Desde o dia 6 de março de 2015, quando a Procuradoria-Geral da República abriu os primeiros inquéritos para investigar políticos na Operação Lava Jato, baseados nas delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, o Supremo Tribunal Federal (STF)
abriu apenas cinco ações penais decorrentes das apurações. O número foi
divulgado nesta sexta-feira, em um balanço da PGR sobre as
investigações conduzidas pelo grupo de trabalho comandado pelo
procurador-geral, Rodrigo Janot.
Naquele dia, 28 inquéritos foram
instaurados para investigar 55 políticos supostamente envolvidos no
esquema de corrupção na Petrobras. De lá para cá, mais nove
procedimentos de apuração foram abertos e seis, arquivados.
“Não
só avançamos nessa área temática, com desenvolvimento de técnicas de
investigação e definição de estratégias, como tivemos mais agilidade nos
trâmites dos processos de pessoas com prerrogativa de foro”, afirma
Janot, que desde janeiro de 2015 é auxiliado por um grupo de dez de
procuradores da República e mais seis colaboradores, que trabalham em
cooperação com a força-tarefa da Lava Jato no Paraná.
O
procurador-geral da República define o esquema descortinado pelas
investigações como “teia criminosa se divide em uma estrutura com
vínculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes
agem em comunhão de esforços e objetivos, e em uma estrutura mais
verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando,
controle e de tomadas de decisões mais relevantes”.
Entre as 20
denúncias apresentadas por Rodrigo Janot contra 59 acusados, no entanto,
apenas seis foram analisadas pelo Supremo. Uma delas, contra o deputado
federal Aníbal Gomes (PMDB-AL), não foi aceita.
Em outras cinco ações propostas pelo Ministério Público Federal, o STF recebeu as acusações contra Gomes, o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR), a senadora Gleisi Hoffmann
(PT-PR) e os ex-deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Solange Almeida
(PMDB-RJ). Isso significa que eles se tornaram réus e serão julgados.
Como
têm foro privilegiado, Gleisi, Meurer e Aníbal Gomes terão as sentenças
assinadas no Supremo. Os dois processos contra Cunha, um deles em
companhia de Solange, estão sob responsabilidade do juiz federal Sergio
Moro, à frente dos processos da Operação Lava Jato na primeira instância
em Curitiba.
Enquanto o STF abriu apenas cinco ações penais e não
concluiu nenhuma delas, a propósito, Moro finalizou 25 processos, com
123 condenados e 36 absolvidos.
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