7 péssimas notícias que Dilma recebeu em 6 meses de governo
São Paulo – O segundo mandato
da presidente Dilma Rousseff começou conturbado. Em seis meses de
governo, a petista já precisou enfrentar dificuldades de peso, como as
acusações da Operação Lava Jato, as brigas políticas com o Congresso e
as denúncias de irregularidades nas contas públicas.
Com
a popularidade em baixa, Dilma tenta agora dar destaque a uma agenda
positiva, na esperança de deixar ao menos parte da maré de azar para
trás.
Veja a seguir sete
notícias ruins para Dilma que dominaram o noticiário político nos seis
primeiros meses do segundo mandato da petista:
Ajuste fiscal
Recém-eleita e com uma economia cheia de problemas nas mãos, a presidente Dilma se viu obrigada a lançar uma série de ajustes fiscais, com o objetivo de arrumar as contas públicas. As propostas são naturalmente impopulares, o que acirrou os ânimos num momento em que o país já se dividia, após eleições apertadas.
O
ajuste fiscal ficou a cargo do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e
inclui medidas como maior restrição ao seguro-desemprego e cortes em
programas como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Fies
(Programa de Financiamento Estudantil).
Eduardo Cunha presidente da Câmara
Uma das principais derrotas do governo Dilma nesses primeiros seis meses de mandato foi a eleição de Eduardo Cunha (PMDB) para a presidência da Câmara dos Deputados.
Apesar
de seu partido compor a base aliada, Cunha já se posicionou como
“independente” em relação ao Palácio do Planalto. Ele liderou o chamado
“blocão”, grupo de parlamentares descontentes com o governo, e chegou a
impor derrotas importantes à presidente.
A
fim de evitar sua vitória, Dilma patrocinou a campanha de Arlindo
Chinaglia (PT) para o cargo. Mas não deu certo. Eduardo Cunha foi eleito
em primeiro turno e saiu da eleição muito mais forte do que entrou. A
derrota já tem custado caro à presidente, que enfrenta dificuldades para
aprovar projetos de interesse do governo.
Operação Lava Jato
Como se não bastassem as notícias ruins vindas da economia, a Operação Lava Jato ganhou fôlego no início do segundo mandato de Dilma, levantando suspeitas contra nomes próximos à presidente e figuras importantes do PT.
Em
junho, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi preso na
operação, o que acendeu o sinal vermelho no partido, devido à
proximidade entre o empresário e o ex-presidente Lula.
Meses
antes, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto já havia sido detido sob
suspeita de participar do esquema de corrupção e pagamento de propina
envolvendo a Petrobras. Outros nomes importantes da política brasileira
aparecem na lista de investigados, dentre eles o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
PetrobrasA
presidente Dilma também encontrou problemas em outra frente no início
deste segundo mandato: a Petrobras. Assolada por denúncias de corrupção
na estatal, a presidente da empresa, Maria das Graças Foster, renunciou ao cargo,
após semanas de muita pressão. Graça Foster era mulher de confiança da
presidente, e sua saída foi vista como uma derrota dura para Dilma.
Nesta
semana, a Petrobras anunciou que vai reduzir os investimentos em 37%
nos próximos anos. O esquema de corrupção investigado pela Operação Lava
Jato deixou um rombo de R$ 6 bilhões para a empresa no ano passado.
Protestos contra o governoCom um cenário nebuloso como este, a presidente ainda enfrentou uma série de protestos contra seu governo,
após pouco mais de dois meses da posse. As primeiras manifestações
ocorreram em março, e levaram milhares de pessoas às ruas. Parte dos
manifestantes pedia o impeachment da presidente.
Após
as manifestantes, um grupo de parlamentares aventou a possibilidade de
entrar com pedido para tirar a presidente do poder. No entanto, a ideia
perdeu força frente aos argumentos de que não haveria justificativas
para tanto.
PEC da BengalaUma das principais derrotas de Dilma Rousseff no Congresso
após a eleição de Eduardo Cunha, a aprovação da PEC (Proposta de Emenda
à Constituição) da Bengala pela Câmara tirou poder da presidente.
Aprovada em maio, a
medida eleva de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria compulsória
dos ministros dos tribunais superiores. Com a decisão, a presidente
Dilma perdeu o direito de indicar cinco ministros para o Supremo
Tribunal Federal (STF) até o fim do seu governo. A medida já havia
passado no Senado, portanto já começou a valer.
Rejeição das contas no TCUComo se não bastassem todos esses revezes, no mês passado a presidente foi bombardeada por mais uma surpresa. O TCU (Tribunal de Contas da União) está questionando o governo a respeito das contas fiscais de 2014.
De
acordo com o órgão, as contas têm “indícios de irregularidades”. Dilma
precisará explicar práticas orçamentárias que, segundo o TCU, violam a
lei de responsabilidade fiscal.
Pior aprovação da história
Com este cenário de más notícias, a aprovação da presidente Dilma apresentou seu pior resultado desde o primeiro mandato. Pesquisa Datafolha divulgada no mês passado mostrou que 65% do eleitorado avaliava a gestão da presidente como ruim ou péssima. Do outro lado, apenas 10% avaliam o governo da petista como ótimo ou bom. É a maior reprovação desde Collor.
Como resposta a um quadro de crise, a presidente iniciou no mês passado uma agenda positiva, com lançamentos de programas nas áreas de infraestrutura e exportação, além de uma nova fase do programa Minha Casa Minha Vida.
O objetivo é trabalhar para que os próximos seis meses de governo sejam melhores que os primeiros. De fato, no cenário atual algumas boas notícias não fariam mal a ninguém.
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