O juiz Sérgio Moro aceitou mais uma denúncia do MPF
(Ministério Público Federal) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e mais sete pessoas nesta segunda-feira (19). O magistrado também
decretou o sequestro de um apartamento que fica no mesmo prédio onde o
petista mora, em São Bernardo do Campo, "diante dos indícios de que foi
adquirido com proventos do crime".
Esta é a terceira vez que o
petista se torna réu apenas no âmbito da Operação Lava Jato, e a quinta
no total, já que também responde a processos relativos à Operação
Zelotes, que investiga a venda de decisões do Carf (Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais) e à Operação Janus, que investiga
repasses do BNDES para a Odebrecht em Angola.
A denúncia mais
recente têm relação com a compra de um terreno para a construção de uma
nova sede para o Instituto Lula e de um apartamento que não está em nome
de Lula, mas que fica no mesmo prédio onde ele vive em seu imóvel
particular. Em seu despacho, Moro afirma que há "indícios de que [o
segundo apartamento] pertence de fato ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula
da Silva que o teria recebido, segundo a denúncia, como propina do Grupo
Odebrecht".
Ao aceitar as acusações do MPF, Moro afirma que a
construtora Odebrecht pagou pela compra do imóvel em 2010 e que não há
registro de pagamento de aluguéis entre 2011 e 2015. Também foram
indicados pelo crime de lavagem de dinheiro a ex-primeira dama Marisa
Letícia, o ex-ministro Antônio Palocci, o primo do pecuarista José
Carlos Bumlai, Glaucos da Costamarques, o ex-presidente da Odebrecht,
Marcelo Odebrecht, o dono da empresa DAG Construtora, Demerval de Souza
Gusmão Filho , o advogado do ex-presidente Lula Roberto Teixeira, e o
assessor de Palocci Branislav Kontic.
Outro lado
Em
nota, a Odebrecht afirmou que não se manifestará sobre o tema. Já
o Instituto Lula reafirmou que "nunca teve outra sede a não ser o
sobrado onde funciona até hoje". Os demais acusados ainda não foram
localizados para responder às novas denúncias.
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