Brasília - A
presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer vão se encontrar na
noite desta quarta-feira, 9. Os dois não conversam desde quinta-feira
passada, um dia depois do acolhimento do pedido de impeachment pelo
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Dilma mandou
dois emissários procurarem o vice-presidente para tentar amenizar o
grave clima de crise que tomou conta de Brasília, depois da divulgação
de uma carta escrita pelo peemedebista se queixando da petista. Como o
sinal de paz veio da presidente Dilma Rousseff para Temer, ele aguarda o
chamado da presidente para a conversa.
O
primeiro emissário foi o ministro da Advocacia-Geral da União, Luiz
Inácio Adams, que chegou ao Palácio do Jaburu, perto da meia-noite de
segunda-feira, para tentar agir como "bombeiro" na crise que se
instalara, depois de Temer se queixar de que o governo o trata com
desconfiança.
O segundo emissário foi o ministro-chefe da Casa
Civil, Jaques Wagner, que, no meio da tarde desta terça-feira, telefonou
para Temer, a pedido de Dilma, para levar um recado da presidente.
Wagner informou ao vice que Dilma gostaria de encontrá-lo para uma
conversa.
Até agora, a disposição do vice-presidente Michel Temer
em ajudar a presidente Dilma na derrubada do processo de impeachment no
Congresso é zero. Assessores do vice dizem que ele sempre trabalhou para
ajudar a governabilidade de Dilma e que ela não reconhece nada que ele
faz e, ao contrário, despreza todo o potencial que Temer tem, já que é
um constitucionalista reconhecido.
Mas apesar de toda a crise
política que atingiu níveis ainda mais altos com a divulgação da carta,
os interlocutores do vice-presidente asseguram que não há um rompimento
entre os dois, apenas um distanciamento, uma espécie de "dar um tempo"
para que, neste período, possam "fazer uma DR - discutir a relação".
Os
interlocutores de Temer lembram ainda que "o primeiro tempo" na relação
foi dado pela própria presidente Dilma que chegou a ficar 45 dias sem
falar com o vice-presidente, enquanto "namorava" o líder do PMDB,
Leonardo Picciani, durante o período de preparação da reforma
ministerial, anunciada em outubro.
Nesta época, lembram
interlocutores do vice-presidente, eles ficaram sem se falar 45
dias.Dilma e Temer foram muitos criticados neste episódio. Temer, porque
os aliados de Dilma dizem que ele trabalha contra a presidente e tem
alimentado o processo de impeachment e Dilma porque não houve os aliados
e não os consulta para tomar as decisões de seu governo.
O clima
esquentou na noite desta segunda quando, além da divulgação da carta
com as queixas de Temer, o vice-presidente desabou a interlocutores que o
processo de impeachment tem lastro jurídico. A afirmação foi entendida
como uma declaração de guerra contra o governo.
Só que, neste
momento, o governo não tem nada a ganhar com este rompimento já que
Dilma precisa de cada voto de cada partido aliado e, se possível, até da
oposição, para barrar o processo de impeachment contra ela.
O
clima no Congresso não tem sido nada favorável à presidente Dilma.Há
pouco, mais uma péssima notícia para a presidente Dilma vai obrigá-la a
rever o seu comportamento em relação a Temer e seus aliados.
A
derrota da chapa governista para ocupar a Comissão Especial que vai
analisar o pedido de impeachment da petista. Apesar dos resultados
negativos com a Comissão Especial, a presidente Dilma Rousseff tem
pressa na decisão do caso, já que o governo contabiliza que ainda tem
maioria dos votos para impedir o seu afastamento.
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