A Procuradoria-Geral da
República (PGR) deve denunciar, entre esta quarta-feira, 19, e amanhã, o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente e
senador Fernando Collor (PTB-AL) por envolvimento no esquema de
corrupção da Petrobrás. A informação foi confirmada ao Estado por fonte com acesso às investigações.
As
denúncias, por corrupção e lavagem de dinheiro, serão as primeiras
envolvendo políticos com prerrogativa de foro. Elas são baseadas em
depoimentos de delatores da Operação Lava Jato e em provas colhidas pelo
Ministério Público Federal em diversas fases da investigação, entre
elas as buscas em imóveis de Collor, na chamada Operação Politeia, em
julho.
O senador do PTB é suspeito de receber R$ 26
milhões em propinas, entre 2010 e 2014, desviados da estatal
petrolífera. Esses recursos teriam sido usados para a compra de carros
de luxo, apreendidos no mês passado pela Polícia Federal.
Cunha
foi citado por um dos delatores da Lava Jato, o empresário Júlio
Camargo, como beneficiário de suborno de US$ 5 milhões. O valor teria
sido pago para facilitar a assinatura de contratos de afretamento de
navios-sonda entre a Samsung e a Diretoria Internacional da estatal,
controlada pelo PMDB.
Tanto Cunha quanto Collor negam participação em
desvios e se dizem vítimas de perseguição do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot.
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