sábado, 13 de fevereiro de 2016

Ações por ‘pílula do câncer’ travam sistema jurídico da USP


Pílula do câncer: Procuradora-geral da USP, Márcia Walquiria Batista dos Santos relata que 22 dos 46 procuradores tratam só das pílulas  
© Fornecido por Estadão Procuradora-geral da USP, Márcia Walquiria Batista dos Santos relata que 22 dos 46 procuradores tratam só das pílulas
SÃO PAULO - Uma enxurrada de ações judiciais relacionadas à “pílula do câncer” está travando o sistema jurídico da Universidade de São Paulo (USP). Desde o início da polêmica nacional sobre a fosfoetanolamina sintética, em junho de 2015, a instituição já foi citada em mais de 13 mil processos movidos por pacientes que exigem o fornecimento da substância, acreditando tratar-se de uma cura para o câncer.
“Caímos numa armadilha”, disse ao Estado o vice-reitor da USP, Vahan Agopyan. “Estamos sendo obrigados pela Justiça a fornecer um produto que não sabemos o que é, não sabemos o que pode fazer nas pessoas, e está sendo produzido em condições totalmente inadequadas. É uma situação muito constrangedora.”
Os processos são tantos, segundo Vahan, que estão interferindo no funcionamento de toda a USP, e não apenas nas atividades do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), onde a substância é produzida de forma artesanal em um laboratório sem qualificação sanitária para produção de fármacos. “Nosso jurídico não está conseguindo atender às necessidades da universidade porque a maioria dos nossos procuradores está ocupada respondendo às demandas judiciais da fosfoetanolamina”, relata Vahan. “Vários processos importantes estão sendo prejudicados.”
A Procuradoria-Geral da USP chega a receber mais de cem processos de fosfoetanolamina por dia, oriundos de quase todos os Estados do País – e a universidade tem obrigação legal de responder a todos eles. Dos 13 mil processos, cerca de 7 mil são liminares concedidas por juízes do Estado de São Paulo, obrigando a universidade a fornecer a substância para pacientes com câncer. Cerca de 70% dessas liminares foram dadas por uma única juíza, Gabriela Müller Carioba Attanasio, da comarca de São Carlos.
Segundo a procuradora-geral da USP, Márcia Walquiria Batista dos Santos, 22 procuradores (de uma equipe de 46) estão trabalhando quase que em tempo integral com a fosfoetanolamina. “Outros assuntos importantíssimos para a universidade acabam ficando presos nesse fluxo”, afirma.
Dificuldades. Não bastasse o grande número de processos, muitos chegam à USP fora dos padrões, sem a documentação necessária e até faltando informações básicas, como o endereço do paciente para o qual as pílulas devem ser enviadas. “Nos deparamos com várias situações absurdas”, diz Márcia.
Como os processos se originam de vários Estados, com demandas específicas e protocolos distintos, não é possível dar uma resposta padrão a todos eles. Muitas ações são originárias de pequenas comarcas de regiões interioranas, que não têm sistemas informatizados. Outras exigem a presença física dos procuradores, praticamente impossibilitando a USP de responder em tempo hábil. Todas as ações são contestadas, mas enquanto o processo não é julgado a USP tem obrigação de cumprir as liminares.
Alguns pacientes, insatisfeitos por não receber a substância no prazo esperado, obtêm mandados de busca e apreensão das pílulas no IQSC. “Chega um oficial de justiça lá, entra no laboratório e leva tudo que tiver embora”, descreve uma procuradora da universidade.Segundo Márcia, a taxa de produção do laboratório é de 2,4 mil cápsulas de fosfoetanolamina sintética por semana – muito abaixo do que seria necessário para atender à demanda dos 13 mil processos.
As liminares raramente estipulam uma quantidade que deve ser enviada ao paciente. Na maioria dos casos, fazem uma demanda genérica, como “o suficiente para o tratamento”. A regra da universidade nesses casos tem sido enviar um saquinho de 60 cápsulas por vez.
Sem estrutura. A única pessoa que produz a fosfoetanolamina é um químico do laboratório no IQSC, Salvador Claro Neto, que é um dos detentores da patente da substância, juntamente com o professor aposentado Gilberto Chierice e outras quatro pessoas. Durante anos eles produziram e distribuíram as pílulas gratuitamente para pacientes com câncer, tendo como base apenas alguns estudos preliminares em camundongos.
A substância, porém, nunca foi testada como medicamento e não há comprovação científica da sua segurança ou eficácia como terapia contra o câncer. A busca pelas pílulas é motivada por relatos pessoais de pacientes que tomaram a “droga” e dizem ter melhorado ou até mesmo se curado da doença.
A substância não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nem o laboratório – dedicado à pesquisa de óleos, resinas e polímeros, sem relação com a área biomédica – tem autorização para trabalhar com síntese de medicamentos. A diretoria do IQSC determinou o fim da produção em junho de 2014, mas a atividade precisou ser retomada para atender às demandas judiciais.
“Trata-se de um laboratório de química básica, sem condições adequadas para a produção de um remédio”, afirma Vahan. “Há grande risco de contaminação, e isso nos deixa extremamente preocupados.”
Segundo o vice-reitor, a USP não sabe nem a fórmula da substância, pois os pesquisadores registraram a patente sem a participação da universidade – o que contraria as regras de propriedade intelectual da instituição.

Janot pede acesso a investigação que cita parlamentares


ctv-y9t-rodrigo-janot-jose-cruz-divulgacao: O procurador-geral da República, Rodrigo Janot  
© Fornecido por Estadão O procurador-geral da República, Rodrigo Janot

BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu acesso ao inquérito da Operação Zelotes que apura o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ex-ministra Erenice Guerra e de outros políticos na suposta "compra" de medidas provisórias. O objetivo é avaliar a necessidade de que o caso seja remetido ao Supremo Tribunal Federal em razão de citações a congressistas.


No diário de um dos investigados na Zelotes, João Batista Gruginski, a Polícia Federal encontrou anotações sobre possível pagamento de propinas aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR), fora o ex-senador Gim Argello (PTB-DF). Em depoimento, Gruginski reafirmou que, numa reunião, o lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS, disse que os três haviam negociado pagamentos de R$ 45 milhões, sendo R$ 15 milhões para cada um, em troca de aprovar emendas de interesse de montadoras de veículos. Esse material foi colhido no inquérito da PF que cita, em outros contextos, Lula e Erenice. A investigação foi anexada à ação penal em curso na 10.ª Vara da Justiça Federal, em Brasília.
Os três políticos negam irregularidades. Atualmente preso, APS foi questionado pelo Estado durante audiência na Justiça e disse que não fez a afirmação. Por terem direito ao "foro privilegiado", senadores só podem ser alvo de investigações criminais perante o Supremo. Avaliação. Procuradores da força-tarefa da Zelotes, que atuam na 1.ª instância, entendem que as citações não são suficientes para a abertura de um inquérito no STF. Mas Janot decidiu solicitar o caso para avaliar pessoalmente se cabe o envio. Em ofício à Procuradoria da República no Distrito Federal, ele se disse motivado por notícias veiculadas na imprensa sobre citações aos parlamentares.


As defesas dos réus da Zelotes já haviam requisitado que a ação penal sobre o caso subisse para o Supremo, por causa da menção a possíveis irregularidades cometidas por congressistas. No último dia 4, o juiz Vallisney de Souza Oliveira decidiu manter a ação penal na 10ª. Vara da Justiça Federal, em Brasília. O magistrado, no entanto, decidiu enviar informações dos autos para análise do Supremo. Caberá aos ministros da Corte decidir se avocam ou não o caso.O pedido de Janot foi enviado pela Procuradoria da República ao juiz, que autorizou a remessa do inquérito para o MPF.

Anotação mostra relação 'estreita' entre ex-ministra e investigados, afirma PF



Erenice Guerra: Ex-ministra afirma que só conheceu investigados na Zelotes após deixar Casa Civil  
© Fornecido por Estadão Ex-ministra afirma que só conheceu investigados na Zelotes após deixar Casa Civil
BRASÍLIA - Documentos apreendidos na Operação Zelotes reforçam o elo da ex-chefe da Casa Civil Erenice Guerra com o grupo acusado de "comprar" medidas provisórias de interesse de montadoras de veículos no governo. A Polícia Federal encontrou nas casas de dois dos envolvidos anotações com referências à ex-ministra, o que, para os investigadores, indica "estreita" relação entre ela e os investigados.

Erenice foi secretária executiva da Casa Civil de 2005 a 2010, ano em que passou a ser titular da pasta, entre os meses de março e setembro, com a saída da então ministra Dilma Rousseff do cargo para se candidatar à Presidência. No período, duas MPs sob suspeita de terem sido "encomendadas" foram discutidas pelo órgão (471/2009 e 512/2010), antes de seguir para assinatura do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Erenice, o ex-presidente e outros ex-agentes públicos são investigados em inquérito atualmente em curso na Operação Zelotes. Conforme a PF, o objetivo é averiguar se, eventualmente, eles foram "corrompidos" ou foram "vítimas" de tráfico de influência praticado pelos lobistas que atuaram para viabilizar as MPs. As normas prorrogaram incentivos fiscais a montadoras instaladas no Norte, no Nordeste e Centro-Oeste.
Apreensões. As citações à ex-ministra Erenice Guerra aparecem em relatórios da Polícia Federal sobre as apreensões feitas em endereços dos acusados. Na casa do lobista Mauro Marcondes Machado e da mulher dele, Cristina Mautoni, foi encontrado papel com as anotações "Erenice" e "conta 55 8654672". O casal está preso desde outubro por suspeita de operar o suposto esquema das MPs.

Para a PF, o número se trata, provavelmente, de uma conta bancária. "Tais anotações sugerem, mais uma vez, o envolvimento ou a ligação estreita entre ela (Erenice) e os principais investigados", diz trecho da análise dos investigadores. No endereço do advogado Eduardo Gonçalves Valadão – que, assim como o lobista Mauro Marcondes, responde a ação penal por envolvimento no suposto esquema – foi achado manuscrito com a seguinte mensagem: "O Alexandre me falou por alto sobre o assunto que o Zé Ricardo está deixando na mão. Pede mais informações / Fala da dívida do José Ricardo com o grupo (Erenice, Fernando Cesar Mesquita etc)".

Após deixar a Casa Civil, Erenice passou a atuar como advogada. Zé Ricardo – como é conhecido José Ricardo da Silva, outro lobista preso sob acusação de "comprar" MPs – se associou a ela para resolver pendências da Huawei Telecomunicações no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Em outra frente de investigação, a Zelotes apura suposto esquema de corrupção para influenciar decisões nesse órgão, uma espécie de tribunal administrativo que avalia débitos de contribuintes com a Receita. Ex-chefe do setor de comunicação no Senado, Fernando César Mesquita é réu em ação penal sobre as medidas provisórias, acusado de receber propina para facilitar pleitos dos investigados no Legislativo.

Na análise, a Polícia Federal diz que a anotação é de "fundamental importância", pois trata "de forma taxativa sobre a existência de um grupo", "robustecendo as suspeitas de que os investigados tenham se organizado de forma criminosa". "Importante frisar também a menção aos nomes de Erenice e Fernando César Mesquita, como sendo integrantes do mesmo 'grupo', o que vem a corroborar suspeitas nos negócios envolvendo os ora investigados", afirma o relatório.

O agente da PF responsável pela análise sugere um exame grafotécnico para confirmar quem é o autor do manuscrito e, com isso, aprofundar as investigações sobre o conteúdo. Também foi localizado na casa de Eduardo Valadão um boleto de pagamento de uma das empresas dele, a Rumo Comercializadora de Energia, para uma agência de turismo, no valor de R$ 8,9 mil. Com o documento, com data de 10 de novembro de 2011, havia uma relação de viagens, tickets e nomes de passageiros, entre eles "Erenice Guerra", que aparece com três passagens relacionadas.

Defesa. A ex-ministra não respondeu a questionamentos do Estado sobre os relatórios da PF, enviados por e-mail. Informou, por meio de sua assessoria, que não os comentaria. Ela tem afirmado que conheceu os investigados na Zelotes em 2011, após deixar a Casa Civil.Em depoimento à Polícia Federal, em dezembro, ela disse ter sido apresentada a Mauro Marcondes e Cristina Mautoni numa viagem a São Paulo. Não soube explicar a presença de seu nome em papel apreendido na casa do casal, ao lado do número de suposta conta. A ex-ministra ressaltou que os números não lhe são "familiares" e consignou sua "estranheza com a anotação" feita por uma pessoa que "não conhece".

Erenice disse no depoimento à PF que sua relação com o escritório J.R Silva Advogados, de José Ricardo da Silva, se restringiu à defesa da Huawei Telecomunicações no Carf. Ela afirmou que não sabe o porquê de seu nome ser citado como integrante do "grupo" em anotação encontrada na casa de Valadão e que espera que o advogado explique o manuscrito. Em sua oitiva, ele silenciou a respeito. A ex-ministra sustentou que nunca se reuniu com os investigados para tratar das medidas provisórias e que nunca recebeu quaisquer vantagens relacionadas à edição das normas.

Aos investigadores, Erenice também disse que não fez viagem para atender a interesses exclusivos das empresas de Valadão, mas que se recordava de que, num deslocamento para São Paulo, aproveitou para levar o lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS (preso desde outubro por causa das investigações da Operação Zelotes), para um encontro com Fernando Bertin, do Grupo Bertin.

A ex-ministra havia indicado empresas de Valadão para as empresas da família Bertin comprarem energia. Questionada pelo delegado Marlon Cajado, alegou não se recordar quem custeou a viagem. Procuradas, as defesas de Eduardo Valadão e do casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni não comentaram.

Lula está sendo objeto de grande injustiça, afirma Dilma

Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (13) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo objeto de “grande injustiça”. Ela defendeu seu antecessor durante o mutirão de combate a focos do mosquito Aedes aegypti, vetor da zika, dengue e chikungunya, na zona oeste do Rio de Janeiro.
“Acho que o presidente Lula está sendo objeto de grande injustiça. Respeito muito a história do presidente Lula. Tenho certeza de que esse é um processo que será superado, porque acredito que o país, a América Latina e o mundo precisam de uma liderança com as características do presidente Lula”, afirmou Dilma.

Justiça pode cancelar benefícios dados a três delatores da Lava-Jato


Agência O Globo

SÃO PAULO - Três delatores da Lava-Jato podem ter invalidado seus acordos de colaboração com a Justiça. O Ministério Público Federal (MPF) pediu, nesta sexta-feira, para a Justiça avaliar se Fernando Moura, Roberto Trombeta e Rodrigo Morales descumpriram seus acordos de delação premiada por mentir, deixar de entregar documentos, não pagar multa ou por cometer crimes após se comprometer a ajudar nas investigações.
O lobista Fernando Moura, acusado de receber R$ 2,3 milhões de propina e de atuar na indicação de cargos comissionados na Petrobras, supostamente ao lado do ex-ministro José Dirceu, mentiu sobre sua delação ao prestar depoimento em janeiro. Em 22 de janeiro, ao ser ouvido pelo juiz Sérgio Moro, o lobista negou que tivesse lido o acordo antes de assiná-lo e disse que não recebeu de Dirceu uma recomendação para deixar o país quando estourou o escândalo do mensalão.
Moura voltou atrás seis dias depois, após ser alertado que poderia perder os benefícios que recebera por causa da delação premiada, como o direito de responder ao processo em liberdade. Ao se retratar, disse que sofreu uma "ameaça velada" para mudar seu testemunho. No dia 28, ele disse novamente que recebeu uma dica para viver no exterior durante o processo do mensalão.
Os outros dois delatores que terão seus acordos com a Justiça revistos são o contador Roberto Trombeta e seu sócio, Rodrigo Morales. De acordo com o MPF, os dois não forneceram documentos que comprovam crimes que eles delataram, como haviam prometido e deixaram de pagar a multa prevista no acordo. Os procuradores estão apurando, ainda, indícios de envolvimento da dupla em "novos fatos criminosos" após assinar a colaboração com a Justiça.
Em sua delação, Trombeta deu detalhes do uso de empresas de fachada para lavar dinheiro das empreiteiras OAS e UTC. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirmou que, em 2010, usou os serviços de Trombeta para fazer repasses ao caixa dois das campanhas do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e do atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT-SP). Ambos negam envolvimento nas irregularidades.
A Justiça vai dar a palavra final sobre a situação desses três acordos de delação premiada. Caso a Justiça decida invalidar os acordos, as provas que já foram produzidas pelos delatores poderão continuar a ser utilizadas no processo. Os colaboradores, porém, perdem "todos os benefícios que receberiam em razão da colaboração, como redução de pena e suspensão de processos", afirma o MPF.

Lula enviou pertences a sítio de Atibaia ao deixar o governo, diz revista


Agência O Globo

SÃO PAULO — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou seus pertences e de seus familiares ao sítio em Atibaia logo após deixar o governo, segundo informou a revista "Veja" nesta sexta-feira. Notas fiscais e ordens de serviço de uma das transportadoras contratadas pelo governo federal indicam que parte da mudança foi remetida para a propriedade no interior de São Paulo. Entre os itens transportados, haviam cerca de 200 caixas — 37 delas continham bebidas, segundo os documentos apresentados pela revista. A entrega do material no sítio aconteceu em 8 de janeiro de 2011, dois meses após a compra do imóvel em nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar, que são sócios de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, o filho mais velho do ex-presidente.
O sítio em Atibaia é alvo de um inquérito específico a Polícia Federal (PF), que está sob sigilo, para apurar a relação entre o imóvel com empreiteiras e outras pessoas físicas investigadas na Operação Lava-Jato. Em 29 de janeiro, o Lula admitiu que usa a propriedade, mas negou que seja o dono do local. Reportagem da revista "Época" mostrou que seguranças do ex-presidente estiveram 111 vezes em Atibaia, ao longo dos últimos quatro anos, indicando que as visitas de Lula ao local eram frequentes.
A exemplo do que aconteceu com o tríplex no Guarujá, reformado pela OAS, os investigadores da Lava-Jato suspeitam que o sítio em Atibaia foi reformado tanto pela OAS quanto pela Odebrecht. A propriedade foi comprada em 2010 e é frequentada por Lula, que passou férias em janeiro no local. O sítio passou por ampla reforma, ganhou suítes e área de churrasqueira. Segundo o depoimento de uma testemunha do inquérito, o imóvel recebeu R$ 500 mil só de material para a obra. Além das construtoras, o empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula e preso em novembro pela Lava-Jato, também aparece como suspeito de ter colaborado com a obra. A propriedade será alvo de uma fiscalização do governo paulista por suspeita de irregularidades ambientais na reforma, que começou no final de 2010.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Especialistas alertam contra armadilha caseira de Aedes que viralizou nas redes


Foto: BBC: Armadilha usada atualmente contra mosquito aedes aegypti foi criada no início dos anos 2000  
© Copyright British Broadcasting Corporation 2016 Armadilha usada atualmente contra mosquito aedes aegypti foi criada no início dos anos 2000
A epidemia de zika vírus no Brasil está trazendo à discussão formas de combate ao mosquito diferentes da tradicional eliminação de criadouros em água parada. Uma delas ganhou grande popularidade na internet: a armadilha conhecida como "mosquitérica" – feita com uma garrafa pet e tecido microtule. Mas artifícios como esses são capazes de ajudar a acabar com uma epidemia que preocupa o mundo?
Os pesquisadores estão divididos. Os defensores da invenção dizem que ela pode ajudar sim – desde que seja utilizada em larga escala ou como instrumento educacional.
Contudo, os institutos Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, e Emílio Ribas, de São Paulo, dão ênfase às estratégias tradicionais e não recomendam a utilização individual da armadilha durante a atual epidemia.
Sua utilização, alertam, poderia em tese atrair mais mosquitos para a casa do usuário – aumentando o risco para ele e para seus vizinhos.
Em linhas gerais, a armadilha é feita com uma garrafa pet, uma tela de tecido tipo microtule e uma isca, que pode ser arroz, alpiste ou ração de gatos. A ideia da invenção é capturar o Aedes aegypti enquanto ele ainda é uma larva e ainda não se transformou em mosquito.

Funcionamento

Em sua versão caseira, a garrafa é cortada, lixada e colada para se transformar em um recipiente de armazenamento de água com duas câmaras – uma em contato com o ambiente e outra isolada. Elas são separadas pela tela de microtule.
A ideia é que a fêmea do mosquito Aedes aegypti seja atraída pela água em evaporação natural de um local que acredita ser seguro para depositar seus ovos.
A mosquitérica fornece um ambiente de água parada e rica em microrganismos, cujo crescimento é estimulado pela presença da ração de gato ou alpiste.
"O mosquito não precisa só de água parada e limpa. A água precisa ter micróbios que são o alimento para as larvas", afirmou o professor Maulori Cabral, chefe do departamento de virologia do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele é um dos criadores da armadilha.
Inicialmente, ovos do mosquito são depositados na câmara em contato com o ambiente e se transformam em larvas. Atraídas pelo alimento, essas larvas atravessam a tela de microtule e passam para a segunda câmara, onde está o alimento.
Lá elas desenvolvem e crescem a ponto de não serem capazes de retornar para a primeira câmara através da tela, ficando assim presas. O dono da armadilha então precisa matar larvas e mosquitos que se acumulam na segunda câmara e reiniciar o processo.

Utilização

Segundo Cabral, a armadilha começou a ser desenvolvida no Brasil no início dos anos 2000. A pesquisa fazia parte de uma iniciativa do meio acadêmico, que temia uma possível epidemia de vírus do oeste do Nilo (febre do Nilo ocidental) – que também é transmitida por picadas de mosquito e poderia chegar ao Brasil por meio de aves migratórias.
A epidemia não ocorreu e o invento chegou a ser patenteado, embora não tenha atraído o interesse de empresas para a comercialização. Os criadores então abriram mão da patente para que o instrumento fosse utilizado no combate à dengue.
Para que a armadilha funcione, é necessário que o usuário elimine todos os outros locais de água parada em sua casa, para que o Aedes aegypti encontre água para depositar seus ovos apenas na mosquitérica.
Segundo Cabral, há duas principais formas de usar a armadilha, uma isolada e outra coletiva.
Isoladamente, a armadilha tem caráter educacional e serve para apontar se o mosquito transmissor dos vírus da dengue, chikungunya e zika está presente na região. "Se capturar o Aedes aegypti na mosquitérica, a pessoa pode alertar as autoridades para procurar focos do mosquito na vizinhança", disse Cabral.
Mas a armadilha, em tese, também pode ser usada coletivamente - dessa vez com o objetivo de erradicar o mosquito de uma região.
Mas para isso, seria necessária uma mobilização da população, por meio de redes sociais ou por canais de mídia, por exemplo, para que todas as casas preparassem armadilhas ao mesmo tempo. Assim, toda uma geração do mosquito poderia ser eliminada.
Segundo o professor, esse tipo de mobilização nunca aconteceu, embora esteja sendo estudado em áreas do Maranhão. "Temos que fazer uma campanha pela erradicação do mosquito e não pelo combate a ele", afirmou.

Risco

Contudo, as posições de Cabral causam polêmica.
Segundo o professor Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto Emílio Ribas, o uso de armadilhas caseiras para o mosquito Aedes aegypti é "problemático".
"O mosquito não deposita seus ovos em um local só, ele espalha em diversos pontos", afirmou.
"Ele pode depositar ovos na armadilha, mas também na casa do vizinho (que ao invés de ter armadilhas pode ter criadouros em potencial)", disse.
Novos mosquitos podem então nascer e migrar para a casa do dono da armadilha.
Cabral diz porém que a mosquito fêmea em busca de um local para pôr seus ovos não necessita de sangue e por isso não pica.
Outro risco apontado por Gorinchteyn e por pesquisadores do Instituto Emílio Ribas é que a pessoa monte uma armadilha, que atrai mosquitos, sem ter eliminado outros criadores potenciais, como caixas d'água abertas, pneus expostos ao tempo, pratos sob vasos de plantas e recipientes de água para animais domésticos.
Segundo esses institutos, o número de insetos abatidos com o uso individual da armadilha não é representativo e pode atrair mosquitos infectados para a casa do dono da armadilha.
Contudo, assim como Cabral, Gorinchteyn diz que, se fosse usada coletivamente por toda uma população, a armadilha poderia funcionar. Contudo ele diz que há outras alternativas de combate coletivo ao mosquito menos dispendiosas.

Prevenção tradicional

Os institutos Emílio Ribas e Oswaldo Cruz afirmam que a melhor forma de combater o mosquito Aedes aegypti é eliminando a água parada em locais que podem se transformar em criadouros.
O que não puder ser eliminado deve ser vedado para evitar o contato do mosquito com a água.
O ciclo de vida do mosquito dura entre 7 e 10 dias, por isso recomenda-se a verificação e eliminação de eventuais criadouros uma vez por semana.
O objetivo é interromper o ciclo de vida do inseto.
O pesquisador Ricardo Lourenço, do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), diz que um erro comum das pessoas ao verificar criadouros é não saber da existência de ovos do mosquito nas bordas de recipientes.
"Os ovos do Aedes aegypti possuem uma substância altamente aderente, portanto ficam bem colados nos recipientes. Por conta disso, limpar as paredes dos receptáculos que não podem ser descartados ou vedados, semanalmente, é de extrema importância no combate ao vetor", afirmou.
Até agora não há vacina ou soro conhecido contra o zika vírus.

Ministro da Justiça diz ter 'absoluta convicção' de que campanha de Dilma não recebeu verbas ilegais


BRASÍLIA - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta sexta-feira, 12, ter "absoluta convicção" de que a campanha eleitoral que reelegeu a presidente Dilma Rousseff em 2014 não recebeu "em nenhum momento" verbas "não contabilizadas". "Que se apure, que se investigue. Tenho absoluta convicção de que na campanha na presidente Dilma não houve situação nenhuma de pagamentos ilegais. Já tem tantos vários processos e as contas foram aprovadas, tudo absolutamente regular", afirmou o ministro.
Nesta sexta-feira, o jornal Folha de S. Paulo revelou que investigadores da Lava Jato apuram pagamentos atribuídos a subsisidárias da Odebrecht em contas no exterior controladas pelo marqueteiro João Santana, responsávels pelas campanhas presidenciais do PT desde 2006. A investigação tem como um dos focos o recebimento de valores por Santana em 2014, ano da campanha à reeleição de Dilma.      
ctv-g8l-cardozo-dida: O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo © Fornecido por Estadão O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo "Eu acompanhei como militante e pessoa que se empenhou para a reeleição da presidente Dilma. A orientação era muito clara da presidente.Eu vi nas reuniões que participei, tenho absoluta segurança em afirmar que não creio que tenha havido (recebimento de dinheiro de forma irregular)", afirmou Cardozo. Ele criticou "especulações" sobre fatos investigados e minimizou o impacto das revelações na imagem do governo. "Em relação a danos políticos, tenho convicção de que se há uma coisa que não se pode negar em relação ao atual governo é a garantia de autonomia das investigações. O governo da presidente Dilma Rousseff não interfere nas investigações, garante autonomia", disse.
O ministro disse não ver elementos "substanciais" na suposta relação entre a campanha da presidente Dilma Rousseff e práticas ilícitas. Em mensagem apreendida pela PF, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, fazia menção a uma suposta conta na Suíça e risco de "chegar na campanha dela". "Não vejo elemento substancial. Uma mensagem lateralmente feita em que nomes não são citados. Não posso dar dimensão de ser uma prova", disse Cardozo. Na sequência, o ministro afirmou que o uso ou não deste indício fica a cargo dos investigadores da Lava Jato.
De acordo com ele, será aberto um inquérito policial caso se verifique que houve vazamento ilegal das informações sobre a apuração que envolve o marqueteiro João Santana.
Lula. Cardozo reiterou que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo de investigação, como um "grande líder" e que no plano político há "muitos interesses de setores da oposição" em atingir a imagem do petista. O ministro destacou, no entanto, que esta não é uma avaliação sobre o curso das investigações. "Eu não comentaria dados concretos de investigação. As investigações têm que ser feitas com autonomia", disse Cardozo. De acordo com ele, setores da oposição tentam "maximizar situações" com relação ao ex-presidente Lula. "Há uma luta política em torno disso", afirmou o ministro.

Lula busca nomes de peso para sua defesa, diz Folha


Ex-presidente quer esquadrão para defesa do caso do sítio em Atibaia (Wikimedia) © Fornecido por Empiricus Consultoria e Negócios Ltda. Ex-presidente quer esquadrão para defesa do caso do sítio em Atibaia (Wikimedia)
SÃO PAULO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está consultando advogados de peso para incorporarem a equipe de defesa no caso do sítio de Atibaia (SP), segundo a colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo.
A ideia é formar um grupo sênior, com profissionais acostumados a fazer o enfrentamento midiático e político de casos de grande repercussão, além da parte jurídica.

Lava Jato: Marqueteiro do PT pode ter recebido repasse da Odebrecht


© Fornecido por Notícias ao Minuto
Investigadores da Lava Jato analisam indícios de repasse de subsidiárias da Odebrecht em contas do exterior controladas pelo marqueteiro do PT João Santana, responsável por campanhas do partido desde a reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e da presidente Dilma Rousseff. As investigações apuram as finanças dele em diversos países, entre eles Suíça, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
Ainda segundo o jornal, os dados sobre a movimentação financeira de Santana integram pacote de documentos enviados ao Brasil pela promotoria suíça em acordo de cooperação. As investigações correm em segredo de justiça. O marqueteiro está sendo investigado desde que a Polícia Federal encontrou uma carta de Mônica Moura, mulher e sócia de Santana, na casa do lobista Zwi Skornicki, ligado ao estaleiro asiático Keppel Fels.
Oficialmente, Santana recebeu R$ 88,9 milhões da campanha de Dilma em 2014. Outros pagamentos vinculados à campanha, se confirmados, seriam em tese caixa 2. O advogado de João Santana, Fábio Tofic, disse que o publicitário desconhece qualquer apuração que envolva seu nome e que, inclusive, questionou formalmente o juiz Sergio Moro sobre a existência de um inquérito contra seu cliente. A Odebrecht também disse que desconhece o inquérito.

Dilma se reúne com Lula para tratar da investigação de sítio em Atibaia (SP)



© Fornecido por Notícias ao Minuto
A presidente Dilma Rousseff deverá seguir no final da tarde desta sexta-feira (12) para São Paulo, onde encontrará o ex-presidente Lula. Na pauta, as investigações referentes ao sítio de Atibaia (SP), alvo de inquérito da Polícia Federal, e a resistência do PT à reforma da previdência que o governo pretende apresentar ainda neste semestre.
A propriedade rural no interior paulista está registrada no nome de dois sócios de um dos filhos de Lula. O foco da investigação é uma suposta relação do sítio com a empreiteira OAS e, também, segundo o jornal Folha de S. Paulo, com outras companhias investigadas pela Lava-Jato.
Após o encontro com Lula, já no sábado (!3), a presidente segue para o Rio de Janeiro a fim de participar do dia nacional de mobilização contra o zika vírus.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

4 perguntas básicas para conhecer melhor o seu cliente



Cliente, compras, shopping, sacolas, vitrine
Editado por Mariana Desidério, de EXAME.com
Como conhecer melhor o meu cliente?
Escrito por Enio Klein, especialista em vendas

A base para manter um bom relacionamento com o cliente está no mantra repetido milhares de vezes: “entender e conhecer o cliente é a chave do sucesso de qualquer negócios”. O desafio é como executar esta tarefa.
A simplicidade e objetividade da frase não significam que a execução seja fácil. Não a subestime. É uma iniciativa que envolve toda a empresa e tratá-la como um projeto, investindo tempo e recursos adequados é fundamental para que se tenha o retorno esperado. Independente do seu tamanho. Em tempos de internet, o tempo da velha caderneta já passou. É preciso ser melhor que isto.
A segunda dica é relacionada com o comportamento do vendedor. É natural que, como humanos que são, vendedores trabalhem muito mais em função de seus próprios desejos ou necessidades do que do seu cliente. É preciso motivá-los e treiná-los para que entendam que, ao priorizar o interesse do cliente, eles não só melhoram seu desempenho - que no fim do dia os leva a chegar a seus objetivos, inclusive financeiros - mas também lhes será muito mais gratificante.
Tão importante quanto conhecer o seu cliente, é conhecer o seu não-cliente. Isto é, aquele indivíduo que não vai comprar o seu produto. É muito comum empresários acreditarem que terão sucesso em todos os casos, bastando para isso dispor de bons produtos ou bons serviços. Isto não é verdade. Procure conhecer aqueles para os quais o esforço de vender é inútil. É desgastante e improdutivo.
Conhecer o cliente é uma combinação de informações que você precisa levantar para que possa desenhar o seu perfil de compra. Não canse seu cliente com um monte de perguntas ou pesquisas. Seja objetivo. O que você precisa saber é qual o comportamento de compra de seu cliente - quando compra, o que compra, como compra . Isto o ajudará a ser mais assertivo em suas ofertas. Poucas perguntas e principalmente objetividade nos resultados que pretende obter com as respostas serão suficientes.
Para ajudá-lo listamos alguns tópicos com os quais você deve ter atenção:

1 - Quem é o cliente? Ou seja, os chamados dados demográficos. Estas informações são importantes para definir ofertas e estratégias de preços. Procure verificar quais informações são importantes para seu negócio e pergunte.

2 - O que fez o cliente procurar você? Como ele chegou a até você, o que o atraiu? Estes dados lhe ajudarão a entender o que em sua empresa atrai os clientes e o que não atrai, permitindo a você se adequar ao que o seu mercado potencial busca.

3 – O que você vende? Informações específicas sobre o que você vende, sobre o seu segmento, são importantes para que você possa entender o perfil do consumidor de seus produtos e focar no que de fato o interessa.

4 – O que ele acha da concorrência? Finalmente, mas não menos importante, você deve obter a percepção que seu cliente tem da concorrência e como ele te vê em comparação a ela. Assim você poderá descobrir o valor agregado que oferece e como pode melhorá-lo.
Seu cliente é a sua melhor fonte de informações, não desperdice a oportunidade.

Enio Klein é gerente geral nas operações de vendas da SalesWays no Brasil e professor de vendas e marketing da BSP - Business School São Paulo.

Como evitar conflito com os filhos numa empresa familiar


Pai e filho; sucessão. formatura; sucessão; família; faculdade
Sucessão: processo deve ser bem planejado para evitar conflitos
Editado por Mariana Desidério, de EXAME.com
Como evitar o conflito entre gerações em uma empresa familiar
Escrito por Luiz Marcatti, especialista em empresas familiares

As empresas são palcos de convivência entre as pessoas, que se guiam pelo desejo e pela necessidade de poder e dinheiro. Quando essas relações são impactadas pela ambição, pessoal ou coletiva, o ambiente torna-se propício a conflitos constantes que, se não administrados da maneira correta, podem levar a perdas corporativas importantes.
No caso de empresas de controle familiar, acrescentam-se questões emocionais, naturais nas relações entre parentes, que podem potencializar os efeitos das disputas por poder e dinheiro, transcendendo o ambiente empresarial e misturando-se com as relações familiares.
Algo bastante possível de ocorrer é o surgimento de conflitos entre diferentes gerações que convivem na sociedade e na gestão dos negócios, pela decorrência de mudanças naturalmente provocadas pela ação do tempo: fundadores envelhecem, filhos crescem e começam a trabalhar nos negócios da família.
A chegada da nova geração à empresa cria uma expectativa sobre como irão conviver o tradicional e o novo, como será o relacionamento entre os que têm seus modelos estabelecidos e os que têm novas percepções e expectativas sobre os negócios. Não raramente, querendo mudar tudo de uma vez.
Alguns aspectos precisam ser levados em conta na preparação das pessoas e da própria empresa, a fim de mitigar riscos dessa ordem:

1 - No ambiente da sociedade: formalizar a relação com um Acordo Societário, de forma a definir as regras de convivência e de uso do poder, nas decisões mais relevantes para a companhia. Em empresas de controle familiar, esse documento define os processos sucessórios, dando o caminho mais adequado sobre como os herdeiros atuarão. Existem instrumentos legais que criam obrigação para esses novos sócios, no sentido de cumprir as cláusulas do acordo, mesmo não tendo sido seus signatários.

2 - No ambiente da gestão: abrir a possibilidade de a próxima geração vir trabalhar na empresa como uma opção de carreira, e não apenas pelo fato de serem filhos dos donos. Muitos conflitos pessoais e familiares vêm à tona por causa de vocações profissionais frustradas pela obrigação de atender a um chamado dos pais. Outro aspecto decisivo será a capacidade de pais e filhos se relacionarem profissionalmente. Os pais devem dar claros sinais aos filhos e à organização de que não haverá um tratamento com privilégios, mas dentro das regras da empresa. Esses dois pontos talvez sejam os mais difíceis de serem cumpridos integralmente, porém serão extremamente críticos caso não aconteçam de fato, trazendo sérios prejuízos para a sociedade e para a empresa.

3 - No ambiente da família: é onde tudo pode ser feito para mitigar e administrar os riscos da entrada das novas gerações tanto na sociedade quanto na operação e na administração dos negócios. Toda a família deve passar por um processo de entendimento e conscientização dos papéis e responsabilidades que tem, no sentido de criar e cuidar da estabilidade das relações entre familiares, sócios e profissionais, atuais e futuros, tendo sempre em mente a visão do coletivo, ou seja, o que é melhor para a Família, para a Sociedade e para o Negócio.
Muitas empresas familiares, no mundo todo, alcançam sucesso nas suas áreas de atuação graças ao talento, esforço e desempenho de seus fundadores. Mas criar um negócio que alcança várias gerações dentro de uma, ou de um grupo de famílias, depende de um alinhamento de interesses entre todas as partes envolvidas, propiciando uma visão de futuro com sustentabilidade, nas relações e nos negócios.

Luiz Marcatti é sócio da consultoria Mesa Corporate Governance.
Envie suas dúvidas sobre empresas familiares e empreendedorismo para pme-exame@abril.com.br

Dissidentes estudam deixar PT para criar novo partido


São Paulo - Dissidentes do Partido dos Trabalhadores (PT) estariam analisando a possibilidade de deixar a sigla e começar um novo partido. A informação foi publicada pela coluna Poder, do jornal Folha de S. Paulo.
Bandeira do PT: dissidentes estudam deixar sigla para fundar novo partido © Divulgação/PT Bandeira do PT: dissidentes estudam deixar sigla para fundar novo partido
Segundo a coluna, muitos desses políticos estão no meio de seus mandatos. Cerca de 25 parlamentares teriam levantado essa hipótese, insatisfeitos com os rumos do partido em meio à crise política e econômica dos últimos meses.
Um petista de alta posição teria amenizado a situação afirmando que isso aconteceu na época que o governo defendia diálogo com o deputado Eduardo Cunha.
Já o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, que esteve em reuniões sobre o assunto, declarou que essa discussão é natural em tempo de crise partidária.
Genro, por outro lado, defende a reestruturação do sistema político. Sem isso, "partidos presentes e futuros terão os mesmos problemas", disse ele à coluna.
Os dissidentes devem retomar as conversas sobre a fundação de um novo partido após as eleições municipais que acontecerão no segundo semestre deste ano.

PSOL

Criado em 2004, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) nasceu após a expulsão de parlamentares membros do PT.
O partido ainda acolheu centenas de dissidentes do Partido dos Trabalhadores ao longo de anos.

Temer apresenta defesa ao TSE em processo que pede cassação da chapa presidencial


BRASÍLIA - O vice-presidente da República, Michel Temer, encaminhou na noite dessa quarta-feira, 10, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), defesa no processo que pede a cassação de mandato da chapa composta por ele e pela presidente Dilma Rousseff. O documento é mantido sob segredo de justiça, mas o foco da peça é desconstruir a argumentação usada pelo PSDB para propor a ação de impugnação de mandato da petista e do peemedebista.      
Michel Temer: O vice-presidente Michel Temer © Fornecido por Estadão O vice-presidente Michel Temer A defesa de Temer foi elaborada em harmonia com os argumentos elaborados pelos advogados da presidente Dilma Rousseff. A peça relativa a Dilma, no entanto, ainda não foi encaminhada ao TSE. Isso porque o peemedebista foi notificado para apresentar sua manifestação dois dias antes da presidente Dilma. Ainda há prazo, portanto, para a petista apresentar sua manifestação.
Ao TSE, o PSDB alega que a disputa presidencial foi contaminada por abuso de poder político e econômico, fraude eleitoral e cita, por exemplo, a corrupção na Petrobras como suposto uso de dinheiro contaminado na campanha eleitoral. Os advogados de Dilma e Temer tentam derrubar os argumentos e afastar a discussão das doações eleitorais supostamente contaminadas pelo esquema da Lava Jato no processo, por não ser o foro competente para discutir matéria criminal.
Após a apresentação das defesas, o processo começa a correr com juntada de documentos e produção de provas. As partes podem solicitar oitiva de testemunhas, por exemplo. A ação de impugnação de mandato é um dos quatro processos propostos pelo PSDB ao TSE que podem gerar a cassação de mandato da presidente Dilma Rousseff e de Temer.

Brasil e EUA fecham acordo e esperam desenvolver vacina contra Zika em um ano


Reuters

O Ministério da Saúde fechou parceira com a Universidade do Texas para pesquisar e produzir uma vacina contra o Zika vírus, que pode ser desenvolvida em aproximadamente um ano, anunciou o ministro da Saúde, Marcelo Castro, nesta quinta-feira.
Ministro da Saúde, Marcelo Castro, durante entrevista coletiva em Brasília © REUTERS/Adriano Machado Ministro da Saúde, Marcelo Castro, durante entrevista coletiva em Brasília
Segundo o ministro, os cientistas envolvidos na pesquisa estão “tão otimistas”, que há possibilidade de a vacina estar pronta para uso em larga escala em três anos.
“Há um grande otimismo de que nós poderemos desenvolver essa vacina num tempo menor do que estava previsto...aproximadamente dentro de um ano nós poderemos ter a vacina desenvolvida”, disse o ministro da Saúde a jornalistas.
“Se tudo correr bem... digamos que em três anos a gente poderia ter a vacina”, afirmou.
Para agilizar a produção da vacina, segundo Castro, os pesquisadores concordaram em promover testes da vacina simultaneamente em camundongos e macacos, e não separadamente.
Estão previstos investimentos brasileiros de 1,9 milhão de dólares nos próximos cinco anos na parceria com os Estados Unidos e o Instituto Evandro Chagas.
O acordo prevê a criação de um comitê de coordenação que irá se reunir para analisar progressos e resultados alcançados no âmbito da cooperação, e também está prevista a participação de outros organismos internacionais, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O ministério também anunciou nova parceria com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) e o Estado da Paraíba para estudos sobre fatores associados entre o Zika vírus e a microcefalia.

TERCEIRO CASO

Segundo Castro, ainda não há dados atualizados de notificações de suspeitas de microcefalia associada ao Zika vírus. O último boletim divulgado pelo ministério aponta 4.783 casos suspeitos, sendo que 404 deles foram confirmados.
Mas o ministro confirmou que a Organização Mundial de Saúde foi comunicada da morte de uma terceira pessoa, uma mulher de 20 anos falecida em abril do ano passado, relacionada à doença. O Zika vírus foi encontrado em amostras da jovem.
“Estamos estudando ainda em maior profundidade porque só agora essa informação chegou para a gente”, disse Castro. “A informação que temos é que foi Zika”.
O diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, explicou que não é possível dizer que a doença foi a única causa da morte da jovem, mas que ainda assim tinha de ser notificada à OMS. Ela apresentava problemas respiratórios e teve uma pneumonia como causa mortis oficial.
“Não é possível afirmar a essa altura que o vírus Zika foi a causa exclusiva e direta da morte. É possível que tenha sido... mas ainda precisamos de mais dados e de investigação”, disse Maierovitch.
Castro afirmou ainda que está prevista a visita da diretora-geral da OMS, Margaret Chan, ao Brasil nos dias 23 e 24 deste mês.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello; Edição de Eduardo Simões)

Lula diz que está sendo golpeado "abaixo da cintura", diz colunista


© Fornecido por Notícias ao Minuto
O ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva afirmou que está se sentindo no meio de "uma gingana", o "prêmio que todos querem exibir como trunfo", referindo-se à Polícia Federal e o Ministério Público Federal, segundo a colunista Mônica Bergamo.
Um amigo de confiança que Lula recebeu antes do Carnaval no Instituto Lula ouviu do petista que ele estava se sentindo inconformado: "Eu nunca fiz disputa fora da política. E agora, comigo, estão passando desses limites. Estão jogando abaixo da linha da cintura. Há um projeto para me destruir, e ao nosso legado", diz a colunista.
O ex-presidente ainda tem repetido para quem queira ouvir que "poderia ter ganho milhões, milhões. Mas todos que me conhecem sabem que a minha preocupação nunca foi ganhar dinheiro. E sim transformar o país. Isso ninguém tira de mim".

Cientistas confirmam que ondas gravitacionais realmente existem



 
© Reprodução Físicos estão à caça de ondas gravitacionais – pequenas vibrações no tecido do espaço-tempo – desde que Albert Einstein previu a existência delas há um século. Ondas gravitacionais existem, e finalmente foram encontradas por cientistas.
É isso o que dizem pesquisadores do LIGO (Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser), que vêm trabalhando há semanas para confirmar que a primeira detecção direta de uma onda gravitacional realmente aconteceu. Sinais falsos já foram detectados anteriormente, e mesmo que rumores circulem há cerca de um mês, a equipe do LIGO quis ter certeza absoluta da descoberta antes de fazer um anúncio oficial.
E esse anúncio finalmente aconteceu. As ondas gravitacionais foram observadas na manhã do dia 14 de setembro de 2015, pelos dois detectores LIGO, localizados em duas cidades a 3.000 km de distância nos EUA. A fonte? Um buraco negro supermassivo que colidiu há 1,3 bilhão de anos. Quando isso aconteceu, cerca de três vezes a massa do Sol foi convertida em energia em uma fração de segundo.
Descobrindo as ondas
Ondas gravitacionais são vibrações no universo causadas por algum tipo de evento cósmico energético, de explosão de estrelas a fusão de buracos negros supermassivos. Conforme elas se propagam através do espaço e do tempo, as ondas gravitacionais causam pequenos tremores nos átomos que compõem a matéria.
Einstein as previu na sua teoria geral de relatividade em 1916, e sua existência foi indiretamente demonstrada em 1980, mas foi só quando o detector LIGO foi ligado em 2002 que a caçada pelas ondulações no espaço-tempo ficou realmente séria.
onda-gravitacional © Fornecido por Gizmodo onda-gravitacional
Visualização de ondas gravitacionais. Crédito da imagem: Werner Benger / Wikimedia
A primeira geração do experimento LIGO, que durou oito anos, não foi sensível o bastante para detectar essas ondas. Isso é compreensível. Ondas gravitacionais são minúsculas: os tremores atômicos que passam pelo nosso mundo quando dois buracos negros colidem em uma galáxia distante são da ordem de um bilionésimo de um bilionésimo do diâmetro de um átomo.
O LIGO usa lasers de alta potência para medir mudanças pequenas na distância entre dois objetos posicionados a milhares de quilômetros de distância. Milhões de coisas podem atrapalhar essa busca, incluindo a vibração causada pela passagem de um trem, um terremoto na Terra, e a realidade inconveniente de que todos os objetos com temperatura acima do zero absoluto estão vibrando o tempo inteiro.
Após uma série de atualizações feitas entre 2010 e 2015, o LIGO voltou a funcionar no ano passado. Com lasers mais potentes e um sistema melhorado de isolamento das vibrações do solo, as possibilidades de detecção da primeira onda gravitacional nunca foram maiores. Alguns cientistas até previram que teríamos nossa primeira detecção positiva em 2016 – mas poucos imaginavam que isso aconteceria tão rápido.
Na verdade, as ondas gravitacionais foram detectadas quase que imediatamente pelo LIGO. A equipe então passou meses investigando exaustivamente potenciais distúrbios ambientais ou instrumentais para confirmar que o sinal era real. O estudo foi aceito para ser publicado pela Physical Review Letters.
Buracos negros
De acordo com a teoria da relatividade de Einstein, quando um buraco negro orbita em direção a outro, eles perdem energia lentamente, o que faz com que eles se aproximem gradualmente. Nos minutos finais dessa fusão, eles aumentam consideravelmente a velocidade, até que, finalmente, se movendo a mais ou menos metade da velocidade da luz, eles se unem, formando um buraco negro maior. Uma tremenda explosão de energia é liberada, propagando-se através do espaço como ondas gravitacionais.
Os dois buracos negros por trás de tudo possuem 29 e 36 vezes a massa do Sol, respectivamente. Os pesquisadores do LIGO estimam que, durante o pico da colisão cósmica, a energia liberada foi 50 vezes a de todo o universo visível.
“Essa observação foi maravilhosamente descrita na teoria geral da relatividade de Einstein formulada há 100 anos, e representa o primeiro teste da teoria em gravidade forte”, disse Rainer Weiss, o primeiro a propor o LIGO como forma de detecção de ondas gravitacionais nos anos 1980. “Seria fantástico ver o rosto de Einstein se pudéssemos contar isso a ele.”
Um novo capítulo na exploração do cosmos
A descoberta das ondas gravitacionais foi assunto de rumores nas últimas semanas. Cientistas ficaram empolgados e deixaram escapar a informação em diversas ocasiões. Na semana passada, o físico teórico Clifford Burgess, da Universidade McMaster (Canadá), enviou um email para todo o departamento dizendo que o LIGO encontrou um sinal real e “espetacular” da fusão de dois buracos negros.
Essa descoberta confirma um aspecto importante da teoria da relatividade, e vai muito além disso. Ele praticamente abre um novo capítulo na nossa exploração do cosmos, um em que a radiação eletromagnética não será nossa única ferramenta para “olhar” o universo. Como o astrofísico do MIT Scott Hughes disse ao Gizmodo, podemos usar ondas gravitacionais para sondar objetos celestiais misteriosos como buracos negros e estrelas de nêutrons, que normalmente não têm luz.
“Há muita informação rica codificada nas ondas gravitacionais,” ele explicou, notando que a forma da ondulação no espaço-tempo pode revelar o movimento e tamanho do objeto que a produziu. “Como astrônomo, tento pensar sobre como vamos do ‘som’ da forma de onda medida pelo LIGO, para os parâmetros que produzem a forma de onda.”
Hughes também destaca que, assim que nossos detectores forem sensíveis o suficiente para detectar ondas gravitacionais regularmente, poderemos começar a construir um censo dos eventos mais energéticos do universo. “Conseguir dados demográficos é uma das principais coisas a se fazer em uma era de detecção,” ele disse.
“Seja lá quando a primeira detecção acontecer, vai ter uma festa, sem dúvidas,” ele continuou. “Mas, depois disso, quando a detecção se tornar rotineira, é aí que as coisas vão ficar realmente interessantes.”
Uma caçada de mais de um século chegou ao fim. Mas uma nova exploração cósmica está apenas começando.