Em entrevista a uma TV da Turquia, ex-presidente disse que Moro não pode se comportar como um 'ungido que resolverá todos os problemas da humanidade'
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21 dez 2016, 22h46
Réu em cinco ações penais diferentes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar, em entrevista a uma TV turca,
os procuradores que o denunciaram por envolvimento em esquemas de
corrupção no Brasil. Perguntado sobre como reage diante de tantas
acusações, Lula respondeu que as recebeu com “muita tranquilidade” e que
a intenção delas, na verdade, era “criminalizar o seu governo, e tudo o
que ele fez nele”.
“Fico indignado como ser humano, tranquilo como político, sabedor das
coisas que fiz. E eles têm que saber que, se eu voltar, vou fazer o
mesmo. Vou fazer mais e melhor”, afirmou ele na entrevista que foi ao ar
na noite desta quarta-feira pela TRT World. Na conversa, o
petista também defendeu que o Brasil realizasse novas eleições diretas
para a Presidência.
Em seus ataques, Lula disparou mais especificamente contra os
procuradores do Distrito Federal que o denunciaram por tráfico de
influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa na compra dos 36
caças suecos na Operação Zelotes – a denúncia foi aceita na última
sexta pela Justiça do DF. “Ou ele [o procurador] é analfabeto ou ele tem
má fé ou é mau caráter. Ele não pode ser um cidadão normal. Porque ele
sabe que a presidente era a Dilma. Para dizer uma sandice dessa, ele tem
que dizer que eu corrompi a Aeronáutica, que eu corrompi o governo da
Dilma, que eu corrompi o Congresso ou que eu corrompi o governo sueco”,
disse.
Em tom mais ameno, o ex-presidente também criticou o juiz Sergio
Moro, que já instaurou duas ações contra ele na Lava Jato. “Eu não quero
atrapalhar o juiz Moro de fazer o trabalho dele. Agora o que ele não
pode é se comportar como um ungido para resolver o problema da
humanidade desrespeitando critérios jurídicos, democráticos e de
direitos humanos. Quero que ele faça as coisas dentro da lei e não se
determine rei dos reis”, afirmou.
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