Não é de
hoje que a poluição das águas do Rio de Janeiro é um dos principais
pontos de críticas da imprensa nacional e internacional. O assunto pode
até ter ficado um pouco de lado nas últimas semanas, dando espaço ao
zika vírus, mas a duas semanas dos Jogos Olímpicos volta a receber
atenção.
Nessa quinta-feira, o jornal norte-americano The Washington Post, um
dos mais prestigiados do mundo, publicou uma reportagem con título
"A lagoa em frente ao Parque Olímpico do Rio é tão imunda que os peixes
estão morrendo".
A publicação lembra que o governo brasileiro
havia prometido limpar 80% da água de esgoto na Baía de Guanabara. No
entanto, a meta não foi alcançada e parou nos 50%. O artigo também cita a
lagoa de Jacarepaguá e a lagoa Rodrigo de Freitas.
Segundo o jornal, o Brasil prometeu "jogos verdes por um planeta azul" e, em vez de disso, terá a "Olimpíada da sujeira".
"Quando falamos sobre o legado ambiental, falamos de saúde pública.
Neste aspecto, o Rio é um fracasso", afirmou o oceanógrafo David Zee,
que estudou as águas do Rio de Janeiro por décadas.
O
Washington Post relatou o "cheiro podre" no entornodo Parque Olímpico e
conversou com pescadores da região de Jacarepaguá, que disseram que "a
lagoa está morta" e que peixes costumam flutuar pelas águas cinzentas.
A
publicação relata que os subúrbios da zona Oeste do Rio, o local do
Parque Olímpico e Vila Olímpica, cresceram rapidamente nas últimas
décadas e a infraestrutura de saneamento não conseguiu acompanhar esse
ritmo.
Um porta-voz da Secretaria do Meio Ambiente do governo do
estado afirmou, sob condição de anonimato, que os esforços para
despoluir as lagoas ficaram ainda mais complicados por causa da "falta
de coesão entre os diferentes órgãos governamentais responsáveis."
Nenhum comentário:
Postar um comentário