Com oito ministros investigados no rastro da Operação Lava
Jato, o presidente Michel Temer participou nesta quarta-feira (19) de
solenidade com o juiz federal Sergio Moro em comemoração ao Dia do
Exército.
Na
tribuna de honra, o peemedebista fez questão de cumprimentar o
magistrado, mas eles não conversaram e não se sentaram próximos. O
presidente foi embora do evento antes do magistrado, que se retirou na
sequência.
O juiz foi um dos agraciados com a medalha de Honra do
Mérito Militar, entregue pelo Exército a pessoas que tenham prestado
serviços relevantes à nação brasileira.
A condecoração também foi
concedida a militares, políticos, personalidades e juristas, como o
apresentador Luciano Huck e os ministros do STF (Supremo Tribunal
Federal) Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. Os dois últimos não
participaram do evento.
Em discurso no evento, o comandante do
Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou que o país passa por uma
"aguda crise moral", expressa, segundo ele, "em incontáveis escândalos
de corrupção", que "comprometem o futuro" do país.
Ele ressaltou
ainda que o momento de crise "embaça a percepção" do projeto de nação,
que se dispersa "em lutas por interesses pessoais e corporativos
sobrepostos aos interesses nacionais".
Segundo ele, contudo, isso
não pode "servir para disputas paralisantes" e a Constituição Federal
deve ser respeitada, assim como "os valores da democracia".
"O
momento exige do povo e de suas lideranças a união de propósitos que nos
catalise o esforço de regeneração, para restabelecer a esperança",
disse. "Não há atalhos fora da Constituição Federal", acrescentou.
Ao
todo, Fachin autorizou a abertura de inquéritos contra oito ministros,
24 senadores e 39 deputados federais, incluindo os presidentes da Câmara
e do Senado.
Como presidente da República, Temer não pode ser
investigado por episódios anteriores ao seu mandato. Ele, contudo, é
citado em delações premiadas da Odebrecht.
Em uma delas, é acusado
de ter comandado em 2010 reunião em que se acertou o pagamento de US$
40 milhões de propina de um contrato da empreiteira com a Petrobras.
O presidente negou ter tratado de valores no encontro em São Paulo. Com informações da Folhapress.
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