Por ANDREZA EMÍLIA MARINO
Não
tem jeito! Por mais cuidadosa que a mãe seja, as chances de a criança
ter ao menos um episódio de diarreia existem. Caracterizada pelo aumento
do número de evacuações e a perda de consistência das fezes, que se
tornam aguadas, pode ser subdividas em aguda e crônica.
A diarreia aguda, que é a mais comum, tem origem geralmente infecciosa, ou seja, causada por bactéria, vírus ou protozoário.
Normalmente, tem duração de três a sete dias, mas pode chegar ao máximo de 14 dias (se isso acontecer procure ajuda médica!).
“Quando
a criança está com diarreia, o mais importante é evitar a
desidratação”, afirma a gastroenterologista pediátrica do Centro de
Especialidades Pediátricas do Hospital Samaritano (SP) e
professora-adjunta da Unifesp Soraia Tahan. A criança não perde apenas
água. Vão-se embora também minerais muito importantes, como o sódio e o
potássio.
Cuidado com a desidratação
Essa
é a faceta mais perigosa da diarreia aguda. Boca seca, diminuição da
urina, sede em excesso, saliva espessa, olhos encovados e estado geral
apático são alguns dos sintomas da desidratação. A criança fica abatida
muito rápido. Tão logo a mãe perceba a diarreia, o conselho geral é
aumentar a oferta de líquidos, para compensar as perdas.
“O
médico pode ser acionado para orientar sobre outras formas de
re-hidratação, seja indicando um soro específico ou até a reposição
venosa, que é feita em unidade de saúde”, diz Soraia.
O
soro caseiro, tão difundido no passado, não é aconselhado. “Estudos
mostram que ele pode ser perigoso se a mãe usar como medida os
‘punhados’. Recomendo não usar, a não ser que a mãe tenha a
colher-medida distribuída pela Pastoral da Criança”.
Higiene redobrada
Dentre
os conselhos para evitar a contaminação, estão os cuidados gerais de
higiene: lavar as mãos antes das refeições e depois de ir ao banheiro,
beber água de procedência comprovada (filtrada, fervida ou mineral),
lavar bem os alimentos antes de consumi-los e tomar cuidado com aqueles
comprados em locais como praias e clubes, por exemplo.
O
rotavírus, considerado o maior causador de diarreia aguda em crianças
menores de cinco anos do mundo, já não amedronta tanto, pois existe
vacinação contra ele.
A
criança apresentou fezes amolecidas e você está com dúvidas se é ou não
diarreia? “Veja se não houve alteração na dieta. Em caso de aumento da
ingestão de fibras, existe a chance de mudanças na evacuação”, explica a
médica.
“Normalmente, a
diarreia aguda aparece subitamente, e seguida por febre ou vômito”. Em
caso de sangue nas fezes, a causa pode ser um patógeno mais invasivo e
tornam-se necessárias orientações médicas mais específicas.
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