Depois de entregar o último documento da defesa, o advogado da
presidente afastada Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, foi notificado
nesta sexta-feira de que o julgamento final do impeachment será dia 25
de agosto, às 9h. Cardozo foi comunicado, mas a própria Dilma receberá a
mesma notificação.
Cardozo apresentou a chamada contradita ao
libelo acusatório, apresentado na última quarta-feira pelos autores do
impeachment, os advogados Miguel Reale Júnior, Janaína Paschoal e Hélio
Bicudo. A defesa entregou as contestações faltando apenas três minutos
para o prazo final. O documento tem 670 páginas, para contestar um
libelo (resumo dos fatos do processo) de apenas nove páginas. Cardozo
não disse se Dilma participará ou não do julgamento final, mas petistas
defendem que a ela compareça.
Cardozo ainda arrolou seis
testemunhas que serão ouvidas no julgamento: o economista e professo
Luiz Gonzaga Belluzzo, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, a
ex-secretária de Orçamento Federal Ester Duek, entre outros.
No
documento de 670 páginas, Cardozo pede a absolvição de Dilma e até a
nulidade do processo. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e
do processo de impeachment, o ministro Ricardo Lewandowski, ainda tem
que definir as regras do julgamento, se funcionará nos finais de semana
ou não. A previsão do Senado é agora de três a quatro dias de
julgamento.
AFASTAMENTO DEVE SER DEFINITIVO
O
Senado decidiu na última quarta-feira levar a presidente Dilma ao
julgamento final no processo. Foram 59 votos a favor e 21 contrários. O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não votou. O resultado
sinaliza que o afastamento deve ser definitivo, uma vez que na fase
final são necessários 54 votos entre os 81 senadores.
Na
tentativa de evitar sua condenação, Dilma fará uma carta citando a
questão do plebiscito sobre novas eleições, segundo senadores do PT. A
avaliação é que, apesar do placar de derrota da sessão de quarta-feira, é
preciso reforçar o corpo a corpo junto aos senadores.
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