O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou nesta segunda-feira
uma representação na Procuradoria-Geral da República pedindo a
investigação contra o presidente Michel Temer sobre a possível prática
de atos de obstrução das atividades da Justiça, abuso de autoridade e
corrupção passiva.
A ação se dá após a revelação, feita por VEJA, de que o governo acionou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para fazer uma devassa na vida do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
O
senador sustenta que o uso do aparato estatal de inteligência
“transborda qualquer falsa aparência de motivação pública” e que a sua
adoção “se dá com nítido propósito de promover constrangimento público a
quem se encontra imbuído da prerrogativa institucional de investigar –
caso do Procurador-Geral da República – ou julgar – caso do Ministro
Fachin – o representado”.
“Essa ‘operação’, por parte da Abin, não
possui qualquer razão de Estado aparente como motivadora que não seja o
vil interesse de promover vingança pessoal em favor do representado e,
ainda, obstar o andamento do inquérito contra si movido. Haveria, na
confirmação dos fatos delitivos ora narrados, flagrante manobra de
obstrução do trabalho investigativo através do uso do próprio aparelho
estatal, que deveria ser utilizado em sentindo diametralmente oposto,
para a asseguração do devido processo legal e garantia de exercício de
prerrogativas por parte de membros do Ministério Público e Judiciário”,
escreveu Randolfe na representação.
Se acatar a representação, a
Procuradoria-Geral da República deve pedir ao Supremo Tribunal Federal
(STF) a instauração de um inquérito contra Temer.
Atualmente, o
presidente da República já é alvo de inquérito no STF no âmbito da
Operação Lava-Jato e que corre nas mãos de Edson Fachin, o ministro que
entrou na mira da Abin. A Procuradoria deve apresentar denúncia contra o
peemedebista nos próximos dias.
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