O setor público
brasileiro registrou um déficit primário de 19,567 bilhões de reais em
novembro, o pior para o mês na série histórica do Banco Central iniciada
em 2001, acumulando em 12 meses o maior rombo para as contas públicas
já registrado como proporção do Produto Interno Bruto (PIB).
O
resultado ressalta a forte deterioração fiscal, afetada pela
arrecadação em queda num ano de recessão, e com medidas de ajuste
atenuadas ou emperradas no Legislativo em meio à intensa crise política.
Segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira, o
saldo negativo de novembro foi provocado pelo déficit do governo central
(-21,671 bilhões de reais) e de empresas estatais (-249 milhões de
reais), sendo apenas ligeiramente compensado pelo superávit de Estados e
municípios (+2,352 bilhões de reais).Ele veio maior que projeções de
analistas de um déficit de 14 bilhões de reais para o mês, conforme
pesquisa da Reuters. No acumulado dos onze primeiros meses do ano, o
déficit ficou em 39,520 bilhões de reais, bem acima do saldo negativo
de 19,642 bilhões de reais em igual período de 2014.
Com
isso, nos 12 meses até novembro o déficit do setor público consolidado
alcançou 0,89 por cento Produto Interno Bruto (PIB), o pior patamar da
série do BC. Em julho, o déficit em 12 meses também havia atingido esse
nível, mas foi revisado para 0,88 por cento posteriormente. [nL1N1131OU]
Mais
cedo neste mês, o Congresso aprovou a reversão da meta fiscal de 2015
de um superávit primário para um déficit do setor público consolidado de
48,9 bilhões de reais, equivalente a 0,85 por cento do PIB. O rombo
pode subir a 117 bilhões de reais, ou 2,03 por cento do PIB, com o
pagamento das chamadas pedaladas fiscais e com a frustração do ingresso
neste ano das receitas com leilão de hidrelétricas.
(Por Marcela Ayres)
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