O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta
quinta-feira colocar no banco dos réus o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL). Oito dos onze ministros da Corte decidiram que o
peemedebista deve ser julgado pelo crime de peculato, desvio de dinheiro
público, por ter usado um lobista da empreiteira Mendes Júnior para
pagar pensão a uma filha que teve fora do casamento.
Os ministros
Edson Fachin, relator da matéria, Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki,
Luiz Fux, Celso de Melo e a presidente do STF, Cármen Lúcia, aceitaram
parcialmente denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República em
2013, apenas para o crime de peculato.
Os ministros Marco Aurélio
Mello e Rosa Weber aceitaram integralmente a peça acusatória, que também
atribui a Renan Calheiros os crimes de falsidade ideológica e uso de
documento público falso.
Os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski rejeitaram a acusação da PGR integralmente.
Nove anos de investigações
Em
junho de 2007, a jornalista Mônica Veloso, com quem Renan teve uma
filha fora do casamento, revelou com exclusividade a VEJA que teve
despesas pessoais pagas por Cláudio Gontijo, lobista da construtora
Mendes Júnior. Segundo ela, os pagamentos eram realizados em dinheiro
vivo e quase sempre feitos no escritório da empreiteira em Brasília.
Mônica
contou que recebeu os valores de março de 2004 a novembro de 2005.
Começou com 40.000 reais para pagar um ano de aluguel antecipadamente –
na verdade, 43.200 reais, pagos em 15 de março de 2004, conforme recibo
da imobiliária obtido por VEJA.
Além disso, ela recebeu pensão
mensal de 8.000 reais e, de agosto de 2004 a março de 2005, mais 2.800
reais para pagar a empresa de segurança devido a ameaças de morte
anônimas que teria recebido. De março de 2005 em diante, quando trocou a
casa por outro apartamento, além da pensão de 8 000 reais, foram
incorporados 4.000 reais para o aluguel, num total de 12.000 reais
mensais.
Renan nega todas as acusações.
Réu na linha sucessória
Em
novembro, seis dos oito ministros do STF votaram a favor da ação
apresentada pelo partido Rede Sustentabilidade de que réus não poderão
ocupar cargos na linha de sucessão presidencial, que inclui os
presidentes da Câmara e do Senado.
A sessão, no entanto, foi
suspensa após pedido de vistas do ministro Dias Toffoli. Na ocasião, os
ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso não
estavam presentes na sessão.
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