Em uma derrota inesperada para o governo Michel Temer, a base
aliada ao Palácio do Planalto na Câmara não conseguiu aprovar a urgência
constitucional do projeto que trata da renegociação das dívidas dos
Estados com a União.
Para que fosse aprovado, o pedido precisaria
do voto favorável da maioria absoluta dos parlamentares, ou pelo menos
257 votos. Em votação nominal, feita há pouco, 253 parlamentares se
posicionaram a favor da urgência, 131 contra e houve duas abstenções.
O
pedido de urgência era importante para o governo, porque colocaria o
projeto como prioridade de apreciação no plenário. Defendido pelo
governo, o texto é fruto de acordo com governadores e prevê, entre
outros pontos, o alongamento das dívidas dos Estados com a União.
Mais
cedo, o líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE),
disse que uma das prioridades da próxima semana na Câmara seria a
votação do mérito do texto que trata da renegociação das dívidas. "Esse
projeto é de grande importância para os Estados em virtude da crise por
eles enfrentada", disse.
Com a falta de acordo, o mérito do projeto não entrou na
pauta da noite desta quarta-feira,5, mas a aprovação da urgência era
dada como certa. Para conseguir a prioridade, o governo agora precisará
colher novamente as assinaturas para o pedido de urgência e conseguir
aprová-la em nova sessão.Uma das preocupações é o tempo exíguo para
aprovação antes que os deputados entrem em "recesso branco".
A
pausa nos trabalhos será iniciada na próxima sexta-feira (15) e vai até o
início de agosto. Em meio às dificuldades, o Supremo Tribunal Federal
(STF) deu prazo até 22 de agosto para que União e Estados formalizem o
acordo sobre as dívidas, o que seria efetivado com a aprovação da lei. A
Corte aguarda até essa data para analisar o mérito de pedidos de
Estados que defendem o uso de juros simples no cálculo dos débitos.
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