sábado, 2 de julho de 2016

"Temer se comporta como Fidel Castro", diz Lula à revista alemã





© Fornecido por Deutsche Welle Em entrevista à revista alemã Der Spiegel publicada neste sábado (02/07), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fala sobre a crise política e econômica enfrentada pelo Brasil. Ele rebate acusações de corrupção e defende a presidente afastada Dilma Rousseff, criticando o presidente interino Michel Temer.

Ao ser questionado pela revista sobre o processo de impeachment em andamento contra Dilma, Lula voltou a falar em "vingança". "O impeachment foi um ato de vingança do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o qual não ajudamos quando foi acusado de corrupção."

Lula reforçou também que ainda não foi provado nenhum crime cometido por Dilma. "Essa coisa toda com o orçamento não passa de uma acusação barata. Quem está insatisfeito com o resultado das últimas eleições, deveria esperar pelas próximas", afirmou. "Uma mudança abrupta não faz bem para o país."
Para o ex-presidente, as chances de que o impeachment não se concretize são boas. Seria necessário conseguir o apoio de apenas mais seis senadores, disse. Além disso, o presidente interino, Michel Temer, "cometeu muitos erros".

"Ele se comporta como Fidel Castro, que se instalou em Havana com seus guerrilheiros. Temer parece acreditar que ficará no poder por 70 anos. Ele trocou o comando de todos os postos importantes, dos ministérios, do Banco Central, da Petrobras. Ele é absurdo", criticou Lula.

"Se a Dilma de fato voltar, vamos precisar de meio ano para contratar e dispensar gente de novo", concluiu. A votação sobre o afastamento definitivo de Dilma está prevista para agosto.

O ex-presidente apontou a desaceleração econômica e uma "sociedade cada vez mais polarizada" como fatores que levaram ao processo de impeachment.

"Tudo isso se refletiu num Parlamento que não apenas bloqueou todos os projetos de lei do nosso governo, mas que também espreitava uma oportunidade de expulsar o PT, depois de quase 14 anos, do poder", disse. "Parece que a democracia incomoda uma parcela da sociedade", disse, referindo-se às "elites conservadoras."

"Não tenho medo da prisão"
 
Quanto a acusações de corrupção contra ele, Lula afirmou que a mídia, mais especificamente a TV Globo, o taxou de corrupto ao afirmar que ele possui dois imóveis, apesar de ele não ser o proprietário deles. "Eles querem me desmoralizar perante à opinião pública."

"Um juiz investiga o senhor. O senhor não tem medo de ser preso?", perguntou a Der Spiegel. "Não tenho medo da prisão", respondeu Lula. "Preocupa-me muito mais o fato de, na nossa democracia, parecer ser possível se tornar uma vítima de mentiras desse tipo."

O ex-presidente afirmou que casos de corrupção estão vindo à tona graças ao PT, que estabeleceu as bases legais para isso nos últimos anos. "A crise é um sinal de que o Brasil avançou na luta conta a corrupção [...] Um dia teremos orgulho do que está acontecendo no momento."

"Não abandono uma companheira"

A Der Spiegel também abordou a nomeação de Lula para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, em março deste ano, suspensa pela Justiça. "O senhor queria escapar das garras do juiz, como supõem seus adversários?", perguntou a revista.

Lula alegou não ter feito nada de errado e destacou que já havia sido convidado por Dilma para assumir o cargo no ano passado. "Eu achava que não havia lugar para dois presidentes no Palácio do Planalto, e recusei", disse.

Com uma piora da crise, seus aliados o teriam pressionado a tentar "afastar o impeachment". "Eu não abandono uma companheira somente para salvar minha própria reputação", afirmou.

Autor: Luisa Frey

Fernando Cavendish é preso em aeroporto no Rio





Fernando Cavendish © Ed Ferreira/AE Fernando Cavendish O empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta Construções S/A, foi preso, por volta das 4h20 deste sábado, 2, no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro. Ele foi escoltado por agentes da Polícia Federal, e encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). De lá, o empresário seguiu, por volta das 6h, para o presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio.

Cavendish chegou ao Rio de um voo vindo de Roma. Ele estava fora do país desde o dia 22 de junho. A prisão faz parte da Operação Saqueador, da Polícia Federal, deflagrada na última quinta-feira (3). O empresário teve a prisão decretada pela Justiça, a pedido do Ministério Público Federal, nesta sexta-feira, 1. Porém, uma decisão do desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal (TER-2), a converteu em prisão domiciliar. 

Junto com Cavendish também tiveram prisões decretadas o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o empresário Adir Assad. Eles são acusados de usar empresas fantasmas para transferir cerca de R$ 370 milhões de recursos obtidos pela Delta para o pagamento de propina a agentes públicos.

Temer reclama de protestos em frente a sua casa: 'Assustam minha mulher e meu filho, eles choram'





O presidente em exercício, Michel Temer, deu uma entrevista exclusiva à revista Veja desta semana em que aborda os principais desafios de seu governo interino, as acusações sofridas pela cúpula do PMDB, após as delações de Sérgio Machado, e as perspectivas para a aprovação definitiva do impeachment de Dilma Rousseff no Senado.

Ele não acredita que sua gestão será implicada pela Operação Lava Jato, apesar de três ministros já terem caído — dois por estarem diretamente ligados às investigações de corrupção levadas a cabo pela Polícia Federal e um por ter feito críticas aos trabalhos da PF.
"Em 45 dias, resolvemos o problema federativo no País com a dívida dos estados. Aprovamos a Desvinculação de Receitas da União, a DRU, em duas semanas. No caso das estatais, o projeto estava parado no Senado. Votamos na Câmara. São exemplos de que a Lava Jato não atrapalha em nada."
Temer diz tampouco se sentir ameaçado pelo avanço da Lava Jato em direção aos principais líderes do PMDB. Ao ser questionado sobre as suspeitas de pagamento de propina aos caciques José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá, enquanto ele presidia o partido, Temer banca o Lula:
"Eu cuidava das doações oficiais. Nunca soube que alguém pudesse dar verbas fora da doação oficial. E são afirmações que merecem comprovação, não são definitivas, têm de ser comprovadas."
O presidente em exercício se queixou da repercussão do afastamento de Dilma e da posse como interino em sua vida pessoal. Ele falou em "campanhas" contra ele, tendo em vista "a perspectiva do retorno" da petista:
"Outro dia, um grupo se postou em frente à minha casa e começou a gritar palavrões, assustando minha mulher e meu filho. Os dois ficaram chorando... Foi muito desagradável."
VEJA MAIS: Os poemas de Michel Temer

STF autoriza quebra de sigilo de Cunha




© Fornecido por Notícias ao Minuto O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki autorizou a quebra do sigilo telefônico do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nas investigações da Lava Jato, mas rejeitou o afastamento do segredo telefônico do senador Edison Lobão (PMDB-MA).

As quebras dos sigilos dos parlamentares foram requeridas pela defesa de Cunha na ação penal, na qual Cunha é acusado de receber US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sonda da Petrobras. O deputado foi transformado em réu e responde pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

O período do afastamento de sigilo será referente ao dia 18 de setembro de 2011, no período entre 19 e 21 horas", para tentar buscar dados sobre a localização de Cunha na época.

A ideia da defesa é desconstruir a tese de que Cunha pressionou o empresário Julio Camargo a retomar o pagamento de propina pelo negócio.

Para Teori, não há elementos que justifiquem a quebra de dados de Lobão. "Não se verifica situação de imprescindibilidade do afastamento de sigilo de terceiro, senador da República, que não é investigado nesta ação penal, para "desconstruir possíveis conjecturas" (fl. 3.037v.) sobre suposta ligação telefônica narrada em depoimento em colaboração premiada, que, por sua vez, não é determinante para comprovar os fatos narrados na denúncia", disse o ministro.

O ministro afirmou ainda que a ausência de dados de Cunha "não necessariamente exclui a existência dos fatos narrados na denúncia".

Camargo assinou acordo de delação premiada e afirmou que deputados aliados do peemedebista apresentaram requerimentos em comissões da Câmara pedindo informações a autoridades sobre a empresa Mitsui, prestadora de serviços da Petrobras e com quem Camargo mantinha negócios.

A Folha de S.Paulo revelou em abril de 2015 que o nome "dep. Eduardo Cunha" aparece como autor dos arquivos de computador em que eles foram redigidos.

Ouvido pelos investigadores, Camargo contou ainda ter desembolsado US$ 5 milhões em suborno para Cunha, por meio do lobista Fernando Baiano.

Na peça assinada pelos advogados do deputado afastado, Cunha diz que a quebra dos sigilos telefônicos dele próprio e de Lobão poderá comprovar que Julio Camargo mentiu em seus depoimentos.

Camargo relata que, sentindo-se chantageado pelos requerimentos, pediu ajuda a Lobão, à época Ministro das Minas e Energia.

Segundo o delator, num encontro na Base Aérea do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, o então ministro disse que a estratégia de pressão via Câmara estava sendo capitaneada por Cunha e que, em seguida, Lobão ligou para o parlamentar fluminense na frente de Camargo.

"Esse fato é falso. Justamente por isso o Ministério Público Federal não produziu nenhuma prova de que tal ligação tenha ocorrido, tendo-se limitado a pedir a relação de placas que entraram na Base Aérea. A suposta entrada de pessoas em um local não faz prova do que as pessoas fizeram nesse local", argumenta a defesa.

Os advogados pedem a violação do sigilo referente ao dia em que o empresário e o senador se encontraram no aeroporto do Rio.

Na peça, Cunha contesta a versão de que tenha sido o responsável pelos requerimentos, pede acesso aos depoimentos de todos os delatores que fizeram-lhe acusações e lista uma série de deputados que integravam sua tropa de choque para serem ouvidos como testemunhas no processo. Com informações da Folhapress.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Polícia Federal encontra contratos “sem nota” de Mônica Moura e João Santana



Documentos encontrados pela Polícia Federal na residência do publicitário João Santana e de sua esposa Monica Moura em Camaçari, Bahia, poderão complicar ainda mais a vida do casal, que está preso desde 23 de fevereiro, na Operação Acarajé, a 23ª fase da Operação Lava-Jato. São anotações, e-mails, notas fiscais e cópias de contratos de campanha e de compra de imóveis de luxo. João Santana foi responsável pelo marketing das campanhas à Presidência da República de Dilma em 2010 e 2014 e de Lula em 2006. Ao recolher documentos na casa do casal na Rua do Mé, em Camaçari, os policiais se depararam com informações que podem comprovar parte do esquema de sonegação, caixa dois e lavagem de dinheiro em campanhas internacionais. Em uma caixa de documentos na qual o casal escreveu "Dominicana", há diversos documentos referentes a movimentações financeiras, entre 2011 e 2013, em um banco do Caribe. Nessa pasta Dominicana, consta uma planilha intitulada "Caixa de Produção Curitiba - Danilo/Jaime Lerner - 29.07.11", com descrição de valores movimentados e em algumas dessas movimentações financeiras constam a observação: "SEM NOTA JÁ COM 10%". Outra planilha faz referência à "Caixa de Produção Brasília - Danilo. BSB - 26.07.11" e em alguns desses valores movimentados consta também a observação: "SEM NOTA JÁ ESTÁ COM 7% DE DESCONTO". Numa terceira planilha, "Caixa de Produção Rio de Janeiro. Danilo - 28.07.11", a mesma anotação: "CACHÊS SEM NOTA JÁ ESTÃO COM 8% DE DESCONTO".

Dominicana e Danilo podem ser uma referência a transferências de recursos da eleição de Danilo Medina, na República Dominicana, mas por enquanto, a Polícia Federal não tirou nenhuma conclusão sobre o material apreendido. A PF diz que é um trabalho preliminar, que poderá identificar questões que poderão ser aprofundadas com o andar das investigações. O relatório, que foi enviado à Justiça Federal em Curitiba, busca evidenciar entre os materiais apreendidos documentos que tenham relevo para a investigação e que possam ser confrontados com o que já foi apurado. Na casa de Camaçari havia ainda diversos contratos particulares do casal com o Partido dos Trabalhadores, que também poderão ajudar a montar o quebra-cabeças. Ao que se sabe até agora, o casal recebeu 193 milhões de reais do PT entre 2004 e 2015. Em Camaçari, a PF encontrou cartões de visitas do Instituo Lula e de Clara Ant, diretora da instituição. Lula é investigado por ter atuado em diversos países para defender os interesses da Odebrecht, entre eles República Dominicana, Venezuela, Panamá e Angola.

Angola também apareceu na busca e apreensão da PF em Camaçari. A documentação inclui comprovante de transferência internacional (swift) de MPL Contribuições, de Luanda, para a Polis de João Santana, no valor de 10 milhões de dólares (34 milhões de reais) em 2012, tendo como beneficiária a Polis Propaganda. 
 
O valor total do contrato, segundo os documentos apreendidos, foi de 45 milhões de dólares (145 milhões de reais). O contrato foi assinado com o então secretário do bureau político da campanha do presidente José Eduardo Santos. A documentação encontrada em Camaçari também poderá trazer mais luz sobre diversos imóveis que a dupla teria comprado. A polícia encontrou documentos contábeis da empresa Polistepeque, constituída em El Salvador, no nome da qual está um apartamento luxuoso do casal em Nova York. Há também documentos comprovando transferências da Polis para a empresa Cine & Art, no Panamá. Há referência a um apartamento de 3 milhões de reais no Leblon, no Rio, sobre o qual a polícia não encontrou registros oficiais nas transações bancárias feitas por João Santana e Mônica. Há também registros sobre a compra de um apartamento de 7,3 milhões de reais em um bairro nobre de Salvador e mensagens de Mônica com uma tabela de gastos do casal na qual constam pagamentos em oito condomínios de luxo. A PF vai cruzar tudo com as declarações de renda e as movimentações financeiras do casal.

Monica Moura e João Santana foram encaminhados ao IML de Curitiba para passarem por exame de corpo de delito

Donos da Friboi e da Gol são alvos da PF; empresário é preso




PF: operação prendeu Lucio Funaro, empresário ligado a Eduardo Cunha © Sergio Moraes / Reuters PF: operação prendeu Lucio Funaro, empresário ligado a Eduardo Cunha São Paulo - A Polícia Federal realizou mandados de busca e apreensão na empresa Eldorado Brasil Celulose, da J&F (que também é dona da Friboi), e na casa do presidente da companhia, Joesley Batista na manhã desta sexta-feira (1º), segundo a Folha de S.Paulo.

A ação da PF também envolve o herdeiro da Gol Linhas Aéreas, Henrique Constantino.

A PF realizou uma prisão, de Lucio Funaro, empresário ligado a Eduardo Cunha, segundo O Estado de S. Paulo.

A operação Sépsis, como foi batizada, é um desdobramento da Lava Jato. Os 19 mandados de busca e apreensão desta etapa da operação foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki

A operação da PF se baseia em informações da delação premiada de Fabio Cleto, ex-vice presidente da Caixa Econômica, indicado por Cunha, e da delação do ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas Nelson Mello.

Na delação, Fabio Cleto afirmou que Eduardo Cunha tinha ficado com propina de 1% em um negócio de R$ 940 milhões aprovado pelo FI-FGTS com a empresa Eldorado, do grupo JBS.

Os policiais cumprem mandados em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, e no Distrito Federal.
JBS diz que não é alvo de operação

A JBS informou, em fato relevante divulgado pela manhã, que não é alvo de operação da Polícia Federal. Veja a íntegra da nota:

"JBS S.A. (BM&FBOVESPA: JBSS3; OTCQX: JBSAY, "JBS" ou "Companhia"), comunica a seus acionistas e ao mercado em geral que, em relação às notícias veiculadas na data de hoje pela imprensa, a Companhia, bem como seus executivos, não é alvo e não está relacionada com a operação da Polícia Federal ocorrida na manhã de hoje."

Doleiro ligado a Eduardo Cunha é preso em nova fase da Lava Jato




A Polícia Federal realiza neste momento operação e cumpre diligências na sede da JBS Friboi, na casa do empresário Joesley Batista, dono da indústria de alimentos. A operação de hoje, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), prendeu o operador Lúcio Bolonha Funaro e recolheu documentos na casa do lobista Milton Lyra, apontado por delatores da Operação Lava Jato como facilitador de negócios espúrios em partidos junto a empresas públicas e bancos como a Caixa, o BNDES e o Banco do Brasil. Conforme revelou VEJA, Lyra foi citado por um delator como o operador do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) no fundo de pensão Postalis, dos Correios.As investigações e o cumprimento de mandados desta sexta-feira estão relacionados majoritariamente à recente delação premiada do ex-vice-presidente de Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, ex-aliado do presidente afastada da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cleto foi exonerado do cargo da Caixa no fim de dezembro do ano passado, logo depois de Cunha ter autorizado a abertura do processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Na época, a decisão de Dilma foi vista como um "troco" ao seu desafeto.

Quando Cleto fazia parte dos Comitê de Investimentos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), a fabricante de celulose Eldorado Brasil, um dos projetos mais ambiciosos da holding J&F, controlada pela família Batista, recebeu polpudos 940 milhões de reais repasses do FI-FGTS - parte do dinheiro teria acabado nas mãos de Funaro. Na mira da Operação Lava Jato desde que Fábio Cleto fechou acordo de delação premiada, o FI-FGTS registrou pela primeira vez no ano passado prejuízo no resultado anual. A queda foi de 900 milhões de reais no patrimônio líquido do fundo que usa recursos dos trabalhadores para aplicar em projetos de infraestrutura. O patrimônio do FI-FGTS é largamente ligado a empresas investigadas no petrolão: boa parte de seus recursos foram aplicadas em companhias como a Odebrecht Transport e a Odebrecht Ambiental, a OAS Óleo e Gás e a CCR, concessionária de rodovias da Andrade Gutierrez e da Camargo Correa.

Em sua delação premiada, Cleto apontou o nome do deputado Eduardo Cunha como destinatário de 1% dos quase 1 bilhão de reais aprovado pelo FI-FGTS à empresa Eldorado. O ex-vice da Caixa também já havia confirmado que Cunha cobrou 52 milhões de reais em propina para viabilizar recursos para o projeto do Porto Maravilha, no Rio.

Envenenamento causou morte de empresário investigado na Operação Turbulência




A causa da morte do empresário Paulo César Morato, uma das peças-chave nas investigações da Operação Turbulência, na quarta-feira passada em um motel de Olinda (PE), foi intoxicação por organofosforado, conhecido popularmente como chumbinho. A Polícia Científica pernambucana chegou à conclusão por meio dos resultados dos exames de DNA, histopatológico (análise de tecidos) e toxicológico nas vísceras de Morato. De acordo com os investigadores, o empresário seria um dos testas de ferro do esquema de lavagem de dinheiro que abasteceu campanhas políticas e foi usado na compra do jatinho Cessna PR-AFA, cuja queda, em 2014, matou o então candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco.

A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) não esclarece se Paulo César Morato se suicidou ou foi envenenado por outra pessoa. Segundo a SDS, para elucidar as circunstâncias da morte do empresário, ainda faltam os resultados das perícias papiloscópica (exame das impressões digitais), tanatoscópica (exame do cadáver), análise química, das imagens e do local da morte. Assim que estiverem concluídos, em um prazo de dez dias, os exames serão incorporados ao inquérito da Polícia Civil que apura a morte de Morato.

Segundo o advogado do motel Tititi, Higínio Luis Araújo Marinsalta, Morato entrou no quarto por volta das 12 horas da terça-feira passada, trancou-se lá dentro e não solicitou nenhum serviço. "Ele não tinha feito nenhum pedido, nem avisado se iria ou não renovar a diária. Os funcionários então telefonaram, mas ele não atendeu. Depois, bateram na porta do quarto e não houve resposta".

Morato era procurado pela polícia e acusado de lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsidade ideológica. Ele e outros comparsas movimentaram 600 milhões de reais nos últimos seis anos. A Polícia Federal encontrou indícios de que o esquema foi usado por políticos e teria servido a campanhas do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, em 2010 e 2014. Uma empresa de fachada em nome de Morato, a Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem, recebeu um repasse suspeito de 18,8 milhões de reais da empreiteira OAS. Conforme a PF, parte do dinheiro serviu para a compra do jatinho Cessna PR-AFA. A empresa comunicou que trabalhava em obras da transposição do Rio São Francisco.

No pedido de prisão preventiva do empresário, a PF escreveu: "O vínculo de Paulo Morato com a organização criminosa é inconteste, uma vez que suas empresas são bastante utilizadas no esquema ora apurado. Elas foram utilizadas na aquisição da aeronave que vitimou o candidato Eduardo Campos, além de terem sido receptoras de recursos provenientes das empresas de fachada utilizadas no esquema de lavagem de dinheiro engendrado por Alberto Youssef [doleiro e delator da Operação Lava Jato] com relação ao pagamento de vantagens indevidas decorrentes da execução de obras da Petrobras."
(da redação)

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Aneurisma cerebral


Visão Geral

O que é Aneurisma cerebral?

Sinônimos: derrame cerebral, hemorragia cerebral, hemorragia subaracnoide
Um aneurisma é uma área frágil na parede de um vaso sanguíneo que faz com que o vaso forme uma protuberância ou aumente de tamanho. Quando o aneurisma ocorre em um vaso sanguíneo do cérebro, ele é denominado de aneurisma cerebral.

Cerca de 5% da população têm algum tipo de aneurisma cerebral, mas apenas um pequeno número desses aneurismas causam sintomas, normalmente decorrentes de seu crescimento e/ou ruptura.

Tipos

Existem diversos tipos possíveis de aneurismas cerebrais. Eles incluem:
  • Aneurismas saculares, que pode variar no tamanho, podendo ser de alguns milímetros até um centímetro
  • Aneurismas saculares gigantes, que costumam ter mais de dois centímetros
  • Aneurismas saculares múltiplos, que são herdados com mais frequência do que os outros tipos.
Outros tipos de aneurismas cerebrais consistem no alargamento de um vaso sanguíneo inteiro (aneurisma fusiforme); ou ainda podem parecer como um "balão" na parte externa de um vaso sanguíneo. Tais aneurismas podem ocorrer em qualquer vaso sanguíneo que alimente o cérebro. Esses aneurismas cerebrais podem ser causados por várias razões, entre elas hipertensão arterial (aterosclerose), traumas e infecções, que podem lesionar a parede do vaso.

Causas

Os aneurismas no cérebro surgem quando há uma região enfraquecida na parede de um vaso sanguíneo. Um aneurisma pode estar presente desde o nascimento (congênito) ou pode se desenvolver mais tarde, como depois que um vaso sanguíneo é lesionado.

Fatores de risco

Vários fatores podem contribuir para o enfraquecimento de uma parede arterial e, assim, aumentar o risco de aneurisma cerebral. Confira:
  • Adultos são mais propensos a ter um aneurisma cerebral do que uma criança
  • Mulheres são mais propensas a adquirir a doença do que homens
  • Fumo
  • Hipertensão
  • Aterosclerose
  • Uso de drogas, especialmente cocaína
  • Ferimento na cabeça
  • Consumo excessivo de álcool
  • Infecções sanguíneas específicas
  • Em mulheres, níveis inferiores de estrogênio após a menopausa

 

Sintomas de Aneurisma cerebral

Uma pessoa pode ter um aneurisma cerebral sem apresentar sintomas. Nesses casos, a doença só é identificada quando a pessoa passa por uma ressonância magnética ou uma tomografia computadorizada por um outro motivo.

Os sintomas também podem ocorrer se o aneurisma empurrar estruturas próximas no cérebro ou se romper (ruptura) e causar sangramento no cérebro.

Os sintomas dependem da localização do aneurisma, se ele se rompeu e da parte do cérebro que está sendo comprimida, mas podem incluir:
Uma dor de cabeça forte e súbita pode ser um sintoma de que um aneurisma se rompeu. Outros sintomas de rompimento de um aneurisma são:
  • Confusão mental, letargia, sonolência ou estupor
  • Queda da pálpebra
  • Dor de cabeça acompanhada de náusea e vômito
  • Fraqueza muscular ou dificuldade de mobilidade de qualquer parte do corpo
  • Dormência ou diminuição da sensibilidade de qualquer parte do corpo
  • Convulsões
  • Fala prejudicada
  • Rigidez no pescoço (ocasionalmente)

Diagnóstico e Exames

Buscando ajuda médica

Vá para o pronto-socorro ou ligue para o serviço de emergência local (como 192, no caso de São Paulo) caso ocorra uma dor de cabeça muito forte ou súbita, principalmente se vier acompanhada de náusea, vômito, convulsões ou qualquer outro sintoma neurológico.

Busque também a emergência se a dor de cabeça não for comum, principalmente se for grave.
Observação: o rompimento de um aneurisma é uma emergência médica. Procure ajuda médica imediatamente.

Na consulta médica

Aneurismas cerebrais são geralmente identificados quando já houve ruptura e quando se tornaram um caso de emergência médica. Por isso, é importante que o paciente anote todos os seus sintomas e descreva-os ao médico, bem como estar preparado para responder às perguntas que ele deverá fazer. Para aneurisma cerebral, algumas perguntas que o médico poderá fazer são:
  • Você fuma?
  •  
  • Você consome bebidas alcóolicas? Com que frequência e em quais quantidades?
  •  
  • Você faz uso de alguma droga?
  •  
  • Você está tomando medicamentos para hipertensão, colesterol alto ou outra condição cardiovascular?

Diagnóstico de Aneurisma cerebral

Um exame ocular pode mostrar pressão elevada dentro do cérebro (pressão intracraniana elevada), incluindo inchaço do nervo óptico ou sangramento na retina. Um exame neurológico pode revelar movimento anormal dos olhos, problemas na fala, na força e na sensibilidade.

Os seguintes exames podem ser usados para diagnosticar aneurisma cerebral e para determinar a causa do sangramento no cérebro:
  • Tomografia computadorizada da cabeça
  •  
  • Ressonância magnética da cabeça
  •  
  • Angiografia cerebral ou angiografia por tomografia computadorizada espiral da cabeça para revelar a localização e o tamanho do aneurisma

Tratamento e Cuidados

Tratamento de Aneurisma cerebral

Um aneurisma que se rompe é uma emergência que precisa de tratamento médico e muitas vezes requer cirurgia. Dois métodos comuns são usados para reparar um aneurisma cerebral:
  • A clipagem é o modo mais comum de reparar um aneurisma. Isso é feito durante a cirurgia no cérebro
Mesmo que não ocorram sintomas, seu médico poderá recomendar um tratamento para evitar uma futura ruptura fatal. Mas nem todos os aneurismas precisam ser tratados imediatamente. Os aneurismas muito pequenos têm menos probabilidade de se romper.

Em caso de o paciente estar muito doente para se submeter a uma cirurgia ou se a localização do aneurisma colocar grande risco à realização de uma cirurgia, o médico poderá optar, então, por outros meios de tratamento, como:
  • Repouso total e restrições a atividades físicas
  • Medicamentos específicos para evitar convulsões
  • Medicamentos para controlar dores de cabeça e a pressão arterial

 

Convivendo/ Prognóstico

Se não tiver acontecido o rompimento do aneurisma cerebral, o paciente deverá tomar algumas medidas para evitar que isso aconteça. Veja:
  • Não fume e não faça uso recreativo de drogas
  •  
  • Alimente-se corretamente e siga uma dieta saudável acompanhada de exercícios físicos
  •  
  • Limite o seu consumo de cafeína. Essa substância é um estimulante que pode contribuir para o aumento da pressão arterial

Complicações possíveis

Quando ocorre o rompimento de um aneurisma cerebral, o sangramento causado geralmente não dura mais que alguns segundos. No entanto, o sangue pode provocar danos irreversíveis às células do cérebro que estão localizados ao redor do aneurisma, incluindo a morte celular. O rompimento do aneurisma pode, também, aumentar a pressão dentro do crânio. Nesse caso, se a pressão tornar-se muito elevada, o fluxo de sangue e de oxigenação no cérebro pode ser interrompido, causando perda de consciência e podendo levar a pessoa até mesmo a óbito.

Após o rompimento do aneurisma, outras complicações mais sérias podem ocorrer também, entre elas:
  • Um aneurisma que se rompeu e provocou sangramento pode voltar a sangrar novamente, o que pode causar ainda mais danos às células do cérebro
  •  
  • Após a ruptura, os vasos sanguíneos do cérebro podem se contrair involuntariamente, num movimento conhecido como vasoespasmo. Isso pode interromper o fluxo sanguíneo para as células do cérebro e provocar um derrame, além de causar outros danos e morte celular
  •  
  • Quando um aneurisma cerebral se rompe, geralmente ocorre uma hemorragia subaracnóidea, que é justamente o vazamento de sangue para o tecido cerebral ao redor do aneurisma. Nesses casos, pode ocorrer hidrocefalia, quando o sangue interrompe a circulação do líquido cefalorraquidiano
  •  
  • Uma hemorragia subaracnóidea pode desregular a quantidade de sódio no sangue (hiponatremia) e causar danos irreversíveis às células do cérebro
  •  
  • Após a ruptura do aneurisma cerebral, o paciente pode vir a entrar em coma e pode, muitas vezes, sofrer danos irreversíveis, como perda permanente de sensibilidade de qualquer parte da face ou do corpo e do movimento de uma ou mais partes do corpo.

Expectativas

O resultado do tratamento costuma variar de paciente para paciente. Aqueles que entram em coma profundo após o rompimento de um aneurisma geralmente não se recuperam tão bem, quando comparados a pacientes com sintomas menos graves.

Normalmente, a ruptura dos aneurismas cerebrais são fatais. Cerca de 25% das pessoas morrem em 24 horas, e outras 25% morrem em cerca de três meses. Além disso, dos sobreviventes, mais de 25% apresenta algum tipo de incapacidade permanente.

Prevenção

Não há maneira conhecida de prevenir a formação de um aneurisma sacular.
Tratar a pressão alta pode reduzir a chance de ruptura de um aneurisma. Controlar os fatores de risco da arteriosclerose pode reduzir a probabilidade de alguns tipos de aneurisma.

Se descobertos a tempo, aneurismas não rompidos podem ser tratados antes de causarem problemas.
A decisão de reparar um aneurisma cerebral não rompido é baseada no tamanho e na localização do aneurisma, além da idade e condição de saúde do paciente. Os riscos dessa decisão devem ser muito bem ponderados.

Fontes e referências

  • Revisado por: André Felício, neurologista- CRM: 109665
  • Ministério da Saúde
  • Sociedade Brasileira de Neuropsicologia 
Fonte: www.minhavida.com.br/saude/temas/aneurisma-cerebral

Presidente Dilma será julgada entre 25 e 27 de agosto, diz Renan




A presidente licenciada Dilma Rousseff, em Brasília, no dia 14 de junho de 2016 © Fornecido por AFP A presidente licenciada Dilma Rousseff, em Brasília, no dia 14 de junho de 2016 A sessão final do Senado, que definirá o destino da presidente licenciada Dilma Rousseff, será realizada entre 25 e 27 de agosto, pouco depois do encerramento dos Jogos Olímpicos, informou nesta quinta-feira o presidente do Senado, Renan Calheiros.

Renan pôs fim, assim, a especulações de que Dilma poderia receber a sentença sobre o caso durante os Jogos Rio-2016, entre 5 e 21 de agosto, quando todos os olhares do mundo estarão voltados ao gigante sul-americano.

Segundo declarações do presidente do Senado em coletiva, em Brasília, a partir de hoje serão discutidas as perícias, em seguida, as alegações finais com prazos para a acusação e para a defesa, depois será votada a recomendação da comissão de impeachment e virá o julgamento, que deverá ocorrer entre 25 e 27 de agosto.

Dilma Rousseff foi afastada temporariamente do cargo em 12 de maio e foi substituída interinamente por seu vice, Michel Temer.

A rodada final do impeachment será conduzida pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, e marcará o ápice de uma disputa política intensa que mergulhou o país na incerteza ao ritmo de uma crise política em antecedentes.

O processo foi iniciado em dezembro de 2015 e, após ser aprovado pelas duas câmaras do Congresso, passou à fase de instrução: coleta de provas e testemunhos, perícias técnicas e outras diligências realizadas por uma comissão especialmente criada no Senado.

A Câmara alta vai elaborar uma recomendação que será submetida a votação em primeira instância pelo plenário de 81 senadores - prevista para 9 de agosto -, onde precisará de um mínimo de 41 votos (maioria simples) para que o processo continue.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, em Brasília, no dia 22 de junho de 2016  
© Fornecido por AFP O presidente do Senado, Renan Calheiros, em Brasília, no dia 22 de junho de 2016 Se for aprovada a continuidade do processo, o "julgamento final" ocorrerá - entre 25 e 26 de agosto -, determinando se Dilma Rousseff será definitivamente destituída. Para que isto ocorra, será necessária uma maioria especial de 54 votos da Casa (dois terços). Caso contrário, o caso será arquivado.

Enquanto seus detratores a acusam de violar a Constituição, Dilma denuncia ser vítima de um golpe, orquestrado pela centro-direita para tomar o poder sem passar pelas urnas.

Se ela for destituída, Temer terminará o mandato até 2018.

Ministro do STF: Corrupção passou a ser espantosa regra


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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso afirmou nesta quarta-feira (29) que a corrupção se tornou a "espantosa regra" por causa da impunidade e disse que a sociedade brasileira não tolera mais esse fato.

"Corrupção, sonegação, lavagem de dinheiro passaram a ser a espantosa regra", disse, durante seminário realizado pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), em Brasília, para discutir grandes casos criminais do Brasil e da Itália.

E completou: "O errado virou a regra e todo mundo passou a operar nessa regra". Para ele, ainda há uma cultura no Brasil que valoriza a corrupção. O ministro deu o exemplo de duas empresas, na qual em uma seu funcionário investe em baratear os custos para aumentar o lucro, enquanto outra tem um empregado que possui proximidade com agente público e paga propina.

"Nós vivemos ainda em um país em que esse segundo funcionário é mais valorizado do que o primeiro", afirmou Barroso.O ministro voltou a defender o fim do foro privilegiado e afirmou que o Supremo não está preparado para instruir e julgar ações penais como uma primeira instância.

"O prazo médio para recebimento de uma denúncia no Supremo é de 617 dias. Isso é um escândalo", disse Barroso. Com informações da Folhapress.