O
presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG) defendeu neste sábado, 22,
a decisão do ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), de pedir à Procuradoria Geral da República
(PGR) investigação sobre "denúncias de graves ilegalidades no
financiamento" da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição.
Para ele, a iniciativa "apenas faz cumprir a legislação".
"Seria
extremamente grave se os fortes indícios de utilização de dinheiro
proveniente de desvios da Petrobras na campanha de reeleição da atual
presidente, corroborados por delação premiada, não fossem devidamente
apurados", disse o tucano, em nota.
Em despacho do dia anterior,
Mendes determinou à PGR e à Polícia Federal a realização de
investigações ao indicar que há "potencial relevância criminal" na
campanha petista. E citou haver suspeita de que houve uso de dinheiro
desviado na Petrobras no financiamento eleitoral da presidente reeleita.
O
tucano disse que o Brasil confia que tanto a PGR quanto o TSE vão
cumprir o seu "papel constitucional, garantindo inclusive o amplo
direito de defesa aos acusados, mas não se curvando a quaisquer tipos de
pressão ou constrangimento". "Felizmente, o Brasil é uma democracia
sólida, onde as instituições funcionam e a legislação deve ser cumprida
por todos, em especial pela presidente da República", afirmou.
O
apoio de Aécio e do PSDB no Congresso às ações do TSE contra Dilma faz
parte de uma das quatro frentes abertas pelos tucanos no tribunal para
tentar realizar novas eleições. Uma eventual condenação pela Justiça
Eleitoral atinge a presidente e seu vice, Michel Temer, levando a um
novo pleito.
Em nota, o diretório nacional do PT afirmou que todas
as doações que o partido recebeu foram realizadas "estritamente dentro
dos parâmetros legais e foram posteriormente declaradas à Justiça
Eleitoral".
Nas redes sociais, petistas atacaram o relator do caso
no TSE. "O Gilmar Mendes já se posicionou na política contra a Dilma.
Não tem mais isenção para conduzir nada", disse Florisvaldo de Souza,
secretário de Organização do PT.
"Gilmar Mendes age com a
parcialidade usual, defendendo interesses do PSDB e oposição, quer
investigar só campanha Dilma. E a do Aécio?", questionou Henrique
Fontana (RS), um dos vice-líderes do partido na Câmara, ao afirmar que
as duas campanhas receberam "doações legais das mesmas
empreiteiras".
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