BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira, 29, que o pedido de afastamento
contra ele feito pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, "é
uma peça teatral". "Tanto que ela é feita em atos", afirmou.
O
presidente da Câmara disse não temer o processo contra ele no Conselho
de Ética. "É processo de natureza política que tem que ser enfrentado",
disse. Questionado se algo tirava o seu sono, ele rebateu: "nada me tira
o sono, mas a mentira me tira a tranquilidade".
Cunha disse que
no fim de semana leu a peça de 190 páginas e escreveu pessoalmente
outras dez para integrar sua defesa. "Eu tenho conhecimento integral das
190 páginas da peça para dizer que é uma peça teatral. Ali não tem
fatos, só atos teatrais", reforçou.
O presidente da Câmara
confirmou que estava de posse de boletim de ocorrências relacionado ao
deputado Fausto Pinato, ex-relator do processo instaurado no Conselho de
Ética e disse que os documentos são públicos. "Sim, tinha várias
cópias, várias pessoas me entregaram na véspera", afirmou. Cunha disse
que o documento foi enviado, inclusive, pelo secretário de Segurança de
São Paulo depois que Pinato relatou supostas ameaças. "Não tenho nenhum
problema. É um documento público, qual o problema de eu ter um
documento?", disse.
Durante buscas e apreensões, a Polícia Federal
apreendeu no bolso do paletó de Cunha o boletim ocorrência em que o
deputado Fausto Pinato relata crime de ameaça. Para a PGR, o "interesse
incomum" de Cunha pelo documento reforça a suspeita em torno da atuação
do peemedebista para pressionar o então relator do processo.
Cunha
disse ainda que as cópias de documentos que tinha relacionados a contas
no exterior eram cópias no inquérito. "Eu tirei cópia do que estava no
inquérito, do que ele mesmo propôs", afirmou. "Eu desafio a vocês
entregarem a peça (que pede seu afastamento) a 200 juristas. Vai ter 200
juristas dizendo que a peça não tem menor sentido", afirmou.
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