Rodrigo Tacla se transformou em uma bomba-relógio. Em um dos homens mais temidos pelos presidentes e altos funcionários da América Latina. Aos 44 anos, este advogado conhece bem os segredos da Odebrecht, a gigante brasileira da construção que abalou as estruturas políticas do continente depois de confirmar o pagamento de subornos milionários a Governos de 12 países.
Até 2016, Tacla trabalhou como advogado do Departamento de Operações
Estruturadas da empresa, a hermética unidade de negócios especializada
em comprar vontades. Campanhas eleitorais, presentes, festas,
prostitutas... Tudo valia para afagar os políticos. Como contrapartida,
presidentes e chefes de Estado correspondiam com contratos de obras
públicas, principal fonte de receita da maior construtora da América
Latina. Um colosso com 168.000 empregados e tentáculos em 28 países.
O
EL PAÍS localizou em Madri esse advogado de nacionalidade
hispano-brasileiraque foi preso em novembro por ordem do juiz de
Curitiba, estrela da Operação Lava Jato,
Sérgio Moro. Depois de passar 72 dias na prisão de Soto del Real
–acusado de suborno e lavagem de dinheiro–, encontra-se em liberdade
provisória. Tacla será julgado na Espanha depois que um tribunal
superior do país rejeitou o pedido de extradição feito para que voltasse
a seu país natal, Brasil. O advogado só tem nacionalidade espanhola
desde 1994, porque seu pai e avô eram galegos.
A conexão espanhola
Pergunta.
A Promotoria Anticorrupção investiga obras na América Latina de
construtoras espanholas que integraram consórcios com a Odebrecht.
Empresas como Acciona, que participou no metrô de Quito (5,1 bilhões de
reais), ou FCC, que construiu o metrô do Panamá (6,11 bilhões), estão
sob suspeita. Qual foi o papel dessas empresas?
Resposta. Não
posso dar detalhes porque estou colaborando com a Promotoria
Anticorrupção espanhola. O que posso dizer é que Promotoria perguntou se
estava interessado em fornecer informações ao Panamá. Respondi que não
tinha nenhum problema, desde que a colaboração seguisse pela via
judicial. Não posso aceitar que a Promotoria do Panamá ligue para as
autoridades espanholas de um modo informal [extrajudicial]. Quando pedi
que a colaboração deste país fosse oficial, não me ligaram novamente.
Pergunta.
A Promotoria Anticorrupção investiga obras na América Latina de
construtoras espanholas que integraram consórcios com a Odebrecht.
Empresas como Acciona, que participou no metrô de Quito (5,1 bilhões de
reais), ou FCC, que construiu o metrô do Panamá (6,11 bilhões), estão
sob suspeita. Qual foi o papel dessas empresas?
Resposta. Não
posso dar detalhes porque estou colaborando com a Promotoria
Anticorrupção espanhola. O que posso dizer é que Promotoria perguntou se
estava interessado em fornecer informações ao Panamá. Respondi que não
tinha nenhum problema, desde que a colaboração seguisse pela via
judicial. Não posso aceitar que a Promotoria do Panamá ligue para as
autoridades espanholas de um modo informal [extrajudicial]. Quando pedi
que a colaboração deste país fosse oficial, não me ligaram novamente.
R.A chave está na amizade do responsável da filial da Odebrecht no Panamá, André Rabello, com o presidente do país, Juan Carlos Varela. Querem saber o que digo na Espanha.
A Justiça
brasileira pede sua extradição por supostamente lavar mais de 50 milhões
de reais a pedido da empresa. E a Odebrecht afirma que o contratou
para lavar as comissões ilegais. Tacla nega. Argumenta que só prestou
serviços. E que conheceu os esgotos da empresa porque “avaliou riscos”
como advogado naqueles países onde a construtora comprou dezenas de
políticos.
O advogado, que está colaborando com o Departamento de
Justiça dos EUA e a Procuradoria anticorrupção espanhola, revela em sua
primeira entrevista os pontos-chave do maior escândalo da América. Uma
bomba política carregada de metralha que já afeta os presidentes Michel Temer (Brasil), Juan Manuel Santos (Colômbia) e Danilo Medina (República Dominicana), e os ex-mandatários Ollanta Humala (Peru) e Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil).
Pergunta.
Você foi preso em um hotel em Madri em 18 de novembro de 2016, dois
dias após desembarcar na Espanha. Foi detido por ordem do juiz Sérgio
Moro que o acusa de suposto delito de suborno, lavagem de dinheiro e de
integrar uma organização criminosa, por que veio para Madri?
Resposta.
Não fugi do Brasil. Cheguei a Madri para participar da inspeção do
Ministério da Fazenda nas minhas duas empresas espanholas. Depois da
explosão do caso Odebrecht, as autoridades brasileiras e a construtora
tentaram me pressionar para ser parte do acordo, um documento que assinaram 78 diretores da empresa
e que significou reconhecer crimes em troca de uma redução da sentença e
uma multa. No meu caso: seis meses de prisão domiciliar com
tornozeleira, serviços comunitários e uma multa de até 44 milhões de
reais. Odebrecht se ofereceu para me pagar 15 anos de folha de
pagamento, se eu aceitasse o acordo. Neguei por uma questão de
princípios. Enquanto falava com o Departamento de Justiça em Washington,
o Brasil exigiu minha prisão em julho e setembro de 2016. Os EUA, no
entanto, não me prenderam. Não quero trair ninguém.
P.
A Audiência Nacional (tribunal espanhol para crimes especiais) decidiu
não extraditá-lo ao Brasil, por que quer ficar na Espanha?
R.
Os promotores do Brasil querem que eu reconheça crimes que não cometi.
Não respeitaram meus direitos como advogado. Além disso, também querem
atribuir crimes por informações que obtive na minha condição de
advogado. Estão me atribuindo delitos sem provas, com base em
declarações. Não houve nenhuma investigação policial.
P. Como a Odebrecht atuava?
R.
A construtora arranjava tudo pagando. Distribuía comissões ao
funcionário mais baixo da Administração e ao chefe de Estado. O primeiro
contato era estabelecido na campanha eleitoral. A Odebrecht arcava com
os gastos do marketing político dos candidatos. Tinha um acordo com o
publicitário João Santana [responsável pelas bem-sucedidas campanhas dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff]. A construtora sugeria depois as obras que seriam incluídas nos planos do Governo.
"A
Odebrecht também organizava festas. E mandava mulheres do Brasil para
festas com políticos. Mas isso também se tornou uma chantagem...
P. O político devolvia o favor quando chegava ao poder...
R.
Sim. O dirigente incluía em seu plano de Governo as obras que
interessavam à Odebrecht. A construtora, em alguns casos, assessorava os
países sobre como conseguir financiamento por meio de órgãos como o
Banco Mundial ou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
P. Quantos funcionários, candidatos e presidentes a Odebrecht subornou?
R.
Mais de 1.000. Através da empresa, receberam desde gerentes de empresas
públicas a chefes de Estado. Somente no Brasil há 500 pessoas afetadas.
E existem políticos e altos funcionários brasileiros cujos nomes ainda
não apareceram.
P. A Odebrecht pagou em 2016 a
maior multa da história –-8,25 bilhões de reais– aos Governos do Brasil,
Suíça e EUA para poder voltar a se candidatar a licitações públicas. A
construtora reconheceu com este acordo que desde 2001 distribuiu subornos em 12 países. Consta a existência de mais Estados implicados?
R.
Sim. Por exemplo, a empresa desembolsou 11 milhões de reais em janeiro
de 2016 ao primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Gaston Browne. [O EL
PAÍS tentou sem êxito contactar Browne. O primeiro-ministro de Antigua e
Barbuda negou a meios locais ter recebido propina da Odebrecht]. O
pagamento foi feito por intermédio do diplomata desse país Casroy James.
E contou com o aval do vice-presidente jurídico da Odebrecht, Maurício
Ferro. O dinheiro tinha por objetivo evitar que Antígua e Barbuda
comunicasse às autoridades judiciais do Brasil as movimentações no Meinl
Bank, uma instituição local adquirida pela Odebrecht e que foi
utilizada para a lavagem de recursos dos subornos.
"A empresa apostava. Por exemplo, na disputa entre Lula e Dilma, a Odebrecht preferiu Lula.
Embora
Browne tenha recebido 11 milhões, a operação custou à Odebrecht 39
milhões. A maior parte desse dinheiro acabou no bolso de vários
diretores da construtora e do Meinl Bank. A decisão [do suborno de
Browne] foi adotada em setembro de 2015 durante uma reunião no Hotel
InterContinental de Madri da qual eu mesmo participei.
P. Pode explicar qual era a missão desse pequeno banco de Antígua e Barbuda comprado pela construtora?
R. O Meinl Bank era uma fachada nesse paraíso fiscal do Caribe,
tinha só três empregados em um pequeno escritório. Sua sede em São
Paulo estava no Consulado. Era o centro nevrálgico de onde se faziam os
pagamentos irregulares. Daí se transferia dinheiro a outros bancos, como
a Banca Privada de Andorra (BPA), uma instituição fechada em 2015 por
corrupção. Mediante pagamentos internos se evitava deixar rastro e
escapar das digitais dos fundos quando se inclui o Swift (código de
transferência internacional).
P. Que papel desempenharam na estrutura de lavagem a Banca Privada de Andorra (BPA) e sua filial na Espanha, o Banco Madrid?
R.
A BPA era o banco encarregado dos pagamentos finais. A Odebrecht abria
contas nessa instituição em nome de Pessoas Politicamente Expostas
(PEPs), que é como se denominam os cargos públicos suscetíveis de lavar
dinheiro. A construtora ordenava transferências ao BPA de seu banco em
Antígua e Barbuda. Depois, o dinheiro no BPA era transferido através de
movimentações internas –alheias aos registros– até as contas dos
beneficiários.
P. Quanto a empresa gastava por ano em propina?
R.
Cerca de 960 milhões de reais. Era movimentado em dinheiro por meio de
contas em paraísos fiscais e transferências internacionais. A
construtora, por segurança, nunca pagava nos países de origem do
beneficiário. E usava o Meinl Bank para enviar fundos a Pessoas
Politicamente Expostas (PEP). Assim se fez chegar dinheiro a Michelle
Lasso, uma pessoa próxima ao presidente do Panamá, Juan Carlos Varela.
P. Quem idealizou o esquema de lavagem de dinheiro? Quem era o cérebro?
R. Não há um cérebro. Há um banco como cérebro: o Meinl Bank de Antígua e Barbuda. O funcionário do Departamento de Operações Estruturadas (o escritório que distribuía os subornos),
Luiz Eduardo da Rocha Soares, idealizou o sistema. Ele foi também o
responsável pela compra do Meinl Bank. Havia dois diretores da
construtora que eram acionistas dessa entidade em Antígua e Barbuda sem
que a empresa soubesse, o próprio Rocha Soares e Fernando Migliaccio.
P. Quantas empresas a Odebrecht manejava em paraísos fiscais?
Os números da Colômbia reconhecidos pela empresa são muito baixos. Não acredito
R. Mais de uma centena. Eu cheguei à construtora em 2011. Mas a estrutura já existia desde 2006.
P. O presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, foi condenado a 19 anos de prisão.
Junto com ele, 77 executivos da empresa colaboraram com o Ministério
Público do Brasil em troca da redução de suas penas. A Odebrecht admitiu
o pagamento de 2,5 bilhões de reais em subornos. Esse número está
correto?
R. Não. Um ex-diretor do Meinl Bank
declarou que essa instituição movimentou 8,15 bilhões de reais. E esse
banco trabalhava exclusivamente para a Odebrecht. Não tinha clientes
normais.
P. Por que a Odebrecht aceitou um acordo que implicava a admissão de culpa?
R.
Porque havia muita pressão por parte dos funcionários. Se os diretores
não tivessem feito o acordo, os trabalhadores o teriam feito
individualmente. E a empresa não teria controlado o processo.
P. Foram pagos subornos em espécie?
R. Sim. Em 2014 a Odebrecht tentou dar um avião ao ex-presidente Panamá, Ricardo Martinelli.
O político recusou. A empreiteira queria agradar Martinelli e o
candidato do seu partido (o governista Mudança Democrática), que
disputava as eleições gerais de 2014, José Domingo Arias, o Mimito.
A
Odebrecht também organizava festas. E mandava mulheres do Brasil para
festas com políticos no Panamá e na República Dominicana. Era a maneira
de a empreiteira manifestar sua gratidão. Mas isso também se tornou uma
chantagem...
P. Eram feitas fotos nessas festas?
R.
Sim. E eram guardadas. O executivo da Odebrecht no Panamá, André
Rabello, sabia como usar essas fotos. Rabello também lidava com
informações sobre as esposas e as relações extraconjugais dos políticos
panamenhos. A empreiteira dava presentes às esposas destes. Participei
de uma reunião na qual Rabello disse que tinha a confirmação do
presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, de que o país não iria
responder às solicitações da Justiça do Brasil [sobre o caso Odebrecht].
P. A Odebrecht sabia que as esposas e as amantes dos políticos recebiam subornos?
R. Sim. A empreiteira resolvia a vida financeira das esposas dos políticos. Especialmente a das ex-mulheres.
P.
No Brasil, a Odebrecht admitiu o pagamento de 1,12 bilhões de reais em
subornos para obter contratos de obras no valor de 1,6 bilhões durante
as presidências de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff...
R.
O montante foi muito maior. A empresa gastava 481 milhões de reais por
ano em propina. O pagamento era feito em espécie ou por meio de
transferências. Até o porteiro recebia. Os subornos respingaram em todos
os partidos. De direita, de esquerda... Do Governo, da oposição... E
não há somente políticos entre os beneficiários... A empresa apostava. Por exemplo, na disputa entre Lula e Dilma, a Odebrecht preferiu Lula.
P.
A empresa confirmou que na Colômbia pagou 37 milhões de reais em
subornos para conseguir contratos no valor de 159 milhões entre 2009 e
2014. O montante está correto?
R. Não conheço em profundidade o caso da Colômbia, como tampouco tenho detalhes da situação na Argentina,
Peru, Venezuela ou Guatemala. Mas os números da Colômbia reconhecidos
pela empresa são muito baixos. Não acredito que a Odebrecht tivesse uma
estrutura no país por causa de apenas 159 milhões de reais.
P.
E no Equador, a empreiteira admitiu ter destinado 107 milhões de reais
para propina ilegais para obter contratos no valor de 370 milhões durante o mandato do presidente Rafael Correa (2007-2017). Quais políticos equatorianos estão envolvidos?
R.
Acabo de responder na Espanha a uma comissão rogatória –pedido de
auxílio judicial entre Estados– do Equador. Informei que o ex-ministro
de Eletricidade do Governo de Rafael Correa, Alecksey Mosquera, que foi
preso pelo caso Odebrecht, recebeu uma comissão de 3,22 milhões de reais
por meio da Banca Privada de Andorra (BPA), onde teve uma conta.
Desconheço porque Mosquera recebeu essa comissão.
P. O que nos pode dizer sobre o México?
R. Que a Odebrecht acreditava que o presidente do México seria o ex-diretor geral da companhia petrolífera estatal Petróleos Mexicanos (Pemex), Emilio Lozoya Austin. E gostava da ideia. A empreiteira tinha muito interesse em Lozoya.
P.
A Odebrecht admitiu que pagou 189 milhões de reais em subornos a
funcionários do Governo no Panamá entre 2010 e 2014, o número está
correto?
R. A quantia é maior. A empresa arcou
com as despesas dos principais candidatos às eleições gerais panamenhas
de 2014: o situacionista José Domingo Arias e seu adversário, o atual
presidente Juan Carlos Varela. Apostou nos dois. A empreiteira também
pagou 3,7 milhões de reais a dois fornecedores de uma empresa de rum de
propriedade de Varela. O pagamento foi feito através de uma conta no
HSBC em Hong Kong. Quando Varela era vice-presidente (2009-2014), foi
enviado dinheiro a Michelle Lasso, uma pessoa ligada ao político que
tinha uma conta no banco da Odebrecht em Antígua e Barbuda. A
empreiteira ficou assustada porque Lasso teve um problema de negócios
nos EUA e temia que fosse investigada.
P. A
empreiteira reconheceu o pagamento de 296 milhões de reais em comissões
ilegais na República Dominicana, onde conseguiu contratos no valor de
526 milhões. Quem se beneficiou desses subornos?
R.
A Odebrecht tinha uma relação muito próxima com o presidente da
República Dominicana, Danilo Medina. E recomendou a Medina o
publicitário João Santana. Além disso, Marcelo Odebrecht, presidente da
empreiteira, decidiu mudar o departamento de Operações Estruturadas (o
escritório que pagava os subornos) de São Paulo para Santo Domingo em
2015. O objetivo era ter maior controle contra possíveis operações
policiais e investigações.
P. O senhor já recebeu ameaças nos EUA ou na Espanha?
R.
Sim, por telefone e pelas redes sociais. Exigiam que me calasse. Minha
mãe também foi ameaçada. Denunciei essa situação às autoridades da
Espanha e dos EUA. [Tacla mostra uma mensagem de WhatsApp
da mãe com o seguinte: texto: “Filho, estou sendo ameaçada por
telefone. Eles dizem que te amarraram. Que é um assalto. Que querem
joias, dinheiro para te libertar... São três horas da manhã..."].
P. O senhor acredita que altos funcionários e governantes da América Latina temem sua confissão?
R. Sem dúvida. Meu depoimento pode afetar muita gente poderosa no mundo.
"Nunca paguei políticos"
Rodrigo
Tacla enfrenta a acusação de ter lavado mais de 44 milhões de reais em
cinco anos para a Odebrecht. De acordo com dois diretores da empresa
brasileira UTC, envolvida no chamado caso Petrobras, o advogado criou
uma constelação de empresas para lavar os fundos da construtora que
acabavam em subornos.
Tacla diz que pode esclarecer até o último centavo de seu patrimônio. E, como exemplo, indica que está colaborando com as autoridades suíças para justificar suas contas naquele país. Acrescenta que seu principal depósito, 48 milhões de reais em uma empresa de Cingapura, é produto da venda de uma empresa de telefonia. E diz que recebeu da Odebrecht, em seis anos, 28 milhões de reais pelos seus serviços como advogado.
P. Uma de suas empresas na Espanha, Vivosant, recebeu em 2010 um total de 37 milhões de reais de uma empresa ligada à Odebrecht através do banco Pictet de Cingapura. O que tem a dizer sobre isso?
R. É falso. Essa quantia corresponde à venda de uma empresa de telefonia. Já apresentei os detalhes do pagamento para a Promotoria Anticorrupção espanhola.
P. A empresa assegura que você foi contratado para uma missão: evadir capitais.
R. A Odebrecht diz que eu me dedicava a transformar fundos em dinheiro. Nunca retirei dinheiro em espécie.
Tacla diz que pode esclarecer até o último centavo de seu patrimônio. E, como exemplo, indica que está colaborando com as autoridades suíças para justificar suas contas naquele país. Acrescenta que seu principal depósito, 48 milhões de reais em uma empresa de Cingapura, é produto da venda de uma empresa de telefonia. E diz que recebeu da Odebrecht, em seis anos, 28 milhões de reais pelos seus serviços como advogado.
P. Qual o papel que desempenharam suas nove empresas no pagamento de comissões?
R. Nenhum. Nunca paguei a políticos. JamaisP. Uma de suas empresas na Espanha, Vivosant, recebeu em 2010 um total de 37 milhões de reais de uma empresa ligada à Odebrecht através do banco Pictet de Cingapura. O que tem a dizer sobre isso?
R. É falso. Essa quantia corresponde à venda de uma empresa de telefonia. Já apresentei os detalhes do pagamento para a Promotoria Anticorrupção espanhola.
P. A empresa assegura que você foi contratado para uma missão: evadir capitais.
R. A Odebrecht diz que eu me dedicava a transformar fundos em dinheiro. Nunca retirei dinheiro em espécie.
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