O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos
processos da Operação Lava Jato em 1ª instância, condenou, na manhã
desta segunda-feira, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci Filho a doze anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A
decisão foi proferida em um processo que envolve a atuação da Odebrecht
junto a Petrobras, favorecida em troca de repasses de propina ao PT. A
sentença também condenou o empresário Marcelo Odebrecht, o ex-tesoureiro
do PT João Vaccari, os marqueteiros João Santana e Mônica Moura,
ex-diretores da Petrobras e ex-executivos do grupo Odebrecht.
Na
sentença, Moro ressalta que Palocci foi considerado sem antecedentes,
uma vez que ainda não foi condenado em outros processos a que é acusado.
O juiz ressalta, no entanto, que deve ser considerado negativamente o
fato dos valores desviados terem envolvido pagamentos de serviços em
campanhas eleitorais. “A contaminação com recursos do crime do processo
político democrático é o elemento mais reprovável do esquema criminoso
da Petrobras”, escreveu na sentença o magistrado.
De acordo com as
delações do grupo Odebrecht, que o juiz avalia terem sido corroboradas
por provas, o ex-ministro interferiu nas decisões do governo federal em
favor da empresa, em troca de recursos para as campanhas do PT. Seria
ele o “Italiano”, codinome ao qual são associados repasses de valores
nas planilhas encontradas pela Polícia Federal durante ações na empresa,
nas casas e escritórios de executivos.
Nas suas alegações finais,
Palocci negou as acusações e pediu a absolvição. Ele está preso
preventivamente desde setembro de 2016 e continuará detido após a
condenação, mesmo que recorra da decisão. O tempo cumprido agora será
debitado da pena que lhe for imputada ao final do processo. O
ex-ministro negocia acordo de delação premiada, com a expectativa de que
possa comprometer ainda mais a situação do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), cujo processo entra agora no radar de Moro, uma vez
que também já foram cumpridas todas as etapas processuais, faltando a
sentença.
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