A baixa popularidade da
presidente Dilma Rousseff não é motivo para a abertura de um processo de
impeachment, disse nesta terça-feira o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem cabe decidir sobre o
andamento ou não de um processo de impedimento no Congresso.
Cunha
falou com jornalistas na Câmara depois de pesquisa do instituto MDA,
encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), apontar que
70 por cento dos entrevistados consideram o governo Dilma como ruim ou
péssimo. [nL1N12R1EC]
"Impopularidade
não é motivo de impeachment", disse Cunha. "Eu sempre disse que
impeachment não pode ser tratado como recurso eleitoral, nem como
recurso contra a impopularidade. Ele tem que ser tratado dentro dos
objetivos previstos na Constituição e na lei".
O
presidente da Câmara avaliou que a popularidade da presidente tem sido
contaminada pela atual situação econômica ruim vivida pelo Brasil, em
meio a um quadro de recessão.
"A
situação econômica está em uma recessão que vai se aprofundando a cada
dia e você não vê perspectiva de melhora, com uma retração de
investimentos, com uma retração da atividade como um todo, e isso
obviamente contamina a popularidade", disse.
Cunha
avaliou, ainda, que a baixa popularidade complica a situação do governo
no Congresso Nacional, já que dificulta a aprovação de medidas enviadas
pelo Executivo ao Legislativo, justamente em um momento que o governo
envia propostas para tentar reequilibrar as contas públicas.
"A
impopularidade... ela afeta é a governabilidade, ou seja, as medidas
colocadas passam a não ter tanto apoio ou passam a ter mais
contestação", disse Cunha, que rompeu com o governo Dilma depois de
virar um dos alvos da operação Lava Jato ao ser citado por um delator
como tendo recebido propina do esquema de corrupção na Petrobras.
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