sábado, 27 de fevereiro de 2016

Grupo de Temer revê estratégia para apoiar impeachment



Impulsionada pela prisão do ex-marqueteiro do PT João Santana, a retomada das discussões do impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo PMDB vai se dar com uma nova estratégia. O grupo do vice-presidente Michel Temer avalia como vital um entendimento com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Além disso, acredita que é preciso atuar de forma discreta – quase silenciosa – ao contrário do que ocorreu no semestre passado.
Para um interlocutor do grupo de Temer, “ninguém quer queimar largada de novo”. A avaliação é que o maior de todos os erros foi apostar todas as fichas no presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Apesar do poder do cargo, a imagem que se consolidou é a de que ele usou o pedido de impeachment para desviar a atenção dos processos que ele enfrenta no Conselho de Ética e no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa da Operação Lava Jato.

Almoço

O primeiro passo de reaproximação de Temer e Renan foi dado na quinta-feira, quando os dois almoçaram no Palácio do Jaburu. Segundo aliados de ambos, a conversa teve como principal pauta a formação da chapa única que será apresentada na Convenção do PMDB. Na oportunidade, Temer deve ser reconduzido como presidente da sigla – ele está no posto desde 2001. Desta vez, porém, terá de abrir mais espaço para o PMDB do Senado.
Para um senador que é próximo tanto de Renan quanto de Temer, antes de qualquer ação em torno do impeachment, é preciso garantir o máximo de unidade possível dentro do partido. Segundo ele, houve uma precipitação de Temer no semestre passado. “Ele não vai cometer os mesmos erros agora”, concluiu.
Em novembro do ano passado, houve estardalhaço no lançamento de um conjunto de propostas econômicas do chamado “Plano Temer”. O documento foi elaborado pelo presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, que chegou na oportunidade a usar hastag #impeachment ao tratar do assunto nas redes sociais. Neste ano, Moreira já adotou um tom mais moderado.
“O impeachment não é obra de uma pessoa de um partido e tampouco do Congresso Nacional. O impeachment é consequência de um ambiente na sociedade de repulsa majoritária consolidada a uma situação posta dentro das regras a Constituição”, disse Moreira em entrevista ao Estado na semana passada.
Outra estratégia errada, segundo os senadores do PMDB, foi a divulgação de uma carta em que Temer explicitou a Dilma uma série de queixas e momentos de desentendimentos.
Em seguida, Temer e Renan entraram em confronto direto quando a Executiva Nacional do partido decidiu, em dezembro, impor regras para novas filiações ao partido. O presidente do Senado chegou a classificar a medida como “um retrocesso democrático”.
Nos bastidores, Renan relembrou o apelido de Temer dado pelo senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007): “mordomo de filme terror”. Nesse caso, estava em jogo a escolha do líder do PMDB na Câmara. Temer apoiou Leonardo Quintão (MG) enquanto Renan ficou com Leonardo Picciani (RJ). Neste começo de 2016, em que o impeachment volta a ser aventado, Temer e Renan retomaram as conversas políticas. Para um senador aliado de ambos “o clima belicoso entre os dois acabou” e no futuro, dependendo do ambiente, “eles podem estar juntos em torno do impeachment”.

Sob sigilo, nova delação é uma 'das melhores' da Lava Jato



© Fornecido por Notícias ao Minuto
O Ministério Público Federal estaria comemorando uma nova delação premiada feita recentemente em Brasília. Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, os procuradores consideram que a delação é uma "das melhores" já obtidas até agora no âmbito da Operação Lava Jato.
Os depoimentos estão sob sigilo e ainda não chegaram ao conhecimento da imprensa, informa a coluna.
Ainda segundo a publicação, o procurador-geral da República Rodrigo Janot teria confidenciado a interlocutores de sua confiança que tal depoimento é explosivo e cheio de detalhes.

Dilma diz que não vai ao aniversário do PT e que não governa só para o partido



Após afirmar que não irá à festa de 36 anos do PT na noite deste sábado, 27, a presidente Dilma Rousseff salientou que não governa só para o partido, mas para toda a população. Dilma falou a jornalistas em seu último dia de visita oficial ao Chile, antes de um almoço com a presidente chilena Michelle Bachelet. "Eu não governo só para o PT. Eu governo para os 204 milhões de brasileiros", afirmou. Ao perceber o impacto da frase entre os que a ouviam, ela fez uma pausa e complementou: "Eu não governo só para o PT, só para o PSD, só para o PDT, ou só para o PTB, ou só para o para o PMDB". Ela disse não acreditar que as relações entre o governo e o PT devam se caracterizar por um posicionamento de adesão sem avaliação crítica. "Um partido é um partido, um governo é um governo."
A presidente acrescentou que gostaria de ir à celebração de aniversário do partido no Rio, mas a distância entre os dois países é muito longa e são quatro horas de viagem até Brasília. "O PT foi avisado que eu não compareceria", afirmou. A visita de Dilma a Bachelet foi organizada às pressas e teve uma agenda mais elástica que a usual. Na sexta-feira, o PT fez duras críticas ao plano de ajuste fiscal do governo.
Dilma disse esperar que todos os partidos "de sua base" ajudem a promover esse ajuste e a levar adiante a reforma da Previdência. "Eu espero que o PT, o PMDB, o PSD, o PP, o PRB, o PC do B, enfim, toda a minha base, espero que todos contribuam." "Todos teremos que trabalhar um pouco a mais. Acho que é isso que assusta", disse, sobre o plano de mudar o regime de previdência.

'Trabalho'

A presidente ainda defendeu uma reforma previdenciária com período de transição longo, que permita à população se acostumar à ampliação do tempo de trabalho antes da aposentadoria. "É fundamental que trabalhemos um pouco mais. Mas não agora, não amanhã, não depois de amanhã. Eu acho que é o que pessoas temem", afirmou Dilma, antes de almoçar com a presidente chilena Michelle Bachelet.
Ela insistiu na necessidade de reformas fiscal e previdenciária, depois de ser questionada sobre a forma de o País recuperar o grau de investimento, retirado por três agências risco - a última delas foi a Moody´s, no dia 11. A presidente citou primeiro a necessidade de uma estabilização fiscal. "Isso não é um fim em si. Você faz isso porque é essencial para que se crie um ambiente favorável ao investimento. Um ambiente extremamente favorável, que esteja com inflação controlada e que permita que haja um horizonte de expectativas positivas."
A presidente convocou o País a se unir, criticou os pessimistas que "veem o copo meio vazio" e citou a Contribuição Sobre Movimentação Financeira (CPMF) e a reforma previdenciária como medidas que empresários e sociedade devem aceitar.
Dilma afirmou que a mudança nas aposentadorias é necessária para que crianças e jovens não entrem precocemente no mercado de trabalho. "Precisamos reconhecer uma realidade, muito boa, de que a expectativa de vida aumentou. Aqueles que trabalham vão ter de sustentar progressivamente uma parte maior da população: os que se aposentam, as crianças e os jovens. Não queremos que esses jovens trabalhem. Serão eles que vão garantir o aumento da nossa produtividade."

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Após 'acordão' com o PSDB, estaria Dilma a caminho da saída do PT?



Antes dada como certa, a ida da presidente à festa do partido, neste sábado (27), pode nem ocorrer. © Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República Antes dada como certa, a ida da presidente à festa do partido, neste sábado (27), pode nem ocorrer. Por 40 votos a favor e 26 contrários, o Senado aprovou na noite desta quarta-feira (24) o projeto (PLS 131/2015) do senador José Serra (PSDB-SP) que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal. Foi um desfecho articulado pelo Palácio do Planalto, atropelando até mesmo a bancada do PT na Casa.
“Nós estamos querendo entregar o pré-sal a preço de banana para as multinacionais do petróleo”, criticou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que disse após a votação ter “se sentido abandonado” pelo governo federal em uma área importante. Para o parlamentar, é um momento inoportuno para alterar o marco regulatório estabelecido em 2010.
Em artigo intitulado O que é isso, Dilma? e publicado na última segunda-feira (22), ao lado do economista João Sicsú no site da Carta Maior, Lindbergh apontou que as iniciativas do governo cedem cada vez mais às “elites adeptas do neoliberalismo”, e que os movimentos que a presidente Dilma Rousseff vem encampando “resultam em imobilizar ou perder aqueles que ainda estavam dispostos a ir para as ruas em sua defesa”.
Somada à aprovação do projeto que cria a Lei Antiterrorismo horas antes, na Câmara dos Deputados – está uma proposta oferecida pelo Executivo –, a atuação da presidente vem gerando não só descontentamento nos movimentos sociais, mas dentro do próprio PT, cujas bases estão justamente nestes coletivos que se sentem desprestigiados com tais iniciativas.
“É quase um rompimento explícito dela com o partido (...). Há um descasamento cada vez maior entre ela e o partido. A presidente está fazendo um movimento deliberado para sair do PT”, afirmou à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, um senador petista que comentava a respeito da “reforma fiscal de longo prazo” que Dilma pretende enviar ao Congresso nas próximas semanas.
A reforma da Previdência, com sugestões como o estabelecimento de idade mínima para aposentadoria e congelamento do reajuste do salario mínimo, já enfrenta forte resistência, e é outro ponto a se somar no dilema posto entre Dilma e o PT. Antes dada como certa, a ida da presidente à festa do partido, neste sábado (27), pode nem ocorrer – no programa de TV da última terça-feira (23), o PT se focou em Lula e não colocou Dilma para falar ao País.
O avanço das investigações da Operação Lava Jato, das apurações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do processo de impeachment na Câmara só adicionam mais pólvora a uma bomba que parece longe de ser desativada, tanto por petistas quanto pelo Planalto.

‘Acordão com o PSDB’

O projeto de Serra para tirar a exclusividade do pré-sal da Petrobras foi discutido por meses, mas contava com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A bancada do PT na Casa era majoritariamente contrária e esperava que o assunto fosse para a votação, mas o medo da derrota fez o Planalto costurar um acordo com o relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, fecharam um acerto para garantir que a estatal tenha ao menos o direito de preferência na participação de futuras licitações. Essa era a mesma linha defendida pelo ministro de Minas e Energia, o senador licenciado pelo PMDB Eduardo Braga, que participou das negociações.
Para piorar a sensação entre os senadores do PT, a presidente Dilma Rousseff mandou sinais contraditórios a interlocutores diferentes nos últimos dias, o que na avaliação dos senadores demonstrou que ela não quis se posicionar sobre a matéria – o que exprime a ‘sensação de abandono’ mencionada por Lindbergh após a votação.
O texto acordado prevê que Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), considerando o interesse nacional, "oferecerá à Petrobras a preferência para ser o operador dos blocos a serem contratados sob o regime de partilha de produção". A versão anterior do parecer de Jucá - questionada por senadores do PT - não garantia o direito de preferência, uma vez que dizia que o CNPE "poderá oferecer" à estatal o direito de preferência.
A Petrobras terá 30 dias para se pronunciar após ser notificada pelo conselho. Outra alteração feita por Jucá, acordada com os ministros do Planalto, diz que após a manifestação da empresa, o CNPE vai propor à Presidência da República quais blocos deverão ser operados pela empresa, indicando a participação mínima do consórcio de 30%.
Serra argumentou que seu projeto alivia a Petrobras de uma obrigação que ela não pode mais arcar, sem condições de investimento. Ele destacou as dificuldades financeiras da empresa, com uma dívida de R$ 500 bilhões, e afirmou que o objetivo é fortalecer a Petrobras. Já para Renan Calheiros, a mudança atende ao interesse nacional com o propósito de atrair investimento.
Os argumentos favoráveis ao projeto aprovado – e que será ainda mais difícil de ser derrubado por quem discorda na Câmara – possuem força se for considerado que pouco dos recursos já gerados pelo petróleo do pré-sal chegaram de fato à educação e à saúde, frustrando dois dos setores que mais preocupam os brasileiros em todo o País.
As reações após a votação foram diversas, fosse daqueles que eram favoráveis ao projeto...
“A Petrobras está quebrada financeiramente (...). A única coisa que o projeto faz é tirar a obrigatoriedade de essa empresa ter que investir em cada poço do pré-sal mais ainda, com 30%. Ninguém está entregando nada. Ninguém está levando nada embora. Tudo continua nas mãos do poder público, apenas a Petrobras não é obrigada a investir. Apenas isso. Se ela quiser, em um mês, ela manifesta sua intenção e controlará o poço” – José Serra (PSDB-SP).
“A Petrobras continua podendo participar de qualquer leilão no modelo de partilha, bem como continua operadora. O projeto só retira da empresa o ônus e dá o bônus da escolha”- Aécio Neves (PSDB-MG).
“O que nós estamos fazendo aqui é tirar a obrigatoriedade de a Petrobras participar de todos os campos, todas as operações e todas as sociedades. Abrimos o mercado, mas resguardamos o filé para a Petrobras, não estamos enfraquecendo-a, pelo contrário, dando condições para que ela efetivamente escolha o que é mais rentável” – Romero Jucá (PMDB-RR).
“Aí você obriga a Petrobras a participar de tudo, do bom, do médio e do ruim. Quando ela pode, com seu capital, participar só do bom. O projeto libera a Petrobras. Ela precisa, mais do que nunca, nesta hora, é dar oportunidade de ver a sua expertise valorizada”- José Agripino (DEM-RN).
Fosse dos que se opuseram até ele durante todo o debate.
“Vamos entregar o filé mignon por uma dívida que nós podemos administrar?” – Gleisi Hoffmann (PT-PR).
“É um projeto que quebra a Petrobras, porque, sem o pré-sal, ela não sobrevive à crise, que pode ser ultrapassada rapidamente. Sobe o preço do petróleo, vai para o patamar dos US$80, e está tudo isso resolvido”- Roberto Requião (PMDB-PR).
“O governo não tinha meu voto, agora não tem o meu respeito”- Simone Tebet (PMDB-MS).
“Só há um objetivo [do projeto]: pressionar um governo que está fraco, para fazer um leilão onde a Petrobras não vai poder entrar e eles vão entrar e pagar um preço de banana. Nós abriremos uma pressão como nunca vimos das multinacionais para que haja leilão”- Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
“A aprovação do projeto significará e significa um dos maiores retrocessos do ponto de vista dos interesses nacionais, do ponto de vista dos legítimos interesses do povo brasileiro” - Fátima Bezerra (PT-RN).
TCU quer acompanhar negociações

O Tribunal de Contas da União (TCU) quer acompanhar a negociação da revisão do contrato de cessão onerosa entre a Petrobras e o governo federal, firmado em 2010, nas áreas de Búzios, Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi, todas no pré-sal. O órgão de controle determinou que todas as atas das reuniões entre as partes sejam encaminhadas ao Tribunal. O acórdão é assinado pelo relator do processo, ministro José Múcio.
O TCU recomendou que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estabeleça premissas e critérios mais firmes para viabilizar a revisão do contrato. O órgão avalia que a indefinição a respeito dos termos da revisão pode criar impasses que adiem o fechamento do acordo. O CNPE é um órgão, de assessoramento da Presidência da República. É presidido pelo Ministério de Minas e Energia e composto por oito ministros, entre eles os da Fazenda, Planejamento e Casa Civil.
A revisão do contrato de cessão onerosa estava prevista desde 2010, quando foi feita a megacapitalização da Petrobras. O Tesouro fez uma injeção de R$ 74 bilhões na companhia, que foi autorizada a explorar até 5 bilhões de barris de petróleo em áreas da União. Na época foi definido o valor de US$ 8,51 por barril da área de cessão onerosa. O acordo previa que a revisão poderia alterar o valor do contrato, o volume explorado, o prazo de vigência e os porcentuais mínimos de conteúdo local.
Até agora, a revisão não foi concluída, nem há perspectiva de que seja finalizada. Pelo contrato, as mudanças deverão ser feitas com base em laudos técnicos elaborados por entidades certificadoras independentes, a serem contratadas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e pela Petrobras.
"A conclusão principal da análise empreendida pela unidade técnica foi a de que não houve adequado estabelecimento, no contrato, de premissas claras para sua revisão, o que tem gerado divergências importantes (em referenciais técnicos, de preços e de custos) na interpretação da ANP e da Petrobras", afirma o acórdão do TCU.
Dependendo do resultado do processo, a renegociação pode gerar despesas bilionárias para a Petrobras ou para o Tesouro Nacional, principalmente em razão da correção dos preços do barril. "Esse panorama tem como consequência o retardamento do processo, bem como o risco de que não haja a fundamentação devidamente detalhada do valor do contrato eventualmente arbitrado pelo CNPE", diz o acórdão.
"Diante disso, tendo em vista que a mencionada revisão será submetida à apreciação prévia do CNPE, considero apropriada a proposta da secretaria de recomendar a essa entidade que supra as lacunas contratuais e defina critérios para os cálculos, evitando, assim, delonga indesejável nas discussões entre ANP e Petrobras, bem como mitigando eventuais questionamentos sobre os parâmetros adotados", recomenda o TCU.
(Com Estadão Conteúdo e Agência Senado)
Conheça alguns integrantes do Conselhão:

Wagner Moura, ator e embaixador da Organização Mundial do Trabalho (OIT) para luta contra o trabalho escravo

Janot recomenda o perdão a oito condenados no mensalão



© Fornecido por Notícias ao Minuto
Rodrigo Janot, procurador-geral da República, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pareceres favoráveis à concessão do indulto a oito condenados no processo do mensalão. Compõem a lista o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares; o ex-diretor do Banco Rural Vinícius Samarane; o advogado Rogério Tolentino; os ex-deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT), Romeu Queiroz (PMB-MG), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Bispo Rodrigues (PR-RJ).
O ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso, vai decidir sobre a concessão do possível benefício. Em caso positivo, o grupo será perdoado definitivamente pelos crimes que cometeram no esquema que vigorou durante o governo Lula, informou "O Globo".
Os advogados alegaram que todos tiveram bom comportamento na prisão. Janot concordou com os agumentos . A defesa ressaltou que os requerentes cumpriram os requisitos contidos no decreto de indulto natalino, concedido em dezembro do ano passado pela presidente Dilma Rousseff. Hoje, Samarane, Romeu Queiroz, Tolentino e Pedro Henry estão em liberdade condicional. Já Delúbio, Bispo Rodrigues, Valdemar e João Paulo estão no regime domiciliar.
Previsto na Constituição Federal, o indulto é um perdão pelos crimes aos quais os presos foram condenados, desde que se enquadrem em critérios preestabelecidos pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. O benefício só pode ser concedido pelo presidente da República. Tradicionalmente, todo Natal é publicado no Diário Oficial da União um decreto de indulto. O indulto não é automático: precisa ser pedido à Justiça pela defesa do preso.
De acordo com "O Globo", o decreto do último Natal prevê o perdão para condenados que estejam em regime aberto, cujas penas remanescentes não sejam superiores a oito anos, se não reincidentes, e seis anos, se reincidentes, desde que já tenham cumprido um quarto da pena. O decreto dispõe que quem obtém o indulto não precisa cumprir o restante da pena, sem nenhuma restrição, como se apresentar à Justiça periodicamente.
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu também pediram indulto ao STF. Entretnato, Rodrigo Janot ainda não se manifestou sobre esses pedidos. Mas adiantou que, no caso de Dirceu, afirmou que vai primeiro aguardar a posição do STF sobre a transferência dele para o regime fechado para depois opinar sobre o indulto.

Marqueteiro do PT admite ter recebido recursos da Odebrecht no exterior


Agência O Globo

CURITIBA — O marqueteiro João Santana admitiu, em depoimento prestado na manhã desta quinta-feira à Polícia Federal (PF), ter recebido recursos da Odebrecht e de Zwi Skornicki em conta não declarada no exterior. Ele seguiu a mesma linha do depoimento de sua mulher, Mônica Moura Santana, que também confirmou os pagamentos. A força-tarefa da Lava-Jato investiga se os depósitos feitos saíram do contrato da Petrobras para a plataforma P-52 ou de sondas fornecidas pela Sete Brasil. Também nesta quinta-feira, o juiz Sérgio Moro renovou a prisão temporária do marqueteiro e da mulher dele, que estão presos na carceragem da PF em Curitiba onde devem permanecer até o final da semana que vem.
— Ele abriu esta conta em 1998 para receber recursos de uma campanha realizada na Argentina. Foi a forma que ele tinha de receber. Na época, achava que não tinha problema (deixar de declarar no Brasil), porque eram recursos recebidos em outro país — disse o advogado Fábio Tofic, que atribuiu os pagamentos a dívidas referentes a serviços prestados fora do Brasil, em países como Panamá e Angola.
Segundo ele, os US$ 4,5 milhões depositados por Zwi Skornicki, operador de propinas para o estaleiro Keppel, são referentes a uma “doação ao partido angolano”, realizada por meio de Skornick.
— Era uma dívida antiga. Nessa área de marketing eleitoral, você demora para receber recursos. Ela (Mônica) disse que tinha este valor a receber, que cobrava insistentemente, e que foi informada de que deveria buscar este rapaz (Zwi Skornicki).
O depoimento durou cerca de três horas, menos do que o da mulher de Santana, na tarde de quarta-feira, que durou quatro horas. Uma das estratégias de defesa do marqueteiro será tentar se desvincular de questões financeiras de serviços prestados por suas empresas, sob o argumento de que cuidava apenas do trabalho de criar campanhas.
Nesta quinta, Toffic confirmou a estratégia, ao dizer que Santana não tomava conhecimento dos problemas relacionados a pagamento por serviços prestados.
— O João não sabia disso, ele é um criador, não trabalha com questão financeira e bancária. Tinha pouco conhecimento de como eram feitos pagamentos – afirmou.
O defensor disse que o marqueteiro chegou a classificar a conta da empresa Shellbil, usada para receber os US$ 7,5 milhões, como um “tormento”.
— Quem recebe recursos e dinheiro de trabalho honesto, quer receber de forma transparente e regular. Infelizmente, esse é um vício que ainda permanece em alguns países, no Brasil, não – afirmou o advogado, que disse não caber ao marqueteiro “realizar ampla investigação" sobre a origem do dinheiro usado para pagar seu trabalho.
O advogado informou que Santana e Mônica pretendem regularizar junto à Receita problemas detectados na movimentação financeira de empresas em seu nome. Ele promete regularizar a situação da offshore Shellbil, sediada no Panamá e usada por Santana para receber os recursos investigados.

FORÇA-TAREFA SUSPEITA QUE DINHEIRO SEJA PROPINA AO PT

A força-tarefa da Lava-Jato investiga se os depósitos feitos pelo operador Zwi Skornicki na conta do publicitário na Suíça saíram do contrato da Petrobras para a plataforma P-52 ou de sondas fornecidas pela Sete Brasil, empresa que tinha a estatal como sócia. O operador depositou US$ 4,5 milhões ao marqueteiro do PT. Para os investigadores, a ordem para depositar ao marqueteiro pode ter saído do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que administrava a propina destinada ao partido.
Segundo o delator Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, Zwi Skornicki comentava que conversava diretamente com Vaccari. Em depoimento prestado no mês passado, Barusco afirmou que Skornicki e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque comentaram que o operador "havia pago cerca de US$ 4,5 milhões adiantados para Vaccari". O valor exato da propina era US$ 4,523 milhões, próximo ao depositado ao marqueteiro do PT. O delator lembrou que a Sete Brasil foi criada na gestão de Duque à frente da diretoria de Serviços da Petrobras e que o PT "tinha interesse em receber nos contratos gerados pela Sete Brasil", tendo sido combinado com João Vaccari Neto que o partido ficaria com dois terços do valor das comissões.
Além de Santana, também presta depoimento nesta quinta o preso Vinícius Borin. Ele é o representante no Brasil do Antigua Overseas Bank, instituição financeira de Antigua e Barbuda onde duas offshores ligadas a Odebrecht – a Klienfeld e a Innovation Research - mantinham recursos que foram usados para pagar propina, de acordo com a PF.
Ainda está previsto para a tarde desta quinta-feira o depoimento de Maria Lúcia Tavares, funcionária da Odebrecht responsável por editar um planilha localizada pela PF na empresa com menções a pagamentos para "Feira" (João Santana), "JD" (José Dirceu) e "Prédio (IL)" (possível menção a edifício que Lula pretendia construir com apoio de empreiteiras, segundo a PF).
O casal foi preso na terça-feira, durante a 23ª fase da Operação Lava-Jato. Santana e a mulher estavam na República Dominicana e foram presos por policiais federais assim que desembarcaram no Aeroporto de Internacional de São Paulo, em Guarulhos. No mesmo dia, foram transferidos para a carceragem da PF, em Curitiba. A prisão dos dois é temporária e vence no sábado.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Pesquisa indica Aécio à frente de Lula em eventual disputa em 2018


      
Aécio Neves quer agenda similar à do presidente do Senado, Renan Calheiros  
© Fornecido por Estadão Aécio Neves quer agenda similar à do presidente do Senado, Renan Calheiros Brasília - Em um cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, a pesquisa CNT/MDA divulgada nesta quarta-feira, 24, mostra o tucano Aécio Neves com 24,6% das intenções de voto para as eleições presidenciais de 2018. Na sequência, aparece o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com 19,1% e Marina Silva, com 14,7%. Este primeiro cenário mostra ainda Jair Bolsonaro com 6,1% das intenções de voto, seguido por Ciro Gomes, com 5,8%, e com uma taxa de brancos e nulos de 19,6% e indecisos de 10,1%.
Já em um cenário com o tucano Geraldo Alckmin na disputa, o ex-presidente Lula tem 19,7%, seguido por Marina Silva, com 18%. Já o tucano registra 13,8%. Ciro Gomes tem 7,4%, Bolsonaro, 6,3%. Já brancos e nulos somam 24,2% e indecisos, 10,6%. Em um terceiro cenário proposto pela pesquisa, com a inclusão de José Serra pelo PSDB, Lula repete 19,7%, seguido por Marina por 17,8% e Serra com 14,5%. Já Ciro tem 7,2%, Bolsonaro, 6,4%. Os que devem anular ou votar em branco somam 24,1% e os indecisos, 10,3%.

Segundo turno

Em cenários estimulados de segundo turno, o tucano Aécio Neves venceria Lula com 40,6% contra 27,5%. Votos brancos e nulos somam 25,7% e indecisos 6,2%. Em outros cenários com o Lula no segundo turno, o ex-presidente também ficaria atrás de Ciro Gomes (29,1% contra 28,2%; brancos e nulos:34,3% e indecisos 8,4%) e de Marina Silva (36,6% contra 26,3%, branco e nulo 30% e indecisos 7,1%)

Voto espontâneo

Na avaliação de votos espontâneos o tucano Aécio Neves aparece com 10,7% das intenções, seguido por Lula com 8,3% e Marina Silva com 3,9%. Bolsonaro tem 3,2% das intenções de voto, Dilma aparece com 1,6%, Serra, 1,3% e Alckmin 0,8%.

Moro provoca marqueteiro João Santana ao negar acesso a investigação


<p>Ao negar o acesso, Moro escreveu que o fato de "jornais e revistas terem especulado" sobre a investigação não altera a necessidade de sigilo.</p> © Fornecido por Notícias ao Minuto
O juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, negou acesso aos advogados de João Santana aos autos da investigação sobre pagamentos realizados pela Odebrecht ao marqueteiro. Santana foi responsável pelas campanhas presidenciais de Lula e Dilma Rousseff.
De acordo com Moro, a abertura dos dados poderia pôr em risco o rastreamento de recursos financeiros ou mesmo levar à destruição de provas.
"Como diz o ditado, dinheiro tem coração de coelho e patas de lebre", escreveu o juiz, em despacho datado de terça-feira, 16.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, a Lava Jato investiga pagamentos da empreiteira Odebrecht ao publicitário em contas no exterior. Eles se recusaram a comentar sobre a investigação, alegando que não tiveram acesso ao inquérito.
De acordo com a investigação em curso, Santana teria recebido valores em 2014, quando ele fez as campanhas de Dilma, no Brasil, e de José Domingo Arias, derrotado no Panamá –país onde a Odebrecht tem forte atuação.
Os advogados do marqueteiro pediram acesso à investigação junto à 13ª Vara Federal de Curitiba, logo após a Folha revelar que a Lava Jato investiga a relação de Santana com a Odebrecht.
Ao negar o acesso, Moro escreveu que o fato de "jornais e revistas terem especulado" sobre a investigação não altera a necessidade de sigilo e provocou Santana:
"Evidente, querendo, poderá o investigado antecipar-se à conclusão da investigação e esclarecer junto à autoridade policial seu eventual relacionamento com o grupo Odebrecht".

Marcelo Odebrecht quer colaborar com as investigações da Acarajé

Agência O Globo

O empreiteiro Marcelo Odebrecht afirmou que quer colaborar com as apurações que investigam se o marqueteiro João Santana recebeu recursos ilícitos não declarados no exterior. Contudo, o empresário se calou na terça-feira durante o primeiro depoimento à Polícia Federal relativo a 23ª fase da Lava-Jato, batizada de Operação Acarajé. Ele alegou que tem que ter acesso ao inquéritos antes de responder as questões dos investigadores.
"O declarante não deseja ficar em silêncio, mas não está preparado para responder neste momento em face de estar atuando em sua defesa (...). Que deseja colaborar e prestar novas declarações a partir da semana que vem”.
Na madrugada desta quarta-feira, a defesa do empresário encaminhou um ofício ao juiz Sérgio Moro pedindo para que Odebrecht seja novamente transferido para o Complexo Médico Penal de Pinhais, onde estava preso antes da deflagração da Operação Acarajé.
Os advogados alegam que a permanência do empreiteiro na sede da Polícia Federal prejudica o seu direito à defesa em outra ação contra o empresário que está em fase de alegações finais.
“(Marcelo Odebrecht) deseja colaborar e prestar novas declarações a partir da semana que vem”.
No primeiro depoimento, a Polícia Federal perguntou a quem o empreiteiro se referia ao anotar o termo “Feira”. Os investigadores afirmam que “Feira” seria o marqueteiro da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, João Santana, preso na terça-feira sob suspeita de ter recebido US$ 7,5 milhões em contas no exterior.
Os investigadores perguntaram também qual o significado da anotação "Prédio (IL)", apontada em um relatório da PF como uma possível referência ao Instituto Lula. A referência está numa planilha encontrada numa troca de mensagens entre funcionários da Odebrecht. No documento, há uma referência do pagamento de mais de R$ 12 milhões da construtora em 2010 a “IL”.
Além de pedir o retorno de Marcelo Odebrecht ao Complexo Médico Penal em Pinhais, no Paraná, os advogados solicitaram ao juiz Sérgio Moro que o prazo para a apresentação das alegações finais seja prorrogado de acordo com os dias em que o empresário esteve na PF.

Humberto Costa assume liderança do governo no Senado, diz fonte

Reuters

Costa é o atual líder do PT no Senado, mas a bancada do partido deve eleger outro senador para o cargo. © Foto: Jeferson Rudy/Agência Senado Costa é o atual líder do PT no Senado, mas a bancada do partido deve eleger outro senador para o cargo.
O senador Humberto Costa (PT-PE) foi escolhido novo líder do governo no Senado, posto ocupado até dezembro pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso pela operação Lava Jato e que foi solto na semana passada, informou uma fonte petista nesta quarta-feira.
Costa é o atual líder do PT no Senado, mas a bancada do partido deve eleger outro senador para o cargo. O Palácio do Planalto deve confirmar ainda nesta quarta-feira a escolha de Costa, segundo a fonte.
A liderança do governo da presidente Dilma Rousseff na Casa vinha sendo exercida interinamente pelos quatro vice-líderes do Palácio do Planalto no Senado --Paulo Rocha (PT-PA), Wellington Fagundes (PR-MT), Telmário Mota (PDT-RR) e Hélio José (PSD-DF)-- desde novembro, quando Delcídio foi preso acusado de tentar obstruir as investigações da Lava Jato, que apura um esquema bilionário de corrupção na Petrobras.
O ex-líder governista foi solto na semana passada e, na terça-feira, pediu licença médica de 15 dias ao Senado.
Costa, 58, assumiu a cadeira de senador em 2011 e foi líder da bancada do PT no ano passado. Médico e jornalista, o parlamentar foi ministro da Saúde do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2005. Em 2006, disputou sem sucesso a eleição para governador de Pernambuco.
O parlamentar também já foi deputado federal e vereador pela cidade de Recife.
No novo cargo, Costa terá o desafio de aprovar no Senado matérias consideradas prioritárias pelo Planalto, como a recriação da CPMF e uma reforma da Previdência, que deve ser alvo de uma proposta a ser enviada pelo governo ao Congresso.
(Por Maria Carolina Marcello)

STF decreta sequestro de bens de parlamentares investigados na Lava-Jato


Agência O Globo

Zavascki determinou o sequestro de bens no valor de R$ 2,6 milhões de Arthur Lira e de R$ 1,6 de Benedito Lira. © Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados Zavascki determinou o sequestro de bens no valor de R$ 2,6 milhões de Arthur Lira e de R$ 1,6 de Benedito Lira.
O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o sequestro dos bens do senador Benedito de Lira (PP-AL) e do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no valor total de R$ 4,2 milhões. A decisão teve como ponto de partida um pedido do grupo de trabalho da Polícia Federal responsável pelas investigações sobre políticos suspeitos de envolvimento com fraudes em contratos entre empreiteiras com a Petrobras.
Zavascki determinou o sequestro de bens no valor de R$ 2,6 milhões de Arthur Lira e de R$ 1,6 de Benedito Lira. Pelas investigações da Polícia Federal, as cifras corresponderiam aos valores que os dois receberam do dono da UTC e Constran, Ricardo Pessoa, um dos principais delatores da Lava-Jato. O dinheiro teria como origem desvios na Petrobras. Os dois já foram alvo de denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot em novembro. As acusações contra o senador e o deputado estão estão amparadas também em depoimentos dos delatores Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e do doleiro Alberto Youssef.
Segundo relatório das investigações, Pessoa, Paulo Roberto e Youssef sustentam que Arthur e Benedito Lira "se beneficiaram com o recebimento de quantias periódicas indevidas, oriundas do pagamento de propinas por empresas que tinham contratos com a Petrobras, em razão do controle pelo Partida Progressista (PP) da Diretoria de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa, tudo em troca de votar a favor de projetos de interesse do governa federal".
Num dos depoimentos mais comprometedores contra os dois parlamentares, Ricardo Pessoa disse que Arthur Lira exigiu R$ 1 milhão, caso o empresário quisesse manter contratos com a Petrobras. Pessoa relata que o encontro ocorreu no escritório dele, na avenida Alfredo de Souza Aranha, número 384, sala 911, em São Paulo, antes das eleições de 2010. Segundo Pessoa, Lira disse que era o novo líder do PP e qualquer assunto relacionado à Petrobras deveria ser tratado com ele. O deputado teria exigido a propina de forma incisiva.
"Arthur Lira pediu R$ 1 milhão ao declarante de forma bastante contundente; Que questionado sobre por que disse contundente, respondeu que foi cobrado de maneira bastante incisiva e assertiva, como uma demonstração de que Arthur Lira sabia que tinha créditos a serem cobrados do declarante, provenientes de contratos firmados com a Petrobras e direcionados ao Partido Progressista; Que Arthur Lira deixou bastante claro que a continuidade dos pagamentos era uma condição para que as portas da Petrobras permanecessem abertas", disse Pessoa, segundo relato da PF.
Na conversa, o presidente da CCJ teria tentado demonstrar que era o PP, partido dele, quem mandava na Petrobras. O PP controlava a diretoria de Abastecimento por meio do ex-diretor Paulo Roberto Costa. Em depoimento à PF em 25 de maio, Arthur Lira deu respostas evasivas sobre as relações que mantém com Ricardo Pessoa. Segundo a PF, o deputado disse apenas que, num encontro com João Santana, um dos sócios de Pessoa, soube que o empresário também era dono da Constran e não apenas da UTC.
A partir da delação premiada, Pessoa disse também que Benedito de Lira pediu a ele dinheiro para pagar dívida com um agiota. Na transação, ficou acertado que o dono da UTC daria R$ 400 mil ao senador. Mais tarde, o dinheiro seria abatido da propina que Pessoa repassaria a Youssef para manter contratos com a Petrobras.
"Nesta conversa Benedito de Lira disse que precisava de dinheiro para pagar dívidas de agiotagem e para a sua campanha como senador; Que Benedito de Lira mencionou ao declarante que tinha uma divida e estava sendo cobrado por um agiota de Pernambuco ", afirmou Pessoa. Youssef teria dito, então, a Pessoa : "você pode descontar de mim". Para o empresário, a declaração "significou que Youssef permitiu que fosse descontado do caixa referente à Petrobras os valores pagos a Benedito de Lira".
O advogado Pierpaolo Bottini, responsável pela defesa do deputado e do senador, disse que iria buscar mais informações sobre a decisão de Zavascki e, só então, se manifestaria sobre o assunto. Ele disse, no entanto, que a medida pareceu um exagero tendo em vista que a denúncia contra os dois parlamentares foi apresentada ao STF em novembro e, desde então, não surgiram fatos novos no caso.

Panelaços acontecem em pelo menos 14 capitais durante programa do PT


Agência O Globo

Protestos ficaram mais fortes quando o ex-presidente Lula apareceu na TV. © Foto: Tiago Mazza/FramePhoto/Agência O Globo Protestos ficaram mais fortes quando o ex-presidente Lula apareceu na TV.
Panelaços foram registrados na noite desta terça-feira em pelo menos 14 capitais do país, durante a exibição do programa do Partido dos Trabalhadores (PT) em cadeia nacional de TV. A manifestação foi a oitava desse tipo contra a presidente Dilma Rousseff e o governo do PT.
No Rio, houve protestos em vários bairros da Zona Sul, como Jardim Botânico, Flamengo, Lagoa, Ipanema, Leblon e Laranjeiras. No Leme e em Copacabana, muita gente foi para a janela dos apartamentos protestar. Bairros da Zona Norte, como Tijuca e Maracanã, e Recreio, na Zona Oeste, também tiveram manifestações, que ficaram mais fortes quando o ex-presidente apareceu na TV para defender o país.
Em Botafogo e Copacabana, chegou a ser ouvido alguns poucos gritos a favor da presidente. Moradores de Icaraí, em Niterói, também protestaram contra o governo do PT e a corrupção. Na capital federal, houve protestos em vários pontos da cidade. As manifestações foram convocadas pelas redes sociais.
Em São Paulo, assim que começou o programa do PT, moradores de diferentes bairros começaram um panelaço. Além de bater panelas, alguns xingavam nominalmente integrantes do PT. A manifestação foi registrada em bairros como Jardins, Pompéia, Pinheiros, Bela Vista, Moema, Higienópolis e Vila Nova Conceição. Aconteceram panelaços ainda no Itaim, Sacomã e Tatuapé. Muitos carros pararam no meio do trânsito para buzinar também como forma de protesto. Ainda foram registrados panelaços em cidades no litoral e no interior do estado, como Campinas.
Em Belo Horizonte, batidas em panelas e gritos contra o PT foram ouvidos em bairros como Carmo Sion, área nobre da cidade, além de outros pontos. Segundo relatos de internautas, o protesto de hoje foi um dos maiores desse tipo da capital mineira.
Em Curitiba, moradores de diferentes bairros também bateram panela enquanto piscavam as luzes dos apartamentos no momento em que o programa estava no ar. Um internauta postou vídeo de panelaço na cidade de Uruçui, no Piauí. Ao aldo de familiares, um senhor bate panela grita: "Fora PT". Em Santa Catarina, o panelaço aconteceu na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, reduto de ricos e famosos durante o verão.
Segundo vídeos postados na internet hoje à noite, também foram realizados panelaços no Recife (PE), Vitória (ES), Salvador (BA), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Alegre (RS), João Pessoa (PB) e Goiânia (GO).
Os protestos aconteceram no mesmo dia em que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu por unanimidade manter o promotor Cássio Conserino, de São Paulo, à frente das investigações sobre os vínculos entre o ex-presidente Lula e um apartamento tríplex da empreiteira OAS, no condomínio Solaris, no Guarujá. Para o conselho, a decisão de Conserino de abrir uma investigação sobre ligação entre Lula e o imóvel está dentro das normas estabelecidas pelo Ministério Público de São Paulo e pelo próprio CNMP, mesmo que ele não seja o promotor natural do caso. Com a decisão, Lula deverá ser ouvido por Conserino.
Durante os dois útlimos programas do PT na TV no ano passado, também houve panelaço. O protesto de agosto chegou a ser registrados em mais de 20 estados. A presidente Dilma também já foi alvo de cinco manifestações desse tipo desde o ano passado. O último aconteceu no início de fevereiro, durante o pronunciamento da presidente para alertar a população sobre a necessidade de combate ao mosquito Aedes aegypti.
As manifestações caseiras tiveram seu auge em março do ano passado, quando houve dois dias seguidos de bateção de panela, no auge dos protestos pelo impeachment da presidente, que levaram às ruas cerca de dois milhões de pessoas. Por causa dos protestos, Dilma chegou a não fazer o tradicional pronunciamento do Dia do Trabalho e optar por vídeos postados nas redes sociais.
O programa de televisão do PT que foi ao ar nesta terça-feira fez uma defesa contundente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dos dez minutos do programa, dois minutos e meio foram dedicados ao ex-presidente, suspeito de favorecimento pessoal na reforma de um sítio, em Atibaia (SP), e nas obras de um triplez, no Guarujá.
Enquanto o locutor dizia que os adversários do partido nunca aceitaram as "ideias e origens" de Lula, o vídeo mostrou imagens do ex-presidente sendo abraçado e beijado por eleitores e ao lado de figuras como o líder sul-africano Nelson Mandela. O programa mostrou ainda recortes de jornais com o noticiário recente ligado ao ex-presidente.
Em seu discurso, que durou um minuto em meio, Lula não cita as denúncias contra ele e prefere passar uma mensagem positiva sobre o governo do PT, mas critica “quem não gosta de dividir a poltrona o avião” com pessoas mais pobres.
“De um tempo para cá, parece que virou moda falar mal do Brasil. Esse país não é qualquer um não, gente. As pessoas que falam em crise, crise, crise, repetem isso todo santo dia, ficam minando a confiança no Brasil”, afirma o ex-presidente durante o programa, citando os feitos positivos do partido no poder.
“Esse é o resultado dos governos do PT no comando do Brasil, e é isso no fundo que incomoda essa gente que não gosta de dividir a poltrona dos aviões com o nosso povo. É verdade que erramos, mas acertamos muito mais e podemos melhorar muito mais ainda. Temos tudo para voltar a crescer e seguir no caminho do desenvolvimento, para ser, cada vez mais, o Brasil de todos os brasileiros”, conclui Lula.
A presidente Dilma Rousseff não participou da propaganda. Segundo o presidente do partido, Rui Falcão, ela foi convidada, mas disse que estava "com a agenda cheia".

Engenheiro confessa que fez obras em sítio a pedido da Odebrecht



© Fornecido por Notícias ao Minuto
O engenheiro Frederico Barbosa prestou depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato e contou que trabalhou nas obras do sítio de Atibaia, frequentado pela família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por solicitação de um de seus superiores na Odebrecht, empresa para a qual trabalha.
De acordo com a Folha de S. Paulo, Barbosa relatou no depoimento à PF, na segunda-feira (22), que atendeu a solicitação para avaliar os trabalhos na propriedade rural que estavam atrasados. Segundo a publicação, os serviços no sítio começaram em outubro de 2010, quando Lula era presidente.
A reportagem destaca que a versão dada à Lava Jato é diferente daquela apresentada à Folha no final de janeiro. O engenheiro havia negado que a Odebrecht tivesse relação com as obras.
"Eu prestei um serviço para uma empresa contratada pelo proprietário, mas não tem nada a ver com a empresa [Odebrecht]", disse à época à reportagem da Folha.

Depoimentos
 
Além dessa mudança na versão do depoimento, o engenheiro mudou as informações sobre o período em que prestou os serviços. Na entrevista, Barbosa havia dito que trabalhou em suas "férias, em recesso de final de ano".
Já em depoimento, o engenheiro confessou que além de trabalhar no recesso, fez dupla jornada em obras da Odebrecht e no sítio durante um período dos serviços com o consentimento da empreiteira.
A publicação refere que o engenheiro ficou conhecido no país por ser o responsável pela construção da Arena Corinthians, estádio de futebol em Itaquera, na zona Leste de São Paulo.
Guilherme San Juan, advogado de Barbosa, afirmou que não iria fazer comentários, já que o caso está sob sigilo.
Mas segundo a defesa, Barbosa "prestou todos os esclarecimentos às autoridades e está disposto a colaborar".
A Odebrecht afirmou, em nota, que não iria se manifestar sobre o inquérito por desconhecê-lo.

Avaliação negativa do governo Dilma recua para 62,4%, diz CNT/MDA


Reuters

Foram ouvidas 2.002 pessoas entre os dias 18 e 21 de fevereiro, em 137 municípios do País. © Foto: Adriano Machado/Reuters Foram ouvidas 2.002 pessoas entre os dias 18 e 21 de fevereiro, em 137 municípios do País.
A rejeição da presidente Dilma Rousseff teve uma pequeno recuo em fevereiro, apesar da avaliação bastante negativa sobre como a presidente tem lidado com a forte recessão econômica vivida pelo país, mostrou pesquisa CNT/MDA nesta quarta-feira.
O levantamento, encomendado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), apontou que a avaliação ruim/péssima do governo passou para 62,4%, ante 70,0% em outubro.
Na outra ponta, agora 11,4% avaliam o governo como ótimo ou bom, ante 8,8% na pesquisa anterior.
Mas para 79,3% dos entrevistados Dilma não está sabendo lidar com a crise econômica, que tem aumentado fortemente o desemprego num ambiente de inflação elevada.
Outro fator que também contribui para a ainda elevada rejeição de Dilma é como a população vê sua suposta participação no esquema investigado pela operação Lava Jato, que apura corrupção envolvendo a Petrobras, órgãos públicos, empreiteiras e políticos.
Segundo a pesquisa, 88,6% têm acompanhado as investigações da Lava Jato. Nesse grupo, 67,8% consideram Dilma culpada pela corrupção investigada.
A imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também está sendo fortemente abalada pela operação. Entre os que acompanham as investigações, 70,3% veem Lula como culpado de corrupção.
Foram ouvidas 2.002 pessoas entre os dias 18 e 21 de fevereiro, em 137 municípios do país. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

Moody's tira selo de bom pagador do Brasil e coloca perspectiva negativa


Reuters

Marca da Moody's em prédio de Nova York © REUTERS/Mike Segar Marca da Moody's em prédio de Nova York A Moody's retirou o selo de bom pagador internacional do Brasil ao cortar o rating do país em dois degraus nesta quarta-feira e indicou que novos cortes podem vir ao mudar a perspectiva da nota para negativa, citando o ambiente econômico e político desfavorável do país.
A agência de classificação de risco rebaixou a nota de crédito do país a "Ba2", ante "Baa3". A Standard & Poor's e a Fitch já haviam retirado o grau de investimento do Brasil no ano passado, sendo que a S&P voltou a cortar o rating do Brasil em fevereiro, afastando o país ainda mais do selo de bom pagador.
"Os acontecimentos macroeconômico e fiscal nos próximos anos devem produzir um perfil de crédito significativamente mais fraco. A dinâmica do crescimento vai permanecer fraca nos próximos anos aumentando a pressão sobre a política fiscal", disse a Moody's em comunicado.
A agência citou que a dívida do Brasil deve exceder 80 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos três anos.
(Por Camila Moreira)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

curiosidades sobre a Serra do Roncador, no Mato Grosso


Já ouviu falar na Serra do Roncador? Localizada na cidade de Barra do Garças, no Mato Grosso, se estende por uma área de mais de mil quilômetros. Entre canyons que "roncam" com a passagem dos ventos, grutas, cavernas, rios, lagos e cachoeiras, essa serra guarda inúmeros mistérios e paisagens naturais de tirar o fôlego.
5 chapadas no Brasil que vão te impressionar pela beleza natural 8 cachoeiras ótimas para banho no Brasil 4 aldeias indígenas para visitar no Brasil Com diversas comunidades esotéricas instaladas, a cidade é conhecida mundialmente como santuário místico e metafísico. Sua fama mística vem de diversos acontecimentos que, segundo conspiradores, estão associados a civilizações que vivem dentro da serra!

Listamos 6 curiosidades que fazem da Serra do Roncador um local muito procurado pelos curiosos do mundo todo. Confira:
Serra do Roncador
O nome Serra do Roncador é originado pelo barulho que o vento faz ao passar pelos grandes Canyons presentes na serra. Além de ser uma beleza natural única, a paisagem é de se apaixonar!