BRASÍLIA - O relator da reforma da Previdência, deputado
Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou que o presidente Michel Temer
autorizou modificações na proposta em relação a cinco temas: regra de
transição, aposentadoria rural, Benefício de Prestação Continuada,
pensões e aposentadorias especiais de professores e policiais. O
parlamentar garantiu, no entanto, que nenhum dos ajustes comprometerá a
“espinha dorsal” da reforma para garantir o equilíbrio fiscal e a
sustentabilidade da Previdência Social no futuro.
Oliveira Maia se
reuniu hoje pela manhã com Temer para discutir e avaliar as
reivindicações dos parlamentares. Segundo o relator, a maior parte das
emendas apresentadas tratam desses pontos, bem como as reivindicações
que ele tem ouvido dos parlamentares durante visitas que tem feito às
bancadas. “Esses cinco temas são, sem dúvida, os mais demandados por
ajustes. Essas mudanças que se solicitam são mudanças todas elas que vão
na direção de atender pessoas menos favorecidas”, disse o relator.
Oliveira
Maia, que já vinha admitindo a criação de uma regra específica de
aposentadoria para profissionais em profissão de risco (notadamente
policiais), disse hoje que professores e policiais serão agora
contemplados. “Os professores e policiais, pelas suas características
próprias, historicamente já estão sendo contemplados com situações
diversas, e as solicitações que chegam ao presidente são para preservar
condições diferenciadas para categorias que já historicamente se
encontram em situação de diferença. Não há aí nenhum privilégio, o que
aí existe claramente é fazendo ajustes buscar equilíbrio maior, senso de
justiça maior”, explicou o relator.
“Todas as solicitações de
ajuste vão no sentido de atender menos favorecidos”, frisou Oliveira
Maia. O deputado ressaltou que o BPC, por exemplo, é pago a idosos e
pessoas com deficiência de baixa renda, assim como as pensões são pagas a
“mulheres ou homens que perderam seus parceiros e, portanto, estão em
condições de maior vulnerabilidade”.
“Não há nenhum risco de se
quebrar espinha dorsal, aquilo que pode trazer regularidade fiscal ao
nosso país, garantir continuidade de avanços econômicos. Estão
preservados todos os parâmetros de natureza econômica que possam dar
sustentabilidade à Previdência Social”, disse Oliveira Maia.
O
relator também anunciou que todos estarão sujeitos ao teto do INSS. “Não
importa se são deputados ou senadores”, disse. Oliveira Maia disse que
também haverá o fim dos supersalários. “Nesta PEC, com eventuais
ajustes, estará preservado o fim de qualquer privilégio e a noção de
equidade.”
Nesta semana, o relator vai iniciar conversas com os
senadores, já para alinhar o texto às sugestões deles. “Não queremos
interferir na decisão do Senado, mas falei com líder Renan [Calheiros] e
líder [Romero] Jucá”, disse Oliveira Maia.
O presidente da
comissão especial da reforma na Câmara, deputado Carlos Marun (PMDB-MS),
afirmou que, para acomodar as mudanças, a apresentação do relatório
será adiada para o dia 18 de abril. Segundo Marun, a reunião de hoje
para discutir as mudanças na proposta da reforma foi convocada ontem
pelo presidente Michel Temer.
“Recebemos ontem um chamado do
presidente Michel Temer para que fizéssemos hoje pela manhã uma reunião
para discutir as mudanças”, disse.
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