O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, 7, em entrevista à rádio O Povo,
do Ceará, que está "ansioso" para depor ao juiz federal Sérgio Moro, no
dia 3 de maio, em Curitiba. "É a primeira oportunidade que vou ter de
saber qual é a acusação e a prova que tem contra mim", afirmou Lula, que
transmitiu a entrevista ao vivo pela sua conta no Facebook. Lula disse
também que Moro "cumpre um papel importante na história do País". "A
única coisa que eu condeno nisso tudo é utilizar a imprensa para
condenar as pessoas previamente, antes de haver provas", afirmou o
ex-presidente.
Assista à entrevista na íntegra:
"A
única coisa que ouvi até agora é 'não esperem prova, tenho convicção'.
As pessoas não podem dizer que têm convicção, é preciso mostrar", disse
Lula, em referência à suposta declaração do procurador Deltan Dallagnol,
que viralizou na internet, quando apresentou a denúncia contra Lula.
Sobre o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que
pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer, Lula definiu como "uma certa
confusão política desnecessária no Brasil". "O PSDB (partido autor do
processo) deveria ter pensado no que está fazendo no Brasil. Você
tentar, nessa altura do campeonato, cassar a Dilma que já foi cassada?
Penso que a desgraça que tinha de ser feita contra Dilma eles já
fizeram, que foi inventar uma mentira da pedalada."
O petista falou que, para que o País tenha tranquilidade, é
necessário que os eleitores vão às urnas escolher um novo presidente.
"Que saia o candidato que quiser, que coloque o Tite da seleção
brasileira, o Alckmin, Doria, Aécio, Temer, Renan, Ciro Gomes, todo
mundo. Que saiam 500 candidatos e o povo escolha um e depois assuma a
responsabilidade por quem escolheu."
Lula afirmou, na entrevista,
que é preciso "ordenar o País". "O Poder Executivo precisa governar, o
Legislativo legislar, e o Judiciário, sobretudo a Suprema Corte, ser o
garante da Constituição", disse o ex-presidente, que aproveitou para
criticar a atuação de alguns juízes. "Eu vejo juiz dando declaração na
televisão fora dos autos do processo. As pessoas que querem emitir
opinião sobre política deveriam deixar um cargo vitalício e entrar num
partido político."
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