sábado, 27 de maio de 2017

Acordão pode livrar Temer e Lula do juiz Sérgio Moro, diz jornal



Michel Temer © image/jpeg Michel Temer

São Paulo – Parlamentares em Brasília estão planejando um acordão para “anistiar” parte do mundo político por meio de uma eventual eleição presidencial indireta, segundo reportagem de bastidores do jornal Estado de S. Paulo publicada neste sábado (27).

O texto assinado por Alberto Bombig afirma que o acordão incluiría a saída do presidente Michel Temer, garantindo-lhe imunidade penal a ser conferida pelo novo presidente, além da votação da PEC que prevê foro privilegiado para ex-presidentes, livrando Temer e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva das “garras” do juiz federal Sérgio Moro.

Ainda segundo a reportagem, o novo presidente (escolhido por eleições indiretas) convocaria uma nova Constituinte, e para acalmar os mercados, sancionaria uma reforma mínima da Previdência. Por sua vez, a Constituinte promoveria um novo modelo político, permitindo eleições e mandatos a promotores e procuradores da Justiça, como ocorre nos Estados Unidos, e em paralelo, seriam realizadas as eleições diretas para a Presidência da República.

Arquivado em:BRASIL

E se Temer ficar? Consultorias projetam Brasil pós-delação da JBS



l
Michel Temer © image/jpeg Michel Temer 
 
São Paulo – Em um momento em que mesmo aliados já dão como certa a saída de Michel Temer da presidência, o futuro do mais alto cargo do Executivo nacional parece estar nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga a chapa Dilma-Temer na próxima terça-feira (6).

Apesar das apostas altas em uma cassação, a instabilidade do cenário político não permite descartar de todo a hipótese de Michel Temer continuar na presidência, pelo menos por mais alguns meses.

Esse, no entanto, seria o pior horizonte na avaliação das consultorias. Para a Eurasia, por exemplo, que vê apenas 30% de chance de Temer permanecer, a queda do presidente deveria ser rápida devido à percepção de que sua permanência seria pior para a agenda econômica e legislativa.

Para a Capital Economics, o país vai se sustentar, no curto prazo, enquanto os fundamentos financeiros se mantiverem.  Mas os analistas afirmam que a última coisa de que o Brasil precisa é de um período prolongado de incertezas.

A consultoria pondera, no entanto, que uma solução rápida é muito pouco provável, já que o presidente se recusa a renunciar em uma clara “fratura” entre o poderes Executivo e Judiciário.

Apesar da improbabilidade, os analistas não descartam a a hipótese de Temer jogar com a demora nas decisões para se manter no cargo até 2018.

A Capital Economics montou um “Indicador de Condições Financeiras” que monitora variáveis como juros de mercado, títulos públicos, preços de ações e câmbio. Apesar de ele ter piorado na última semana, ainda está longe dos níveis da crise política que levou ao impeachment de Dilma Rousseff.

Um ponto importante da semana que vem será a decisão do Banco Central sobre as taxas de juros do país, segundo os analistas, sobre a qual o mercado já vem especulando há alguns dias. Há a possibilidade de o ritmo do corte de juros se desacelerar, ou mesmo de não haver qualquer alteração.

Em resumo, para a Capital Economics, se o país conseguir evitar um colapso desses indicadores financeiros, os efeitos da crise política podem não ser tão dramáticos.

Ricardo Ribeiro, da MCM Consultoria, acrescenta que, se Temer continuar no cargo, isso provavelmente vai significar que ele terá conseguido reestabelecer o mínimo suporte político para o seu mandato.

No entanto, para ele, nada disso garante que ele terá força suficiente para tranquilizar os mercados em relação às reformas econômicas e à resolução da crise política.

A credibilidade e a capacidade de tirar o país da crise, o presidente já perdeu, segundo a avaliação de Ribeiro. “Ele já não tem condições de levar adiante as reformas, vai simplesmente guardar a cadeira para o próximo presidente eleito”, resume o analista.

Arquivado em:BRASIL

Temer pede sorteio de relator no STF e separação da investigação sobre Aécio




Michel Temer © Foto: Ueslei Marcelino/Reuters Michel Temer 
 
BRASÍLIA - Em um movimento que vinha sendo estudado desde o início da semana, a defesa do presidente Michel Temer pediu que o inquérito aberto contra o peemedebista seja redistribuído, em um sorteio de um novo relator, e seja desmembrado, para que a investigação sobre Temer corra em separado à apuração sobre os fatos suspeitos contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).

A petição da defesa de Temer foi encaminhada ao ministro Edson Fachin, relator do inquérito, poucas horas depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter pedido autorização para marcar o depoimento do presidente. Enquanto a defesa pede a suspensão da investigação até a conclusão da perícia em áudio de Joesley Batista, cujo conteúdo expõe o presidente, o procurador-geral, Rodrigo Janot, defende o prosseguimento, alegando que, por haver investigado preso, o prazo para a conclusão da apuração e para o oferecimento de denúncia é mais curto do que o normal.

Os advogados de Temer dizem que "os fatos que se pretende levar a investigação em face do Sr. Presidente da República são totalmente distintos daqueles imputados ao Senador Aécio Neves e ao Deputado Rodrigo Loures". 

A defesa também quer sorteio de um novo relator afirmando que a investigação não tem nada a ver com a Operação Lava Jato, com a delação premiada do ex-dirigente do BNDES Fábio Cleto e com a denúncia que foi oferecida contra o então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — este último caso baixou para a primeira instância após o peemedebista perder o cargo.

"Em suma, Culto Ministro, a conclusão que fica é a de que os fatos imputados aos ora requerente não guardam conexão processual com qualquer outro procedimento já instaurado. Não há qualquer risco de conduções conflitantes caso, na distribuição, seja sorteado outro Ministro como Relator. Não haverá qualquer prejuízo à prestação jurisdicional", afirmam Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, Sérgio Eduardo Mendonça de Alvarenga e Gustavo Bonini Guedes, advogados do presidente.

"Portanto, nesse contexto, em obediência à Lei Maior e às legislações pertinentes, entre elas o Regimento Interno dessa Corte Suprema, exsurge como medida imperiosa a livre distribuição do feito. É o que se requer", requer a defesa de Temer.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Goiaba PRODUTO DO MEU SÍTIO











Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Goiaba é o fruto da goiabeira, árvore da espécie Psidium guajava, da família Myrtaceae, originária da América tropical. Ocorre sobretudo no Brasil, nas Antilhas. Atualmente encontra-se bastante difundida no sudeste da Ásia.

Etimologia

A palavra "goiaba" originou-se do termo aruaque para a fruta, guaiaba.

Características

O fruto é constituído de uma baga, carnoso, casca verde, amarelada ou roxa, com superfície lisa ou irregular, de cerca de oito centímetros de diâmetro. Em seu interior, há uma polpa rosada, branca ou dourada, contendo dezenas de pequenas sementes duras, mas que podem ser ingeridas sem problemas. Somente as variedades de polpas brancas e vermelhas são comercializadas. As quatro sépalas da flor estão normalmente presentes em uma das extremidades da goiaba.

Existem inúmeras variedades, as duas mais comuns são a branca, de casca esverdeada e interior amarelo-esverdeado pálido, e a vermelha, de casca amarelada e interior rosado. Algumas moscas utilizam a goiaba para depósito de seus ovos. As larvas dessas moscas são popularmente chamadas de bicho-da-goiaba. Elas são postas quando estão dentro do ovo. A mosca que é conhecida como "mosca das frutas " coloca o seu ovo em cima da goiaba e a larva vai entrando e danificando o fruto. As goiabas são consumidas principalmente in natura ou em forma de doce, chamado goiabada. Compotas, geleias e sucos também são comuns. São muito ricas em vitamina C, com de 180 a trezentos miligramas de vitamina por cem gramas de fruta (mais do que a laranja ou o limão).

A goiaba não é ácida e, assim, pode substituir o tomate na confecção de molhos salgados e agridoces, sobretudo no caso de pessoas com restrições à acidez deste último. De um modo geral, não tem muito açúcar e possui quase nenhuma gordura, sendo indicada para qualquer tipo de dieta. De preferência, deve ser comida crua. É contra-indicada apenas para pessoas que tenham o aparelho digestivo delicado ou com problemas intestinais.

Usos

Essa fruta é utilizada em diferentes produtos derivados, tais como goiabadas, doces, compotas, sucos, sorvetes e molhos salgados e agridoces. Conhecida por ter muita vitamina C, apresentando a goiaba vermelha níveis dessa vitamina de 4 a 5 vezes superiores aos da laranja, possui quantidades razoáveis de vitaminas A e do complexo B, além de sais minerais, como cálcio, fósforo e ferro.

Óleo da goiaba

O óleo da goiaba é rico em acido linoléico, como o acido graxo essencial. Misturando o óleo de goiaba com outros óleos de alta saturação, pode-se obter vantangens nutricionais e obter outros óleos com valores nutricionais variados.

Óleo virgem da goiaba

O óleo da semente da goiaba pode ser empregada tanto para o uso culinário, farmacêutico e cosmético. Na indústria cosmética, o óleo é bastante usado para desenvolver produtos para pele. O óleo é bastante nutritivo e tem propriedades calmantes. As propriedades de retenção de hidratação encontrados no óleo de goiaba são únicas, porque a goiaba é muito rica em licopeno. O licopeno é um potente antioxidante conhecido pela sua ação protetora contra tumores que danificam as células e os radicais livres. Além de licopeno, o óleo da goiaba também tem excelente fonte de beta-caroteno, vitaminas A e C, cobre, zinco, selénio e fósforo.
Especula-se que os vários compostos químicos presentes na planta são responsáveis pelos efeitos anti-inflamatórios. Estudos mostram que o óleo de goiaba tem uma boa atividade antimicrobiana e por causa de suas propriedades adstringentes, é um bom ingrediente para desenvolver preparações anti-acne. Também a sua ampla utilização como ingrediente ativo em muitas formulações para o cuidado da pele.

Uso medicinal

A etnofarmacologia é usada para diarreias na infância. O chá[necessário esclarecer], em bochechos e gargarejos, é usado para inflamações da boca e da garganta ou em lavagens de úlceras e na leucorreia.
As folhas têm óleo volátil rico em sesquiterpeno, entre eles o bisaboleno, além do dietoximetano e dietoxetano que dão o aroma dos frutos. O principal componente do óleo das sementes é o ácido linolêico.

O extrato aquoso do "olho" (broto) da goiabeira tem intensa atividade contra salmonela, serratia e staphylococcus, grandes responsáveis pela diarreias de origem microbiana. A atividade é mais forte na variedade de polpa vermelha, e mais fraca nas folhas adultas e casca.

Produção no Brasil

O Brasil é o maior produtor mundial de goiabas vermelhas, são produzidas frutas para a indústria (variedades "paluma" e "rica", entre outras) e para consumo in natura (variedades "sassaoka" e "pedro sato", entre outras), com a maior parte da produção concentrada no estado de São Paulo e no entorno do rio São Francisco, na região das cidades Petrolina e Juazeiro.

Temer confirma encontro com'homem da mala' da JBS




Especialista traça quatro cenáriospara saída de Temer: Para o especialista, do ponto de vista jurídico, a situação do presidente Michel Temer é muito instável, havendo algumas possibilidades de futuro © Marcos Corrêa/PR Para o especialista, do ponto de vista jurídico, a situação do presidente Michel Temer é muito instável, havendo algumas possibilidades de futuro 
 
O presidente Michel Temer confirmou ter se encontrado com o "homem da mala" do grupo JBS, Ricardo Saud. Apesar de confirmar à reportagem as reuniões, a assessoria do presidente não mencionou quantas vezes elas ocorreram. "Poucas vezes, mas não chegaram a sete como ele afirmou", diz em nota.

Saud, que ocupava o cargo de diretor de Relações Institucionais do grupo JBS, disse em acordo de delação premiada ter se encontrado sete vezes com Temer em 2014.

O Palácio do Planalto também não especificou, como pedido, onde e quando ocorreram esses encontros.De acordo com o depoimento prestado pelo executivo ao Ministério Público Federal, as reuniões ocorreram entre julho e outubro de 2014, em três endereços: na vice-presidência, no Palácio do Jaburu e no escritório de Temer, em São Paulo.

Saud narrou que, nesses encontros, foram tratados repasses para o PMDB em meio às eleições daquele ano.

Ele afirmou ainda que Temer teria pedido R$ 1 milhão para ele próprio. O valor teria sido entregue em dinheiro na Argeplan Arquitetura e Engenharia, que tem como sócio o coronel aposentado João Baptista Lima, amigo de Temer.

O delator contou também ter tratado com Temer o repasse de outros R$ 14 milhões a seus aliados do PMDB.

Esse dinheiro era proveniente de uma "conta-corrente" do PT, partido com o qual o PMDB era coligado em 2014, referente a negócios que a JBS mantinha com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

HOMEM DA MALA 

Saud entregou ao deputado Rocha Loures (PMDB-PR) uma mala com R$ 500 mil em dinheiro. A entrega foi filmada pela Polícia Federal em uma ação como parte do acordo de delação dos irmãos Batista. O deputado afastado entregou à PF o dinheiro.

Em pronunciamento, Temer tentou minimizar a relação com os executivos da JBS. Com informações da Folhapress.

Cláudia Cruz: Moro teve ‘coração bom’, mas MPF vai recorrer




Cláudia Cruz © Vagner Rosário Cláudia Cruz 
 
Em entrevista coletiva para detalhar a 41ª fase da Operação Lava Jato, de nome “Poço Seco”, o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da operação, criticou a decisão do juiz Sergio Moro de absolver a jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na avaliação do procurador, Moro teve “coração bom” ao absolvê-la, mas se equivocou na tese de que Cláudia não tinha conhecimento da origem ilícita dos recursos que mantinha no exterior.

Na sentença, o juiz Sergio Moro avaliou que era possível comprovar que ela teve acesso aos recursos e de fato concretizou os gastos em faturas de cartão de crédito e aquisição de produtos de luxo, mas que não existiam provas de que ela não soubesse que o dinheiro, repassado por Cunha, era proveniente de corrupção.”Uma pessoa como Cláudia Cruz, jornalista, com um nível de formação cultural, deveria saber quais eram as origens dos recursos”, rebateu o procurador.

Carlos Fernando confirmou que o MPF vai recorrer contra a decisão de Moro ao Tribunal Regional Federal (TRF) e disse estar esperançoso de que a Corte reverterá a decisão do juiz. Ele ressaltou que Cláudia Cruz não é acusada por corrupção, mas sim por lavagem de dinheiro, o que acredita ter ficado provado pela investigação.

O procurador ressaltou que o empresário português Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, absolvido na decisão de quinta-feira, terá a sua inocência também contestada. Na decisão, o juiz Sergio Moro considerou que não estava claro que ele tinha ciência de que o pagamento de cerca de dez milhões de dólares ao lobista João Augusto Henriques, originários da compra dos direitos de exploração de um campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras, não se tratavam de uma “comissão justificada”, mas sim de propina.

Em março, Eduardo Cunha foi condenado a quinze anos de prisão por ter sido o beneficiário de parte desse valor em contas no exterior, de onde teriam saído os recursos transferidos para outras contas, em titularidade de Cláudia Cruz. Nesta sexta-feira, a Operação Poço Seco segue investigando o pagamento de propina sobre o campo de Benin, buscando esclarecer mais detalhes a respeito do caminho dos recursos e de outros possíveis envolvidos e beneficiados no esquema.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

OAB entrega pedido de impeachment de Temer à Câmara




Michel Temer © Ueslei Marcelino Michel Temer 
 
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou nesta quinta-feira o pedido de impeachment do presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados. Com base em informações da delação dos executivos da JBS, a OAB entendeu que Temer cometeu crime de responsabilidade e, por isso, deve ser condenado à perda do mandato e se tornar inelegível por um período de oito anos.

O principal argumento da entidade é o de que o presidente praticou o crime de omissão ao ouvir – sem tomar nenhuma atitude – o dono da JBS, Joesley Batista, dizer que estava comprando juízes e um procurador e pagando pelo silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha e do operador Lúcio Funaro.

Apesar do novo pedido de impeachment – o 15º contra Temer e o 11º desde que vieram a público as revelações de Batista em acordo de delação premiada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deu indicativos de que pretende arquivar todos os processos. Com isso, ganha força o julgamento marcado para o próximo dia 6 de junho, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai avaliar se cassa ou não o mandato de Temer por abuso de poder econômico e político.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Defesa de Loures entrega à Polícia Federal mala com R$ 465 mil



Agência Brasil

A defesa do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) entregou ontem (22) à Polícia Federal (PF) em São Paulo uma mala com R$ 465 mil. Em abril, Loures foi filmado pela PF recebendo a mala, que continha R$ 500 mil, segundo as investigações, e foi enviada pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS. No documento em que atestou a apreensão, os policiais contaram 9.300 notas de R$ 50.

Os documentos que comprovam a entrega foram enviados nesta manhã ao gabinete do ministro Edson Fachin, que, na semana passada, determinou o afastamento de Rocha Loures do mandato após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os advogados não se manifestaram sobre a falta de R$ 35 mil.

Pela denúncia, aparece ainda em uma das conversas gravadas com Ricardo Saud, ex-diretor de Relações Instituições da J&F, concordando em apresentar uma prévia do relatório da Medida Provisória do Refis, que ainda não era público. Na conversa, os dois falam sobre esconder o que a JBS queria no texto incluindo os pontos como sugestão da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC).

Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo R$ 500 mil enviados por Joesley Batista. Loures é apontado como intermediário do presidente Michel Temer para assuntos do grupo J&F com o governo, de acordo com denúncia do Ministério Público Federal (MPF) com base em áudio de conversa gravada por Joesley.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Lula é denunciado e pode se tornar réu pela sexta vez




O ex-presidente Lula faz discurso na praça Santos Andrade, que reúne militantes favoráveis a ele, no centro de Curitiba © Paulo Whitaker O ex-presidente Lula faz discurso na praça Santos Andrade, que reúne militantes favoráveis a ele, no centro de Curitiba 
 
A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba denunciou nesta segunda-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso envolvendo obras no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), frequentado pelo petista e reformado pelas empreiteiras Odebrecht, Schahin e OAS, além do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente. Caso o juiz federal Sergio Moro aceite a acusação dos procuradores, o petista se tornará réu pela sexta vez, três delas na investigação que apura desvios na Petrobras.

De acordo com os procuradores, o ex-presidente foi beneficiado ilicitamente com cerca de um milhão de reais nas reformas, que incluíram a construção de anexos e benfeitorias no sítio, como a instalação de uma cozinha de alto padrão. Odebrecht e OAS teriam arcado com 870.000 reais das obras e a Schahin, por meio de Bumlai, teria pago 150.500 reais.

O dinheiro teria sido retirado, no caso da Odebrecht, de quatro contratos: dois para construção da refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, e dois do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj); no caso da OAS, o dinheiro teria sido contabilizado nas vantagens indevidas pagas sobre três contratos: de construção e montagem dos gasoduto Pilar-Ipojuca e Urucu-Coari e da construção do Novo Centro de Pesquisas da Petrobras (Novo Cenpes), no Rio.

Assim como nas outras duas denúncias da Lava Jato contra Lula, os procuradores da equipe coordenada por Deltan Dallagnol voltaram a afirmar que ele “capitaneou e se beneficiou desse grande e poderoso esquema criminoso”. “Por trás de todo esse esquema partidário de dominação das diferentes Diretorias da Petrobras e, mesmo, de outros órgãos públicos federais, existia o comando comum de Luiz Inácio Lula da Silva, que era simultaneamente chefe do governo beneficiado e líder de uma das principais legendas envolvidas no macro esquema criminoso”, afirma o MPF.

Além de Lula e Bumlai, os procuradores do MPF denunciaram os empreiteiros Léo Pinheiro, Agenor Franklin Magalhães Medeiros e Paulo Roberto Valente Gordilho, todos executivos da OAS; Marcelo Odebrecht, Emílio Odebrecht, Alexandrino Alencar, Carlos Armando Guedes Paschoal e Emyr Diniz Costa Júnior, executivos da Odebrecht; além do ex-assessor especial da Presidência Rogério Aurélio Pimentel, o advogado Roberto Teixeira e Fernando Bittar, um dos donos oficiais do sítio.

Os processos contra Lula

O ex-presidente Lula já responde na Justiça Federal do Paraná a duas ações penais. Em uma delas, o petista é acusado pelo Ministério Público Federal dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter sido beneficiado com propinas de 3,7 milhões de reais da OAS na reserva e na reforma do tríplex do Guarujá (SP) e no armazenamento de seu acervo presidencial em uma empresa de transportes.

Em outro processo sob a responsabilidade de Sergio Moro na Justiça Federal do Paraná, o petista é acusado pelo MPF dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido propinas de 13 milhões de reais da Odebrecht.

Parte do dinheiro, 12,4 milhões de reais, teria sido gasta na compra de um terreno para abrigar a sede do Instituto Lula em São Paulo – o instituto acabou sendo construído em outro endereço. Outros 504.000 reais teriam sido usados na compra da cobertura contígua à de Lula no edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP). As duas compras teriam sido feitas por meio de laranjas. Moro iniciou as oitivas de testemunhas neste processo nesta semana. Ainda não há previsão para depoimento do ex-presidente.

Os outros três processos contra Lula correm na Justiça Federal do Distrito Federal, sob a caneta dos juízes Vallisney Oliveira e Ricardo Leite.

O petista é acusado do crime de obstrução de Justiça por meio da compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, processo em que já depôs como réu; dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e tráfico de influência em contratos do BNDES que teriam favorecido a Odebrecht, um desdobramento da Operação Janus; e tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa, processo decorrente da Operação Zelotes.

Programa norte-americano entrevista Moro, Dilma e Deltan e compara Lava Jato ao Watergate




O juiz federal Sérgio Moro, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato foram entrevistados pelo programa norte-americano "60 minutes", da rede de televisão CBS, exibido nesse domingo, 21. A reportagem comparou as investigações no Brasil ao caso Watergate, que derrubou o presidente Richard Nixon e mais de 90 congressistas na década de 1970.

No programa, o juiz Moro afirmou que nenhum réu será julgado pela opinião política que tem, ao se referir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ex-presidente Dilma, por sua vez, disse que nada sabia sobre os casos de corrupção que ocorreram na Petrobras durante seu governo e que foram descobertos pela Lava Jato.

Perguntado sobre Lula, que acusa Moro de fazer um julgamento com motivações políticas contra ele, o juiz negou as acusações do petista. "Ninguém vai ser julgado por causa de sua opinião política. O ex-presidente Lula vai ter todas as oportunidades que a lei dá para apresentar sua defesa", disse o magistrado. No último dia 10, Lula prestou depoimento a Moro pela primeira vez em uma das ações em que réu na Operação.

O juiz criticou as tentativas do Congresso brasileiro em aprovar leis para proteger políticos dos avanços das investigações. Moro respondeu positivamente quando o jornalista Anderson Cooper afirmou que há muitos "interesses poderosos" que querem ver todas as investigações acabarem. "Sim. Mas é nossa responsabilidade não permitir que eles façam isso. Temos de enfrentar o problema. E, encarando isso, acho que teremos um País melhor", respondeu Moro.

Quando falou sobre a delação de Paulo Roberto Costa, o primeiro a celebrar um acordo de colaboração premiada na Lava Jato, Moro disse que o depoimento do ex-diretor da Petrobras representava um ponto das investigações em que, a partir dali, era impossível voltar atrás. Moro disse ainda que mandou prender executivos de empresas antes do julgamento das ações porque "era preciso fazer algo grande" para parar a difusão da corrupção no Brasil.
Sérgio Moro: O juiz federal responsável pela Lava Jato, Sérgio Moro © Dida Sampaio/Estadão O juiz federal responsável pela Lava Jato, Sérgio Moro 
 
Dilma Rousseff, na mesma reportagem, negou que sabia o que as pessoas praticavam de errado na Petrobras enquanto governou o País. "Veja bem: eu não sabia", disse a ex-presidente. Ela negou que tenha recebido propina, reforçou que não é acusada de receber propina nem de ter conta no exterior.

O coordenador da força tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol, também entrevistado no programa, afirmou que a Lava Jato é "muito, muito maior" que o escândalo de Watergate. "Já cobramos mais de 200 pessoas por centenas de crimes. A quantidade de propina paga vai até aproximadamente US$ 2 bilhões", disse.

Temer. O programa "60 minutes" citou as denúncias feitas pelo empresário Joesley Batista, dono do Grupo JBS, contra o presidente Michel Temer (PMDB). Ao falar da gravação da conversa entre os dois, a reportagem citou que o escândalo levou o mercado de ações a mergulhar e o caso tem potencial para levar o presidente ao impeachment. O jornalista Anderson Cooper disse ainda que as coisas "só pioraram" no governo após o impeachment de Dilma Rousseff.