sábado, 16 de julho de 2016

5 mitos e verdades sobre o sexo depois dos 50

Corega

Você passou dos 50 anos e acha que o sexo não precisa fazer mais parte da sua vida? Pois trate de repensar o assunto e buscar maneiras de manter a chama do desejo acesa. Várias pesquisas mostram que manter relações sexuais ajuda na saúde e no bem-estar, melhorando a imunidade, a ansiedade e o estresse. E se você jogar fora as ideias preconcebidas, tem grandes chances de viver o melhor sexo da sua vida, longe dos medos e dos compromissos que tantas vezes atrapalham os mais jovens.

Um dos estudos, realizado na Universidade de Praga, na República Checa, por exemplo, constatou que os maiores de 50 que praticavam sexo com penetração vaginal tinham menor pressão arterial e melhores reações ao estresse.

A ginecologista e sexóloga, Carolina Ambrogini, de São Paulo, fala que o sexo está muito vinculado com viver bem, ter prazer e desfrutar a vida tanto para o homem quanto para mulher. Mas, se mesmo sabendo disso suas desculpas são muitas para não ter uma “noite quente”, está na hora de saber o que realmente é mito ou verdade sobre o assunto. Confira!

1. A menopausa é a causa da falta de libido nas mulheres.

MITO.

A ginecologista e sexóloga Carolina Ambrogini explica que essa fase é caracterizada pela queda nos níveis de estrógeno, hormônio feminino, e não da testosterona, hormônio do desejo sexual. Ou seja, ao contrário do que se pensa, fisiologicamente a menopausa não está diretamente ligada à falta de libido. “A queda da testosterona até acontece por volta dos 60 anos, mas não dá para afirmar que é apenas isso que influencia na libido”, diz Carolina.

Segundo o ginecologista Neucenir Gallani, da Clínica SYMCO, de Campinas (SP), os hormônios têm papel na vida sexual, mas não são eles que a regem. “Prova disso é que muitas mulheres melhoram sua vida sexual na menopausa”, lembra o médico, que ainda comenta: “Libido é desejo e desejo é ‘cabeça’!”.

Carolina também concorda com o fato de que a libido é muito mais complexa e que envolve também o psicológico: “O que afeta o desejo sexual na maioria das mulheres é o relacionamento desgastado ou um casamento sem erotismo”, fala a médica. Portanto, trate de colocar mais romance na relação. Proponha experiências diferentes para o parceiro/parceira e vice-versa. Também procure se masturbar e se conhecer. Ah! E pense mais em sexo. Deixe os pensamentos eróticos virem e você vai perceber que seu desejo vai aumentar.

Neucenir comenta ainda que a falta de libido pode estar relacionada com o uso de alguns medicamentos, como antidepressivos, ansiolíticos e anti-hipertensivos. “Dependendo do medicamento, você pode ter esse tipo de efeito colateral”, fala o ginecologista. Portanto, se suspeita que esse é caso, converse com o seu médico.

2. Vagina seca pode ser um incômodo nas relações.

VERDADE. Mas tem solução!

A ginecologista Carolina fala que, com a queda dos níveis de estrogênio, a mucosa vaginal vai ficando mais fina e com menos vascularização. “Por conta da redução dos vasos sanguíneos, ela demora para se lubrificar podendo causar desconforto e até dor. Por isso, indico o estrogênio tópico para manter a mucosa vaginal saudável e possibilitar que a mulher tenha uma boa vida sexual. Esse tipo de hormônio age apenas no local e não aumenta o risco de câncer de mama, além de prevenir a alteração da flora vaginal”, explica Carolina. Já as mulheres que sofrem muito com os sintomas da menopausa precisam avaliar junto com seu médico a necessidade da reposição hormonal. Ela lembra ainda que o uso de gel na hora do sexo e muitas carícias também ajudam a evitar esses desconfortos, portanto não economize nos beijos e nas preliminares. 

3. Todos os homens sofrerão com a impotência. 

MITO.

Apesar de um número grande de homens terem uma disfunção sexual — são 25 milhões de homens acima de 18 anos, segundo dados da Associação Brasileira de Urologia — não são todos que apresentarão o problema. 

Carolina explica que a excitação é um fenômeno vascular, quando o pênis se enche de sangue e a ereção acontece. “Mas, para isso, os vasos precisam estar saudáveis. Doenças como hipertensão e diabetes, ou mesmo tabagismo e problemas vasculares comprometem a vascularização e aí surge a disfunção erétil”, fala. É por isso mesmo que ela reforça a ideia de manter hábitos saudáveis para diminuir os riscos de ter o problema. Que tal criar uma rotina de exercícios e uma dieta saudável? E caso o problema surja, busque a ajuda de um médico. Ele vai avaliar se você deverá ou não usar medicamentos que auxiliem na ereção.

4. O orgasmo é algo quase impossível para as mulheres depois dos 50 anos.

MITO.

Segundo a sexóloga, chegar ao clímax depende de uma boa excitação. “O que pode acontecer é ele demorar mais para acontecer. Isso porque, depois da menopausa, a mulher precisa de um pouco mais de estímulo para ficar excitada e lubrificada”, explica Carolina.

A especialista lembra ainda que o orgasmo também é um mix de fantasia e fricção. Portanto, pense mais em sexo e permita-se vivenciar as fantasias. “Se a pessoa já tinha orgasmos antes da menopausa, isso não vai mudar”, diz Carolina. Basta ter um pouco mais de paciência e continuar alimentando as fantasias sexuais. Combinado?

5. A vagina pode ser tornar flácida, causando desconfortos ou até a falta de sensibilidade.

VERDADE. Mas dá para melhorar!
Pense mais sobre sexo: 5 mitos e verdades que vão mudar sua vida sexual © Fotos/iStockphoto Pense mais sobre sexo: 5 mitos e verdades que vão mudar sua vida sexual 
 
Carolina explica que isso tem muito a ver com partos vaginais principalmente de bebês grandes, além da perda de colágeno que acontece por conta do envelhecimento. “A flacidez da vagina pode diminuir a sensibilidade da mulher durante a relação”, avalia a ginecologista que recomenda os exercícios de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico como uma maneira de prevenir e até mesmo reverter o problema. 

Segundo a sexóloga, eles são diferentes do pompoarismo. “O ideal é a mulher marcar uma consulta com um fisioterapeuta especialista em assoalho pélvico, que vai orientar quais são os exercícios para fortalecer essa musculatura”, explica.

Lula lidera corrida para 2018, mas perderia no 2º turno



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida pela presidência em 2018, mas o petista não venceria as eleições no segundo turno, de acordo com uma pesquisa publicada neste sábado pelo jornal Folha de S. Paulo.

O instituto Datafolha traçou 4 cenários diferentes para o levantamento (um com o senador Aécio Neves, outro com o ministro José Serra, mais um com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e por fim uma situação com todos esses políticos do PSDB juntos e o juiz Sérgio Moro).

Em todas as situações, o ex-presidente lidera.

No cenário com Aécio, Lula tem 22% das intenções de voto; a fundadora da Rede, Marina Silva, 17%; o presidente do PSDB, 14%; o deputado Jair Bolsonaro, 7%; e o ex-ministro Ciro Gomes, 6%.

Com Alckmin na disputa, Lula tem 23% das intenções de voto; Marina, 18%; Bolsonaro e o governador de SP têm ambos 8%; e Ciro Gomes, 6%.

Já quando o Datafolha testou um cenário com Serra, Lula permanece com 23% das intenções de voto, seguido por Marina (17%), o ministro das Relações Exteriores (11%), Bolsonaro (7%) e Ciro (6%).

No último cenário, Lula tem 22%; Marina, 14%; Aécio, 10%; Sérgio Moro, 8%; Bolsonaro, 6%; e Serra, 5%.

Segundo turno

Em um eventual embate entre Lula e Marina no segundo turno, a ambientalista venceria o petista, com 44% das intenções de votos. O ex-presidente tem 32% das intenções de votos nesse cenário.

Já contra o ministro José Serra, Lula também perderia. O tucano venceria com 40% das intenções de voto. O petista ficaria com 35% das intenções nessa circunstância.

A pesquisa foi realizada nos dias 14 e 15 de julho, com 2.792 entrevistados. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%.
Lula mantém a liderança na corrida eleitoral para presidência © Agência Brasil/Fernando Frazão Lula mantém a liderança na corrida eleitoral para presidência 
 
Rejeição

Um dos motivos para a derrota do ex-presidente pode estar ligada à sua taxa de rejeição, que atingiu 46%, a maior entre os políticos pesquisados, de acordo com o levantamento feito pelo Datafolha.

Logo abaixo do ex-presidente, estão empatados Aécio e o presidente interino, Michel Temer, com 29%. Em seguida, também empatados, estão Serra e Bolsonaro, com 19%. 

Vaquinha virtual para Dilma viajar junta mais de R$ 770 mil



Dilma Rousseff: presidente afastada vai receber dinheiro para viajar © Stephen Lam/Reuters Dilma Rousseff: presidente afastada vai receber dinheiro para viajar
São Paulo - Terminou à 0h de hoje a vaquinha virtual para bancar as viagens da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e 770.458 reais foram arrecadados. Ao todo, 11.419 pessoas fizeram doações online por meio da plataforma de crowdfunding Catarse para que Dilma viaje pelo país. A Catarse vai ficar com 13% do valor e 4% vão para pagamentos de impostos.

Determinação do presidente interino Michel Temer (PMDB) restringe o uso de aviões da FAB para deslocamento de Dilma. Ela só tem permissão para ir de Brasília (DF) a Porto Alegre (RS) com a FAB. A meta era arrecadar meio milhão de reais e foi batida em apenas dois dias, o que já correspondia ao recorde de arrecadação do site, levando-se em conta o pequeno espaço de tempo.

Doadores receberão recompensas como, por exemplo, citação nominal no site oficial de Dilma, uma foto oficial autografada em versão digital e um vídeo de agradecimento.A vaquinha virtual foi capitaneada pelas amigas da presidente afastada, Guiomar Lopes e Celeste Martins e a campanha foi chamada de Jornada pela Democracia.

Caso todo o dinheiro arrecadado ficasse com a presidente afastada, seria possível comprar 1.482 passagens aéreas em aviões de carreira, tomando por base o gasto com viagens de Leonardo Picciani (PMDB), deputado federal que mais gastou com passagens em 2016, de acordo com as cotas parlamentares da Câmara, segundo divulgou Exame.com. Picciani emitiu mais de 200 tíquetes, ao custo total de 103.969,65 reais.

De jato particular, seria possível fazer ao menos 15 viagens de ida e volta, entre Brasília (DF) e São Paulo (SP) ao custo de 50 mil reais, segundo cotação na plataforma AeroBid.

Para ministro da Saúde, pacientes 'imaginam' doenças





Barros disse que a população costuma associar uma boa consulta à solicitação de exames e defendeu que os médicos ajudem a mudar esse pensamento. © Foto: Ministério da Saúde Barros disse que a população costuma associar uma boa consulta à solicitação de exames e defendeu que os médicos ajudem a mudar esse pensamento. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta sexta-feira, 15, que a maioria dos pacientes que procuram atendimento em unidades de atenção básica da rede pública apenas “imagina” estar doente, mas não está. De acordo com o ministro, é “cultura do brasileiro” só achar que foi bem atendido quando passa por exames ou recebe prescrição de medicamentos e esse suposto “hábito” estaria levando a gastos desnecessários no Sistema Único de Saúde (SUS). Entidades médicas criticaram a fala de Barros.

“A maioria das pessoas chega ao posto de saúde ou ao atendimento primário com efeitos psicossomáticos. Por que 50% dos exames laboratoriais não são retirados pelos interessados? Por que 80% dão resultado normal? Porque foram pedidos sem necessidade”, disse o ministro, na manhã desta sexta-feira, 15, em evento na sede da Associação Médica Brasileira (AMB), em São Paulo.

Barros disse que a população costuma associar uma boa consulta à solicitação de exames e defendeu que os médicos ajudem a mudar esse pensamento. “Se (o paciente) não sair ou com receita ou com pedido de exame, ele acha que não foi ‘consultado’. Isso é uma cultura do povo, mas acho que todos nós temos de ajudar a mudar, porque isso não é compatível com os recursos que temos”, declarou. “Não temos dinheiro para ficar fazendo exames e dando medicamentos que não são necessários só para satisfazer as pessoas, para elas acharem que saíram bem atendidas do postinho de saúde.”

O ministro defendeu que os médicos façam uma investigação mais criteriosa do paciente, antes de solicitar exames ou prescrever remédios. “O médico tem de apalpar o cliente, fazer anamnese, tem de conversar com a pessoa”, afirmou.

Críticas
 
Representantes de entidades médicas discordaram da afirmação de Barros de que a maioria da população procura postos de saúde sem estar, de fato, doente. “De maneira geral, qualquer unidade de saúde terá 70% dos exames com resultado normal. Isso acontece porque o paciente não é bem examinado, não é bem interrogado, e são solicitados os exames errados. Ou então, na rede pública, o exame demora tanto para ficar pronto que, até lá, o paciente já sarou e não vai retirar o resultado”, diz Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. 

Ele afirma que a solicitação de exames desnecessários está relacionada a falhas na formação ou na postura do médico. “O paciente não tem culpa nisso. A maioria tem queixa real, que não é devidamente valorizada pelo médico”, afirmou.

Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso afirmou que o paciente nem tem o poder de escolher se quer fazer exames ou tomar remédios e é preciso avaliar melhor os dados informados pelo ministro antes de qualquer conclusão. “O julgamento do que o doente precisa é médico. Às vezes está lá que o doente não foi pegar (o resultado do exame), mas o doente ou o médico viram na internet. Precisamos saber quais lugares têm essa população de pacientes atendidos com exames normais ou que não foram buscá-lo. Porque, senão, fica algo jogado no ar.”

O ocaso de Lula: desprestígio, abandono e suspeitas




ENTREATOS - Lula com militantes sem-terra em Pernambuco, na semana passada: maior inclinação para reminiscências (Cristiano Mariz/O ocaso de Lula: desprestígio, abandono e suspeitas)  
© Foto: Fornecido por VEJA ENTREATOS - Lula com militantes sem-terra em Pernambuco, na semana passada: maior inclinação para reminiscências (Cristiano Mariz/O ocaso de Lula: desprestígio, abandono e suspeitas) Às 7h50 da última quarta-feira, um segurança do ex-presidente Lula chegou ao Aeroporto Oscar Laranjeira, em Caruaru, no agreste de Pernambuco. Diligente, comunicou que um Gulfstream G200, avião executivo de luxo e alta performance, estava a caminho da cidade. Minutos depois, dois representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o vice-prefeito Jorge Gomes (PSB) estacionaram seus carros no local. Estavam apreensivos, porque não havia militantes para oferecer uma recepção calorosa a Lula. “Eles vão chegar. Pode ficar tranquilo”, disse um dos líderes do MST ao segurança, tentando amenizar a tensão. Uma hora mais tarde, só oito pessoas aguardavam o ex-presidente. “Vamos partir para o plano B. Acho melhor receber o Lula no hotel. Manda o pessoal para lá”, ordenou o guarda-costas. Em seguida, ele trancou a porta de entrada do saguão do aeroporto, que é público, para evitar que alguém fotografasse o deserto que aguardava Lula, aquele que já foi um dos políticos mais populares do mundo. “O cara”, como disse o presidente americano Barack Obama, numa ocasião em que se encontraram.

Lula desembarcou às 9h13 acompanhado do senador Humberto Costa (PT-PE). Driblou as poucas pessoas curiosas que o aguardavam e deixou o aeroporto pelos fundos. “Pensei que ele fosse ao menos pegar na minha mão e me cumprimentar”, reclamou Augusto Feitosa, funcionário do aeroporto. Os tempos são outros. A popularidade e o prestígio de Lula também. Caruaru é testemunha dessa transformação. Em 27 de agosto de 2010, o então presidente desembarcou no mesmo Oscar Laranjeira ao som de uma orquestra formada por estudantes de uma escola pública. O saguão estava lotado. Sorridente, Lula abraçou eleitores e posou para fotos ao lado de autoridades como Fernando Haddad, então ministro da Educação, hoje prefeito de São Paulo, e a então primeira-­dama do Estado de Pernambuco, Renata Campos. Em seu último ano de mandato, Lula beneficiava-se do crescimento econômico, que atingiu 7,5% em 2010. Nem o céu parecia lhe servir de limite. “Se a gente continuar mais dez anos do jeito que está, daqui a pouco chega a Caruaru e pensa que está em Paris, em Madri, de tão chique.”

Caruaru continua Caruaru. Figura entre as doze piores cidades para viver no Brasil. E Lula deixou de ser Lula. Lidera no quesito rejeição entre os nomes cotados para disputar a Presidência em 2018. Na quarta-feira passada, Lula discursou em Caruaru num auditório com capacidade para setenta pessoas. A plateia era formada por militantes do MST e da CUT, que preferiram tomar o café da manhã do hotel a esperar o petista no aeroporto. A programação previa uma coletiva de imprensa. Não ocorreu. Só Lula e áulicos falaram. Mas o ex-presidente mantém um fotógrafo e uma equipe de documentaristas, sempre a postos para captar as melhores cenas. Enquanto estava no hotel, um militante rompeu o cerco de seguranças e tirou uma foto com Lula, mas a equipe do ex-presidente o obrigou a apagá-la. A imagem mostrava uma garrafa de uísque ao fundo. Não pegaria bem nas redes sociais, foi a justificativa apresentada.

Depois do evento, Lula saiu pela garagem, num carro com os vidros fechados, e percorreu um trajeto de apenas 400 metros até o trio elétrico que o esperava para um novo discurso. “Ele parece estar meio distante do povo, com um olhar desconfiado”, observou a funcionária pública Conceissão Pessoa. Em cima do trio elétrico Pantera Fashion, Lula discursou para 2.000 pessoas. Cinco ônibus, com capacidade para cinquenta passageiros, foram fretados por 1.000 reais cada um, pagos em dinheiro vivo, para postar a claque diante da estrela petista. A programação da semana passada, por exemplo, previa uma passagem pela cidade do Crato, no Ceará, onde ele receberia o título de doutor honoris causa da Universidade Regional do Cariri. A segurança fora informada de que estava sendo organizado um protesto de alunos contra a concessão da honraria. A visita foi cancelada.

Em Caruaru, Lula foi ainda a um assentamento agrário do MST. Uma banda de pífanos, também contratada por cerca de 1.000 reais, animou a festa. À mesa, famílias convidadas puderam se servir de macaxeira, jerimum, cuscuz, carne guisada e suco de acerola. Lula bebia cachaça e água. Estendia o braço direito para o alto, com o punho cerrado, e discursava contra o “golpe” que derrubou Dilma. No fim da tarde, às 17 horas, o ex-presidente partiu para o Recife no avião de prefixo PR-WTR, o mesmo que as empreiteiras Odebrecht e OAS usavam para transportá-lo ao exterior. À noite, na capital pernambucana, num evento em praça pública, Lula criticou o presidente interino Michel Temer e o juiz Sergio Moro, que em breve julgará um pedido de prisão contra ele. Falou à plateia e também à equipe que produz um documentário sobre o “golpe”. Com a chuva, os militantes começaram a se dispersar, e Lula teve de encerrar o espetáculo.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Evite Multas! Entenda a diferença entre farol baixo, farol alto e luz de Posição


© Reprodução A nova lei que entrou em vigor obriga os motoristas a usarem farol baixo em túneis e estradas, mesmo durante o dia (Lei 13.290/06). Mal ela entrou em vigor, já multou mais de 15 mil carros em apenas 4 dias, sendo que muitos deles estavam com as luzes ligadas. Mas por que isso aconteceu?

(Assumo que até me informar para escrever a matéria, eu não tinha a menor noção da diferença entre uma luz e outra)

De acordo com o advogado Pedro Magalhães Gane, o Código de Trânsito Brasileiro têm três definições para faróis: a de posição (usada em chuvas fortes e neblinas); a baixa (usada normalmente durante a noite) e a alta (usado também à noite, em ruas não iluminadas e quando não há veículos na frente). Sendo que é a luz baixa que devemos utilizar para nos adequarmos à lei e não sermos multados.

Para melhor identificar isso no carro, veja as fotos abaixo:
Reprodução © Fornecido por MHM Reprodução 
  A seta vermelha indica que os faróis estão desligados; a amarela, a luz de posição; e a verde, a luz baixa. Para a luz alta é necessário, no caso do exemplo acima, empurrar a manete para frente, caso queira manter a luz alta acesa, ou puxar para acendê-la momentaneamente, como se vê da seta azul.

Portanto, não basta acender apenas a luz de posição, é necessário andar de dia com as luzes dos faróis acesas como se estivesse trafegando normalmente durante a noite.

Necessário ressaltar que também não basta apenas o farol de neblina ou de milha, pois da mesma forma não estará se enquadrando nas disposições legais.

Vale lembrar que quem infringir a lei toma uma multa de R$ 85,13 e mais 4 pontos na carteira.  O valor irá aumentar a partir de novembro, quando as infrações médias passarão a acompanhar uma cobrança de R$ 130,16 ao infrator.

Atenção
Reprodução © Fornecido por MHM Reprodução 
  Nos últimos dias, começou a circular uma mensagem nas redes sociais alertando os motoristas a acender o farol baixo durante o dia também nas marginais Tietê e Pinheiros, em São Paulo, já que elas seriam rodovias em trechos urbanos.

Porém, o Departamento de Operação do Sistema Viário (DSV) da Secretaria de Transportes de São Paulo afirmou, em nota, que as marginais não são vias rodoviárias. “São parte da malha viária urbana, o que não obriga a utilização do farol baixo durante o dia, conforme a legislação vigente”, continua o texto.

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) afirmou que irá aceitar que veículos transitem em rodovias durante o dia com a luz diurna de LED acesa em vez do farol baixo.
Fonte: JustBrasil

‘Eu quero desidratar essa coisa de Centrão’, diz Temer


O presidente em exercício Michel Temer disse, em entrevista ao Estado, que pretende implodir o Centrão, grupo de partidos médios e até hoje ligados ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está prestes a ser cassado. “Quero desidratar essa coisa de Centrão e de outro grupo. É preciso unificar isso. Quero que seja tudo situação”, afirmou ele. O “outro grupo” se refere à antiga oposição, composta por PSDB, DEM, PPS e PSB. 

Temer confia no recesso branco deste mês para que as “pequenas ranhuras” deixadas na disputa pelo comando da Câmara sejam cicatrizadas. “Uma ferida não dura mais do que 15 dias, não é verdade? Se você se ferir, verá que dali a 15 dias se formou uma casquinha. A casquinha se dissolve.” 

Um dia após a vitória do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), apoiado pelo Planalto e pelo PSDB para a presidência da Câmara, Temer contou que usará os 15 dias do recesso para compor o segundo escalão do governo. A direção de Furnas, por exemplo, ficará com a bancada do PMDB de Minas.

O sr. avalia que a eleição do deputado Rodrigo Maia para a presidência da Câmara representou derrota do PT, do ex-presidente Lula, da presidente afastada Dilma Rousseff e de Eduardo Cunha?

O Congresso quis dar uma mensagem de apoio ao governo, com os dois candidatos que foram para o segundo turno (Rodrigo Maia e Rogério Rosso, do PSD, candidato do Centrão). Acho que está havendo uma distensão na Câmara. O candidato que teve apoio de outras alas foi justamente o nosso peemedebista Marcelo Castro. O que restou de tudo isso foi apoio ao governo.

E uma derrota poderia ter impacto na votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff?

Convenhamos, se há outro tipo de vitória já iam dizer “Ah, o governo perdeu”, dar outra interpretação. Se o Planalto fosse derrotado seria negativo para o governo e para o País.

O Centrão saiu maculado, presidente, está se desintegrando...

Hoje, conversando com Rodrigo (Maia), nossa ideia é acabar com essa história da divisão. O que houve foram pequenas ranhuras, pequenas rachaduras. O recesso branco vai ajudar. Quando chegar agosto, não haverá cicatriz. Eu quero aos poucos desidratar essa coisa de Centrão e outro grupo (formado pela antiga oposição). Quero que não haja mais essa coisa. É preciso unificar isso. Quero que seja tudo situação. 

O sr. fará reforma ministerial para acomodar a base aliada após a disputa na Câmara?

Isso eu vou examinar naturalmente depois que o Senado decidir (se acatará o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff). Seria apressado qualquer outra afirmação. Mas não creio que haja feridas na base ministerial. Na base parlamentar, isso passa. Especialmente porque agora tem o recesso. 

Mas como o sr. vai curar essas feridas? Ficaram cicatrizes.

Não é exatamente a mim que cabe curar. Uma ferida não dura mais do que 15 dias, não é verdade? Se você se ferir, verá que dali a 15 dias se formou uma casquinha. A casquinha se dissolve e volta ao normal.

Nesses 15 dias as nomeações vão sair do papel?

Vamos fechar tudo isso. Os nomes serão examinados, pautados pela Lei das Estatais, que estabelece restrições.

Quem vai para o Turismo? Alguém do PMDB de Minas?

Estamos examinando com calma. A bancada do PMDB de Minas está acertando com Furnas. Vou devolver a estatal a eles. Furnas pode ser mais expressiva politicamente do que o Turismo. Tem Chesf, Eletronorte, Eletrosul, Itaipu... 

A ascensão do DEM e do PSDB configura nova hegemonia na base aliada do governo?

Acho que tem de haver hegemonia da base. Por quem ela é composta pouco importa. Se eu falar em hegemonia de um ou outro estarei dividindo aquilo que estou fazendo força para reunificar. É claro que, quando surgirem problemas, em fevereiro (nova eleição para a presidência da Câmara), talvez haja nova movimentação.

O senador Aécio Neves (MG) tentou fechar um acordo para que o sr. apoiasse um candidato do PSDB à presidência da Câmara, em 2017. Isso é possível?

Procurei não entrar nessa questão da Câmara, mas, quando começou a ter aquela coisa de que havia um candidato de oposição e que ia gerar manchete “Temer derrotado”, é claro que eu tive uma preocupação. Não entrei nessas histórias de acordo para depois. No momento oportuno, em janeiro de 2017, vamos examinar.
ctv-uyt-michel-temer-dida-sampaio: O presidente em exercício Michel Temer © Fornecido por Estadão O presidente em exercício Michel Temer 
 
O sr. planeja se afastar de Eduardo Cunha?

Eu nunca me aproximei demais nem me afastei demais. Sempre tive um trato pessoal e um institucional. Nunca tive preocupação do tipo “Ah, se falar com fulano está condenado”. Eu falo com o Brasil inteiro, falo com a oposição. Aliás, confesso que não sei: como foi a CCJ hoje (quinta-feira, 14)?

Cunha sofreu fragorosa derrota e agora o seu caso vai para o plenário da Câmara. 

É matéria tipicamente da Câmara, que saberá decidir. Resta a ele o combate no plenário.

Mas o sr. sugeriu que ele renunciasse, não?

Não. Apenas quando ele falou sobre isso, de passagem, eu disse que ele deveria meditar... 

Cunha chegou a dizer a seus pares: “Hoje sou eu, amanhã são vocês”. O sr. não teme uma delação dele na Lava Jato?

Não sei o que ele quis dizer com isso. Talvez ele saiba, mas eu não saberia avaliar.

O sr. já disse que a Lava Jato não abalará sua gestão, mas delatores de empresas que tinham contratos com a Petrobrás acusam políticos do PT e do PMDB, entre outros, de corrupção. O governo está imune?

O presidente da República está e penso que o governo também. Não tenho preocupação com isso. De vez em quando um ou outro fala em meu nome, mas é tão irrelevante que, se me permite a expressão, não cola, não é?

O sr. já mostrou disposição de conversar com a oposição. Quando será isso?

Nas questões de Estado, não nas questões de governo. Nas questões de governo tenho absoluta convicção de que eles não apoiariam. Mas (...) a Previdência, por exemplo, é algo que dá para conversar porque não é para hoje. 

O sr. vai procurar o ex-presidente Lula? 

Precisamos primeiro esperar passar a decisão do impeachment, não é?

Como será sua participação nas eleições? O sr. subirá no palanque de Marta Suplicy (senadora e pré-candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PMDB)?

Não vou subir em palanque. Acho complicado porque tenho uma base parlamentar muito ampla. Não sou mais presidente do PMDB. Hoje tenho de tomar mais cautela.

O sr. fica incomodado quando é chamado de golpista?

Nada, porque não sou. Só se for um golpista que se ampara na Constituição. Se isso é ser golpista... (faz silêncio e dá risada). Eu acho graça.

Sra Eduardo Cunha quer levar investigação da Lava Jato para o Rio




Cláudia Cruz e o juiz Sérgio Moro. 
  © Foto: Reprodução e Estadão Cláudia Cruz e o juiz Sérgio Moro. 
 
Sra. Eduardo Cunha quer tirar a investigação contra si das mãos do juiz federal Sérgio Moro e transferir tudo para o Rio, 'local onde teriam sido praticadas as imaginárias condutas que lhe são imputadas'. As justificativas da jornalista Cláudia Cruz são a quebra de sigilo bancário e fiscal autorizada pelo magistrado na Operação Lava Jato e a apuração contra a enteada Danielle Dytz, filha do deputado afastado do PMDB-RJ.
 
A mulher do ex-presidente da Câmara é ré em ação penal por lavagem de dinheiro de mais de US$ 1 milhão supostamente provenientes de crimes atribuídos ao marido. Cláudia também é acusada de evasão de divisas.


Segundo a denúncia da força-tarefa da Lava Jato, ela se favoreceu de parte de valores de uma propina de cerca de US$ 1,5 milhão que o marido teria recebido para 'viabilizar' a aquisição, pela Petrobrás, de 50% do bloco 4 de um campo de exploração de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011.

Os recursos que aportaram na conta de Cláudia foram utilizados, por exemplo, para pagar compras de luxo feitas com cartões de crédito no exterior - a investigação mostra que ela adquiriu sapatos, bolsas e roupas de grife com recursos de origem ilícita, segundo a Procuradoria da República.

"Após formulada a acusação, os membros do Ministério Público Federal integrantes da denominada força-tarefa da Operação Lava Jato e signatários da denúncia, tanto na cota introdutória da denúncia, como em entrevista coletiva à imprensa a respeito do tema, mencionaram a continuidade das investigações em face de Danielle Ditz da Cunha, enteada da peticionária, e outras pessoas físicas e jurídicas a ela relacionadas", aponta a defesa de Cláudia Cruz.

Os advogados Pierpaolo Cruz Bottini e Cláudia Vara San Juan Araujo afirmam em petição anexada aos autos nesta quinta-feira, 14, que o pedido de quebra de sigilo de pessoas jurídicas relacionadas à mulher do ex-presidente da Câmara formulado pelo Ministério Público Federal teve origem 'em uma suposta incompatibilidade entre o valor dos pagamentos dos cartões de crédito por ela utilizadas e os débitos em suas contas bancárias e em relação à aquisição de dois veículos'.

"Claro, portanto, que, as investigações empreendidas em face da peticionária (Cláudia Cruz) extrapolaram a suposta manutenção de ativos no exterior sem declaração às autoridades competentes e o conjecturado recebimento de valores oriundos do pagamento de propina por contratos da Petrobrás, para apurar também outras possíveis irregularidades no patrimônio e na movimentação financeira de Cláudia Cordeiro Cruz", sustentam os criminalistas.

Para a defesa, não há como se sustentar a competência da 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba/PR, de titularidade do juiz Sérgio Moro, 'para a continuidade das investigações pretendida pelo Ministério Público Federal, em virtude da inexistência de conexão entre os fatos apontados - supostas incompatibilidades patrimoniais da peticionária - e o esquema criminoso da Petrobrás'.

"Uma vez afastada a conexão probatória e, consequentemente, a prevenção deste d. Juízo, requer-se a aplicação da regra geral de competência prevista no Código de Processo Penal - lugar da infração - com a remessa de todos os procedimentos eventualmente instaurados para dar prosseguimento às apurações em face da Peticionária e das pessoas físicas e jurídicas a ela relacionadas à Seção Judiciária do Rio de Janeiro, local onde teriam sido praticadas as imaginárias condutas que lhe são imputadas - incompatibilidade entre pagamentos de faturas de cartão de crédito e movimentações bancárias e na aquisição de veículos", anota a defesa.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

O que a eleição de Maia representa para Temer, Cunha, Dilma e Aécio?



Temer, Cunha, Dilma e Aécio  
© Fornecido por BBC World Service Trading Limited Temer, Cunha, Dilma e Aécio 
 
A eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara é uma boa notícia para o governo do presidente interino Michel Temer e péssima para seu antecessor no cargo, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está cada vez mais próximo de ser cassado. 

Para analistas políticos ouvidos pela BBC Brasil, o parlamentar reúne condições para trazer mais estabilidade e governabilidade ao Palácio do Planalto, contribuindo para o avanço das pautas de interesse de Temer no Congresso. 

Sendo bom para a administração Temer, naturalmente é ruim para a presidente afastada Dilma Rousseff, que parece cada vez mais distante de uma volta ao centro do poder.

E quem pode sair ganhando também é o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que articulou o apoio da bancada tucana a Maia e agora tem um aliado no comando da Câmara.

Entenda as consequências da nova configuração de poder em Brasília:

Temer

Os cientistas políticos ouvidos pela BBC Brasil foram unânimes em apontar a vitória de Maia como algo bastante positivo para o Palácio do Planalto. 

O professor da UnB David Fleischer avalia que a experiência de Maia, que está no quinto mandato de deputado federal e conhece bem o funcionamento da Câmara, deve contribuir para a votação de projetos de interesse do governo na solução da crise econômica. 

O analista da consultoria Tendências Rafael Cortez destaca sua afinidade com as propostas de Temer nessa área - o novo presidente da Câmara é quadro histórico de um partido com linha ideológica clara de direita liberal, portanto favorável a políticas de austeridade.

A equipe econômica do governo tem desafios importantes na aprovação de propostas polêmicas, como a criação de um teto rígido que limite o crescimento das despesas do governo à inflação, e também a Reforma da Previdência.
Michel Temer 
  © Fornecido por BBC World Service Trading Limited Michel Temer 
 
"Trata-se de um nome bastante associado à agenda econômica do Planalto. Assim, a eleição de Maia contribui positivamente para a aprovação da PEC (proposta de emenda constitucional) que cria o limite para o crescimento dos gastos e para o bom encaminhamento da reforma da Previdência", escreveu Cortez, em relatório aos clientes da Tendências.

Além disso, a vitória de Maia tem o aspecto positivo de afastar a influência de Cunha da Câmara - o outro candidato forte na disputa pelo comando da Casa, Rogério Rosso (PSD-DF), era mais próximo do peemedebista.

"Maia era o melhor para Temer porque é totalmente descompromissado com Cunha, e ainda mais descompromissado com Dilma e Lula", afirma Fleischer, relembrando seu passado de persistente oposição aos governos petistas.

Mas, apesar desse histórico, o democrata foi capaz de construir diálogo com a esquerda e reunir apoio para derrotar Rosso. 

"Acho que o resultado foi muito positivo para o governo. Vai ter um presidente (da Câmara) que não só é confiável, mas que vai ter uma articulação mais ampla, fazendo uma pacificação das diferentes forças políticas", opina o professor da Uerj Geraldo Tadeu Monteiro.

Cunha

A vitória de Maia reforça a probabilidade de que Cunha seja cassado em agosto. 

Abalado por sucessivas denúncias de corrupção, o peemedebista renunciou à presidência da Câmara na semana passada em uma tentativa de tentar salvar seu mandato. 

No entanto, seu candidato preferido, Rogério Rosso, foi derrotado, e, após o resultado da eleição na madrugada desta quinta, o plenário foi tomado por um coro de "fora, Cunha!". 

São necessários 257 votos dos 513 deputados para cassar o peemedebista. Maia teve apoio de 285 em sua eleição.
Maia foi apoiado por partidos que queriam fugir de candidato mais próximo a Eduardo Cunha 
  © Fornecido por BBC World Service Trading Limited Maia foi apoiado por partidos que queriam fugir de candidato mais próximo a Eduardo Cunha 
 
Em entrevista após a vitória, o democrata disse que pautará o pedido de cassação do peemedebista no dia em que o plenário estiver com "quórum adequado".

A declaração foi uma indicação de que privilegiará um dia de grande presença de parlamentares - um quórum baixo poderia beneficiar Cunha. 

"Como ele controla a agenda, ele pode manipular para colocar em pauta algo que seja extremamente importante, para atrair muitos deputados para votar, e ao mesmo tempo pautar a cassação de Cunha. O presidente da Câmara tem muito poder de manipular e manejar a agenda", nota Fleischer.

Para piorar ainda mais a vida de Cunha, a Comissão de Constituição e Justiça da Casa rejeitou nesta quinta-feira, por ampla maioria, um recurso que tentava anular a decisão do Conselho de Ética de recomendar sua cassação pelo plenário.

Dilma

O candidato de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo comando da Câmara era Marcelo Castro (PMDB-PI), ex-ministro da Saúde da petista. No entanto, ele não chegou nem ao segundo turno. 

"A vitória de Maia é notícia muito ruim para Dilma porque ela articulou e fez forte lobby em favor do Castro, como Lula também. Diminui as chances de ela voltar, claro", acredita Fleischer.

Já para Monteiro o resultado não é tão relevante, porque Dilma não teria mais chances de retomar ao Planalto de qualquer forma.

"Dilma não tem forças para voltar ao poder, isso está muito claro. Acho que nem ao PT interessa ter a Dilma de volta. Quer ficar na oposição e ficar criticando Temer pelo desemprego, tudo que tiver ruim", observa. 

"Se Dilma, por malabarismo da história, voltasse à Presidência, ela voltaria com uma legitimidade tão comprometida, não sei em que condições ela conseguiria governar", acrescentou.
Maia e Rosso se enfrentaram no 2º turno da eleição na Câmara  
© Fornecido por BBC World Service Trading Limited Maia e Rosso se enfrentaram no 2º turno da eleição na Câmara

Aécio Neves

Em sua primeira agenda como presidente da Câmara, Maia visitou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para agradecer o apoio na sua eleição. 

Após o encontro, indicou gostar da proposta do tucano de colocar em votação uma reforma política - o tema é sempre polêmico e acaba emperrando no Congresso.

"Aécio Neves está trazendo uma pauta importante, que é a da reforma política. O sistema político faliu, ruiu, e a ideia do senador Aécio Neves vem em boa hora. A reforma política talvez seja, fora da pauta econômica, uma agenda urgente", defendeu.

Para Rafael Cortez, da Tendências, a proposta indica uma tentativa de Aécio de protagonizar uma agenda positiva, com apoio de Maia, de olho nas eleições de 2018 para Presidência da República. 

"Essa eleição do Rodrigo Maia de alguma maneira pode dar algum fôlego para o projeto do Aécio (de se candidatar em 2018), especialmente nesse momento em que ele foi bastante questionado e se viu enfraquecido por conta de citações na Lava Jato", ressalta.

"Também equilibra um pouco as forças no interior da coalizão de governo entre o PMDB e o bloco liderado pelo PSDB, a antiga oposição à Dilma", acrescentou. 

Por trás do apoio do PSDB à Maia estaria também um acordo para tentar eleger um tucano para comandar a Câmara a partir de 2017.

Moro rebate defesa de Lula e afirma que escutas são legais




SÃO PAULO — O juiz Sérgio Moro voltou a afirmar que as escutas telefônicas do ex-presidente Lula podem ser usadas nas investigações contra o petista. Em petição encaminhada na quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF), Moro rebateu as acusações dos defensores de Lula que afirmam que o juiz autorizou o uso provas anuladas pelo ministro Teori Zavascki nas investigações contra o petista na Operação Lava-Jato.

Nas últimas semanas, os advogados de Lula entraram com medidas judiciais em Brasília e em Curitiba para tentar tirar as ações das mãos de Moro. Eles acusam o juiz de ser parcial e pedem que ele se declare suspeito de julgar casos contra o ex-presidente. Eles alegam que o levantamento do sigilo de conversas interceptadas de Lula configurou abuso de autoridade. 

Moro afirma que ao contrário do que acusam os advogados de Lula, ele só autorizou o uso das interceptações de pessoas sem a prerrogativa de for, como determinou Zavascki quando anulou as gravações envolvendo a presidente afastada Dilma Rousseff e o ex-presidente: 

“Em nenhum momento, há qualquer autorização deste Juízo, ao contrário do que parece sugerir o reclamante (Lula), para investigação de autoridades com foro por prerrogativa de função”, afirma Moro explicando:

“ Quanto aos diálogos interceptados do ex-Presidente com autoridades com prerrogativa de função, é evidente que somente serão utilizados se tiverem relevância probatória na investigação ou na eventual imputação em relação ao ex-Presidente, mas é evidente que, nesse caso, somente em relação ao ex-Presidente e associados sem foro por prerrogativa de função”. 

Para Moro, é “prematura” a afirmação de que serão de fato utilizados. 

A defesa de Lula tenta anular gravações de conversas mantidas com diversos políticos, dirigentes partidários e sindicais nas investigações da Lava Jato. Na semana passada, os advogados protocolaram uma reclamação no STF afirmando que há "usurpação de competência" por Sérgio Moro, juiz que conduz a Lava Jato na primeira instância e para onde já foram enviados diversas gravações de Lula que estavam em poder do STF.

A defesa alega que Moro retirou o sigilo das gravações de forma indevida, já que havia autoridades com o chamado foro privilegiado nas conversas, como o ex-ministro Jaques Wagner (na época na Casa Civil), por exemplo, que só podem ser investigadas pelo Supremo. Mesmo assim, diz a defesa, Moro também incluiu o material em investigações na própria Justiça Federal.

As investigações contra Lula voltaram às mãos de Moro no dia 22 de junho. Lula é suspeito de receber favores indevidos de construtoras investigadas na Operação Lava-Jato. As investigações apuram se o ex-presidente ocultou a propriedade desses dois patrimônios.