Uso de
gírias, rebuscamento linguístico e generalizações estão entre os cinco erros
mais comuns em uma redação.
Para escrever um bom texto, nada melhor do que aprender com os erros mais cometidos nas redações de concursos e vestibulares
Enem está chegando e é hora de preparar-se para
arrasar na prova de redação. Assim como as demais disciplinas, a redação exige
um espaço reservado no seu cronograma de estudos, afinal de contas, qual outra
prova oferece a possibilidade de atingir de uma só vez 1000 pontos?
Que um bom texto pode garantir sua vaga nas
melhores universidades nós já sabemos, o que talvez você não saiba é que
aprender com os erros pode ser muito proveitoso! Para ajudá-la(o) a afastar o
fantasma de um texto mal escrito, o Mundo Educação preparou algumas dicas de redação baseadas nos erros mais cometidos pelos candidatos
de acordo com os corretores e professores. Fique de olho, boa leitura e bons
estudos!
Os cinco erros mais comuns em uma redação
1. Uso de
gírias: Nós sabemos que a língua é dinâmica, mutável e adaptável às
necessidades dos falantes, isso é inquestionável. As gírias comprovam esse
movimento natural da língua portuguesa, conferindo expressividade à mensagem,
elemento tão importante para a comunicação. Contudo, esse tipo de recurso não é
bem visto nos textos não literários, pois neles o autor deve privilegiar o uso
da norma culta da língua. Você pode utilizar gírias desde que a proposta de
redação deixe explícita essa permissão, caso contrário, evite-as, preferindo
uma linguagem que não dê brechas para ambiguidades ou desvios linguísticos.
Para constar, os registros da oralidade e gírias mais encontrados nas redações
dos candidatos são: “né”, “daí”, “tipo assim”, “tá ligado”, “cara”, entre
outros que podem diminuir a nota final de seu texto;
2. Uso de
arcaísmos, palavras ou termos desconhecidos: Escrever bem não é sinônimo de
rebuscamento linguístico. Os melhores escritores são aqueles que conseguem comunicar-se
de maneira clara e objetiva com os seus leitores (estamos falando de textos não
literários, atenção!), estilo que impede interpretações equivocadas ou até
mesmo que o seu leitor desista da leitura por considerar seu texto, digamos
assim, hermético (obscuro). Alguns candidatos, na ânsia de impressionar os
corretores, fazem escolhas linguísticas inadequadas, optando por empregar
palavras obsoletas e até mesmo termos que eles sequer conhecem! A comunicação é
a finalidade maior da linguagem, e para que você seja compreendido, opte por
palavras e construções simples;
3.
Períodos longos: A duração de um período está intrinsecamente
relacionada com a clareza textual. Excesso de informações em um único período
(construção que deve conter apenas uma ideia) pode resultar em falta de
objetividade e ambiguidade, falhas que comprometem o entendimento dos textos
não literários. Períodos longos são verdadeiras armadilhas para a coerência e
coesão de seu texto. Evitar o uso de artigos indefinidos, pronomes indefinidos
e pronomes possessivos, bem como substituir os pronomes demonstrativos por
artigos, é uma das dicas para elaborar o período perfeito;
4.
Generalizações e senso comum: Esse tipo de comportamento em uma redação é capaz
de desmotivar qualquer leitor. Coloque-se no lugar do corretor: você está ali,
já leu centenas de textos idênticos, recheados de generalizações e senso comum
e de repente encontra uma composição capaz de contrariar o óbvio e mostrar
novos pontos de vista com argumentos embasados, críticos e lúcidos. Não seria
um alívio? Pois é exatamente o que acontece, acredite. O senso comum em um
texto pode ser evitado por meio de elementos extralinguísticos, como a leitura
de diferentes fontes de informação com diferentes posicionamentos. As generalizações
podem estar relacionadas com os elementos linguísticos, tais como o uso
indevido das seguintes palavras: “único”, “sempre”, “todos”, “jamais”,
“maioria”, “minoria”, entre outras que esvaziam seu texto de sentidos.
5. Uso inadequado das conjunções: Muitos
candidatos iniciam o parágrafo final de uma redação (momento em que a conclusão
ou proposta de intervenção — no caso do Enem — apresenta-se) utilizando a
conjunção adversativa “contudo”. “Contudo” é uma conjunção adversativa, e se
ela é adversativa, quer dizer que indica adversidade, oposição com algo dito
anteriormente, ou seja, é como se, ao finalizar seu texto, você estivesse
deslegitimando tudo o que afirmou antes. Nesse caso, as conjunções mais
adequadas são as conclusivas: “portanto”, “logo”, “desse modo”, “por
conseguinte” ou “assim”. Cada conjunção possui um significado, assim, fique
atento para não cometer nenhum deslize linguístico.
Publicado por: Luana Castro Alves Perez
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