segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Lula acompanhava de perto o que ocorria na Petrobras, diz Delcídio





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O ex-senador Delcídio do Amaral decidiu romper o silêncio de meses e concedeu uma entrevista à rádio Jovem Pan. Mesmo processado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o delator da Operação Lava Jato afirma que Lula acompanhava de perto o que ocorria na Petrobras durante seu governo.

Questionado se "Lula é o pai do mensalão e do petrolão", o ex-parlamentar do PT ironiza: “Lula nunca sabe de nada, no petrolão também”.

Mas segue a declaração: "Ele era um presidente protagonista, atuante. Tinha um perfil diferente". "No caso do mensalão, efetivamente, as provas são contundentes, tanto é que foram reconhecidas (...). Ficou muito claro quem era quem nesse processo (do mensalão)", disse.

"Agora, em relação à Petrobras é inegável. A Petrobras sempre teve influência política. Dizer que isso começou agora não é verdade. Como também corrupção e caixa dois não são privilégio do PT, do PMDB, isso já existe, existia", ressaltou Delcídio, que também foi ministro de Minas e Energia entre 1994 e 1995.

"No caso do governo Lula, a Petrobras teve uma participação muito mais ampla do governo. Era uma política de Estado, (de ter) a Petrobras como alavancadora do desenvolvimento e do crescimento do País", recordou o ex-petista.

"Isso naturalmente exigia um acompanhamento claro e um posicionamento muito mais próximo de um presidente da República e de seus ministros do que em outros governos", salientou Delcídio do Amaral. "Ou seja, Lula acompanhava de perto?", pergunta o jornalista Claudio Tognolli. "Acompanhava. Isso é claro, isso eu vi bem", reafirmou.

O ex-senador comentou ainda outra acusação que fez ao ex-presidente em sua delação premiada à Lava Jato. Em seu depoimento à força-tarefa garantiu que partiu de Lula a ordem “expressa” para oferecer dinheiro à família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, com o objetivo de que este não fizesse delação premiada nem citasse o suposto esquema de compra de sondas superfaturadas pela estatal com o amigo de Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai.

Bernardo Cerveró, filho de Nestor, gravou a conversa com Delcídio que levou à prisão do ex-petista em novembro do ano passado por tentar obstruir a justiça.

Em nota enviada à Jovem Pan, a defesa do ex-presidente informou que Delcídio do Amaral mentiu sobre a compra do silêncio de Nestor Cerveró e está sendo processado por este motivo.

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