sábado, 9 de julho de 2016

O que é Porfiria?

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As porfirias constituem um grupo de pelo menos oito doenças, herdadas e adquiridas, que ocorrem em decorrência da produção excessiva e do acúmulo de substâncias químicas que produzem porfirina - uma proteína responsável pelo transporte de oxigênio na corrente sanguínea, essencial para a produção de hemoglobina. Por causa disso, ocorre uma série de deficiências enzimáticas na produção de uma estrutura muito importante da hemoglobina, o heme. O heme é formado a partir da ligação entre a porfirina e o ferro contido no corpo.

Tipos

Existem diferentes tipos de porfirias. Eles são classificados de acordo com as deficiências enzimáticas específicas no processo de síntese de heme.
A primeira classificação diz respeito à sua origem: hereditária ou adquirida. Como o heme é produzido tanto na medula óssea (para a produção de hemoglobina) quanto no fígado (como componente do citocromos, proteína responsável pelo transporte de elétrons), esse conjunto de doenças também pode ser classificado em porfiria eritropoética ou em porfiria hepática, respectivamente.
Outra forma de classificação divide as porfirias em aguda e cutânea, com sinais e sintomas específicos a cada uma delas.

Causas

Porfiria é, mais frequentemente, resultado de uma mutação genética herdada em um dos genes envolvidos na produção de heme, embora fatores ambientais também possam desencadear os sintomas em alguns casos.
A deficiência de uma enzima específica, que está envolvida na produção de heme, pode levar ao acúmulo de porfirina, levando ao surgimento dos sintomas. Existem oito enzimas diferentes responsáveis pela formação da porfirina que, mais tarde, converte-se em heme quando é ligada ao ferro.

Genética

A maioria dos tipos de porfiria é herdada, principalmente quando a pessoa herda um gene defeituoso de um dos pais (autossômica dominante padrão) ou quando herda genes defeituosos de ambos os pais (autossômica recessiva).
No entanto, herdar os genes para porfiria não significa, necessariamente, que a pessoa desenvolverá os sinais e sintomas típicos da doença. É o caso da porfiria latente.

Fatores de risco

Além dos riscos genéticos, alguns fatores externos também podem levar ao desenvolvimento de sinais e sintomas em alguns tipos de porfiria. Veja alguns exemplos:
  • Uso de certos medicamentos, principalmente barbitúricos ou antibióticos. Em casos menos frequentes, pílulas anticoncepcionais e drogas psicoativas também podem aumentar as chances de uma pessoa vir a apresentar porfiria
  • Exposição a substâncias químicas
  • Fazer dieta ou jejum frequentemente e de forma prolongada
  • Tabagismo
  • Ocorrência de infecções ou de outras doenças, principalmente doença hepática
  • Estresse emocional
  • Consumo de bebidas alcóolicas
  • Hormônios menstruais
  • Exposição excessiva ao sol
  • Excesso de ferro no organismo (hemocromatose).

Sintomas

Sintomas de Porfiria

Há duas categorias gerais de porfiria: aguda, que afeta principalmente o sistema nervoso, e cutânea, que afeta principalmente a pele. Alguns tipos de porfiria podem apresentar problemas tanto no sistema nervoso quanto na pele.

Porfirias agudas

Estas incluem formas da doença que normalmente causam sintomas do sistema nervoso. Esses sinais costumam aparecer rapidamente e podem ser fatais. As crises de porfiria aguda são raras antes da puberdade e após a menopausa, e os sintomas podem durar uma ou duas semanas e, em seguida, melhorar lentamente. Confira:

Porfirias cutâneas

Estas incluem formas da doença que causam sintomas de pele, como resultado de hipersensibilidade à luz solar. Este tipo de porfiria não costuma causar danos ao sistema nervoso e suas crises podem durar vários dias. Em geral, os sinais e sintomas podem ter início durante a infância ou a adolescência. Eles são:
  • Sensibilidade ao sol e, às vezes, à luz artificial também, podendo causar dor ou sensação de ardor e queimação
  • Vermelhidão repentina e dolorosa da pele (eritema), com ocorrência de inchaços (edema)
  • Surgimento de bolhas que podem levar semanas para cicatrizar
  • Coceira
  • Pele frágil
  • Cicatrizes ou alterações da cor da pele
  • Aumento no crescimento de cabelo
  • Urina de cor anormal, geralmente vermelha ou marrom.

Diagnóstico e Exames

Buscando ajuda médica

Muitos sinais e sintomas de porfiria são semelhantes aos de outras condições médicas mais comuns, o que pode tornar difícil saber se você está tendo uma crise de porfiria ou não. O diagnóstico também é dificultado, mas os médicos podem lançar mão de métodos mais específicos. Procure a ajuda de um especialista se você apresentar dor intensa no abdômen, no peito, nas pernas ou nas costas, acompanhada, por vezes, de prisão de ventre, vômitos e diarreia, sensibilidade ao sol e à luz artificial e aspectos incomuns na cor da urina.

Na consulta médica

Especialistas que podem diagnosticar uma porfiria são:
  • Clínico geral
  • Geneticista
  • Dermatologista
  • Pediatra
  • Hematologista.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
  • Quais são seus sintomas?
  • Quando você notou o surgimento dos sintomas?
  • Qual a intensidade dos sintomas?
  • Você tomou alguma medida para aliviar os sintomas? Funcionou?
  • Você foi diagnosticado com alguma condição médica?
  • Você faz uso de algum tipo de medicamento? Qual?
  • Você está fazendo algum tipo de tratamento? Qual?
  • Você tem histórico familiar de porfiria? De que tipo?
  • Você notou sintomas na pele ou de saúde mental?
  • Você notou alguma alteração na cor da urina?
  • Você tem tido dores? Onde? De que intensidade são as dores?
  • Você fuma?
  • Você ingere bebidas alcóolicas? Com que frequência?

Diagnóstico de Porfiria

Muitos sinais e sintomas de porfiria são semelhantes aos de outras doenças mais comuns. Além disso, como a porfiria é uma doença rara, pode ser mais difícil para o médico realizar o diagnóstico. Por essa razão, os testes de laboratório são necessários para fazer um diagnóstico definitivo de porfiria e para determinar qual o tipo exato da doença. Talvez você terá de fazer exame de urina, de sangue e também de fezes.
Eventualmente, outros tipos de exames poderão ser requeridos pelo médico.

Tratamento e Cuidados

Tratamento de Porfiria

O tratamento depende do tipo exato de porfiria e tem como principal objetivo aliviar os sintomas apresentados pelo paciente.

Porfirias agudas

O tratamento de porfirias agudas consiste em tratar rapidamente os sintomas e em prevenir possíveis complicações. Talvez a hospitalização seja necessária em casos graves.
  • Interrupção dos medicamentos que possam estar desencadeando os sintomas
  • Uso de medicação para controlar a dor, náuseas e vômitos
  • Tratamento imediato de infecções ou de outras condições subjacentes que possam estar causando os sintomas
  • Aplicação de glucose intravenosa ou por via oral, a fim de manter a ingestão adequada de carboidratos
  • Uso de fluidos intravenosos para combater a desidratação
  • Injeções de hemina, uma medicação que é uma forma de heme, para limitar a produção de porfirina pelo corpo.

Porfirias cutâneas

O tratamento voltado para porfirias cutâneas se concentra em reduzir a exposição do paciente à luz solar e em reduzir a quantidade de porfirina no corpo, o que ajuda a eliminar os sintomas.
  • Flebotomia (extração de sangue de uma veia, a fim de reduzir a quantidade de ferro e, consequentemente, diminuindo as porfirinas produzidas)
  • Uso de determinados medicamentos, como os usados para tratar malária, capazes de absorver o excesso de porfirinas produzidas pelo corpo. Essa medicação é usada geralmente apenas em pessoas que não podem passar por flebotomia
  • Prescrição com doses diárias de betacaroteno, que pode ajudar na proteção da pele contra a radiação solar e reduzir a Fotossensibilidade
  • Reduzir ou eliminar possíveis fatores que desencadeiem os sintomas, como o uso de alguns medicamentos, exposição excessiva ao sol, o tabagismo ou a ingestão abusiva de álcool
  • Consumo de maiores quantidades de vitamina D, às vezes por meio de suplementos.

Convivendo/ Prognóstico

Para conviver melhor com porfiria, um paciente diagnosticado com a doença deve estar ciente do que pode estar por trás dos sintomas e dos fatores que, eventualmente, possam estar contribuindo para que eles apareçam.
Além disso, mudanças nos hábitos e no estilo de vida pode ser essencial para o tratamento dos sintomas. Veja:
  • Evite fazer uso de medicamentos conhecidos por desencadear crises de porfiria. Peça ao seu médico uma lista de remédios seguros e inseguros
  • Não consuma bebidas alcóolicas ou drogas ilegais, mesmo para uso recreativo
  • Evite jejum e dietas que envolvam a restrição severa de calorias (principalmente de carboidratos)
  • Não fume
  • Minimize ao máximo sua exposição ao sol. Procure usar sempre o filtro solar e usar roupas compridas para proteger as áreas mais vulneráveis
  • Siga o tratamento de eventuais infecções ou outras doenças corretamente
  • Procure reduzir o estresse emocional.

Complicações possíveis

As possíveis complicações decorrentes de porfiria incluem:
  • Desidratação, em decorrência de vômitos recorrentes
  • Dificuldades respiratórias, decorrentes da fraqueza muscular e de uma eventual paralisia muscular, que pode afetar até mesmo os músculos do pulmão, levando ao surgimentos de problemas respiratórios. Se este sintoma não for devidamente tratado, podem levar à insuficiência respiratória
  • Hiponatremia, que é a baixa quantidade de sódio presente no sangue
  • Pressão arterial elevada, em decorrência do acúmulo de porfirina, que também pode danificar os rins e causar hipertensão no longo prazo
  • Insuficiência renal crônica. O acúmulo de porfirina pode fazer com que os rins percam gradualmente a sua capacidade de funcionamento
  • Danos ao fígado. Algumas formas de porfiria podem levar a porfirinas em excesso no fígado, podendo causar danos hepáticos graves e que, em casos graves, podem necessitar de um transplante
  • Danos permanentes à pele. Quando a pele cicatriza após crises de porfiria cutânea, ela pode apresentar aparência e coloração permanentemente anormais. Pode haver queda de cabelo também.

Expectativas

As porfirias são doenças crônicas com sintomas intermitentes. Alguns tipos desta doença causam mais sinais e sintomas do que outros, e realizar o tratamento adequado, assim como evitar os fatores desencadeadores, pode ajudar a prolongar o período entre as crises de porfiria e melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente.

Prevenção

Não há nenhuma forma conhecida para se prevenir porfiria.

Governo anuncia medidas para rever benefícios da Previdência

Economia com revisões periódicas dos benefícios e a suspensão automática do auxílio-doença depois de 120 dias pode chegar a 6,3 bilhões de reais

As despesas com o auxílio-doença chegariam a 1 bilhão de reais mensais e com as aposentadorias por invalidez, de 3,6 bilhões mensais(Agência Estado/VEJA)

O governo federal tornará mais rígidas as regras de concessão dos auxílios-doença e aposentadoria por invalidez, com três medidas provisórias que preveem revisões periódicas dos benefícios e a suspensão automática do auxílio-doença depois de 120 dias. O anúncio foi feito nesta quinta-feira no Palácio do Planalto.

De acordo com o assessor especial da Casa Civil, Marcelo Siqueira, o governo tem uma estimativa conservadora da economia com essas duas medidas. O valor poderia ser de 6,3 bilhões de reais ano, com o cancelamento de 30% dos auxílios-doença e 5% de reversão das aposentadorias por invalidez.

Também está previsto que a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp) possa administrar planos de Previdência complementar de Estados e municípios para que seja possível aumentar a Previdência complementar dos servidores públicos e diminuir os custos para governos estaduais e municipais.

As despesas com o auxílio-doença chegariam a 1 bilhão de reais mensais e com as aposentadorias por invalidez, de 3,6 bilhões mensais.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

CNI defende carga de trabalho de 80 horas semanais no Brasil


Após mais de duas horas de reunião com o presidente interino Michel Temer e com cerca de 100 empresários do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse nesta sexta-feira que, para o governo melhorar a situação do déficit fiscal, serão necessárias "mudanças duras" tanto na Previdência Social quanto nas leis trabalhistas.

Temer deixou o evento sem falar com a imprensa. Em entrevista depois do encontro, Andrade sugeriu que o Brasil adote iniciativas similares às do governo francês, que, de forma independente do Parlamento, conseguiu autorizar uma carga horária de até 80 horas semanais e de doze horas diárias para os trabalhadores. "Um déficit de 139 bilhões de reais [para 2017]. Acho que foi uma demonstração de responsabilidade do governo apresentar as dificuldades que têm e o esforço que será feito para contornar essas dificuldades", afirmou o presidente da CNI.

Segundo ele, ao considerar que, em 2016, o déficit será 170 bilhões de reais, a conclusão é que haverá, em algumas áreas, crescimento de despesas governamentais. "É claro que a iniciativa privada está ansiosa para ver medidas duras, difíceis de serem apresentadas. Por exemplo, a questão da Previdência Social. Tem de haver mudanças na Previdência Social. Caso contrário, não teremos no Brasil um futuro promissor", acrescentou. Robson Braga defendeu também a implementação de reformas trabalhistas. Para ele, o empresariado está "ansioso" para que essas mudanças sejam apresentadas "no menor tempo possível".

"Vimos agora o governo francês, sem enviar ao Congresso Nacional, tomar decisões com relação às questões trabalhistas. No Brasil, temos 44 horas de trabalho semanal. As centrais sindicais tentam passar esse número para 40. A França, que tem 36 passou, para a possibilidade de até 80 horas de trabalho semanal e até doze horas diárias de trabalho. A razão disso é muito simples", argumentou o dirigente. "A França perdeu a competitividade de sua indústria com relação aos demais países da Europa. Agora, está revertendo e revendo suas medidas para criar competitividade. O mundo é assim e temos de estar abertos para fazer essas mudanças. Ficamos ansiosos para que essas mudanças sejam apresentadas no menor tempo possível", argumentou o empresário.

O presidente da CNI reiterou a posição da entidade, contrária ao aumento de impostos. "Somos totalmente contra qualquer aumento de imposto. O Brasil tem muito espaço para reduzir custos e ganhar eficiência para melhorar a máquina pública antes de pensar em qualquer aumento de carga tributária. Acho que seria ineficaz e resultaria, neste momento, na redução das receitas, uma vez que as empresas estão em uma situação muito difícil", disse ele.

Também presente no evento, a presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Maria Silvia Bastos Marques, informou que o banco investiu 6 bilhões de reais em inovação nos últimos dois anos. A MEI, com a qual Temer se reuniu, agrega mais de 100 líderes das maiores empresas do país. O grupo tem o objetivo de formular propostas de políticas públicas e estimular a inovação nas empresas.

Lewandowski sofre constrangimento em restaurante de SP



Um vídeo divulgado no Youtube mostra uma cena constrangedora vivida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, num restaurante de São Paulo.

Ele foi abordado por uma mulher, enquanto jantava. “Parabéns”, ela disse, apertando-lhe a mão. Esperou o ministro agradecer e continuou: “por ter aumentado seus próprios benefícios”.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Relator rejeita nova estratégia de Cunha para reverter cassação




Eduardo Cunha renunciou ao cargo de presidente da Câmara. © Foto: Agência Brasil Eduardo Cunha renunciou ao cargo de presidente da Câmara. A mais nova estratégia do agora ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para reverter seu processo de cassação não saiu bem-sucedida. Após renunciar ao comando da Casa, nesta quinta-feira, ele lançou os argumentos de que, ao estar afastado da presidência, sua ação por quebra de decoro acabaria esvaziada. O deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), relator dos recursos apresentados pelo peemedebista, porém, não acatou o pedido.

A ação tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a última escala antes de o processo contra Cunha ser votado em plenário. Cunha adicionou aos recursos já ingressados por ele a tese de que sua renúncia criou um "fato novo", já que um dos motivos que levaram ao convencimento da necessidade de cassação era o fato de estar ocupando a presidência da Câmara e, neste posto, estaria obstruindo as investigações contra ele.

Fonseca rejeitou o aditamento sob o argumento de que o Conselho de Ética apura representações relacionadas à conduta dos deputados, independentemente do fato de eles ocuparem ou não um cargo de comando. "Eventual procedimento reconhecido pelo conselho como incompatível com o decoro parlamentar não restará desconstituído pelo fato de o congressista representado ocupar ou deixar de ocupar determinado cargo na estrutura da Câmara dos Deputados", argumentou.

Apesar da recusa do aditamento, Fonseca já atendeu anteriormente a um importante pleito de Cunha: acatou o argumento de que houve irregularidades na votação no Conselho de Ética que aprovou seu pedido de cassação e que, dessa forma, o processo deve ser novamente votado pelo colegiado. O parecer do relator está previsto para ser votado pelos demais membros da CCJ na próxima terça-feira.

Ex-presidentes da Câmara, Henrique Alves e Eduardo Cunha ocultaram propinas no exterior, diz PGR




O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-ministro do Turismo Henrique Alves (PMDB-RN), antecessor de Cunha, tiveram de renunciar recentemente ao cargo que ocupavam pelo mesmo motivo: os dois são acusados de terem contas secretas no exterior. De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra os dois peemedebistas, obtida por VEJA, Cunha e Alves, com "comunhão de desígnios e divisão de tarefas, no Brasil e na Suíça", "ocultaram e dissimularam a origem, a localização, a disposição, a movimentação e a propriedade de valores provenientes diretamente de diversos crimes de corrupção".

VEJA

Documentos enviados por autoridades suíças revelam que Henrique Alves recebeu propina no exterior, a pedido de Cunha. Os recursos considerados ilícitos foram pagos pela construtora Carioca Engenharia, integrante do consórcio responsável pela execução da obra do Porto de Maravilha, no Rio de Janeiro. Com a anuência do ex-presidente da Câmara, o projeto recebeu 3,5 bilhões de reais do FI-FGTS, fundo administrado pela Caixa que investe o dinheiro do trabalhador em obras de infraestrutura. Em troca do benefício, a empreiteira transferiu dinheiro para as contas bancárias de offshores. Uma delas, a Bellfield, sediada em Cingapura, é ligada a Alves - e recebeu, no fim de 2011, 832 975 francos suíços, o correspondente a 1,6 milhões de reais, em valores da época.

A relação entre Cunha, Alves e a offshore Bellfield ficou ainda mais evidente com a farta documentação enviada pelos investigadores da Suíça às autoridades brasileiras. Para abrir uma conta em nome da empresa, o ex-ministro do Turismo concedeu cópia de seu passaporte e uma carta de recomendação do Banco do Brasil. Num formulário, consta, por exemplo, até o endereço do apartamento funcional da Câmara dos deputados utilizado por Alves - e um manuscrito que revela que a instituição financeira escolhida pelo peemedebista para administrar a sua fortuna foi indicada por Cunha.

Diante da vasta documentação e dos depoimentos de diferentes delatores, a Procuradoria-Geral da República denunciou Henrique Alves e Eduardo Cunha por crimes de corrupção passiva e ocultação de bens.Há ainda outros laços comerciais entre os dois peemedebistas aliados. A Bellfield e a offshore Netherton, ligada a Cunha, ocupam o mesmo endereço em Cingapura - e foram abertas no banco Julius Bär, em Genebra, na Suíça, por meio do escritório Posadas Y Vecino Consultores, do Uruguai, no mesmo dia. Esses e outros indícios reforçam a suspeita dos investigadores de que os dois peemedebistas agiram em conjunto para desviar recursos do FI-FGTS e ocultar esses valores no exterior.

Procurado, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha disse que não pode comentar a acusação, porque precisa conhecer o conteúdo da denúncia. O advogado Marcelo Leal, que defende o ex-ministro Henrique Alves, afirmou que está absolutamente tranquilo quanto à inocência de seu cliente e que provará isso no curso do processo.

Renúncia de Cunha abre corrida por sucessão e base de Temer se divide




Cunha desce a rampa do Congresso após renunciar à presidência da Câmara. © J. CRUZ Cunha desce a rampa do Congresso após renunciar à presidência da Câmara. O fantasma do deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda paira sobre a Câmara dos Deputados. 
Apesar de ele renunciar ao cargo de presidente da Casa nesta quinta-feira, sua opinião será fundamental para escolher o seu sucessor, que conduzirá a cassação do mandato dele e os projetos de interesse do Governo interino de Michel Temer (PMDB). A eleição foi antecipada para a próxima terça-feira, dia 12 de julho.

Menos de meia hora após a renúncia, quando o demissionário havia acabado de descer a rampa do Congresso Nacional, lideranças partidárias já negociavam os nomes que iriam sucedê-lo. Com a vacância do cargo, uma nova eleição deveria ser convocada em até cinco sessões. Até o fim da tarde desta quinta-feira, ao menos 15 nomes estavam entre os potenciais concorrentes para comandar a Câmara em um mandato-tampão entre julho de 2016 e fevereiro de 2017. Só dois não são da base do Governo: Alessandro Molon (REDE-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ), dois dos principais adversários de Cunha e que são dos partidos que assinaram as representações que pediam a cassação do peemedebista. As chances deles são reduzidíssimas.

O agora ex-presidente da Casa trabalha para emplacar pelo menos quatro candidatos: Jovair Arantes, que foi relator da Comissão do impeachment da Câmara, Espiridião Amin, Aguinaldo Ribeiro, ambos do PP, e Fernando Giacobo, do PR. Arantes e Amin, porém, já se mostraram resistentes à ideia. Suas indicações, porém, provocaram um racha na base governista, já que alguns dos nomes preferidos de Cunha não agradam tanto a outros parlamentares que votam com Temer, e muito menos a oposição. “Cunha renuncia para, em acordo com Temer, continuar preservando o seu mandato. Cunha não pode definir a sucessão do parlamento brasileiro”, reclamou o vice-líder do PT, Henrique Fontana. Seu partido não deverá lançar candidatura.

O Governo interino acompanha atentamente os movimentos da Casa por motivos óbvios. Com 55 dias no poder, Temer tem conseguido apoio no Congresso para projetos difíceis, como a aprovação da meta fiscal deste ano.
A queda de Cunha, aliás – comemorada até por um grupo de servidores do Legislativo que fez uma pequena festa com bolo e salgadinhos encomendados de última hora em homenagem à renúncia – foi acordada com o presidente interino. Nas últimas conversas que tiveram, na semana passada, Temer disse ao deputado afastado que era fundamental que ele deixasse o Legislativo trabalhar, reforçou que ele já teve seu momento de protagonismo histórico ao comandar a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) e que ele deveria se concentrar na defesa dos processos que responde juntamente com sua mulher e sua filha no âmbito da operação Lava Jato. O apelo de Temer não fora o primeiro feito por seus apoiadores, como o próprio Cunha os denominou. Ao menos 15 deputados já haviam sugerido a renúncia.

Um outro fator que pesou na decisão foi ver o seu processo de cassação se aproximar do plenário da Câmara e com chances reduzidas de se salvar. Por isso, renunciou nesta semana, para que um novo presidente da Casa fosse eleito e o seu processo de cassação não fosse conduzido pelo primeiro vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA), um atrapalhado parlamentar que já foi seu aliado e muitas vezes se perde na condução dos trabalhos do Legislativo. Ao ler sua carta de renúncia, Cunha afirmou que a Câmara estava “acéfala” e sendo conduzida de uma maneira “bizarra”. A expectativa do agora ex-presidente é emplacar um membro do centrão, seu grupo político, na presidência.

Apesar de dizer oficialmente que não vai interferir no processo eleitoral da Câmara, a gestão Temer já deixou claro que tem dois favoritos: Rogério Rosso (PSD-DF) e Osmar Serraglio (PMDB-PR). Mas ambos enfrentariam resistências de parte do Legislativo. O que poderia pesar contra Rosso seria o fato de ele estar em seu primeiro mandato na Câmara e por ser muito próximo a Cunha. Já contra Serraglio, o problema poderia partir de alguns dos partidos aliados, que entendem que o poder deveria ser compartilhado, entre as siglas, pois o PMDB já preside o Executivo (ainda que interinamente) e o Senado. “Precisamos de um nome de consenso. O ideal é encontrar o perfil desse deputado ou deputada neste momento”, afirmou Rosso, que não admite que concorrerá ao cargo.

Ainda entre a base governista, há dois candidatos do PSB, Júlio Delgado e Heráclito Fortes; dois do PSDB, Jutahy Júnior e Antônio Imbassahy, dois do DEM, Rodrigo Maia e José Carlos Aleluia e um do PPS, Rubens Bueno.

Vários nomes que estão sendo considerados resistem à ideia por não querer ser presidentes por um período tão curto. Um presidente da Câmara não pode concorrer à reeleição dentro de uma mesma legislatura, ou seja, na eleição de fevereiro, o presidente-tampão não poderá se candidata.

A repercussão entre deputados

Pauderney Avelino (DEM-AM): “Renúncia de Cunha encerra um período de agonia a que foi submetida a Câmara”.

Ivan Valente (PSOL-RJ): “Obtivemos uma primeira vitória, que é arrancar Eduardo Cunha da presidência da Casa. A segunda está para acontecer, que é a cassação do mandato e a sua prisão e condenação por vários crimes.”

Henrique Fontana (PT-RS): “É uma renúncia em causa própria em que ele tenta salvar o seu mandato, num acordo com o governo interino de Michel Temer”.

Alessandro Molon (REDE-RJ): “Cunha tenta usar os seus tropeços, suas derrotas em possibilidade de reverter resultados ruins que ele mesmo prevê. É uma manobra para influenciar no seu processo de cassação”.

Beto Mansur (PRB-SP): “Não acredito que haja a influência de A ou B na escolha da presidência da Câmara, nem mesmo do Cunha”.

Carlos Marun (PMDB-MS): “Cunha renunciou para poder se dedicar à sua defesa no STF e na própria Câmara”.

Antônio Imbassahy (PSDB-BA): “Ao ser afastado pelo STF, sua situação ficou muito delicada e ele perdeu as condições de presidir a Câmara. Dessa forma, a vacância do cargo era esperada, uma questão de tempo”.

Eduardo Cunha não cairá sozinho, diz Le Monde




© Fournis par RFI Em sua edição que chegou às bancas na tarde desta sexta-feira (8), o jornal Le Monde noticia e tenta analisar o impacto da decisão do deputado Eduardo Cunha de renunciar à presidência da Câmara dos Deputados no Brasil. "A demissão do homem que derrubou Rousseff", diz o título. 

A correspodente do vespertino no Brasil, Claire Gatinois, começa o texto dizendo que ninguém sabe se as lágrimas de Cunha eram sinceras, mas que sua tristeza ganhou ares simbólicos. Segundo a jornalista, elas representam a desordem de parte do mundo político brasileiro, encurralado em sua ganância e sua maldade.
A correspondente lembra que Cunha, que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, já estava encurralado, mesmo se tentou apresentar sua renúncia como um gesto de grandeza.

Mas ela lembra que essa renúncia pode ser interpretada como uma demissão tática, já que, com isso, Cunha deixa a presidência da Câmara, mas tenta salvar seu mandato e seu status privilegiado diante da Justiça.

Lava Jato

Além de suas contas na Suíça, ressalta a reportagem do Le Monde, a investigação da Lava Jato está cada vez mais próxima de Eduardo Cunha. Além de sua mulher, Cláudia Cruz, estar sendo acusada de ter se beneficiado de dinheiro desviado.

No entanto, analisa Le Monde, em Brasília ninguém ousa esperar a queda do deputado, pois ele teria acumulado uma série de informações sobre seus colegas parlamentares. "Se ele cair, não cairá sozinho", conclui a reportagem do Le Monde.

Renúncia de Cunha abre corrida por sucessão e base de Temer se divide




Cunha desce a rampa do Congresso após renunciar à presidência da Câmara. © J. CRUZ Cunha desce a rampa do Congresso após renunciar à presidência da Câmara. O fantasma do deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda paira sobre a Câmara dos Deputados. 
Apesar de  renunciar ao cargo de presidente da Casa nesta quinta-feira, sua opinião será fundamental para escolher o seu sucessor, que conduzirá a cassação do mandato dele e os projetos de interesse do Governo interino de Michel Temer (PMDB). A eleição foi antecipada para a próxima terça-feira, dia 12 de julho.

Menos de meia hora após a renúncia, quando o demissionário havia acabado de descer a rampa do Congresso Nacional, lideranças partidárias já negociavam os nomes que iriam sucedê-lo. Com a vacância do cargo, uma nova eleição deveria ser convocada em até cinco sessões. Até o fim da tarde desta quinta-feira, ao menos 15 nomes estavam entre os potenciais concorrentes para comandar a Câmara em um mandato-tampão entre julho de 2016 e fevereiro de 2017. Só dois não são da base do Governo: Alessandro Molon (REDE-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ), dois dos principais adversários de Cunha e que são dos partidos que assinaram as representações que pediam a cassação do peemedebista. As chances deles são reduzidíssimas.

O agora ex-presidente da Casa trabalha para emplacar pelo menos quatro candidatos: Jovair Arantes, que foi relator da Comissão do impeachment da Câmara, Espiridião Amin, Aguinaldo Ribeiro, ambos do PP, e Fernando Giacobo, do PR. Arantes e Amin, porém, já se mostraram resistentes à ideia. Suas indicações, porém, provocaram um racha na base governista, já que alguns dos nomes preferidos de Cunha não agradam tanto a outros parlamentares que votam com Temer, e muito menos a oposição. “Cunha renuncia para, em acordo com Temer, continuar preservando o seu mandato. Cunha não pode definir a sucessão do parlamento brasileiro”, reclamou o vice-líder do PT, Henrique Fontana. Seu partido não deverá lançar candidatura.

O Governo interino acompanha atentamente os movimentos da Casa por motivos óbvios. Com 55 dias no poder, Temer tem conseguido apoio no Congresso para projetos difíceis, como a aprovação da meta fiscal deste ano.

A queda de Cunha, aliás – comemorada até por um grupo de servidores do Legislativo que fez uma pequena festa com bolo e salgadinhos encomendados de última hora em homenagem à renúncia – foi acordada com o presidente interino. Nas últimas conversas que tiveram, na semana passada, Temer disse ao deputado afastado que era fundamental que ele deixasse o Legislativo trabalhar, reforçou que ele já teve seu momento de protagonismo histórico ao comandar a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) e que ele deveria se concentrar na defesa dos processos que responde juntamente com sua mulher e sua filha no âmbito da operação Lava Jato. O apelo de Temer não fora o primeiro feito por seus apoiadores, como o próprio Cunha os denominou. Ao menos 15 deputados já haviam sugerido a renúncia.

Um outro fator que pesou na decisão foi ver o seu processo de cassação se aproximar do plenário da Câmara e com chances reduzidas de se salvar. Por isso, renunciou nesta semana, para que um novo presidente da Casa fosse eleito e o seu processo de cassação não fosse conduzido pelo primeiro vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA), um atrapalhado parlamentar que já foi seu aliado e muitas vezes se perde na condução dos trabalhos do Legislativo. Ao ler sua carta de renúncia, Cunha afirmou que a Câmara estava “acéfala” e sendo conduzida de uma maneira “bizarra”. A expectativa do agora ex-presidente é emplacar um membro do centrão, seu grupo político, na presidência.

Apesar de dizer oficialmente que não vai interferir no processo eleitoral da Câmara, a gestão Temer já deixou claro que tem dois favoritos: Rogério Rosso (PSD-DF) e Osmar Serraglio (PMDB-PR). Mas ambos enfrentariam resistências de parte do Legislativo. O que poderia pesar contra Rosso seria o fato de ele estar em seu primeiro mandato na Câmara e por ser muito próximo a Cunha. Já contra Serraglio, o problema poderia partir de alguns dos partidos aliados, que entendem que o poder deveria ser compartilhado, entre as siglas, pois o PMDB já preside o Executivo (ainda que interinamente) e o Senado. “Precisamos de um nome de consenso. O ideal é encontrar o perfil desse deputado ou deputada neste momento”, afirmou Rosso, que não admite que concorrerá ao cargo.

Ainda entre a base governista, há dois candidatos do PSB, Júlio Delgado e Heráclito Fortes; dois do PSDB, Jutahy Júnior e Antônio Imbassahy, dois do DEM, Rodrigo Maia e José Carlos Aleluia e um do PPS, Rubens Bueno.

Vários nomes que estão sendo considerados resistem à ideia por não querer ser presidentes por um período tão curto. Um presidente da Câmara não pode concorrer à reeleição dentro de uma mesma legislatura, ou seja, na eleição de fevereiro, o presidente-tampão não poderá se candidata.

A repercussão entre deputados

Pauderney Avelino (DEM-AM): “Renúncia de Cunha encerra um período de agonia a que foi submetida a Câmara”.

Ivan Valente (PSOL-RJ): “Obtivemos uma primeira vitória, que é arrancar Eduardo Cunha da presidência da Casa. A segunda está para acontecer, que é a cassação do mandato e a sua prisão e condenação por vários crimes.”

Henrique Fontana (PT-RS): “É uma renúncia em causa própria em que ele tenta salvar o seu mandato, num acordo com o governo interino de Michel Temer”.

Alessandro Molon (REDE-RJ): “Cunha tenta usar os seus tropeços, suas derrotas em possibilidade de reverter resultados ruins que ele mesmo prevê. É uma manobra para influenciar no seu processo de cassação”.

Beto Mansur (PRB-SP): “Não acredito que haja a influência de A ou B na escolha da presidência da Câmara, nem mesmo do Cunha”.

Carlos Marun (PMDB-MS): “Cunha renunciou para poder se dedicar à sua defesa no STF e na própria Câmara”.

Antônio Imbassahy (PSDB-BA): “Ao ser afastado pelo STF, sua situação ficou muito delicada e ele perdeu as condições de presidir a Câmara. Dessa forma, a vacância do cargo era esperada, uma questão de tempo”.

Conheça os principais indicados à sucessão de Cunha na câmara




Após a renúncia de Eduardo Cunha, anunciada na tarde desta quinta-feira (7), 14 nomes da base aliada do governo interino de Michel Temer estão disputando à presidência da Câmara, de acordo com o jornal Estado de São Paulo. O governo já declarou que não vai interferir na eleição, uma vez que que todos os nomes são vinculados a partidos que o sustentam.

Rogério Rosso (PSD-DF), Fernando Giacobo (PR-PR) e Rodrigo Maia (DEM-RJ) são os mais cotados para assumir o cargo.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Governo anuncia meta de déficit de R$ 139 bilhões para 2017





São Paulo - Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, anunciou que a meta de superávit primário para 2017 será de R$ 139 bilhões negativos no governo central, R$ 3 bilhões nas estatais e R$ 1 bilhão nos estados e municípios.

O déficit do governo central é menor do que os R$ 170,5 bilhões negativos previstos para 2016.
"Foi revertido uma trajetória de ascensão", disse Meirelles, que prevê equilíbrio das contas ou um pequeno superávit só em 2019.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles © Reuters/Ueslei Marcelino O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles O número também veio menor do que o que estava sendo estimado pelo mercado e imprensa durante a semana (próximo de R$ 150 bilhões).

O déficit primário é o resultado negativo nas contas públicas antes do pagamento dos juros da dívida pública.

O plano prevê aumento de receitas previsto em R$ 55 bilhões com venda de ativos, outorgas, concessões, privatizações e possivelmente alta de tributos, algo que será definido até o final de agosto.

"Iremos explorar todas as alternativas de mercado" antes de aumentar impostos, disse o ministro. Ele aponta que sem alta de receitas, o déficit chegaria a R$ 194 bilhões.

“Temos de enfrentar aumentos constantes das despesas federais há duas décadas. Tivemos de considerar esforço principalmente focado nas despesas e na geração de receitas adicionais”, disse Meirelles.

Hoje mais cedo, o governo anunciou a alteração em benefícios como a aposentadoria por invalidez e auxílio-doença e o acesso de trabalhadores a fundos de previdência complementar.

O ministro destacou que nos últimos 15 anos a despesa subiu a uma média anual de 6% acima da inflação e que se essa tendência continuasse, o déficit seria de R$ 270 bilhões no ano que vem.

"Estamos fazendo ginástica por todos os lados que seja possível", disse o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. 

E completou: "o Estado brasileiro é muito pesado. Nós temos que tornar ele mais leve."

A meta anunciada hoje já considera aumento zero da despesa acima da inflação em 2017, como prevê a emenda de teto de gastos que o governo espera aprovar no Congresso.

A previsão para crescimento do PIB embutida no cálculo é de 1,2% em 2017, um pouco acima do que prevê o último Boletim Focus.

Será o quarto ano seguido de déficit. A meta será incluída por meio de emenda na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a ser enviada ao Congresso Nacional, que precisa concluir a votação para entrar em recesso.

O projeto original da LDO previa meta fiscal zero para o governo central e superávit de 0,1% do PIB para estados e municípios, mas mecanismos de abatimento permitiriam que a União registrasse déficit de até R$ 65 bilhões.