O presidente Michel Temer (PMDB) foi notificado oficialmente, na tarde desta quinta-feira, da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que o acusou de ter cometido o crime de corrupção passiva. Em nome do presidente, quem recebeu o documento foi o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha.
A
entrega foi feita pelo primeiro-secretário da Câmara dos Deputados,
Fernando Giacobo (PR-PR). Agora, passa a contar o prazo de dez sessões
do plenário para que o presidente, se quiser, encaminhe as suas
alegações diante da denúncia feita pela PGR.
Leitura
Diante
de um plenário vazio, a deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO) se
encarregou de fazer a leitura do documento. A tucana levou quase duas
horas para apresentar aos poucos colegas presentes as 64 páginas
escritas por Janot com as acusações contra Michel Temer e seu
ex-assessor especial, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
Os
próximos passos da denúncia são a indicação, pelo presidente da
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Rodrigo
Pacheco (PMDB-MG), de um parlamentar para ser o relator da denúncia.
Apesar de ser do partido do presidente, Pacheco cogita indicar um nome
independente, o que irrita os aliados do governo na comissão.
Depois
de Temer apresentar sua defesa, esse relator terá um outro prazo, de
cinco sessões da CCJ, para apresentar suas conclusões a respeito. Na
sequência, os deputados deverão votar se aprovam ou não o relatório.
Independentemente da definição, o documento também terá de ser votado
pelo plenário.
Tramitação
Lá,
a denúncia precisará do apoio de 342 dos 513 deputados para ser
aprovada. Se for confirmada, segue para a decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal
(STF). Se o número não for alcançado, a acusação é arquivada. Já na
análise jurídica dos ministros do STF, o apoio de mais da metade dos
ministros à denúncia representa a transformação de Michel Temer em réu e
o seu afastamento automático do cargo de presidente da República.
Caso
isso ocorra, a Corte terá 180 dias para julgá-lo, prazo em que o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), exerce provisoriamente o
cargo. Se Temer for condenado, perde o mandato e é substituído através
de eleições indiretas. Absolvido, reassume a função.
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