de vencimento, em janeiro. 
Quem perder o prazo do primeiro vencimento, em janeiro, só terá a opção de fazer o pagamento em cota única, sem desconto, em fevereiro.
A quitação do imposto deverá ser feita respeitando o calendário, de acordo com a placa do veículo. O contribuinte que deixar de recolher o imposto até a data de vencimento fica sujeito a multa de 0,33% por dia de atraso e juros de mora com base na taxa Selic. Passados 60 dias, o percentual da multa fica fixado em 20% do valor do imposto.
Veja na tabela a seguir as datas de vencimento para cada final de placa.

PlacaVencimento da 1ª parcela ou cota única com descontoVencimento da 2ª parcela ou cota única sem descontoVencimento da 3ª parcela
Final 111/jan11/fev11/mar
Final 212/jan12/fev14/mar
Final 313/jan15/fev15/mar
Final 414/jan16/fev16/mar
Final 515/jan17/fev17/mar
Final 618/jan18/fev18/mar
Final 719/jan19/fev21/mar
Final 820/jan22/fev22/mar
Final 921/jan23/fev23/mar
Final 022/jan24/fev24/mar

Governo ‘terceiriza’ financiamento de programas como Minha Casa e Pronatec



As duas principais vitrines eleitorais do governo Dilma Rousseff, o Minha Casa Minha Vida e o Pronatec, deixarão de ser bancadas com recursos do Tesouro Nacional em 2016.
De todas as receitas previstas para o Minha Casa Minha Vida no próximo ano, 90% deverão vir do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), fonte de recursos formada com os 8% descontados todo mês dos salários de cada trabalhador com carteira assinada. Não são, portanto, recursos públicos.
A remuneração do fundo para o trabalhador é de 3% ao ano mais Taxa Referencial (TR), muito abaixo da inflação, que já está em dois dígitos.
Minha Casa Minha Vida: Extensão. Até este ano, o FGTS subsidiava o Minha Casa para famílias com renda até R$ 6,5 mil; agora, subsidia faixas mais baixas de renda até R$ 1,8 mil© Fornecido por Estadão Extensão. Até este ano, o FGTS subsidiava o Minha Casa para famílias com renda até R$ 6,5 mil; agora, subsidia faixas mais baixas de renda até R$ 1,8 mil
“O governo pediu uma intervenção no Minha Casa Minha Vida. Agora quem paga esse programa são os trabalhadores brasileiros e isso tem de ficar claro para a população”, diz Luigi Nese, representante da Confederação Nacional de Serviços (CNS) no conselho curador do FGTS. O órgão, cuja metade dos membros é indicada pelo governo, aprovou o repasse, em setembro, até para obras em andamento, com o argumento de que era preciso salvar os empregos da indústria da construção.
Nese afirma que o FGTS vai gastar R$ 30 milhões em propaganda para informar os trabalhadores de que o dinheiro do FGTS está sendo usado, a fundo perdido, no Minha Casa.

Pronatec

Outro programa na corda bamba em 2016 se não fossem recursos privados é o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), voltado para o ensino técnico e profissional. A presidente prometeu, durante a campanha, que abriria 12 milhões de novas vagas no programa. Com os cortes no Orçamento, o governo, depois de eleito, diminuiu a meta para 5 milhões.
O Pronatec teve as receitas, formadas por recursos públicos, cortadas pelo Congresso de R$ 4 bilhões deste ano para R$ 1,6 bilhão em 2016.
Está praticamente certo que boa parte do programa será bancada pelo Sistema S, mas o valor ainda não foi definido. Para isso, o governo vai reduzir a parcela da contribuição que as empresas são obrigadas a fazer para essas entidades, que incluem Sesi, Senai, Senac e Sebrae, para destinar a diferença ao Pronatec. Atualmente, as alíquotas variam de 0,2% a 2,5% do faturamento. Se a redução for de 20% a 30%, a perda para as entidades ficará entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões.

Ajustes

No Minha Casa Minha Vida, que tem a terceira fase sendo anunciada pela presidente Dilma desde a campanha eleitoral do ano passado, a previsão inicial do orçamento de 2016 era R$ 15,5 bilhões. Mas o forte ajuste nas contas públicas levou governo e Congresso a passarem a tesoura em R$ 8,6 bilhões para fechar o próximo ano no azul. Com isso, sobraram apenas R$ 6,9 bilhões. Se o MCMV contasse apenas com esses recursos, haveria um redução forte no ritmo de execução das obras e adiamento de novas contratações – como de fato ocorreu este ano. 
A salvação do programa, que é chamariz para o governo em ano de eleições municipais, foi recorrer ao FGTS.
O orçamento aprovado do fundo para o MCMV em 2016 é de R$ 60,7 bilhões. Até este ano, o FGTS só era usado no programa para bancar descontos e juros subsidiados dos financiamentos de famílias com renda de até R$ 6,5 mil – as chamadas faixas 2 e 3.
Agora, porém, o Fundo passou a arcar com as obras das moradias direcionadas às famílias com renda mais baixa, de até R$ 1,8 mil mensais. Nesse caso, porém, os recursos são aplicados a fundo perdido, ou seja, não voltam para o fundo. Para 2016, foram aprovados R$ 4,8 bilhões para pagar as casas destinadas a esse público de baixa renda. O conselho curador autorizou o FGTS a custear até 60% do valor do imóvel em 2016 – o limite é de R$ 45 mil por moradia.
Também foi criada uma nova faixa, batizada de “faixa 1,5” com recursos do FGTS. Famílias com renda mensal de até R$ 2.350 terão subsídios de até R$ 45 mil na aquisição do imóvel com juros de 5% ao ano.

Bolsa Família

Apesar das ameaças, o Bolsa Família saiu ileso aos cortes dos programas sociais em 2016. O orçamento de R$ 28 bilhões do programa de transferência de renda foi mantido à custa da redução da meta de economia que o governo precisa fazer para o chamado superávit primário, pagamento dos juros da dívida pública – de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0,5%.
Essa foi uma das derrotas que pavimentaram a saída do ministro da Fazenda Joaquim Levy. Ele defendia a meta de superávit de 0,7% do PIB mesmo que isso significasse corte no programa criado no governo PT.

Presidente do PT fala em 'frustração' com atos do governo e pede mudança na economia



São Paulo - O presidente nacional do PT, Rui Falcão, publicou nesta segunda-feira, 28, um texto intitulado “Uma Nova e Ousada Política Econômica para 2016” no qual diz que “chega de altas de juros e cortes de investimentos” e cobra a adoção de medidas para a retomada do crescimento no ano que vem.
Com o texto, Falcão se junta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e movimentos sociais e sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Sem Terra (MST), Central de Movimentos Populares (CMP) e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que cobram a adoção de medidas concretas para acompanhar a entrada de Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda.
No texto divulgado nesta tarde, Falcão fala em retomada da “confiança” diante da “frustração” causada pelo início do segundo governo Dilma.

Leia a íntegra do texto:

Entre o final e de 2015 e o início de 2016, o governo da presidenta Dilma Rousseff precisa se concentrar na construção de uma pauta econômica que devolva à população a confiança perdida após a frustração dos primeiros atos de governo.
Claro que a oposição partidária do quanto pior melhor também contribuiu para agravar os problemas (muitos deles decorrentes da crise global do capitalismo), insistindo o ano todo com suas tentativas golpistas que desembocaram numa crise política.
Agora que o risco do impeachment arrefeceu, mas sem que as ameaças de direita tenham cessado, é hora de apresentar propostas capazes de retomar o crescimento econômico, de garantir o emprego, preservar a renda e os salários, controlar a inflação, investir, assegurar os direitos duramente conquistados pelo povo.
Chega de altas de juros e de cortes em investimentos. Nas propostas da Fundação Perseu Abramo e entidades parceiras, nos projetos da nossa Bancada, da Frente Brasil Popular, da CUT, do MST, entre outras, há subsídios à vontade para serem analisados e adotados.
Sabemos da competência, habilidade e capacidade de diálogo dos novos ministros Nelson Barbosa e Valdir Simão. Confiamos em que eles deem conta da tarefa, mudando com responsabilidade e ousadia a política econômica.

Descubra quantos aparelhos estão ligados na sua rede Wi-Fi



© Fornecido por Notícias ao Minuto
Wi-fi lento pode ser sinal de que existem muitos aparelhos conectados ao mesmo tempo. Para aqueles que desconfiam de que a conexão lenta esteja ocorrendo por conta de roubo de sinal, o site TechTudo montou um passo-a-passo para descobrir quantos dispositivos estão ligados à sua rede.
1 - Abra o Prompt de comando do seu computador clicando em “Windows+R” e digite a palavra cmd na tela que se abre;
2 - Digite o comando “ipconfig” e pressione enter;
3 - Procure pelo item “Gateway Padrão” da rede sem fio Wi-Fi e anote o número exibido;
4 - Abra seu navegador e digite o número exibido para acessar as configurações do seu modem;
5 - O aparelho solicitará o login e a senha do administrador. Digite-os e toque em “Fazer Login” para continuar;
6 - O local da lista, com os dispositivos conectados, pode variar. Com um modem DS-Link, estará em “Wireless>Station Info”. Procure também em “Device List”, “Attached Device”, “My Network” ou opções similares;
7 - Uma lista com os dispositivos conectados será mostrada junto com seus respectivos endereços MAC. Confira se eles batem com os dos seus dispositivos.
8 - Caso você constate que existe algum aparelho desconhecido conectado ao seu wi-fi, mude a senha.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Troca de líderes no Congresso pode influenciar processo de impeachment


Agência Brasil

Brasília - O deputado Leonardo Picciani protocolou lista com 36 assinaturas favoráveis a sua recondução à liderança da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados (Antônio Cruz/Agência Brasil) 
© Antonio Cruz/ Agência Brasil Brasília - O deputado Leonardo Picciani protocolou lista com 36 assinaturas favoráveis a sua recondução à liderança da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados (Antônio Cruz/Agência Brasil) A troca de cadeiras nas lideranças de partidos na Câmara dos Deputados pode levar a novos desdobramentos no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que acabou ficando para 2016. Em alguns partidos, a tendência é que os novos líderes sigam a mesma linha de seus antecessores. É o caso, por exemplo, do DEM, que tem como nome mais cotado para assumir a bancada o de Pauderney Avelino (AM) que deve seguir as indicações feitas pelo atual líder Mendonça Filho (PE). 
O mesmo deve ocorrer no PSDB, que já oficializou a substituição do atual líder Carlos Sampaio (SP) por Antônio Imbassahy (BA) a partir de fevereiro. Já os partidos da base governista não devem alterar as composições, exceto o PMDB, onde um racha entre integrantes aliados e de oposição ao governo ficou publicamente oficializado desde que Leonardo Picciani (RJ) indicou os nomes para a comissão especial que vai analisar o processo de impeachment.
O retorno do parlamentar fluminense à liderança foi conseguido depois que três deputados manifestaram mudança de opinião – Jéssica Sales (AC), Vitor Valim (CE) e Lindomar Garçon (RO) – e pelo retorno à bancada de alguns filiados que ocupavam cargos executivos no estado do Rio de Janeiro, entre eles, Marco Antonio Cabral, que era secretário de Estado de Esporte, Lazer e Juventude, e Pedro Paulo Carvalho, que era secretário municipal da Casa Civil do Rio de Janeiro.
Insatisfeitos com os nomes apresentados pelo líder, uma ala do partido reuniu assinaturas de 35 parlamentares para tirar o parlamentar do cargo e conseguiu manter na liderança, durante oito dias, o deputado Leonardo Quintão (MG). O grupo acusava Picciani de formular uma lista com base em orientação do Palácio do Planalto. Em uma reviravolta nas últimas semanas de trabalho legislativo, Picciani conseguiu o apoio dos 36 deputados do PMDB e foi reconduzido ao cargo.
Mas alguns acreditam que Picciani pode não resistir à uma nova votação. Ele teria que conseguir o apoio de dois terços da bancada, com 69 deputados. Em entrevista à Agência Brasil, Picciani confirmou que vai disputar a recondução e se mostrou otimista em relação ao apoio da legenda. “Estando na liderança, vou levar em consideração os diversos pensamentos. Isto demonstra que tem posições divergentes no partido e que devem ser consideradas”, afirmou.
Entre os peemedebistas que apoiam sua reeleição, Picciani não deve ter concorrentes. O grupo alinhado a ele deve considerá-lo o único candidato, mas, na ala que se afastou de Picciani, outros nomes pretendem ocupar o posto. Um deles, seria o próprio Quintão, segundo o deputado federal Lúcio Vieira Lima (BA), um dos peemedebistas que defendeu a substituição de Picciani. “Se for um líder que converse com a bancada, que não decida por ele, mas que tenha um comportamento ideal ao que todo líder é eleito, com certeza a lista deve ser modificada. Mas se for com o perfil do atual, não. Você não tem hoje o líder do PMDB, você tem um segundo líder de governo”, disse.
Comissão especial
Enquanto os partidos negociam essas mudanças, tramita na Casa um projeto de resolução, protocolado pelo DEM, que propõe a alteração do Regimento Interno da Câmara dos Deputados para incluir a possibilidade de apresentação de chapa avulsa para comissão especial que analisa o impeachment. O texto não foi submetido à votação, mas é alvo de críticas da base aliada, que já antecipou que pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) se houver qualquer tentativa de “driblar” a decisão da Corte sobre o andamento do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
A proposta do DEM foi protocolada horas depois de o STF decidir que a comissão especial tem de ser composta por representantes indicados pelos líderes dos partidos, escolhidos por meio de chapa única, e que, mesmo se tratando de eleição sobre assunto interno da Câmara, a votação deve ser aberta.

Cunha e Lewandowski

Este foi um dos questionamentos que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), levou à reunião com o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, no último dia 23, quando o recesso parlamentar e do Judiciário já tinham começado. O peemedebista quis formalizar pontos, que para a oposição ficaram obscuros. Eduardo Cunha afirmou que enquanto as questões não forem esclarecidas o processo de impeachment não pode ser reiniciado sob risco de judicializar qualquer passo dado pela Câmara. A expectativa é que a tramitação seja retomada em março. Lewandowski sinalizou que não deve haver mudanças. Segundo o magistrado, o rito não deixa "margem" para dúvidas.
Brasília - Presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, recebe em audiência o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Rosinei Coutinho/STF) 
© Rosinei Coutinho/STF Brasília - Presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, recebe em audiência o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Rosinei Coutinho/STF)
Em relação à composição da comissão, a dúvida de Cunha era sobre quantas vezes serão elencados nomes e submetidos ao plenário até que sejam aprovados. Os esclarecimentos, segundo o presidente da Câmara, foram feitos inclusive para “evitar descumprimento de decisão”.
Cunha também foi pedir ao STF que acelere a publicação do acórdão, documento que ratifica a decisão coletiva do tribunal sobre o rito do impeachment. Ainda assim, ele sinalizou, nos últimos dias de trabalho da Câmara, que vai entrar com embargo sobre a decisão em 1º de fevereiro, primeiro dia de atividades do Congresso no próximo ano, independentemente da publicação do acórdão pela Corte.
Além de terem invalidado quase todo o rito adotado pela Câmara, ao anular a eleição da chapa avulsa formada por deputados de oposição ao governo para compor a comissão, os ministros do Supremo ampliaram o papel do Senado no processo, afirmando que os senadores não são obrigados a prosseguir com o processo de impeachment acatado pelos deputados. Na prática, mesmo que o plenário da Câmara aprove, por dois terços dos parlamentares - 342 votos, a denúncia, os senadores podem arquivar o caso e evitar que Dilma seja afastada do cargo.
O pedido de impeachment protocolado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal foi aceito por Cunha no dia 2 de dezembro, depois de o deputado federal rejeitar 31 outros pedidos com mesmo objetivo. No texto, os juristas usam como argumento decretos considerados em “desacordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal” e a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que rejeitou as contas do governo de Dilma Rousseff de 2014. A avaliação do TCU está sendo analisada por deputados e senadores da Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Relator

No último dia de trabalho, antes do recesso parlamentar, o relator das contas, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), apresentou o relatório preliminar na CMO, em que defende a aprovação das contas com ressalvas. Os parlamentares ainda podem apresentar emendas ao texto e Gurgacz tem até o dia 28 de fevereiro para concluir o parecer. O relatório final deverá ser votado na comissão até o dia 6 de março.

Dilma fecha ano fortalecida contra impeachment, mas economia é pedra no sapato



Fato de não haver consenso para uma eventual Presidência de Temer tende a beneficiar petista 
© Copyright British Broadcasting Corporation 2015 Fato de não haver consenso para uma eventual Presidência de Temer tende a beneficiar petista
Após um 2015 muito turbulento, um 2016 igualmente complicado se descortina para a presidente Dilma Rousseff e o país.
Analistas políticos são unânimes em dizer que Dilma termina o ano fortalecida em sua luta para se manter no cargo, mas apontam alguns fatores que podem inverter essa tendência ou, no mínimo, manter seu governo fraco, ainda que ela não caia.
A principal vitória da presidente foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de barrar o rito para tramitação do impeachment proposto pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Outros fatores que a fortalecem, notam os especialistas, são a falta de unidade em torno do vice-presidente Michel Temer como sucessor de Dilma e as graves denúncias que pesam sobre Cunha e acabam "maculando”, de certa forma, o processo de impeachment.
Vice decorativo? As diferenças entre o papel de Temer e o de seus antecessores
Por outro lado, ressaltam, a esperada piora da economia no primeiro semestre de 2016 e o risco de novas revelações e prisões dentro da Operação Lava Jato – que investiga esquema de corrupção na Petrobras – podem criar um cenário muito negativo para Dilma.
E o fato de a decisão sobre o impeachment ter ficado só para fevereiro, quando o Congresso retoma suas atividades após o recesso, potencializa esses riscos ao dar mais tempo para eventuais desdobramentos negativos na economia e na Lava Jato.
Além disso, mesmo que Dilma sobreviva ao impeachment, ainda terá que enfrentar processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cujos desfechos são imprevisíveis. Há quatro ações movidas pelo PSDB logo após a eleição de 2014 que acusam a campanha da chapa Dilma-Temer de irregularidades e pedem sua cassação.
Se o TSE decidir a favor dos tucanos ainda em 2016, novas eleições seriam convocadas para eleger um novo presidente – esse é o cenário dos sonhos do senador Aécio Neves (PSDB-MG), provável candidato do PSDB em caso de um pleito adiantado.
"Hoje parece que é mais difícil (ser aprovado o impeachment), mas tudo na nossa política é tão dinâmico que pode ter uma reviravolta a qualquer momento”, acredita Pablo Ortellado, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP.
"A gente não sabe o que a Lava Jato vai fazer, quem vai prender, como a opinião pública vai reagir a isso, o que vai acontecer no TSE. Tem tantos elementos, tantas pedras se movendo, que é muito difícil fazer um diagnóstico”, acrescenta.
Entenda melhor abaixo o que pesará a favor e contra Dilma em 2016.

O QUE FORTALECE DILMA:

Vitória no Supremo

Na semana passada, o STF decidiu anular a eleição secreta que deu a maior parte das vagas na Comissão Especial de impeachment para deputados da oposição. Essa comissão, que será instaurada na Câmara, deve emitir um parecer a favor ou contra abertura de um processo contra Dilma.
Segundo o Supremo, são os líderes partidários que devem apontar seus representantes. No caso do PMDB, partido com mais vagas na comissão ao lado o do PT, por exemplo, isso favorece o governo porque o líder Leonardo Picciani (PMDB-RJ) é aliado de Dilma.
Além disso, o STF garantiu ao Senado o poder de recursar a instauração de um processo de impeachment mesmo que a Câmara a aprove. Isso também favorece a presidente porque hoje sua base de apoio no Senado é mais fiel do que na Câmara.
"Acho que a presidente saiu fortalecida desses últimos episódios, principalmente da decisão tomada pelo STF sobre o rito do impeachment que deu um grande poder para o Senado. Como o presidente do Senado, Renan Calheiros, é aliado da presidente, isso deu a ela uma sobrevida”, observa o professor de ciência política da USP José Álvaro Moisés.

Cunha enfraquecido

Principal liderança à frente do processo de impeachment, Eduardo Cunha enfrenta graves acusações de corrupção e sofreu algumas derrotas neste final de ano.
Finalmente, o Conselho de Ética conseguiu aprovar a abertura de um processo que, no limite, pode provocar sua cassação. Cunha é acusado de se beneficiar do esquema de corrupção na Petrobras e de manter milhões de dólares não declarados em contas na Suíça.
Além disso, a Procuradoria-Geral da República solicitou ao STF seu afastamento do mandato de deputado sob acusação de que Cunha usa seu cargo para atrapalhar investigações contra si. O tribunal deve analisar o pedido em fevereiro, após seu recesso.
"Esse processo de impeachment que está tramitando perdeu força substancialmente. Foi alvejado. A decisão do STF foi fundamental para isso, mais a fragilização do Eduardo Cunha. Dificilmente esse processo tramitará e chegará a um afastamento”, acredita o professor de ciência política da UFPE, Antonio Lavareda.

Temer não gerou consenso

O vice-presidente Michel Temer não gerou, ao menos por hora, consenso em torno de seu nome.
O partido que preside, o PMDB, se mostra dividido sobre o impeachment de Dilma – se de um lado aliados do próprio Temer e de Cunha se articulam pela derrubada da presidente, de outro lideranças peemedebistas importantes como Eduardo Paes (prefeito do Rio), Luiz Pezão (governador do Rio) e Renan Calheiros (presidente do Senado) vêm dando apoio à continuidade do governo Dilma.
A carta que Temer escreveu à Dilma reclamando que aliados seus foram desalojados de cargos importantes do governo lhe rendeu críticas, principalmente de Calheiros.
Além disso, a Política Federal realizou uma operação de busca e apreensão na semana passada contra diversas lideranças do PMDB, inclusive aliados do vice. Dias depois, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou ao jornal Folha de São Paulo que o PSDB não deveria ocupar cargos em um eventual governo do PMDB e que Temer "foi um parceiro permanente e ativo da gestão que fez o Brasil retroceder 20 anos".
"As últimas notícias da Lava Jato atingiram muito o PMDB. Toda essa agenda negativa gerou um afastamento da oposição em relação ao governo temer, especialmente o Aécio. O plano alternativo em caso de impeachment não foi devidamente construído ainda", afirma Rafael Cortez, cientista político da consultoria Tendências.

O QUE ENFRAQUECE DILMA:

Crise econômica

A economia brasileira deve fechar o ano de 2015 com retração de 3,6% e caminha para uma nova contração em 2016 de 2,8%, segundo as projeções predominantes entre analistas de mercado que são semanalmente consultados pelo Banco Central.
Aliado a isso, temos inflação acima de 10% e com tendência a recuar pouco no ano seguinte. Quanto a expectativa para a taxa de desemprego é ainda pior. O percentual de trabalhadores sem ocupação passou de 4,8% em novembro de 2014 para 7,5% no mês passado e tende a continuar subindo em 2016, preveem economistas.
Como o recesso parlamentar jogou o desfecho do impeachment para depois do Carnaval, a oposição espera que o agravamento da crise econômica pode aumentar o apoio popular ao afastamento de Dilma.
"O tempo é um fator que abre espaço para um quadro econômico mais nocivo do ponto de vista da geração do emprego e isso pode retomar certa mobilização em torno do impeachment que hoje não existe”, avalia Cortez.

Operação Lava Jato

Operação Lava Jato deve continuar tendo forte impacto político em 2016© Copyright British Broadcasting Corporation 2015 Operação Lava Jato deve continuar tendo forte impacto político em 2016
O grande problema da Operação Lava Jato para Dilma é sua imprevisibilidade e potencial explosivo, como ficou evidente, por exemplo, na prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), então líder do governo no Senado,
O petista foi detido após ser revelada uma gravação em que ele oferecia ajuda para tentar retirar do país o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, que atualmente colabora com a operação.
Há expectativa de que Delcídio possa firmar acordo de delação premiada para ele próprio colaborar com as investigações em troca de penas mais brandas.
"Um trilho (negativo) é a economia, outro trilho é a Operação Lava Jato. Não se sabe para que caminho vai, quem vai atingir. É muita imprevisibilidade”, nota Lavareda.

TSE

Há quatro ações propostas pelo PSDB na Justiça Eleitoral com objetivo de cassar os mandatos de Dilma e Temer. O partido derrotado nas eleições presidenciais de 2014 acusa a chapa vencedora de ter cometido diversas irregularidades como uso da máquina pública em seu favor e recebimento de doações de empreiteiras que seriam na verdade fruto de propinas cobradas no esquema de corrupção da Petrobras.
Até fevereiro, Dilma deve encaminhar sua defesa no processo que está mais adiantado, a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) 761. A partir daí abrem-se prazos relativamente curtos para a coleta de possíveis provas e depoimentos de testemunhas. O encaminhamento do processo para votação depende, porém, da ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora do caso.
Se o TSE decidir pela cassação da chapa ainda em 2016, devem ser convocadas novas eleições para presidente em 90 dias. No entanto, se tal decisão ocorrer a partir de 2017, quando já terá passado metade do mandato de Dilma, o novo mandatário do país é eleito internamente pelo Congresso.

Em nota, Aécio diz que governo faz 'truques contábeis' para pagar pedaladas



Aécio Neves: O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves 
© Fornecido por Estadão O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves
Brasília - O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG) divulgou nesta sexta-feira, 25, nota criticando a edição pelo governo federal da Medida Provisória (MP) 704, que trata das fontes de recursos para cobertura de despesas primárias obrigatórias e pagamento da Dívida Pública Federal (DPF). "Vemos, mais uma vez, e lamentavelmente, o governo Dilma fazer uso de truques contábeis - o uso do superávit financeiro da conta única do Tesouro Nacional - para pagar outros truques contábeis que foram as pedaladas fiscais", afirma Aécio.
Pela MP 704, publicada na quinta, o superávit financeiro das fontes de recursos decorrentes de vinculação legal existentes no Tesouro Nacional em 31 de dezembro de 2014 poderá ser destinado à cobertura de despesas primárias obrigatórias no exercício de 2015. Ela estabelece ainda que os valores de concessões de crédito realizadas por força de lei ou medida provisória pagos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à União serão destinados exclusivamente ao pagamento da DPF.
Para o tucano, Dilma repete "o mesmo truque" utilizado em dezembro de 2014, quando foi editada a MP 661, que estabelecia em um de seus artigos que "o superávit financeiro das fontes de recursos existentes no Tesouro Nacional poderá ser destinado à cobertura de despesas primárias obrigatórias". "Este ano, portanto, o governo Dilma volta a editar a Medida Provisória autorizando o uso do saldo financeiro da conta única do Tesouro Nacional para pagar tanto despesas primárias quanto as pedaladas fiscais", diz o tucano.
O presidente do PSDB lembra que a nova MP foi publicada às vésperas do Natal, assim como as MPs que mudaram o seguro desemprego e as pensões, no ano anterior. "É um governo que pede um novo voto confiança aos investidores, mas que, na manhã seguinte, volta a se aproveitar de um momento em que a imprensa e a sociedade estão desmobilizadas para publicar atos polêmicos", ataca.
"O recado está claro: tudo indica que o governo federal usará novamente uma manobra fiscal para fazer frente a suas despesas. O saldo financeiro da conta única do Tesouro Nacional deveria ser usado, no entanto, apenas para o pagamento de dívida pública, como estabelece a Lei 11.943, de 28 de maio de 2009", completa o senador.
Aécio destaca que para fazer uso de recursos da conta única para pagar despesas atrasadas, seria necessário que o governo tivesse arrecadação superior à despesa primária, "o que não é o caso", aponta. "De acordo com as boas práticas contábeis, despesas primárias (despesas não financeiras) devem ser pagas com a receita de impostos e contribuições. Quando o governo não tem recursos suficientes para pagar suas despesas não financeiras, pede recursos emprestados ao mercado por meio da emissão e vendas de títulos públicos, uma operação que aumenta a dívida bruta e a líquida no ato do pagamento das despesas não financeiras que deu origem ao aumento da dívida", emenda na nota.
Ao final da mensagem, o tucano fala em falta de bom senso do governo petista. "Uma despesa primária atrasada deveria ser paga com arrecadação de impostos e/ou com aumento da divida bruta decorrente da emissão de novos títulos públicos. Mas quem espera bom senso e transparência de um governo do PT sempre se decepciona", lamenta.