A força-tarefa da Operação Lava Jato encontrou evidências de que a Odebrecht, por meio de contas ocultas no exterior em nome das offshores Klienfeld e Innovation transferiram US$ 3 milhões para a conta em nome da offshore panamenha Shellbill Finance SA, que seria propina oriunda da Petrobrás transferida aos publicitários João Santana e Mônica Moura em benefício do Partido dos Trabalhadores. Os valores foram repassados entre 13 de maio de 2012 e 8 de março de 2013.
As duas offshores ligadas a Odebrecht já eram alvo da Lava Jato por pagarem propinas para os ex-diretores da Petrobrás Renato Duque (Serviços, ligado ao PT), Paulo Roberto Costa (Abastecimento, ligado ao PP), Jorge Zelada (Internacional, ligado ao PMDB) e Nestor Cerveró (Internacional, ligado ao PMDB).
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o avanço das investigações revelou ainda “novas provas do possível envolvimento de Marcelo Odebrecht em novos crimes graves, e de que tinha controle sobre os pagamentos feitos no exterior por meio de offshores, as quais ele geria por intermédio pessoas a ele subordinadas e ligadas, direta ou indiretamente, à empresa”.
Em sua 23ª fase, a Lava Jato encontrou também indícios de que a conta da Klienfeld “foi usada não só para pagar propinas para autoridades brasileiras, mas também em favor de autoridade argentina”. Por isso, foram decretadas novas buscas na sede da Odebrecht.
Uma planilha gerada por secretária de confiança de Marcelo Odebrecht “constituía um controle de pagamentos ilícitos relacionados, inclusive, a João Santana (referido como “Feira”, um trocadilho com a cidade de “Feira de Santana”) e a José Dirceu (referido como “JD”), envolvendo eleições no Brasil e no exterior”, aponta o Ministério Público Federal.