São Paulo – Se você já colocou, ou espera um dia colocar, sua carreira
em “piloto automático”, ou seja, anseia por navegar pelo mercado sem
que seja necessário fazer o esforço dos anos iniciais na profissão,
cuidado. Isso pode levá-lo à derrocada, garantem especialistas.
“Não
existe espaço para acomodados. Piloto automático para carreiras só
serviria se fosse de 3ª geração e com inteligência cognitiva”,
brinca, Irene Azevedoh, diretora de transição de carreira da LHH.
A
dificuldade em perceber a volatilidade do mundo é mais evidente em
profissionais de segmentos que enfrentam menos turbulências, segundo
Irene. Por outro lado, quem já passou por reestruturações, fusões e
aquisições muito provavelmente tem maior grau de consciência.
“Não
existe mais um mundo seguro, nem garantia, nem zona de conforto”, diz
Jaqueline Weigel, coach estudiosa de futurismo e focada em ajudar as
pessoas a fazer a transição para a nova era. É que diante desse
cenário, atitudes se tornam obsoletas e podem significar a fracasso
profissional, segundo os especialistas.
O que acontece, muitas vezes, é que comportamentos
já sem validade hoje seguem sendo praticados por profissionais ainda
que eles adotem discurso completamente diferente e ajustado aos novos
tempos. “A maioria é farsa”, diz Jaqueline.
Confira que tipo de mentalidade não dá mais resultado na carreira de ninguém:
1. “Eu sei como se faz”
Imagine
um engenheiro que há 30 anos trabalhe da exata mesma forma. A quem
questiona o seu modo de fazer ele dá a clássica resposta: “sei como se
faz, sempre foi assim que eu fiz”.
Profissionais com essa
mentalidade perdem espaço para aqueles que têm o foco direcionado para a
experimentação e visão sistêmica. Ganham destaque pessoas que topam
experimentar novas maneiras de fazer as coisas e que consigam perceber
como mudanças na rota afetam o todo da operação.
2. “Eu insisto”
Sem
consciência da velocidade de mudança, insistir em caminhos antigos
ainda que eles não funcionem mais é outra atitude obsoleta para limar da
carreira. “Temos que parar de perder tempo tentando arrumar o que não
vale. É como querer consertar um videocassete nos dias de hoje”, diz
Jaqueline.
Se não traz mais resultado, o melhor é tomar outro
rumo.“Pessoas muito rígidas e não dispostas a se adaptar a essa
realidade de mundo volátil estão comentendo um dos erros que considero
cruciais na carreira”, diz Irene Azevedoh.
A mudança é constante e
rápida e já há quem saiba disso. “São aqueles profissionais que pensam:
não deu certo? Vamos fazer de outro jeito”, diz Jaqueline.
3. “Uso meu poder para impor o que eu quero”
É
o medo de não possuir as competências necessárias para percorrer novas
trilhas que leva profissionais a adorar o que já conhecem. “Pessoas com
essa mentalidade, geralmente, usam sua autoridade para impor velhos
caminhos”, diz Jaqueline.
Executivos identificados com poder,
comando, controle, ego e vaidade tendem a decretar sua vontade sem
pensar no que é melhor para o negócio e, por isso, vão fracassar.
Está
mais ajustado à atualidade quem é nutrido pelo novo e não liga para
autoridade. “ Pelo contrário, compartilha o poder, estimula, empodera e
acompanha, ao invés de controlar”, diz Jaqueline.
4. “Não olho à minha volta”
É o tal do piloto automático. “Enquanto não há razões graves, tem muita gente que não vai mudar”, diz Jaqueline.
O
contrário desse comportamento é ser aberto, consciente e questionador.
“Geralmente são pessoas imbuídas de grande valor moral e ético e que não
se convencem com a máxima é assim que funciona”, diz Jaqueline.
Irene,
da LHH, chama atenção para a importância da capacidade de aprendizado
nesse mundo de rupturas tecnológicas. “Um recrutador vai querer saber,
por exemplo, quantas vezes na carreira, o profissional quis aprender
algo novo”, diz.
Ela afirma que adaptabilidade e capacidade de
aprendizado fazem parte de um “pacote de competências” que todo
profissional deve ter.
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