A Operação Paralelo, 39ª fase da Operação Lava Jato deflagrada na
manhã desta terça-feira, prendeu o ex-gerente da área de Serviços da
Petrobras Roberto Gonçalves, acusado de receber e intermediar pagamentos
de propinas em contratos da estatal. A operação foi baseada em
depoimento de delatores e em documentos obtidos por meio da cooperação
internacional da Lava Jato com autoridades suíças, segundo entrevista
coletiva concedida pela força-tarefa da Operação.
Gonçalves se
tornou gerente da Petrobras em março de 2011, substituindo Pedro
Barusco, delator da Lava Jato. Foram encontradas cinco contas ligadas a
ele, em um desvio total de mais de 5 milhões de dólares, sendo 3 milhões
originários do Departamento de Operações Estruturadas, o “setor de
propina” da construtora Odebrecht; um milhão vindo de uma conta do
ex-diretor da estatal Renato Duque e um milhão e duzentos mil dólares do
lobista Mário Góes. O dinheiro de Duque seria oriundo de Guilherme
Esteves, das obras do estaleiro Jurong.
Outra suspeita contra
Roberto Gonçalves é a de que ele fez a dissipação dos recursos para
conta no Panamá e nas Bahamas, com o objetivo de dificultar as
investigações. Isso, em abril de 2014, quando já não estava mais no
cargo da estatal.
Uma das obras solicitadas pela Gerência
Executiva de Serviços durante a gestão de Roberto Gonçalves foi a do
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em que houve a
contratação direta do consórcio TUC, formado pelas construtoras
investigadas Odebrecht e UTC. Nessa operação, o ex-gerente teria
recebido pagamentos de propina.
Operação
O
mandado de prisão preventiva desta terça demorou a ser executado porque,
durante a operação, os policiais descobriram que Roberto Gonçalves não
estava no Rio de Janeiro, mas em Boa Vista, Roraima. Gonçalves já foi
alvo de uma prisão temporária em novembro de 2015, mas, segundo o
Ministério Público, as evidências não foram suficientes para sustentar a
permanência da prisão.
Os cinco mandados de apreensão e busca
desta terça também visaram uma corretora de valores, a Advalor, cujo
responsável é Miguel Júlio Lopes, que executava atividades ilícitas,
intermediando pagamentos de propina. Segundo a Força-Tarefa, em fase
anterior da Operação, os sócios da Advalor foram chamados a dar
esclarecidos e omitiram intencionalmente fatos dos investigadores.
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