BRASÍLIA - O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) negou um
recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvas e manteve o
arquivamento de uma reclamação disciplinar contra quatro procuradores da
República que integram a força tarefa da Operação Lava-Jato. O relator
do caso foi o conselheiro Otavio Brito Lopes, que foi acompanhado pelos
demais integrantes do CNMP.
A reclamação foi protocolada em 10 de
agosto do ano passado contra os procuradores Athayde Ribeiro Costa,
Jerusa Burmann Viecili, Júlio Carlos Motta Noronha e Roberson Henrique
Pozzobon. A defesa de Lula os acusou de terem antecipado juízo de valor
sobre fatos que ainda estavam em investigação na época.
Em uma
manifestação em que defenderam que o caso de Lula ficasse sob
responsabilidade do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba e
responsável pela Operação Lava-Jato, os procuradores disseram que “há
elementos de prova de que Lula participou ativamente do esquema
criminoso engendrado em desfavor da Petrobras, e também de que recebeu,
direta e indiretamente, vantagens indevidas decorrentes dessa estrutura
delituosa”.
Em nota divulgada à imprensa em 10 de agosto, os
advogados do ex-presidente disseram que a afirmação não se baseia em
nenhum elemento concreto e viola uma resolução do CNMP. Essa norma, diz a
defesa, "expressamente proíbe os membros do Ministério Público de
'externar ou antecipar juízos de valor a respeito de apurações ainda não
concluídas'”. Os advogados ressaltaram ainda que os procuradores
feriram a garantia da presunção de inocência prevista na Constituição e
em tratados internacionais assinados pelo Brasil.
A reclamação
tramita sob sigilo e já tinha sido indeferida pela Corregedoria do CNMP.
Os advogados de Lula recorreram ao plenário do CNMP, mas saíram
derrotados novamente.
Não é a primeira vez que isso ocorre. Os
advogados do ex-presidente já acionaram o CNMP algumas vezes contra
integrantes do Ministério Público. Em, setembro de 2015, por exemplo, o
plenário do CNMP manteve o arquivamento de um recurso de Lula contra o
procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes. Ele foi o responsável por
iniciar uma investigação na Procuradoria da República do Distrito
Federal para apurar tráfico de influência do ex-presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário