Apesar da ofensiva do governo para garantir votos para a Reforma da Previdência,
o relator do projeto, Arthur Maia (PPS-BA), disse que há base para
aprovar as mudanças. "O governo está afinado, não tenho dúvida nenhuma
que temos base parlamentar para aprovar PEC da Previdência", afirmou.
Maia defendeu a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria. “Não dá
pra pensar em não ter idade mínima de 65 anos de jeito nenhum”, disse,
ao deixar o Ministério da Fazenda, em Brasília, após reunião com o
ministro Henrique Meirelles.
Enquanto o governo defende a aprovação da proposta da forma como foi
enviada ao Congresso, Maia voltou a defender modificações, entre elas
mudanças nas regras de transição e a flexibilização do ponto que proíbe
acumular pensão e aposentadoria. "Continuo dizendo que regra de
transição é muito abrupta e continuo entendendo que merece alternativas,
que a discussão seja aprofundada", disse.
Na última sexta-feira,
o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ter
sido "convencido" pelo ministro Meirelles de que não é necessário mexer
na proposta para a regra de transição enviada pelo governo, que cria um
pedágio em que homens com 50 anos e mulheres com 45 têm de trabalhar
mais metade do tempo que falta para se aposentar.
Hoje, o relator
Arthur Maia comentou ainda uma das emendas apresentadas ao projeto, que
permite a acumulação de pensão e aposentadoria desde que o total fique
abaixo do teto do INSS: "É razoável".
De acordo com o relator, na
reunião com Meirelles, foram discutidas, "ponto a ponto", as demandas
dos parlamentares por mudança no texto da reforma enviado pelo governo,
principalmente as regras de transição para o novo modelo, mudanças na
aposentadoria de policiais e dos trabalhadores rurais e nas regras de
concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
"A proposta
que o governo encaminhou recebe uma série de demandas por mudanças dos
parlamentares. Vim apresentar pontos de maior demanda e agora temos que
fazer contas", completou.
Segundo ele, a reunião de hoje não foi
conclusiva em relação a como esses pontos serão tratados em seu
relatório e o tema ainda será bastante discutido, inclusive em um jantar
entre o presidente Michel Temer e líderes da base nesta noite. "Vamos
apresentar diversos pontos de vista no Palácio da Alvorada para tratar
do andamento da PEC no Congresso Nacional", acrescentou.
Apesar
de dizer que não há nada decidido, Arthur Maia afirmou que não adianta
discutir a reforma sem alguns pontos, como o do estabelecimento de uma
idade mínima para a aposentadoria. Outras mudanças também deverão ser
incluídas no relatório de Maia para "proteger" receitas previdenciárias,
como a cobrança de tributos de entidades filantrópicas, hoje isentas, e
o endurecimento de regras para quem sonega contribuições para a
Previdência. Uma das alternativas é enquadrar como crime de
responsabilidade fiscal o não pagamento das contribuições
previdenciárias por gestores públicos./COM AGÊNCIA BRASIL
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