O novo ministro da Saúde,
Ricardo Barros, disse nesta terça-feira não ter qualquer intenção de
redimensionar o tamanho do Sistema Único de Saúde, em uma volta atrás de
declaração anterior dada ao jornal Folha de S.Paulo indicando que o
tamanho do SUS precisaria ser revisto.
"Eu
não tenho nenhuma pretensão de redimensionar o SUS. O que nós
precisamos é capacidade de financiamento para atender suas demandas",
disse Barros durante encontro de especialistas sobre a situação da
malária no país, em Brasília, de acordo com a assessoria de imprensa o
Ministério da Saúde.
Segundo o
ministro, que foi nomeado para o cargo na semana passada pelo
presidente interino Michel Temer, o que é necessário no momento é
capacidade de financiamento para atender as demandas do SUS.
"Só
conseguiremos isso, espaço fiscal para a saúde, se nós conseguirmos
repactuar os gastos que estão sendo excessivos na Previdência”, disse
Barros, que como deputado foi relator do Orçamento de 2016 na Câmara.
A
declaração do ministro negando intenção de rever o tamanho do SUS
marcou um recuo em relação à afirmação dada em entrevista ao jornal
Folha de S.Paulo publicada nesta terça-feira. Ao jornal, Barros disse
que em algum momento o país não conseguirá mais sustentar direitos como o
acesso universal à saúde.
"Vamos
ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as
aposentadorias, e em outros países que tiveram que repactuar as
obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de
sustentá-las", disse Barros na entrevista. "Temos que chegar ao ponto do
equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o
cidadão tem direito de receber."
(Texto de Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
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