É de um intermediário de um contrato do governo federal – a compra
de submarinos franceses pela Marinha – o título de maior recebedor
individual de recursos supostamente ilícitos pagos pela Odebrecht até
agora rastreados. Trata-se do lobista José Amaro Ramos, com ¤ 40 milhões
(R$ 133,3 milhões). Só no quinto posto da lista das pessoas físicas
aparece o primeiro político: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio,
com R$ 97,9 milhões.
Levantamento do Estado mostra
o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega (PT) envolvido em repasses que
chegaram a R$ 93 milhões – isso sem contar os R$ 150 milhões entregues
para as campanhas de Dilma Rousseff em 2010 e 2014.
A lista dos dez maiores recebedores de recursos tem ainda: o senador
Aécio Neves (PSDB-MG), com R$ 65,5 milhões supostamente obtidos em
campanhas eleitorais, fraudes em contratos de estatais e licitações; um
ministro angolano não identificado (R$ 63 milhões); o ex-prefeito do Rio
Eduardo Paes (PMDB), que teria embolsado R$ 47,7 milhões em campanhas
eleitorais, e o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto
Kassab (PSD), com R$ 41,2 milhões relacionados à fundação de seu
partido e a contratos no Ministério das Cidades e na Prefeitura de São
Paulo.
Os 20 primeiros nomes da lista concentram 67% dos
recebimentos. Há nela ainda o senador José Serra (PSDB-SP), o
ex-ministro Antonio Palocci (PT), o ministro da Agricultura, Blairo
Maggi (PP), o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o ex-deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), os governadores do Rio,
Luiz Fernando Pezão (PMDB), e de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o
deputado federal Julio Lopes (PP-RJ). Procurados pelo Estado, todos negaram o recebimento de recursos ilegais.
Partidos.
O PT foi a sigla para qual os delatores da Odebrecht disseram que mais
entregaram recursos: R$ 408,7 milhões. Sozinho, o partido concentrou
24,3% do total rastreado pelo Estado entregue pela empreiteira como
propina ou caixa 2 em campanhas eleitorais.
Seu ex-sócio no
governo federal, o PMDB, é o partido que aparece em segundo lugar, com
R$ 287 milhões em pagamentos (17,1%). Somando as quantias dos
peemedebistas com as do PT e do PP (R$ 93,1 milhões, ou 5,5%) – os três
partidos que inicialmente eram alvo da Lava Jato – chega-se ao total de
50,4% dos pagamentos.
O PSDB é o terceiro partido que mais recebeu
dinheiro da Odebrecht, de acordo com o levantamento do Estado. Seus
integrantes ficaram com R$ 151,9 milhões – 9% do total rastreado. Aa
maior parte do valor foi paga a seus membros de São Paulo e de Minas
Gerais.
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