O lobista Fernando Baiano foi preso em novembro de 2014, na
etapa da Lava Jato conhecida como Operação Juízo Final, que mirou o
braço empresarial do esquema de corrupção na estatal. Apontado como
intermediador de propinas para ex-diretores da Petrobras e integrantes
do PMDB, ele passou dez meses na cadeia antes de decidir contar o que
sabe. Quando falou, confirmou ter feito pagamentos ilegais ao então
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), num total de 4 milhões de reais em
dinheiro vivo. Também contou ter participado pessoalmente de uma
operação que levou 2 milhões de reais à primeira campanha de Dilma
Rousseff à Presidência, em 2010. Em prisão domiciliar desde novembro do
ano passado, o lobista vê agora ameaçados os benefícios de sua delação. E
enfrenta um divórcio litigioso que pode lhe custar a convivência com os
filhos. Das brigas com a ex-mulher à omissão que pode levá-lo de volta
para a cadeia, reportagem de VEJA desce ao inferno de Fernando Baiano.
Graças
a acordos de cooperação internacional, a força-tarefa da Operação Lava
Jato descobriu que o lobista não contou tudo sobre sua participação em
esquemas criminosos com empreiteiras do petrolão. Caberá agora,
portanto, ao juiz Sergio Moro decidir se mantém os benefícios do acordo.
O lobista foi condenado a 16 anos, 1 mês e 10 dias de prisão por
corrupção e lavagem de dinheiro. Ele ainda é réu em outro processo na
Lava Jato. Por isso se esforça para provar o que disse aos
investigadores – e assim cumprir apenas os 4 anos de cadeia acordados. A
corrida se dá em meio à separação da mulher, Fátima Duarte. Ela quer a
guarda dos filhos e os bens de Baiano – todos já confiscados para saldar
a milionária dívida que ele tem com a Justiça.
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