Uma investigação da Polícia Federal apura se a empreiteira
Odebrecht fez uma reforma na piscina do Palácio da Alvorada, residência
oficial dos presidentes da República, em 2008, durante o segundo mandato
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o jornal Folha de S. Paulo publicou neste domingo, a obra não teria contrato com o governo nem registro público.
Conforme
o jornal, a PF encontrou indícios da suposta reforma ao
analisar mensagens trocadas entre o ex-presidente da empreiteira Marcelo
Odebrecht e executivos da empresa.
Em um deles, Odebrecht
pergunta a Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o BJ, ex-presidente da
Odebrecht Infraestrutura, se “o trabalho das pedras foi bem concluído”.
“Meu pai vai estar com o amigo hoje. O trabalho das pedras foi bem
concluído? Qual ficou sendo a solução final?”, perguntou Marcelo
Odebrecht a Benedicto Júnior.
Segundo a Polícia Federal, os
codinomes “amigo” e “amigo de EO” eram utilizados pelos executivos da
Odebrecht para se referirem ao ex-presidente Lula.
A Folha de S. Paulo
diz ter tido acesso a documentos que comprovam a “colocação de piso de
pedra em volta da piscina” do Alvorada em 2008, na época em que as
mensagens foram enviadas. O jornal afirma que funcionários da
empreiteira e da presidência da República confirmam que não havia
contrato público para a realização da obra.
Em outras mensagens,
um mês antes, Marcelo Odebrecht é informado pela secretária do
ex-executivo da Vale Carlos Anisio Figueiredo de que ele tinha “urgência
em lhe falar sobre a colocação de granito na piscina em Brasília”.
Perguntado
se a demanda poderia ser encaminhada a Benedicto Júnior, Odebrecht
concorda e responde: “Alinhar para não haver divulgação e qual
estratégia se houver (provável) vazamento na mídia”. “Lembre o rolo que
foi a reforma do Planalto. Na época pensei em ser mencionado como doação
do pessoal de granito do Brasil para divulgar para visitantes do
exterior”, conclui.
O relatório da PF sobre a análise das
mensagens diz que “diante da proximidade das datas das mensagens”,
haveria uma “clara possibilidade” de que elas tratariam do mesmo tema.
A Odebrecht e o ex-presidente Lula não comentaram o teor da reportagem publicada pela Folha.
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