sábado, 20 de fevereiro de 2016

Sabe porque é que dói tanto cortar o dedo com uma folha de papel?



Além de serem das feridas mais ‘estúpidas’, os cortes na pele feitos com papel são capazes de ser aquelas feridas que mais dor provocam.
Mas porque são estas lesões tão dolorosas? Segundo Ferris Jabr, editor da revista Scientific American, a pele nas mãos e nos dedos está repleta de neurorreceptores, cita o Huffington Post.
Alguns deles, mais precisamente os nociceptores, detectam dor, ou seja, quando se queima ou se corta, estes neurorreceptores ‘enlouquecem’. Enviam uma série de sinais elétricos e químicos que chegam ao cérebro, e é nessa altura que nos percebemos a dor.
Outro problema destas ‘pequenas feridas’ é que não são cortes precisos, como a maioria das pessoas acha. Em vez de fazer um corte ‘limpo’, o papel funciona como se fosse uma serra. Isto sem falar nas partículas quimicamente codificadas que acabam por infectar a ferida.
Há mais uma razão pela qual estes cortes são tão insuportáveis. Estas lesões são superficiais, deixando vários nociceptores expostos, logo cada vez que usa as suas mãos, a ferida abre-se, ativando-os novamente.

São Bernardo: Como 'bastião do lulismo' se tornou uma das grandes vítimas da crise



Para Rafael Marques, acusações contra Lula são 'fofoca'. © Fornecido por BBC Para Rafael Marques, acusações contra Lula são 'fofoca'.
O retrato de Luiz Inácio Lula da Silva pendurado acima da mesa do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), Rafael Marques, não deixa dúvidas sobre a importância simbólica do ex-presidente para esse sindicalista e a instituição que ele preside.
Na parede da frente, outro retrato: o da greve de 1990 na Ford, que Marques ajudou a organizar um ano depois da derrota de Lula para Fernando Collor na corrida pela Presidência.
“Foi nessa greve que conheci Lula”, lembra o sindicalista. “Ele queria encontrar alguns militantes, tinha ouvido falar que havia uma molecada nova à frente do movimento. Até hoje ele mora aqui em São Bernardo (do Campo, na Grande SP), mas na época vivia pertinho do sindicato, então fui até lá.”
Berço dos Partidos dos Trabalhadores (PT) e do movimento sindical que deu a Lula projeção nacional no início dos anos 80, a cidade de São Bernardo juntamente com toda a região do ABC paulista está sendo duramente impactada pela recessão econômica em função da forte participação da indústria e, em especial, do setor automobilístico, na economia local.
E em poucos lugares fica tão evidente como isso complica o desafio do PT de vencer a atual crise de popularidade que atinge o partido como na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Marques garante que o apoio ao PT ainda é grande entre metalúrgicos - e que é dos movimentos de trabalhadores que sairá uma reação forte de apoio ao governo caso a possibilidade de um impeachment volte a assombrar a Presidência. “Nas manifestações (anti-impeachment) de dezembro lotamos 40 ônibus”, conta.
No andar de baixo do prédio do sindicato, porém, a poucos metros da antiga sala ocupada por Lula, as opiniões se dividem entre dezenas de metalúrgicos que acabaram de ser demitidos de empresas espremidas pela queda das vendas.

Críticas

“O PT e o Lula traíram os trabalhadores. Mostraram que esse é um partido corrupto como outro qualquer”, diz um jovem soldador, cortado recentemente de uma empresa junto com outros 40 trabalhadores. “Foi uma pouca vergonha o que fizeram com o país”, reforça um colega, pedindo para não ser identificado.
“Confiamos nessas pessoas (do PT), o José Dirceu, mesmo o Lula, então não tem como não ficar decepcionado com essa corrupção e essa crise econômica. Hoje não é difícil encontrar entre metalúrgicos quem esteja descontente”, concorda Isael Ferreira, de 50 anos, demitido de uma fábrica de ferramentas.
Lula em greve de metalurgicos no ABC. © Fornecido por BBC Lula em greve de metalurgicos no ABC.
Certamente, também há um grande número de filiados ao sindicato alinhados com Marques. Para Itamiro Gonçalvez, por exemplo, o ressentimento com o PT é coisa de gente “mais jovem” ou que “não se lembra de como era antes (de o partido assumir o governo)”.
“Consegui avançar muito na minha vida na época do Lula. Comprei casa, dois carros, não posso reclamar”, diz Gonçalves, demitido após 20 anos na mesma empresa. "A crise, afinal, está atingindo diversos países e temos de ter confiança que logo será superada."
Roberto Rodrigues, de 26 anos – meio oficial de torneiro mecânico em uma fornecedora da Petrobras – tem uma opinião semelhante. Na sua empresa, foram dispensados cerca de 300 funcionários. Seu pai, também torneiro mecânico, está desempregado. “Mas não dá para culpar só o governo ou o PT. Com a oposição (no poder) seria pior”, opina.
Questionado sobre as acusações recentes contra Lula, Marques diz que elas são "fococa", parte de um esforço para se atacar o legado social do PT.
O Ministério Público de São Paulo investiga se o ex-presidente teria ocultado a posse de um tríplex no Guarujá reformado pela construtora OAS. Lula nega as acusações. Outra investigação em curso diz respeito a uma reforma feita por um consórcio de empresas envolvidas na operação Lava Jato em um sítio frequentado pelo ex-presidente.
"Lula é o melhor personagem da esquerda brasileira, então o ataque contra ele teria de ser o mais duro", afirma Marques. "Getúlio (Vargas) foi levado ao suicídio porque ficou isolado, não tinha time. Mas o Lula não tem esse problema: ele tem time, os movimentos sociais, movimentos sindicais como o nosso."
O líder sindical reconhece, porém, que é possível que "alguns trabalhadores estejam com muita dúvida" sobre o tema. "Ontem mesmo, encontrei um companheiro no caixa do supermercado que perguntou: 'E esse negócio do Lula, cara?' Eu fiquei nervoso, comecei a falar o que eu penso, defendendo o Lula. E a moça do caixa me apoiou. É só fazer o debate. O Lula ainda é uma figura muito forte."

Reforma

O prédio do SMABC hoje é o mesmo dos tempos em que Lula liderou a famosa greve que levou a sua prisão pelo governo militar, em 1980, embora tenha passado por uma ampla reforma.
Metalúrgicos que acabaram de perder o emprego estão divididos sobre apoio ao PT. © Foto: Fornecido por BBC Metalúrgicos que acabaram de perder o emprego estão divididos sobre apoio ao PT.
"Planejamos essa reforma em 2010, um ano muito bom. E terminamos em um ano nada bom (2015), tanto que nem teve inauguração - nem bandinha, não tinha clima", conta Marques.
Ele diz que nos últimos três anos a base do sindicato, que representa trabalhadores de São Bernardo e Diadema, passou de 100 mil para 83 mil metalúrgicos, o que significa que 17 mil empregos foram perdidos.
Só no ano passado, teriam sido fechados 10.900 postos de trabalho – embora boa parte dos desligamentos tenha sido feita via programas de demissão voluntária.
Dos que ainda estão empregados, mais de um terço também está trabalhando menos - e, com frequência, ganhando menos.
Isso porque para cortar custos sem demitir, muitas empresas têm adotado principalmente três estratégias.
Primeiro, as férias coletivas. Segundo, os esquemas conhecidos comolay offs, que envolvem a suspensão temporária de contratos de trabalho.
Por fim, o chamado Programa de Proteção ao Emprego (PPE), aprovado por medida provisória, que permite que os trabalhadores tenham uma redução da jornada de trabalho com redução de salário (compensada, parcialmente, por recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Mais de 20 mil trabalhadores ligados ao SMABC teriam sido incorporados ao programa.
"Hoje, em vez de encontrar os amigos em churrascos de fim de semana, nós nos vemos na rua, procurando emprego”, diz Ferreira.
“Moro em um bairro com muitos metalúrgicos, onde a situação é crítica. Agora, você quebra o gelo com o vizinho perguntando: 'Está de férias?' E claro que não está”, conta o inspetor de qualidade João Ribeiro, de 22 anos.
© Fornecido por BBC
Anapatrícia Morales Vilha, coordenadora da Agência de Inovação da Universidade Federal do ABC (UFABC), explica que a economia da região tem sofrido com o processo "dramático" de queda das vendas de veículos porque isso impacta em toda a cadeia de fornecedores das montadoras. Em 2015, a produção de veículos brasileira caiu 22,8% segundo a principal associação do setor.

Problemas antigos

Outras indústrias da região também colocaram o pé no freio, como a química, a petroquímica e a indústria têxtil. E em muitos casos as dificuldades desses setores precedem a recessão de 2015, como explicam Vilha e a economista Cristina Reis, também da UFABC.
"Vivemos há algum tempo um processo de 'desindustrialização', impulsionado pelo câmbio valorizado e problemas estruturais que minam a competitividade de nossas empresas”, diz Reis. “Isso teve um impacto significativo em emprego e renda no ABC que se acentuou com a queda do consumo."
Segundo a Fundação Seade e o Dieese, o desemprego no ABC subiu para 13,3% em dezembro. Em 2015, a taxa média foi de 12,5%, contra 10,7% de 2014.
O setor de serviços também acabou atingido pela recessão. Entre os estabelecimentos que fecharam as portas neste ano está até o restaurante São Judas Tadeu - da rota do frango com polenta de São Bernardo -, famoso por sediar reuniões políticas e os encontros do Sindicato dos Metalúrgicos.
© Fornecido por BBC
Reis diz que a crise econômica deixou os sindicatos em uma posição "politicamente delicada", lembrando que as críticas da "esquerda" apontam medidas de austeridade adotadas pela gestão Dilma Rousseff como parte do problema.
"As lideranças têm mantido o apoio ao governo, mas um apoio crítico, deixando claro que não são a favor de algumas dessas políticas."
A percepção, nesses movimentos, parece ser a de que este é um governo "em disputa" entre interesses do mercado financeiro e dos trabalhadores. E que um afastamento poderia permitir que o outro lado ganhasse terreno.
O ex-líder sindicalista Nelson Campanholo, que participou da greve de 1980 ao lado de Lula e "põe a mão no fogo pelo ex-presidente", admite, porém, que o discurso de que o PT “acabou com o país” está ganhando terreno até em São Bernardo. “Trata-se de um resultado lamentável dessa polarização política e que põe em risco importantes ganhos dos trabalhadores”, opina.
"Na realidade é a crise política que está agravando nossos problemas econômicos, mas há alguns grupos se aproveitando desse contexto."

Polarização

Até no prédio em que Lula mora, no centro de São Bernardo, o único indício da presença do ex-presidente hoje é uma pichação ofensiva, no muro em frente: “Lula ladrão”, lê-se na mensagem.
Marques diz que nunca recebeu nenhum tipo de "abordagem negativa ou desrespeitosa" nas ruas da cidade, mas, em função a polarização, alguns companheiros hoje evitam discussões políticas em bares.
Marques diz ter lotado 40 ônibus para protesto anti-impeachment de dezembro. © Fornecido por BBC Marques diz ter lotado 40 ônibus para protesto anti-impeachment de dezembro.
"Na questão mais ideológica sinto que há certo abatimento", diz. "Muita gente deixou de frequentar o boteco que frequentava porque vai lá e a pessoa começa a falar... nosso pessoal quando estava por cima também exagerou um pouco na conta de alguns. Agora recebe o troco de quem nunca gostou da gente."
Claudio Couto, cientista político da FGV, ressalta que, diante deste cenário, será um desafio para o PT garantir os votos da região nas eleições municipais deste ano.
"Independentemente das especificidades da política local, ela acaba sendo contaminada pelo desgaste do partido no âmbito nacional, pela crise econômica e os escândalos de corrupção envolvendo o PT", diz Couto.
O atual prefeito Luiz Marinho (PT) - ex-presidente do SMABC e ex-ministro da Previdência e do Trabalho - foi reeleito no primeiro turno em 2012 com 65% dos votos válidos.
Nas eleições de 2014, porém, Dilma teve menos votos que Aécio Neves (PSDB) em São Bernardo, além de São Caetano e Santo André (ela ganhou apenas em Diadema).
E para este ano, sondagens do jornal Diário do Grande ABC colocam o candidato de Marinho - o atual secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli - em um mero terceiro lugar, com menos de 10% das intenções de voto.
Para Brás Marinho, irmão do prefeito e presidente municipal do PT, a sondagem não é relevante.
"A campanha municipal nem começou e nosso candidato ainda é pouco conhecido. A gestão atual tem sido muito bem avaliada e estamos confiantes de que isso nos ajudará a garantir a vitória”, diz ele.
Para Couto, uma derrota nas eleições municipais em São Bernardo seria “simbólica” dado as relações históricas do PT e de Lula com a cidade.
“São Bernardo é o berço do PT. Se o partido sofrer um revés em um lugar como esse certamente será importante mesmo em meio a todas as dificuldades que já tem enfrentado.”

Como o PMDB do Rio se tornou boia de salvação de Dilma



Dilma ao lado de Pezão, em obras do metrô do Rio em 2015; Estado se beneficia de mais recursos da União na última década
© Copyright British Broadcasting Corporation Dilma ao lado de Pezão, em obras do metrô do Rio em 2015; Estado se beneficia de mais recursos da União na última década
O deputado federal Leonardo Picciani foi reeleito nesta quarta-feira à liderança do PMDB na Câmara dos Deputados, em uma vitória de Dilma Rousseff - e em mais um indicativo da importância do PMDB do Rio de Janeiro, ao qual Picciani pertence, para sustentar o governo da presidente.
Bombardeada por todos os lados, Dilma encontrou no PMDB fluminense seu principal apoio político contra o impeachment.
O governador Fernando Pezão, o prefeito da capital, Eduardo Paes, e o clã Picciani se tornaram fiéis soldados na luta pela manutenção do mandato da presidente.
A vitória de Picciani é fundamental para Dilma, pois são os líderes dos partidos que escolhem os membros da comissão especial da Câmara que emitirá um parecer recomendando ou não a abertura de um processo de impeachment contra a presidente – e o PMDB é o partido com direito a mais indicações, ao lado do PT (oito cada).
Foi tamanha a importância dessa disputa que o secretário de governo de Paes, Pedro Paulo Carvalho, e o secretário estadual de Esporte e Lazer, Marco Antônio Cabral (filho do ex-governador Sérgio Cabral), foram exonerados de seus cargos para reassumirem seus mandatos de deputado e votarem em Picciani. Passada a eleição, voltarão a seus cargos. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, indicado por Picciani, fará o mesmo.
Na visão de analistas políticos, o apoio à administração federal petista reflete uma perene aliança que tem trazido benefícios para os dois lados desde 2007, quando Cabral assume o governo do Rio pela primeira vez e forja uma relação bastante próxima com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dados do Tesouro Nacional revelam uma explosão nos repasses de recursos voluntários da União para o Rio de Janeiro a partir da aliança Lula-Cabral (veja os números ao longo desta reportagem).
E em tempos de forte crise financeira, a parceria se mostra mais uma vez vantajosa para o Rio – o governo Dilma acaba de autorizar que o Estado contraia dívida de R$ 3,5 bilhões a longo do ano. A primeira parcela, de R$ 1 bilhão, deve ser liberada em breve pelo Banco do Brasil.
O cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), observa que, após a redemocratização do país, com a administração José Sarney (1985-1990), quase sempre o governo do Rio esteve em oposição ao governo federal, o que prejudicou o Estado em termos de captação de recursos federais.
Foto: Reuters: Presidente Dilma Rousseff tem histórico de rivalidade com o presidente da Câmara Eduardo Cunha © Copyright British Broadcasting Corporation Presidente Dilma Rousseff tem histórico de rivalidade com o presidente da Câmara Eduardo Cunha
Isso mudou substancialmente com a eleição de Cabral, que antes era um forte crítico de Lula, mas passou a apoiá-lo no segundo turno da eleição de 2006, quando o petista se reelegeu presidente.
"Desde então, o Rio passou a ser beneficiado enormemente com vários convênios e acordos com o governo federal, não só para a Olimpíada e a Copa do Mundo, mas também obras do PAC, do programa Minha Casa, Minha Vida", nota Monteiro.
"E, internamente, a aliança deu frutos tanto ao PMDB, como ao próprio PT, que ampliou a sua presença política no Estado, elegendo vários prefeitos, como em Niterói, com apoio do Cabral. Houve uma aliança política muito proveitosa para ambos os lados", resume.
E a "sorte" de Dilma, ressalta o professor do Iuperj, é que o PMDB do Rio é a seção mais forte dentro do partido – não só detém o governo e a Prefeitura da capital, como elegeu o maior número de deputados federais dentro da legenda (9). "Isso contrabalança a influência de setores antidilmistas dentro do partido", afirma.

Mudança de lado

Curiosamente, a principal oposição à presidente parte justamente de outra liderança do PMDB do Rio, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, responsável por deflagrar o trâmite do impeachment.
No entanto, Cunha foi alvo de uma série de denúncias de corrupção no ano passado, o que acabou levando à diminuição da sua influência dentro do PMDB.
O próprio clã Picciani esteve ao seu lado nas eleições de 2014, contra Dilma, apoiando o candidato tucano Aécio Neves, mas o abandonou após as denúncias.
Leonardo Picciani, que foi eleito líder da bancada do PMDB no ano passado com apoio de Cunha, depois se tornou principal interlocutor do governo dentro da Câmara, tendo indicado os ministros da Saúde, Marcelo Castro, e da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera.
Cunha tentou, sem sucesso, tirar a liderança do partido de Picciani apoiando a candidatura (derrotada nesta quarta-feira) do jovem deputado Hugo Motta (PMDB-PB).
"O grupo do Picciani é muito pragmático. Quando a situação de Cunha ficou insustentável, ele viu que a única possibilidade de se fortalecer era aderindo ao governo", afirma a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), adversária política do clã.
Picciani justifica seu voto em Aécio em 2014 ao fato de o PT ter lançado a candidatura de Lindberg Farias ao governo do Rio contra a reeleição de Pezão – o governador, porém, manteve seu apoio a Dilma junto com Paes.
"O que nos une ao governo (agora) é o princípio de que a presidenta venceu as eleições legitimamente, inclusive contra o meu voto, por decisão da maioria, e isso deve ser respeitado", afirmou Picciani à BBC Brasil.
Foto: Agência Brasil: Picciani é aposta do governo para se reeleger líder do PMDB na Câmara, e assim ter papel importante na escolha dos membros da comissão especial sobre impeachment © Copyright British Broadcasting Corporation Picciani é aposta do governo para se reeleger líder do PMDB na Câmara, e assim ter papel importante na escolha dos membros da comissão especial sobre…

'Distorção'

O deputado reconhece que o Rio se beneficiou da parceria entre os governos e diz que isso é uma correção de uma "distorção do passado".
"É inegável que o Rio de Janeiro foi muito prejudicado durante anos por conta de brigas políticas. Os políticos se desentendiam, e o Estado perdia oportunidade."
"Acho que a partir do governo Cabral isso foi reposicionado da forma como deve ser. O Rio de Janeiro é a segunda maior economia do país, tem uma população de quase 17 milhões de brasileiros e deve ser tratado com essa dimensão", acrescentou.
Em nota, o governo do Rio de Janeiro divulgou posicionamento semelhante: "O Estado viveu um isolamento político durante décadas, que impedia o seu desenvolvimento econômico e social. As transformações, iniciadas há nove anos e dois meses, só foram possíveis por causa da união das três esferas de governo".
O comunicado destaca ainda a importância dessa parceria para enfrentar a atual crise: "Apesar da realidade econômica, tanto o Estado do Rio quanto a União vêm fazendo um grande esforço para manter todas as conquistas. São grandes os desafios pela frente, mas o avanço só é possível se houver integração".
O Palácio do Planalto não quis se manifestar, e a Prefeitura o Rio não retornou até o fechamento desta reportagem.

Alta de 420%

As transferências discricionárias (que não são obrigatórias) da União para o Estado do Rio cresceram 420% no segundo mandato de Lula (2007-2010) em comparação ao primeiro (2003-2006), passando de R$ 755,8 milhões para R$ 3,9 bilhões, de acordo com dados do Tesouro Nacional, atualizados pela inflação.
A alta – registrada exatamente no primeiro governo Cabral – foi bem superior à média dos outros Estados, já que o total desses repasses para o conjunto das unidades federativas cresceu no mesmo período 111%, para R$ 46,7 bilhões.
Com isso, a fatia do Rio nas transferências voluntárias da União para Estados pulou de 3,4% para 8,4%.
No primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2014), os repasses para o Rio recuaram (R$ 2,9 bilhões), mas se mantiveram bem acima do patamar anterior à administração Cabral, representando ainda 6,8% do total repassado aos Estados (R$ 42,6 bilhões).
O Ministério da Fazenda informou que não tinha dados prontos quantos aos repasses para a Prefeitura do Rio e por isso não poderia disponibilizá-los antes do fechamento desta reportagem.

Eleições e Olimpíada

Dois eventos importantes que ocorrem neste ano – eleições municipais e Olimpíada – também têm um papel importante na aliança entre a administração Dilma e o PMDB do Rio.
Paes lançou como candidato a sucedê-lo seu secretário de governo, Pedro Paulo Carvalho, apesar das denúncias de agressão contra sua ex-mulher. A escolha tem sido alvo de muitas críticas, mas a expectativa é de que o PT mantenha seu apoio ao candidato, o que já foi sinalizado publicamente pelo presidente estadual do partido, Washington Quaquá.
Fora isso, o sucesso da Olimpíada é de interesse das três esferas de governo. Os dados mais atualizados, de agosto de 2015, indicam que no total serão investidos cerca de R$ 38 bilhões na realização da competição, somando gastos com infraestrutura, com instalações esportivas, entre outros. Parte dos recursos vem da iniciativa privada e parte dos governos municipal, estadual e federal.
Empréstimos concedidos pelo governo federal à Prefeitura do Rio para obras de legado (urbanização, saneamento e mobilidade urbana) somam cerca de R$ 7,3 bilhões, informou a Secretaria Municipal de Fazenda. Eles serão pagos em até 20 anos.
Além disso, ainda de acordo com o órgão, a União está investindo de recursos próprios R$ 3,1 bilhões, dos quais 55% já foram pagos ou liberados. Esses investimentos envolvem também obras de urbanização e mobilidade, mas o grosso se destina aos parques olímpicos da Barra e Deodoro (R$ 1,7 bilhão).

'O projeto da cozinha do chefe está pronto' diz executivo da OAS no WhatsApp



Ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro © Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados Ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro
Mensagens trocadas pelo WhatsApp entre o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, e o executivo da empresa Paulo Gordilho reforçam suspeitas de ligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, com o sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, e o tríplex no condomínio Solaris, no Guarujá.
A informação foi revelada pela revista Veja em sua edição deste fim de semana. Os textos, de fevereiro de 2014, indicam que Gordilho e Léo Pinheiro, este ainda na presidência da OAS, estavam empenhados em concluir um projeto de instalação de cozinha que, na avaliação dos investigadores, seria a do sítio Santa Bárbara e também a do apartamento no litoral – ambas as propriedades atribuídas ao petista e sua família, o que é negado por seus advogados.
“O projeto da cozinha do chefe está pronto. Se (puder) marcar com a Madame pode ser a hora que quiser”, escreveu Gordilho.
“Amanhã às 19 hs vou confirmar, seria bom tb ver se o do Guarujá está pronto”, respondeu Léo Pinheiro.
“O do Guarujá está pronto”, devolveu Gordilho.
“Em princípio, amanhã às 19 hs”, anotou Léo Pinheiro.
Segundo a revista, os investigadores consideram que “chefe” é uma referência a Lula e “Madame” uma citação a Marisa Letícia.
Estas e muitas outras mensagens foram resgatadas pela Operação Lava Jato em dois aparelhos celulares do empreiteiro.
Léo Pinheiro foi preso pela Polícia Federal em novembro de 2014, na Operação Juízo Final, etapa da Lava Jato que pegou alguns dos maiores construtores do País como integrantes de um cartel que se apossou de contratos bilionários da Petrobrás entre 2004 e 2014. O empreiteiro foi condenado a 16 anos e quatro meses de reclusão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A força tarefa da Lava Jato e também o Ministério Público de São Paulo suspeitam que a OAS bancou reformas do tríplex 164-A do Solaris e do Santa Bárbara.
Depoimentos de engenheiros que trabalharam nos dois locais indicam que Marisa Letícia queria celeridade nas obras.
Em outro trecho das mensagens, Gordilho pergunta a Léo Pinheiro se a reunião estava confirmada. “Vamos sair a que horas?”. E Léo Pinheiro respondeu. “O Fábio ligou desmarcando. Em princípio será às 14 hs na segunda. Estou vendo, pois vou para Uruguai.”
Segundo Veja, os investigadores supõem que Fábio é Fábio Luís, o Lulinha, filho mais velho do ex-presidente.
As mensagens mostram que o empreiteiro estava muito empenhado e fazia questão de ter controle sobre cada fase da reforma. Quando havia alterações no projeto original, ele era avisado. “A modificação da cozinha que te mandei é optativa. Puxando e ampliando para lateral. Com isto (sic) fica tudo com forro de gesso e não esconde a estrutura do telhado na zona da sala”, escreveu Gordilho, supostamente referindo-se ao sítio de Atibaia.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

PF vai investigar pagamentos de FH a ex-amante, diz Cardozo


Agência O Globo

Ministro da Justiça diz que caso deve ser analisado como seria com qualquer outro cidadão. © Foto: Magdalena Gutierrez/Instituto FHC Ministro da Justiça diz que caso deve ser analisado como seria com qualquer outro cidadão.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta sexta-feira que as denúncias feitas pela jornalista Mirian Dutra, que teve um relacionamento extraconjugal com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, serão analisadas por uma área técnica da Polícia Federal.
De acordo com a ex-amante do tucano, a Brasif S.A. Exportação e Importação ajudou o FH a enviar recursos para ela no exterior.
Em entrevista à "Folha de S. Paulo", ela afirmou que a transferência ocorreu por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho, com validade entre dezembro de 2002 e dezembro de 2006.
Em visita ao Rio para acompanhar o esquema de segurança para os Jogos 2016, o ministro da Justiça afirmou que caso deve ser analisado como seria com qualquer outro cidadão.
Cardozo disse que o suposto envio de recursos para o exterior pelo ex-presidente deve ser analisado por um estudo técnico e jurídico, com o objetivo de se determinar eventual ocorrência de delito.
Se comprovado indício de crime, segundo ele, a Policia Federal realizará uma investigação.

Teori Zavascki manda soltar senador Delcídio Amaral



© Fornecido por Notícias ao Minuto
O advogado Antônio Figueiredo Basto informou nesta sexta-feira (19) que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou a prisão preventiva do senador Delcidio do Amaral (PT-MS), preso desde novembro após ser gravado oferecendo fuga para que ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não fizesse delação, informou o "G1".
Os advogados do senador entregaram, na última terça, a defesa do parlamentar ao STF, que pede a anulação da gravação feita por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró. Os advogados alegam que a prova é fruto de uma "armadilha". Os advogados pedem que o tribunal rejeite a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República contra o senador.
No pedido da prisão de Delcídio, a PGR também afirmou que o parlamentar chegou a oferecer R$ 50 mil mensais para Cerveró em troca de o ex-diretor não citá-lo na delação premiada.
Ainda segundo o "G1", a defesa entregue ao STF, os advogados de Delcídio afirmam que o senador "jamais pretendeu perturbar" as investigações e que Bernardo Cerveró marcou uma reunião para levar o parlamentar a uma "armadilha".
Segundo a defesa, Bernardo Cerveró agiu como um "agente infiltrado" ao gravar a conversa com Delcídio, o que deveria ter sido autorizado judicialmente, segundo os advogados.

Toffoli colocará processo de cassação de Dilma na pauta quando relatora liberar



© Fornecido por Notícias ao Minuto
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli disse nesta sexta-feira (19) que a ação de investigação em que o PSDB pede a cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff e do vice, Michel Temer, será colocada em pauta quando for liberada pela ministra-relatora.
“O processo tem uma relatora e é a relatora que vai conduzir este processo. Então, eu não posso aqui passar por cima da relatora e estabelecer prazos,  porque ela vai ter que estudar este processo e vai ter que trazer e liberar isso a julgamento”. A relatora da ação é a ministra Maria Thereza. “E assim que ela liberar para julgamento, o que eu posso garantir, estando eu ainda na presidência, colocarei em pauta imediatamente”, completou Toffoli.
O presidente do TSE foi questionado pelos jornalistas sobre a implicação da Emenda Constitucional (EC) 91/2016 nas eleições. Promulgada nesta quinta-feira (18), a EC abre espaço para que os candidatos às eleições deste ano, que exercem mandatos de deputados ou vereadores, mudem de legenda. “Isso só a realidade vai mostrar”, disse o ministro.
Toffoli lembrou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o mandato pertence ao partido político: “Há alguns anos, o Supremo Tribunal Federal tomou uma decisão estabelecendo que o político que deixa o seu partido perde o mandato porque o mandato é do partido político”. Toffoli esteve nesta sexta-feira em um workshop realizado pelo TSE para jornalistas sobre o funcionamento do Teste Público de Segurança (TPS) do Sistema Eletrônico de Votação. O teste será realizado nos dias 8, 9 e 10 de março. Uma resolução do ano passado passou a disciplinar o TPS. “Nós estabelecemos como regra fazer antes das eleições, a partir de agora,  o teste de segurança das urnas eletrônicas para trazer maior tranquilidade e maior segurança para o cidadão de que a urna eletrônica é confiável”.
De acordo com o presidente, o teste consiste em convidar especialistas para testar o sistema. “Em que consistem esses testes de segurança? Consistem em convidar especialistas com alto conhecimento tecnológico a encontrar alguma falha nos sistemas dos programas da justiça eleitoral. E a partir daí, se algo for descoberto,  corrigi-la”. Com informações da Agência Brasil.

Asteroide passará "de raspão" pela Terra em março



2013 TX68: meteoro passará bem perto da Terra no mês que vem © Thinkstock 2013 TX68: meteoro passará bem perto da Terra no mês que vem
São Paulo – Um asteroide de 30 metros de diâmetro passará "de raspão" pela Terra no dia 5 março deste ano. 
Chamado 2013 TX68, ele estará a uma distância entre 14 milhões e 17 milhões de quilômetros do nosso planeta, o que é mais próximo do que a órbita de satélites geoestacionários.
O asteroide é observado há apenas alguns anos, por isso a incerteza quanto à distância que ele estará da Terra no começo do mês que vem. 
Não há chance de colisão nesta passagem do asteroide, segundo a Nasa
Já em 28 de setembro de 2017, o mesmo asteroide passará novamente perto do nosso planeta e terá uma chance em 250 milhões de atingi-lo. Isso ainda é pouco para gerar preocupação. Para efeito de comparação, uma pessoa que aposta na Mega-Sena com seis números tem uma chance de ganhar em 50 milhões.
Nas passagens do asteroide previstas para 2046 e 2097, as probabilidades de impacto com o planeta são ainda menores.
Em fevereiro de 2013, um meteorito menor atingiu a cidade de Chelyabinsk, na Rússia, deixando 1.491 feridos e 720 estruturas abaladas.
Se o 2013 TX68 entrasse na atmosfera terrestre, ele produziria uma rajada de vento quase duas vezes mais forte do que a do meteoro de Chelyabinsk – e potencialmente mais danos.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Supremo autoriza prisão de réus após condenação em 2ª instância


       Plenário do STF: Plenário do Supremo Tribunal Federal  
© Fornecido por Estadão Plenário do Supremo Tribunal Federal BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal (STF) alterou a jurisprudência adotada até hoje no País para permitir a execução de pena a partir de uma decisão judicial de 2ª instância, portanto antes de esgotados todos os recursos propostos pela defesa. Por 7 votos a 4, um réu condenado a prisão pode ser encaminhado à penitenciária depois da confirmação da sentença do juiz de primeiro grau por um Tribunal de Justiça. Antes da decisão da Corte, a pena só começaria a ser cumprida pelo condenado após o chamado trânsito em julgado da condenação, podendo chegar aos Tribunais Superiores.
A decisão foi tomada durante discussão de um habeas corpus impetrado pela defesa de um condenado a 5 anos e 4 meses de prisão por roubo qualificado. A sentença de primeiro grau foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), que determinou a prisão do réu. Os advogados entraram com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça e, posteriormente, no Supremo pelo direito do condenado recorrer em liberdade.
Em 2009, o próprio STF fixou a tese de que condenados pela Justiça possuíam o direito de recorrer da sentença em liberdade até que não haja possibilidade de novo recurso. A nova composição da Corte, contudo, possibilitou a reversão no entendimento da Corte. A decisão se aplica ao caso concreto discutido no habeas corpus, mas ficou firmada como jurisprudência da Suprema Corte.
O relator do caso, ministro Teori Zavascki, destacou que o cumprimento da pena após a decisão em segundo grau é uma forma de “harmonizar” o princípio da presunção de inocência com a efetividade da justiça. “Não se mostra arbitrária, mas inteiramente justificável, a possibilidade de o julgador determinar o imediato início do cumprimento da pena, inclusive com restrição da liberdade do condenado, após firmada a responsabilidade criminal pelas instâncias ordinárias”, votou Zavascki.
Seguiram Teori Zavascki os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Edson Fachin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Para os magistrados, o duplo grau de jurisdição, com a confirmação da sentença pelo Tribunal de Justiça, “inverte” o princípio da presunção de inocência.
Morosidade. No julgamento, os ministros destacaram ainda que a medida é uma forma de combater a morosidade da justiça. Fachin avaliou que o trânsito em julgado dos processos, ou seja, a sentença definitiva, depende “em algum momento da inércia” da parte perdedora. “Há sempre um recurso”, afirmou, sobre o sistema recursal penal do País. O ministro Luís Roberto Barroso afirmou que “nenhum país” exige mais do que dois graus de jurisdição para dar efetividade a uma decisão criminal. “Isso restabelece o que perdemos no Brasil que é o prestígio e a autoridade das instancias ordinárias. No Brasil, o primeiro grau e os tribunais de justiça passaram a ser tribunais de passagem”, completou Barroso.
No ano passado, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condução da Operação Lava Jato na Justiça Federal em Curitiba, saiu em defesa de projeto de lei para permitir o cumprimento da pena antes do final do processo. Em visita ao Senado para defender a tese, Moro chegou a criticar o que chamou de “sistema de recursos sem fim”.
Foram contra a alteração na jurisprudência os ministros Rosa Weber, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Para Marco Aurélio, a decisão “esvazia o modelo garantista. “Reconheço mais: que a justiça é morosa, que o Estado em termos de persecução criminal é moroso. (...) Reconheço que a época é de crise maior, mas justamente nessa quadra de crise maior é que devem ser guardados parâmetros, princípios, devem ser guardados valores”, defendeu o ministro.
O decano da Corte, ministro Celso de Mello, disse que é “frontalmente incompatível com o direito a ser presumido inocente a execução antecipada da sentença”. Ele afirmou que 25,2% dos recursos extraordinários que chegam ao Tribunal com questionamento a sentença criminal culminam em absolvição. “Se não respeitarmos a presunção de inocência, estaríamos tratando como se culpados fossem aqueles que afinal nesta Suprema Corte resultaram absolvidos”, afirmou o ministro.

Bancada do PT deve votar contra proposta de Dilma de reforma da Previdência


<p>De acordo com um dos integrantes do diretório que articula a aprovação do documento, Dilma 'insiste em falar exclusivamente para o mercado'.</p> © Fornecido por Notícias ao Minuto
A divisão entre governo e bancada de parlamentares no congresso começa a dar sinais de tensionamento. O ponto de discórdia é começa pela reforma da Previdência.Com isso, o PT pode aprovar resolução na próxima semana, na reunião de seu diretório nacional, orientando a bancada do partido a votar contra a reforma da Previdência. A presidente Dilma Rousseff disse que apresentará em 60 dias proposta de mudanças do sistema de aposentadorias.
De acordo com um dos integrantes do diretório que articula a aprovação do documento, Dilma "insiste em falar exclusivamente para o mercado". Se ela ao menos propusesse, junto com as mudanças na Previdência, a taxação da distribuição de lucros e dividendos, seria mais fácil apoiá-la, diz a mesma liderança, de acordo com a "Folha de S. Paulo".
"Ela é incapaz de fazer qualquer outra coisa que não seja tentar agradar ao mercado", acusa o mesmo dirigente. Segundo a jornalista Mônica Bergamo, a articulação está sendo feita com as tendências mais à esquerda do partido.
Ainda segundo a jornalista da "Folha", dirigentes do partido acreditam que, ainda que tendências mais moderadas possam tentar suavizar os protestos contra a proposta de Dilma de reformar a Previdência, o PT dificilmente deixará de sinalizar claramente que seus parlamentares devem se posicionar contrários a ela.

FHC usou empresa para me mandar dinheiro no exterior, diz ex-amante



<p>Fernando Henrique admitiu manter contas no exterior e ter mandado dinheiro para Tomás, mas nega ter usado a empresa para bancar a jornalista</p> 
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Fernando Henrique admitiu manter contas no exterior e ter mandado dinheiro para Tomás, mas nega ter usado a empresa para bancar a jornalista

Após entrevista bombástica concedida para uma revista na Espanha, a ex-jornalista da Globo Mirian Dutra, com quem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso manteve um relacionamento extraconjugal nos anos 1980 e 1990, detalha como se manteve financeiramente no exterior com o filho que teve com o político tucano. A Brasif S.A. Exportação e Importação teria ajudado FHC (PSDB-SP) a enviar ao exterior recursos para a jornalista.
Segundo ela, a transferência foi feita por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho, celebrado em dezembro de 2002 e com validade até dezembro de 2006. Em reportagem da "Folha de S. Paulo", a jornalista afirmou que FHC usou a empresa para bancá-la no exterior.
No documento, aparece como contratante a Eurotrade Ltd., empresa da Brasif com sede nas Ilhas Cayman. O contrato estabelece que a jornalista deveria prestar "serviços de acompanhamento e análise do mercado de vendas a varejo a viajantes", fazendo pesquisas "tanto em lojas convencionais como em duty free shops e tax free shops" em países da Europa.
Os dados coletados seriam enviados à Brasif, que na época explorava os free shops (lojas com isenção de impostos) de aeroportos brasileiros. Fernando Henrique admitiu manter contas no exterior e ter mandado dinheiro para Tomás, mas nega ter usado a empresa para bancar a jornalista.

Bancarrota financeira 
 
De acordo com a "Folha", Mirian disse que "jamais pisou" em uma loja convencional ou em um duty free para trabalhar. E que o contrato, de US$ 3.000 mensais, foi feito para "suplementar" a renda dela e de Tomás.
"Eu trabalhava na TV Globo e tive um corte de 40% no salário em 2002. Me pagavam US$ 4.000. Eu estava superendividada, vivia de cartões de crédito e fazendo empréstimo no banco. Me arrumaram esse contrato para pagar o restante", afirma Mirian.
O acordo foi mediado pelo jornalista e lobista Fernando Lemos, que era casado com Margrit Dutra Schmidt, irmã de Mirian. "Ele [Lemos] disse que tinha que arrumar um jeito de melhorar a minha vida financeira, já que eu tinha uma hipoteca [de um apartamento que comprou em Barcelona, na Espanha] e a Globo tinha cortado o meu salário."
Lemos, morto em 2012, e Margrit faziam a ponte entre a jornalista e Fernando Henrique, então presidente, que não tinha como manter contato frequente com Mirian.
Esclarecimento
A jornalista diz que, numa conversa, dois anos depois da vigência do contrato, Fernando Henrique revelou que o dinheiro enviado pela Brasif era, na verdade, dele, e não da empresa. "Ele me contou que depositou US$ 100 mil na conta da Brasif no exterior, para a empresa fazer o contrato e ir me pagando por mês, como um contrato normal. O dinheiro não saiu dos cofres da Brasif e sim do bolso do FHC", diz.
O empresário Jonas Barcellos, dono da Brasif, não nega o acerto. Mas diz não se lembrar de detalhes. "Tem alguma coisa, mesmo, sim", afirmou ele, quando questionado pela "Folha" sobre ter assinado um contrato com Mirian para ajudar FHC a enviar recursos a ela. "Eu só não sei se era contrato", declarou.
Barcellos disse que estava em Aspen, nos EUA, e que voltará ao Brasil na próxima semana. "Vou fazer um levantamento na empresa para esclarecer tudo". Questionado sobre ter tratado do tema com FHC, respondeu: "Faz muito tempo, eu preciso pesquisar e me lembrar para responder."
Mirian e Fernando Henrique mantiveram um relacionamento extraconjugal por seis anos. No período, ela ficou grávida. Depois do nascimento de Tomás, pediu à emissora que a transferisse para Portugal.
FHC não registrou Tomás. Mas nunca questionou a paternidade e sempre o tratou como filho, responsabilizando-se por parte do sustento do jovem no exterior. Em 2009, a "Folha" revelou que o ex-presidente havia decidido reconhecer o filho na Espanha, onde Tomás vivia com a mãe.
"Eu sempre cuidei dele", afirmou na época ao jornal. Dois anos depois, o ex-presidente fez dois exames de DNA com Tomás. Os resultados deram negativo, o que provaria que o jovem não é seu filho biológico. FHC afirmou publicamente que o exame em nada alterava a situação e que ele seguiria reconhecendo Tomás como seu filho. Mirian questiona a validade do exame.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Qual é seu dom? Site inova com pioneiro sistema colaborativo de teste vocacional

Unopar

Em determinada etapa da vida, o jovem se depara com as seguintes questões: Qual profissão devo escolher?
A importância do teste vocacional
"Qual é o seu dom?" é um site que permite ao usuário realizar um teste vocacional junto com seus amigos. que normalmente sabem muito sobre você, incluindo suas preferências e aptidões. © Foto: Shutterstock "Qual é o seu dom?" é um site que permite ao usuário realizar um teste vocacional junto com seus amigos. que normalmente sabem muito sobre você, incluindo suas preferências e…
Uma forma tradicional de ajudar o aluno a decidir em qual área ele se encaixa melhor é o teste vocacional, uma avaliação geralmente concebida por psicólogos. A ideia é que o teste identifique os interesses e aptidões do aluno, apontando para uma direção geral em uma ou duas carreiras ou áreas de atuação.
O teste combina os gostos aos cursos e profissões e dá uma ajuda ao aluno na hora de tomar uma decisão da vida profissional. Na modalidade tradicional de testes vocacionais, é importante que o estudante esteja focado e que tenha capacidade de autoavaliação, especialmente em relação a suas habilidades e preferências.

Teste vocacional colaborativo

O teste vocacional desenvolvido no projeto "Qual o seu Dom?", por outro lado, é bem diferente do modelo que você está acostumado, já que ele é o primeiro teste do tipo feito de forma colaborativa. Funciona assim: Você responde a primeira pergunta e depois divide essa responsabilidade com seus amigos, que normalmente sabem muito sobre você, incluindo suas preferências e aptidões. E não tem essa de quebrar a cabeça com um monte de perguntas técnicas, pois elas são bem simples, dinâmicas e lúdicas.
O primeiro passo é conectar seu Facebook com o portal, responder a primeira questão e, em seguida, compartilhar com os amigos pelas redes sociais ou por e-mail e deixar que eles respondam as questões seguintes. No mínimo três amigos devem responder, mas quanto mais, melhor! O resultado final você recebe por e-mail.
O "Qual o seu Dom?" é guiado pela consultoria de orientação vocacional Vocato e as responsáveis pela empresa são as psicólogas Maria Lygia Alli Molineiro, Patricia Lomonaco e Silvia Conti. Para conhecer essa iniciativa, basta entrar no site: http://www.qualseudom.com.br/

Petrobras pode deixar de ser operadora única do pré-sal


© Fornecido por Notícias ao Minuto
Um grupo de senadores quer aprovar um projeto, capitaneado pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), em uma alteração ao texto original de José Serra (PSDB-SP), que permite à Petrobras deixar de ser a operadora única do pré-sal nos próximos leilões, desde que o governo tenha poder para decidir sobre a participação da estatal.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, com a mudança, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) poderia decidir, pontualmente, se a Petrobras participará ou não dos projetos.
De acordo com a publicação, atualmente, a Petrobras precisa participar com um mínimo de 30% em qualquer campo do pré-sal explorado.
A proposta de Ferraço agrada ao autor do projeto, Serra, e a uma parte da base aliada da presidente Dilma, diante da situação frágil de caixa da empresa, com risco de que essa regra inviabilize investimentos futuros.
"Vamos deliberar o mais rapidamente possível. É uma matéria de interesse nacional e nós precisamos resguardar o interesse estratégico do Brasil, mas é preciso acabar com a obrigatoriedade dos 30%", disse Renan após se reunir com líderes partidários.

Banco Central prevê recessão de 3% em 2016, aponta Valor


Bancos apontam cenário ainda pior, com queda de 4% do PIB em 2016 (Reuters/Paulo Whitaker) © Fornecido por Empiricus Consultoria e Negócios Ltda. Bancos apontam cenário ainda pior, com queda de 4% do PIB em 2016 (Reuters/Paulo Whitaker)
SÃO PAULO – O Banco Central piorou sua projeção para a recessão deste ano e a estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto) passou de -1,9% para -3%, segundo uma fonte da equipe econômica do governo. A informação é do jornal Valor Econômico.
O desempenho mais fraco da economia em 2016 já havia sido incorporado nas projeções de inflação que constam na ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de janeiro e preveem variação acima do centro da meta (4,5%) em 2017. No entanto, o documento não revelou qual era a projeção.
Mesmo com a revisão, a estimativa do Banco Central segue mais otimista que o mercado, que aponta tombo de 3,33% no PIB deste ano, segundo o Boletim Focus.
Dois bancos avaliam que o desempenho deve ser ainda pior. O Brasil Plural, que previa recuo de 2,6%, passou a projetar uma queda de 4% da atividade. O Banco Fibra mudou sua projeção de retração de 3,1% para recuo de 4%.