Preso desde janeiro de 2015, o
ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró deixou a
prisão na manhã desta sexta-feira. Condenado em duas sentenças da Lava
Jato, que somam 17 anos de prisão, o ex-dirigente ganhou o benefício de
poder cumprir a pena em regime domiciliar devido ao acordo de delação
premiada fechado com o Ministério Público Federal e homologado pelo
Supremo Tribunal Federal (STF).
Escoltado
por dois agentes, ele embarcou antes de todos os passageiros, no
aeroporto Afonso Pena, na Grande Curitiba, em um avião que voava para o
Rio de Janeiro. Do aeroporto do Galeão, Cerveró deve seguir para
Itaipava, no interior do Rio, onde ele já havia passado as festas do fim
do ano passado. Pessoas que viram o embarque do delator se
surpreenderam com o tom amistoso com o qual se despediu dos agentes da
PF.
Vídeos exibidos pelo jornal da Globo News mostram que, na hora do desembarque no Rio, Cerveró foi hostilizado com gritos de "ladrão" e "corrupto" pelos passageiros.
Como
foi acertado em sua colaboração, Cerveró deveria permanecer em regime
fechado por um ano, cinco meses e nove dias, contabilizando já o tempo
em que ficou preso desde janeiro de 2015. Conforme o acordo, ele agora
deve usar tornozeleira eletrônica e não pode se ausentar de sua casa
pelo período de um ano e seis meses. Também foi combinado que o
ex-dirigente irá devolver aos cofres públicos mais de 18 milhões de reais.
Em sua delação,
o ex-diretor da estatal afirmou que a presidente afastada Dilma
Rousseff mentiu sobre a compra da refinaria de Pasadena nos Estados
Unidos, e implicou políticos do PMDB no esquema, como presidente do
Senado, Renan Calheiros (AL) e o presidente afastado da Câmara, Eduardo
Cunha (RJ).
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